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Universidade Federal de São João Del Rei – NEAD

Curso Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

Proteção Contra Incêndio e Explosão (PCIE) – Tarefa III – Unidade IV: Botijão de
GLP

DIEGO DA SILVA MÉGDA

ALTEROSA – MG
Junho 2020

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1. Qual o principal componente de segurança de um botijão de GLP?

O principal componente de segurança do botijão de GLP é a válvula de segurança.


Conforme apresentado na Unidade IV da disciplina Proteção Contra Incêndio e Explosão
(PCIE), esta válvula é projetada para abrir se a pressão interna do botijão aumentar muito
acima da pressão de trabalho. Porém, conforme destacado pela Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, essa válvula, também chamada de plugue
fusível, é uma liga metálica de chumbo bismuto, que submetida à temperatura elevada,
derrete e se desprende para expulsar o GLP do recipiente e assim evitar a explosão1,2.
Contudo, deve-se destacar que qualquer defeito ou desgaste tanto na válvula quanto
no plug fusível poderá causar vazamento de GLP que, por suas especificidades, conforme
estudado na Unidade IV, pode se acumular em partes inferiores do ambiente
potencializando a possibilidade de acidentes. A Figura 1 apresenta a válvula e o plugue
fusível no flange de um botijão.
Figura 1: Plugue e válvula no flange de um botijão.

Plugue fusível
Válvula

Flange

Fonte: Adaptado de ANP, (2015).

2. Quais os riscos em se utilizar ou manter um botijão de GLP deitado?

Conectado à mangueira do botijão, tem-se o regulador de pressão, popularmente


conhecido como registro. Esta conexão entre o regulador de pressão e a mangueira é feita
através do bico do regulador (Figura 2). Este dispositivo fica conectado direto ao botijão
para reduzir a alta pressão do gás que vai, através da mangueira, para os equipamentos,
como o fogão, por exemplo, para um nível seguro e adequado. A Figura 2 apresenta o
regulador de pressão e suas partes3.

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Figura 2: Regulador de pressão de botijão.

Bico escama

Válvula de bloqueio

Corpo do regulador

Abas laterais
(borboletas)

Rosca para conexão com


a válvula do botijão

Fonte: Adaptado de MAGAZINE LUIZA, (2020)

Dentro do botijão, por sua vez, o GLP, devido a elevada pressão no interior do
botijão encontra-se parte no estado líquido e parte no estado gasoso, conforme mostra a
Figura 35.
Figura 3: GLP no interior do botijão.

Fonte: LIQUIGÁS, (2016)


O regulador de pressão (Figura 2), é produzido para controlar a pressão e a vazão
do GLP no estado gasoso e não no estado líquido. Portanto ao manter o botijão deitado o
regulador de pressão poderá apresentar defeitos, por não estar operando nas condições
para o qual foi projetado, seja pelo contato com o GLP no estado líquido ou condições
mecânicas de operação devido à alteração da sua posição ideal de operação, além de poder
danificar a mangueira e aumentar as chances de ocorrência de acidentes5.

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3. Para que serve a solda de união das duas calotas de um botijão, em se falando
de segurança?

Conforme estudado na Unidade 4 da disciplina Proteção Contra Incêndio e


Explosão (PCIE), a solda de união das duas calotas constitui-se um ponto, em torno da
circunferência das calotas, de menor resistência mecânica, podendo se romper em caso
explosão. Essa ruptura, por sua vez, constitui-se um fator de segurança, já que essa
ruptura deve ocorrer a uma pressão menor que aquela necessária para romper as paredes
do botijão caso não houvesse a solda naquele ponto. Portanto, com esta solda, há um
menor potencial de causar danos em caso de explosão1.

4. É fácil explodir um botijão de gás?

Nas condições normais de uso, o botijão de gás não explode. O botijão pode
explodir se permanecer em contato direto com altas temperaturas por períodos
prolongados. Deve-se destacar, no entanto, que os recipientes de GLP de 5 kg, 7kg, 8 kg
a 13 kg, quando a temperatura chega à faixa de 70ºC a 77ºC, o plugue fusível, mostrado
na Figura 1, abre-se para reduzir a pressão interna e evitar a explosão. Porém, se continuar
com a exposição ao forte calor, a pressão interna do recipiente continua crescente, e pode
ocasionar uma explosão. Porém, esse fato é bastante incomum, já que normalmente o gás
se esgota antes da possibilidade de explosão. No caso dos botijões de uso doméstico, eles
são projetados com pressão de ruptura de 8,43 MPa, e a Pressão Máxima de Trabalho
Admissível (PMTA) é de 1,73, ou seja, o botijão explode se for submetido a cerca de 5
vezes à sua pressão máxima de trabalho6.
Conforme mostrado na Unidade 4 da disciplina Proteção Contra Incêndio e
Explosão (PCIE), são poucos, e de certa forma atípicos, os casos em que realmente
ocorreu a explosão de botijão de gás1.

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Referências Bibliográficas

1) FIGUEIREDO, F. J. Unidade 4: Botijão de GLP, 12-22 de jun. de 2020. Engenharia


de Segurança do Trabalho, UFSJ/NEAD. 9 f. Notas de Aula. Conteúdo Online.

2) AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E


BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Relatório de Análise de Impacto Regulatório:
Requalificação de Recipientes Transportáveis de Aço para Gás Liquefeito de
Petróleo (GLP). Coordenadoria de Defesa da Concorrência. 2015. Disponível em:
<http://www.anp.gov.br/> Acesso em 21 de junho de 2020.

3) SINDIGAS. Reguladores e mangueiras para uso em botijões de gás. Disponível em:


<http://www.sindigas.org.br/> Acesso em 21 de junho de 2020.

4) MAGAZINE LUIZA. Eletrodomésticos. Regulador de Gás para Fogão. Regulador


de Gás 506/01 Aliança para Botijão até 13k – Alianca. Disponível em:
<https://www.magazineluiza.com.br/> Acesso em 21 de junho de 2020.

5) LIQUIGÁS. Manual de Segurança para Consumidores de GLP. Agosto, 2016.


Disponível em: <https://www.agenciapetrobras.com.br/> Acesso em 21 de junho
de 2020.

6) SINDIGÁS. Gás LP no Brasil: Energia para o desenvolvimento e o bem-estar


social. Sindigás, 1ª Ed., vol 6. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <
http://www.sindigas.org.br/> Acesso em 22 de abril de 2020.

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