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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


PPGSS / ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL

Programa (ainda sujeito a alterações)


Tema: (Des)ordem urbana, Estado Penal e construção social do risco- impactos sobre
as condições de vida e trabalho dos segmentos populares. - 2019/2
Professora: Rosemere Maia

Ementa: Contribuições para a leitura da Cidade Moderna e das contradições nela


evidenciadas; processos de “regeneração urbana” e seus “braços” repressivos; do Estado
Social ao Estado Penal - Políticas Públicas/Urbanas de disciplina e controle; a construção
social do (discurso) risco- formas de expressão e enfrentamento no contexto citadino e
impactos sobre os segmentos populares.

Objetivos: O curso tem como objetivo examinar as principais perspectivas teóricas e


metodológicas que vêm orientando as análises sobre o mundo urbano, observando a
complexificação do processo de urbanização, as contradições/desigualdades socioespaciais
daí decorrentes e as diversas intervenções urbanas que têm em vista adequar as cidades às
demandas do Capital, considerando os impactos diretos que provocam sobre as condições de
vida e trabalho dos segmentos populares.

O curso será organizado em três módulos:


Unidade I – Contribuições para a leitura da Cidade Moderna e das contradições nela
evidenciadas:
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo, Boitempo,
2008. pp 67-117.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo, Annablume, 2005. (cap. IV e V)
SASSEN, Saskia. Ciudades en la economía global: enfoques teóricos y metodológicos. EURE
(Santiago), Mar 1998, vol.24, no.71, p.5-25
MARICATO, Ermínia. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis, Vozes,
2008.
MENDES, Luís. A regeneração urbana na política de cidades: inflexão entre o fordismo e o
pós-fordismo. Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban
Management), v. 5, n. 1, p. 33-45, jan./jun. 2013.

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MAIA, Rosemere e FORTUNA, Carlos. Cidade degenerada? Reflexões sobre sua natureza
degradada e a (im)propriedade da regeneração - Boletim Goiano de Geografia, 36(3), 482 –
501, 2016.

Unidade II – Do Estado Social ao Estado Penal - Políticas Públicas/Urbanas de


disciplina e controle:
GARLAND, David . As contradições da “sociedade punitiva”: o caso britânico. Revista de
Sociologia e Política nº 13: 59-80 nov. 1999.
WACQUANT, Löic. Bourdieu, Foucault e o Estado Penal na era neoliberal. Revista
Transgressões: ciências criminais em debate (vol. 3, nº. 1, 2015).
WACQUANT, Löic. O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos Estudos, 80,
março 2008.
BARROS, Lúcio Alves de. Os “penalizáveis”, a política, a mídia e a polícia diante do estado
democrático de direito. Revista Científica da FAMINAS – V. 3, N. 3, SET.-DEZ. de 2007
MARTINEZ, Vinício C e SANTOS, Fátima Ferreira P. dos . Estado Penal: a miséria à venda
do Estado de Direito. Perspectivas, São Paulo, v. 36, p. 209-235, jul./dez. 2009.

Unidade III- a construção social do (discurso) risco- formas de expressão e


enfrentamento no contexto citadino e impactos sobre os segmentos populares:
BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro, Zahar, 2009. 13-73.
GONÇALVES, Rafael Soares. Porto Maravilha, Renovação Urbana e o uso da Noção de
Risco: Uma Confluência Perversa no Morro da Providência. Revista Libertas, v. 13 n. 2
(2013).
KOWARICK, Lúcio. Viver em risco – sobre a vulnerabilidade socioeconômica e civil. São
Paulo, Ed. 34, 2009. pp 30-102.
KILDUFF, Fernanda . O controle da pobreza operado através do sistema penal. Rev.
Katálysis. Florianópolis, v. 13 n. 2 p. 240-249 jul./dez. 2010.
MAIA, Rosemere. Entre o formal e o vivido: abordagem territorial e as políticas públicas
Terr@Plural, Ponta Grossa, v.11, n.1, p. 78-92, jan/jun. 2017.
MITJAVILA, Myriam. O risco como recurso para a arbitragem social. Tempo Social;
Rev.Sociol. USP, S. Paulo, 14(2): 129-145, outubro de 2002.
VARGAS, Maria Auxiliadora Ramos. Construção social da moradia de risco, a experiência de
Juiz de Fora (MG). Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol. 8, núm. 1, mayo,
2006, pp. 59-78

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Avaliação:
 Frequência e participação nas aulas;
 Participação na elaboração de um blog coletivo, com postagens (em formato de
pequenas crônicas - uma lauda) sobre os conteúdos trabalhados na disciplina. Cada
aluno deverá escrever uma crônica referente a cada módulo trabalhado.
 Seminários.
 Escolha de um tema referente a um dos três módulos e apresentação, ao final, de um
pequeno ensaio, contendo de 5 a 8 páginas.

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