Casa e Jardim - Edição 751 (Agosto 2017) PDF

LOUÇAS COM ESTAMPAS GRÁFICAS / BANHEIROS PARA RELAXAR / JEITOS DE RECEBER COM COMIDA DELIVERY
COLIVING
COMO DIVIDIR
O MESMO
TETO COM
MENOS APEGO
MATERIAL E
MAIS VÍNCULO
EMOCIONAL
AGORA COM
CONTEÚDO
EXCLUSIVO DE
V I V E R C O M AT I T U D E
CONHEÇ A PROJE TOS QUE QUEBR A M REGR A S E INSPIR A M ,
C O M O O A PA R TA M E N T O D E A R I N D U S T R I A L D E S TA FA M Í L I A ,
C O M M ÓV E I S G A R I M PA D O S E S O L U Ç Õ E S C R I AT I VA S
decor+ moda e design nas passarelas da artefacto Beach & Country
fashion o decor nacional festejado em sua escala mais humana:

a partir de 07 de agosto, venha conferir os ambientes
criados por arquitetos grifados em homenagem
aos personagens mais icônicos da moda brasileira
Alberto Lahos & Marco do Carmo + Dinho Batista

Andrea Teixeira & Fernanda Negrelli + Carol Bassi
Andrezza Alencar + Giovana Dias
Carolina Hirt + Marcella Sant’Anna
Cida Portes + Raphael Sahyoun
Detinha Nascimento & Roberto Riscala + Riccy Trussardi Souza Aranha
Elaine Kalil & Mauricio Ferre + Amir Slama
Gilberto Elkis + Juliana Guerreiro Buzolin e José Carlos Guerreiro
Ivã Guimarães + Renan Custódio
Karina Afonso + Camila Iódice
Paula Gambier + Lu Monteiro
Roberto Cimino & Nelson Amorim + Malu Cimino
Selma Tammaro & Ricardo Pessuto + Thaissa Becho
Silvia Bitelli + Kazuo Miyamoto
Suzana Schermann + Traudi Guida
Av. Brasil, 1.823, Jardim américa | são paulo, sp

aberta ao público 07 de agosto
artefacto.com.br
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ATÉ 31/08
SP Al. Gabriel Monteiro da Silva 820 . (11) 3089 6770 | D&D Shopping Piso Superior . (11) 5506 5248 | Shopping Lar
Center Piso B . (11) 2252 2903 | Outlet R. Joaquim Antunes 747 . (11) 3065 1800 | Campinas Av. Iguatemi 524 . (19) 3253 1206 (franquia)
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GANHE TEMPO!
Um giro pelos principais
destaques desta edição MOVIMENTO
COLIVING,
A GOL quer sempre que você aproveite
melhor o seu tempo. Por isso, traz DECORAÇÕES
uma versão rápida da sua revista
para você aproveitar o conteúdo INSPIRADORAS,
em poucos minutos
COBERTURAS CHEIAS DE
PLANTAS E MUITO MAIS
Na edição de agosto de Casa e Jardim,
selecionamos projetos em que não falta
DECORAÇÃO personalidade. Fique a par de tendências
PELO MUNDO como a de coliving, movimento de moradia
compartilhada , e veja como receber os
A cultura italiana da “boa vida”, uma
amigos com comida delivery das boas
paleta de cores outonal e muita arte
espalhada pelos cômodos deram
o tom vanguardista que marca
a decoração de uma ISTO É
REPÚBLICA casa em Bolonha, QUENTE
NÃO, COLIVING! na Itália LÁ FORA
A moradia compartilhada é um O design do estúdio australiano
hábito antigo. Hoje esse movimento Alterfact conecta passado e futuro.
ganha novas nuances e, mais do que divi- A dupla Lucile Sciallano e Ben Landau
dir as contas, representa ganhos inovou ao criar uma impressora 3D
significativos de qualidade de para “imprimir” peças de
vida. Inspire-se pelos cerâmica com uma FESTIVAL
novos modelos REDUTOS DE estética única INTERNACIONAL
de coliving RELAXAMENTO DE JARDINAGEM
Os banheiros ganharam mais área na Casa e Jardim foi a Berlim para visitar um
casa, passaram a abrigar plantas e exibem festival de jardinagem realizado a cada dez
combinações de revestimentos que os anos na Alemanha. O evento,
tornam ainda mais especiais. que acontece até outubro,
Veja projetos com o clima DELIVERY
espera receber cerca
CHARME de salas de banho PARA AS
de 2 milhões de
NO TOPO VISITAS
visitantes
Confira três projetos de Reunir os amigos em casa ficou mais

paisagismo em coberturas. Recheados simples! Ensinamos como aderir à onda do
de plantas e superaconchegantes, delivery assinado por bons chefs e ainda
eles são facilmente confundidos incrementar a decoração. Com essa
com quintais dobradinha, você certamente
conquistará elogios
PRODUZIDO POR
Sumário
NINHO
AGOSTO 2017 NO 751 ANO 64
16
40 INSPIRAÇÃO
Louças com estampas geométricas para arrasar
46 CURADORIA
As escolhas do estúdio Garimporio
48 COLIVING COM AFETO

88
Dividir a casa incrementa a qualidade de vida
58 ESTILO SAL A DE BANHO

Três banheiros para a hora do relaxamento
64 LIFE BY LUFE
Um loft cheio de charme na África do Sul
SUPERBACANA
16 ISTO É QUENTE
24 ISTO É QUENTE L Á FORA
28 QUANTO CUSTA
Coadores para fazer bonito à mesa
30 PALETA
ESTILO
32 FEITO À MÃO
40
Folhas que viram arte por Clarice Borian
36 TALENTO
O traço elegante da Alva Design
NOSSA CAPA › O arquiteto Lula Gouveia NOSSA PALETA DE

com sua mulher, a fotógrafa Maíra Acayaba
INVERNO
(autora da foto), e a filha Lina
68 COMPOSIÇÃO LIVRE
Ar industrial e ideias criativas dão o tom deste décor
80 SONHO REALIZADO
Uma história de amor pelo edifício Saint-Honoré
88 EXÓTICA NA MEDIDA
Casa na Itália tem muita arte e paleta de cores outonal
98 TOQUE MODERNISTA
Boa integração entre interior e exterior marcam este projeto
DELEITE
108 RECEBER COM CHARME

CASEIRICES
Ideias para a refeição improvisada virar um evento incrível
112 IDEIA ESPERTA

Transforme o décor e customize presentes usando carimbos
114 AO PONTO
Pâtissier Lucas Corazza ensina sobremesas rápidas e elaboradas
118 ARMAZÉM
122 COZINHA INVESTIGATIVA
124
124 VERDE NAS ALTURAS
Três coberturas com clima de quintal
130 FESTIVAL DE JARDINAGEM

Confira os destaques do IGA, em Berlim
132 JARDINS E AFINS

134 NO JARDIM DE ANANDA APPLE
136 ONDE ENCONTRAR
112 137 DIGITAL
138 SENTIDOS DO HABITAR
C A R TA D A R E D A Ç Ã O
Boas surpresas
Um dia desses soube que um jovem arquiteto chamado Ricardo, em
uma conversa com a editora Stéphanie Durante, definiu Casa e Jardim
como uma tarde de domingo. Achei maravilhosa essa conexão da revista
a um dia tranquilo, que inspira bons momentos. Em um episódio mais re-
cente, recebi um e-mail com as fotos de frutíferas em plena produção na
varanda da Clenice. Ela, que, por algum tempo, não tinha sequer uma es-
pécie no apartamento, resolveu arriscar após ler uma reportagem de CJ
sobre frutíferas em vasos e eis que seu pequeno “lote” ao ar livre ganhou
pés de jabuticaba, limão, acerola e até morangos, além da companhia de
sabiás famintos. Elogios como esses – e as críticas, claro! – nos empolgam
a pesquisar, buscar grandes histórias e jamais aceitar o mais ou menos.
Quer ver só? Nesta edição, começo com uma notícia de dar água na
boca. Casa e Jardim passa a publicar, todos os meses, as dicas criativas
para receber bem, o conteúdo gastronômico e as receitas infalíveis de
Casa e Comida. Você terá um caderno extra em CJ para ficar por dentro
de tudo o que acontece nesse universo.
Como adoramos abordar assuntos que te façam refletir sobre o morar,
desta vez o tema é coliving. Já ouviu falar? É um jeito colaborativo de viver
junto, com menos apego material e mais vínculo emocional, de quebra,
otimizando a verba. Conheça quatro modelos que deram certo.
A revista está repleta de decorações lindas: tem o apartamento do
arquiteto Lula Gouveia, sócio do SuperLimão Studio, com sua mulher,
a fotógrafa Maíra Acayaba, e a filha Lina, que reforça o espírito inovador
e sustentável de seu escritório de arquitetura, com soluções de bastan-
te personalidade. No mesmo clima de surpresa, te convido a conhecer
a casa de Valentina Muggia e Giuliano di Paolo, na Itália. O ar vanguardis-
ta e a mistura de moda e design certamente vão te conquistar.
Termino com mais novidade: a partir deste mês, selecionaremos
os móveis e acessórios que amamos do e-commerce da Hometeka para
te ajudar a decorar sua casa com o que há de mais bacana atualmente.
As sugestões já aparecem nesta edição da revista e também em nossas
NOVIDADE! redes sociais. É só prestar atenção no selinho, com o H da marca (veja ao
Foto Lufe Gomes/Editora Globo
Este selo indica que

lado). Boa leitura e ótimo mês. Beijo!
o produto Hometeka
foi selecionado
por Casa e Jardim.
Veja em nossas tescanhoela@edglobo.com.br
seções de compra. @thaislauton
CASAEJARDIM 10 AGOSTO 2017

DIRETOR GERAL Frederic Zoghaib Kachar
DIRETOR DE AUDIÊNCIA Luciano Touguinha de Castro
DIRETORA DE MERCADO ANUNCIANTE Virginia Any
DIRETOR EDITORIAL Fernando Luna
DIRETORA DE GRUPO CASA E JARDIM, CRESCER E GALILEU Daniela Tófoli

EDITORA-CHEFE Thaís Lauton
EDITORA-EXECUTIVA Claudia Pixu
EDITORAS Bruna Menegueço (digital), Maria Beatriz Gonçalves,
Olívia Fraga e Stéphanie Durante
EDITOR DE DESIGN MULTIPLATAFORMA Fabiano Spadari
REPÓRTER Julyana Oliveira
DESIGNERS Luiz Henrique Lula e Marianna Schmidt
PRODUTORA Bruna Pereira
ESTAGIÁRIA Dora Martinelli (texto)
COLABORADORES Ananda Apple, Clotilde Perez, Lufe Gomes, Patricia Oyama (colunistas).
Carol Scolforo, Marilena Dêgelo, Roberto Abolafio Junior (texto). Alexandre Disaro, Cacé Bratke,
Edu Castello, Elisa Correa, Iara Venanzi, Lufe Gomes, Maíra Acayaba, Marcelo Tabach (fotografia).
Alice Camargo (revisão). Andrea Vidal (tradução). Anália Moraes, Fabio Issao, Mary Cagnin (ilustração)
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
DIRETOR DE TECNOLOGIA: Rodrigo Gosling
ESTRATÉGIA DIGITAL
COORDENADOR: Santiago Carrilho
DESENVOLVEDORES: Fabio Marciano, Fernando Raatz, Fred Campos, Leandro Paixão, Murilo Amendola,
Thiago Previero e William Antunes
ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO DIGITAL

GERENTE: Silvia Balieiro
MERCADO ANUNCIANTE
SEGMENTOS — FINANCEIRO, IMOBILIÁRIO, TI, COMÉRCIO E VAREJO
DIRETOR DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Emiliano Morad Hansenn; GERENTE DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Ciro Horta Hashimoto;
EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Christian Lopes Hamburg, Cristiane de Barros Paggi Succi, Milton Luiz Abrantes, Roberto Loz Junior.
SEGMENTOS — MODA, BELEZA E HIGIENE PESSOAL

DIRETORA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Selma Souto; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Eliana Lima Fagundes, Giovanna Sellan Perez, Selma Teixeira da Costa
e Soraya Mazerino Sobral.
SEGMENTOS — CASA, CONSTRUÇÃO, ALIMENTOS E BEBIDAS, HIGIENE DOMÉSTICA E SAÚDE
DIRETORA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Luciana Menezes; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Fatima Ottaviani e Paula Santos
SEGMENTOS — MOBILIDADE, SERVIÇOS PÚBLICOS E SOCIAIS, AGRO E INDÚSTRIA

DIRETOR DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Renato Augusto Cassis Siniscalco; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Diego Fabiano, Cristiane Soares Nogueira,
Jessica de Carvalho Dias, João Carlos Meyer e Priscila Ferreira da Silva
SEGMENTOS — EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTE, TURISMO, MÍDIA, TELECOM E OUTROS
DIRETORA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Sandra Regina de Melo Pepe; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Ana Silvia Costa,
Dominique Petroni de Freitas e Lilian de Marche Noffs
ESCRITÓRIOS REGIONAIS
GERENTE MULTIPLATAFORMA: Larissa Ortiz;
EXECUTIVA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Babila Garcia Chagas Arantes
UNIDADE DE NEGÓCIOS — RIO DE JANEIRO
GERENTE DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA RJ: Rogerio Pereira Ponce de Leon; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Daniela Nunes Lopes Chahim,
Juliane Ribeiro Silva, Maria Cristina Machado e Pedro Paulo Rios Vieira dos Santos
UNIDADE DE NEGÓCIOS — BRASÍLIA

GERENTE MULTIPLATAFORMA: Barbara Costa Freitas Silva;
EXECUTIVA MULTIPLATAFORMA: Camila Amaral da Silva e Jorge Bicalho Felix Junior
GERENTE DE EVENTOS: Daniela Valente

OPEC OFF LINE: Carlos Roberto de Sá, Douglas Costa e Bruno Granja
OPEC ONLINE: Danilo Panzarini, Higor Daniel Chabes, Rodrigo Pecoschi
EGCN
CONSULTORA DE MARCAS: Olivia Cipolla Bolonha
G.LAB
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL E DIGITAL: Tiago
Joaquim Afonso
Caio Henrique Caprioli, Guilherme Iegawa Sugio, Vera Ligia Rangel Cavalieri, Lucas Fernandes, Luiz Claudio dos Santos Faria e Rodrigo Girodo Andrade
AUDIÊNCIA
DIRETOR DE MARKETING CONSUMIDOR: Cristiano Augusto Soares Santos;
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO COMERCIAL: Ednei Zampese;
COORDENADORES DE MARKETING: Eduardo Roccato Almeida e Patricia Aparecida Fachetti
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ATENDIMENTO VENDAS CORPORATIVAS PARA ANUNCIAR NA INTERNET LICENCIAMENTO EDIÇÕES ANTERIORES
4003-9393 E PARCERIAS SP: 11 3736-7128 | 3767-7447 www.assineglobo.com.br/sac DE CONTEÚDO O pedido será atendido através do
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RJ: 21 3380-5930 | 3380-5923 4003-9393 de estoque. Faça seu pedido na
BSB: 61 3316-9584 www.sacglobo.com.br banca mais próxima.
Para se corresponder com a Redação: Endereçar cartas à Casa e Jardim Caixa Postal 66011, CEP 05315-999 – São Paulo, SP. Fax: 11 3767-7936 – e-mail: casaejardim@edglobo.com.br.
As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, endereço e telefone do remetente. CASA E JARDIM reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.
CASA E JARDIM é uma publicação mensal da EDITORA GLOBO S.A. – Av. 9 de Julho, 5.229, São Paulo, SP, CEP 01407-907
Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Dinap – Distribuidora Nacional de Publicações.
Impressão: Plural Indústria Gráfica Ltda. Av. Marcos Penteado de Ulhoa Rodrigues, 700 - Tamboré - Santana de Parnaíba, São Paulo, SP - CEP 06543-001.
O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de
confiança razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2012, da Editora Globo S.A., é preciso, confiável e livre de erro
ou distorção e é uma representação equitativa dos dados e informações de GEE sobre o período de referência, para o escopo definido; foi
elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol.
FOTO: LEANDRO FARCHI
MESA DE CENTRO XANGAI

SOFÁ AUSTIN
SOFÁ ROPE
PAULA PASSOS E
VASO ANDINO
DANIELLE DANTAS
APARADOR STRONGER
www.greenhousemoveis.com.br
SP • L’oeil 11 3896 3211 (Jardins) - 11 3897 8787 (Pinheiros) - São Paulo | Galeria das Lonas 11 5549 8311 - São Paulo | Espaço Zen e Lazer 16 3916 1016 - Ribeirão Preto | Informal
Móveis Externos 13 3327 1317 13 3327 1327 - Santos • RJ • Garden Place 21 2439 8654 (Barra da Tijuca) - 21 2509 0895 (Centro) - Rio de Janeiro | Carrapeta 24 2222 2662 Itaipava
- 22 2542 2499 Nova Friburgo - Rio de Janeiro • MT • Decorliz Espaço 65 3925 6644 - Cuiabá | Decorliz Garden 65 3358 3385 - Cuiabá | Hidroline Piscinas 66 3531 4821 - Sinop
PR • Green House Store 41 3023 8080 - Curitiba | Artesanalmais 41 3335 8080 - Curitiba • RS • Hidrotec Piscinas 51 3242 3344
(Porto Alegre) - 55 3219 2020 (Santa Maria) • MA • Mazzulo Moveis 98 3268 2608 - São Luís • PE • Villa Naro 81 3974-6400 - Recife
Presente também nos países: Argentina • Chile • Colômbia • Estados Unidos • Equador • Paraguai • Peru • Uruguai
Superbacana
MÓVEIS, OBJETOS E PESSOAS QUE TORNAM SUA VIDA MELHOR
32
FEITO À MÃO
Com bordado
e mensagens,
Clarice Borian
dá um novo
significado às
folhas secas
SUPERBACANA
IS TO É QUENTE
DESIGN › ARTE › EXPOSIÇÕES › LIVROS › LANÇAMENTOS › ARQUITETURA
por Olívia Fraga com Dora Martinelli
Mesa lateral
Rei, de carvalho, 56 x
40 cm, estreia do estilista
Reinaldo Lourenço no
universo do design de
mobiliário. Exclusividade
da Breton, R$ 5.395.
breton.com.br
Pendentes Phenomena
Mint Green e Smoke
Grey, de cristal e inox polido,
1 x 0,40 m e 68 x 55 cm,
da Bomma. A partir de
setembro na Dimlux,
R$ 21.492.dimlux.com.br
Papel de parede Marble

Swirl, de linho, desenho de
Kate Spade para a Kravet.
Celina Dias, R$ 680 o m²
com 1,37 m de largura.
celinadias.com.br
Mesa TT11, de freijó

maciço e tampo com
lâmina de freijó, 2,60 x
1,10 x 0,75 m, design de
Thomas Mach e Thiago
Fotos Divulgação
Antonelli. Jabuticasa,
R$ 9.842. jabuticasa.com

wide line
collection
Wall System Design by Ricardo Bello Dias + Studio Ornare • www.ornare.com.br

A coleção Wide Line é composta de painéis, armários, closets, salas de banho e
cozinhas, que revestem a casa como um ambiente único. Seus elementos geram
espaços interligados e harmônicos.
Experiência Ornare
Projeto de David Bastos para CASACOR SP 2017.
Foto de Marco Tiê.
SUPERBACANA › ISTO É QUENTE
SIMPLES
ENCAIXE
Poltrona Ana, de sucupira e poliéster, PARE DE DE ILUS ÕES
com detalhes no braço e contraste O papel de parede Eco Front, do grupo sueco Front,
de formas e cores, 90 x 80 x 65 cm, cria um trompe l’oeil geométrico surpreendente. As sombras
design de Paulo Alves. DonaFlor no fundo branco dão movimento e profundidade. Na Bepaper,
Mobília, a partir de R$ 3.800
R$ 750 o rolo de 10 x 0,17 m. @bepaper.papeldeparede
CHARME
INDUSTRIAL
A Golden Art amplia o portfólio
com 14 produtos assinados ES PA R R A M A D O
por um coletivo de profissionais. Solidez é a palavra que define o elegante banco Elisa, de lyptus,
O gracioso abajur Pivô rodapé laminado de louro preto e couro natural em pesponto,
tem cúpula giratória, 1,70 x 0,38 x 0,70 m, desenhado por Danilo Lopes e Paula Gontijo.
Neobox, R$ 15.247. neoboxmoveis.com.br
dois tipos de
iluminação e
regulagem de altura.
Criação de Tadeu CAMINHO
Omae e Caio Neumann. CONCRETO
É possível escolher Inspirado no trabalho
as cores da haste de Geraldo de Barros
e cúpulas. De latão (1923-1998), o arquiteto
fosco, 40 x 10 cm, e designer Mauricio
a partir de R$ 550. Arruda assina uma
@_goldenart coleção de ladrilhos
hidráulicos para a
Ladrilar, em 40 cores
disponíveis. Geraldo 1,
com 15 x 17,50 cm, tem
preço entre R$ 11 e R$ 15
a peça. ladrilar.com.br

APRESENTA
Vista a janela
da sua sala
Saiba como valorizar o ambiente mais
frequentado da casa, garantindo também
privacidade e aconchego aos moradores
O exclusivo sistema Silhouette®. Feita com lâminas de tecidos suspensas

Invisi-lift, da entre véus, esta cortina apresenta transparência eficiente,
Pirouette®, criando um ambiente elegante e sofisticado.
apresenta
módulos de OUTROS PONTOS
tecido que se Além de formar uma barreira visual entre o interno e
movimentam o externo, as cortinas são responsáveis pela proteção
e parecem flutuar térmica e acústica do ambiente. Para acertar na escolha
no ambiente. do modelo que vai decorar a sua sala de estar, leve em
conta também às seguintes características:
V
ocê já sabe que a COR
cortina é aquele item É muito importante que o tom da cortina converse com
que tem o poder de os móveis e demais acessórios que compõem a sala. As
repaginar qualquer ambiente de um imóvel. Entretanto, cores neutras e claras são opções curingas, que deixam o
cada espaço apresenta uma particularidade que deve ser ambiente mais clean e elegante. Quer investir em cores
levada em conta na hora de escolher o modelo certo. Se mais fortes? Então recomenda-se pintar as paredes com
no quarto, por exemplo, o tipo blackout é praticamente um tom mais suave.
indispensável, a sala de estar pede um modelo leve e
suave, por se tratar de uma área de recepção. TAMANHO
Com design único, a cortina Pirouette®, da Hunter A dica é apostar em uma cortina que ajuda a ampliar
Douglas, possui módulos de tecidos que se movimentam o tamanho da sala. Para isso, vale apostar em modelos
e parecem flutuar no ambiente, oferecendo claridade e como a Pirouette® e a Silhouette®, da Hunter Douglas,
transparência na medida certa. Para total privacidade, que impedem o escape de luz no ambiente.
os módulos podem ser fechados. Quando levemente
recolhidos, a entrada de luz é controlada, assim como a Estes e outros produtos HunterDouglas® estão disponíveis
visibilidade para o exterior. em São Paulo, na loja Arthur Decor – Al. Gabriel Monteiro
Outro modelo da Hunter Douglas que se destaca por da Silva, 1040, telefone (11) 3087-5834. Para mais informações,
sua suavidade e controle eficiente de luminosidade é o acesse: www.arthurdecor.com
WWW.HUNTERDOUGLAS.COM.BR PRODUZIDO POR

FIOS DE FESTA
Para comemorar seus 40 anos,
a Santa Mônica convidou Casa
e Jardim e seis personalidades
para coassinar uma edição
especial de seus padrões
ícones. A peça ao lado, criada
por CJ, tem 4,10 x 2 m, e
TRAMA DE LUZ mescla os modelos Peck, de
Azul-marinho, azul-turquesa, laranja 2005, e Gavotte, de 2008.
e branco, em trançado geométrico, Ela será destaque na vitrine da
fragmentam a luz na luminária loja do Shopping D&D e na da
Maru 35, de MDF, laca automotiva Al. Gabriel Monteiro da Silva,
e linha de algodão, 35 x 35 x 35 cm de 9 a 13 de agosto, durante o
e design de Miki Inoue e Lea Yuko. Design Weekend. À venda por
Design Kiiro, R$ 890. @designkiro R$ 1.950 o m². smonica.com.br
I N VA S ÃO I N OVA D O R A
De 7 a 11 de agosto, durante a Design Weekend, a loja Tidelli Tutto a
Bordo recebe o projeto Innovasion SP, série de encontros sobre arte e
design, organizado pelos escritórios B2B, RAE,MP e Renata Sherman.
A fachada do evento terá instalação de cordas idealizada pelo Atelier
Marko Brajovic. Na programação, está prevista uma mesa-redonda
sobre o futuro do design brasileiro, que terá mediação de
Thaís Lauton, editora-chefe de Casa e Jardim. Mais em @innovasionsp
SOBRIEDADE
URUGUAIA
A poltrona Montevidéu, de
eucalipto envernizado, estofada
de cores fechadas, 78 x 65 x
67,50 cm, evoca o art déco.
Os braços são cobertos por
manta acolchoada removível.
Do estúdio uruguaio Menini
Nicola para a Oppa, R$ 1.300

GEOMETRIA
BASE O R I E N TA L
SÓLIDA Aconchegante e neutro,
A mesa lateral Cinamo o tapete Surat integra
tem formato compacto e a nova série da Kian
original. Com base e tampo Tapetes, resultado de
de freijó natural e haste um longo garimpo por
de aço-carbono, 28 x 67 x Índia, Nepal e Irã. Feito
28 cm, leva a assinatura de de algodão e lã natural,
Fabricio Roncca. Clami, trançado em tear
R$ 2.012. clami.com.br manual, por R$ 1.500
o m². kiantapetes.com.br
DOBRA E SUPERFÍCIE
O tsuru, ave símbolo do Japão, é uma dobradura ancestral
que ganha forma e estrutura na base de mesa de mesmo nome,
de aço e laca, 1,96 x 0,68 x 0,73 m, e design do arquiteto Jayme
Bernardo. Marché Art de Vie, R$ 14.135. marcheartdevie.com.br
M U LT I P L I C A N D O F O R Ç A S
Somar experiências e propor novas for- de acompanhar mais de perto o desen-
mas de pensar o produto. Essa é a pro- volvimento dos produtos. Com a criação
posta da Plataforma4 (plataforma4.com. do coletivo, nós conseguimos esses obje-
br), coletivo de design criado há um ano tivos e as marcas adoraram a iniciativa.
e meio pelas arquitetas Amélia Tarozzo, Como é desenhar a oito mãos?
Camila Fix, Flavia Pagotti Silva e Rejane Rejane | Achei que seria confuso, porque
Poltrona Fran, criada pela Plataforma4 Carvalho Leite. Nesta 2ª edição da High cada uma já tinha sua forma de trabalhar.
para a Germania e mesa de centro
As medidas seguem o padrão L x A x P (largura x altura x profundidade)
Ciranda, para a Pavani Mobília Design (highdesignexpo.com), que acon- Mas a troca tem sido muito rica. Conse-
tece entre os dias 8 e 10, elas apresenta- guimos canalizar as experiências e o re-
rão 30 peças inéditas em um estande em pertório de cada uma em nossas criações.
conjunto com quatro empresas parceiras. Amélia | É um exercício de humildade,
Como surgiu o coletivo? porque todo mundo dá pitaco em tudo.
Preços pesquisados em julho e sujeitos a variação
Camila | Começamos a conversar duran- Mas foi uma grata surpresa ver que so-
te um evento e percebemos que quería- mos bem complementares.
mos ter mais autonomia e a possibilidade Flavia | Cada uma entendeu seu papel
dentro da história e notamos que, ao nos
juntarmos, ganhamos força. O volume de
trabalho é enorme, então é uma questão
de somar e multiplicar, não de dividir.
por Stéphanie Durante

S U P E R B A C A N A › I S T O É Q U E N T E LÁ FO RA › por Maria Beatriz Gonçalves
Bules de chá
Menagerie,
de porcelana,
18 x 28 x 13 cm
e 18 x 13 x 12 cm Vasos Elaboration, de
porcelana, 9 x 14 x 18 cm
Vasos The Strip,

de porcelana,
6 x 7 x 6 cm o
menor e 8 x 14 x
10 cm o maior
Vaso One of a Kind, de

porcelana, 9 x 14 x 8 cm
Dom para inovar

OS OBJETOS CRIADOS POR LUCILE SCIALLANO E BEN LANDAU, DA ALTERFACT,
CONECTAM O PASSADO E O PRESENTE, O ARTESANAL E O FEITO À MÁQUINA
Assistir aos vídeos que mostram o proces- parada à mão, com o acréscimo de pig-
so criativo das peças da Alterfact é uma es- mentos e aditivos para obter a consistên-
pécie de meditação. Um a um, compridos cia correta. Acompanhamos de perto os
filamentos de argila vão girando e se empi- momentos da impressão, já que pode ha-
lhando em arcos milimetricamente plane- ver problemas, especialmente com peças
jados para caírem no lugar exato que dará grandes. Mas existem algumas imperfei-
forma a cada peça. O processo é hipnoti- ções que a impressora cria e nós gostamos.
zante não só pela textura, mas pela sequên- A forma é mais importante do que a cor?
cia ritmada da máquina: uma impresso- Gostamos da evidência do processo de
ra 3D para cerâmica criada por Lucile produção no objeto final, definido pelas ca-
Sciallano e Ben Landau, a dupla à frente madas de argila. A cor na cerâmica requer
da marca. Do método à forma, eles repen- muito conhecimento e teste. Optamos por
sam questões atuais e futuras relacionadas pigmentar a argila em si para não reduzir o
ao design. Experimentar está no DNA da efeito das camadas. Mas adoramos experi-
Alterfact. A seguir, a entrevista que conce- mentar com a cor!
deram a Casa e Jardim. Qual o papel do designer atualmente?
O trabalho manual pressupõe o erro, o im- Designers são produtores de cultura, não
Fotos Divulgação
perfeito. A impressora 3D elimina esse as- apenas de objetos. Ele precisa entender
pecto da criação? pessoas, resolver problemas, ser crítico
Muita coisa ainda é manual. A argila é pre- sobre a nossa forma de viver. CJ

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,PDJHQV PHUDPHQWH LOXVWUDWLYDV &RQWUROH UHPRWR ÖQLFR YHULƫTXH D FRPSDWLELOLGDGH GRV GLVSRVLWLYRV FRQHFWDGRV 2 %XUQLQ RFRUUH TXDQGR LPDJHQV HVW½WLFDV V¿R UHSURGX]LGDV HP XPD 79 HP PÅGLD
SRU KRUDV H HYHQWXDOPHQWH D 79 DEVRUYH HVVH FRQWHÖGR JHUDQGR PDQFKDV GHƫQLWLYDV QD WHOD 2V H[HPSORV V¿R ORJRV GH HPLVVRUDV OHJHQGDV RX PHQXV GH ƫOPHV 2 GHIHLWR WÅFQLFR %XUQLQ Q¿R WHP
UHODÃ¿R FRP RXWURV GHIHLWRV FRPR SL[HO RX WHOD TXHLPDGRV IDL[DV HVFXUDV YHUWLFDLV RX KRUL]RQWDLV GHULYDGDV GD TXHLPD GR /(' GHIHLWRV RFDVLRQDGRV SRU OÉTXLGRV UDLRV IRJR RX FXUWRFLUFXLWR HQWUH RXWURV
$ JDUDQWLD DEUDQJH RV SURGXWRV XWLOL]DGRV HP DPELHQWHV GRPÅVWLFRV QRUPDLV DSHQDV SDUD GHIHLWRV %XUQLQ Q¿R LQWHQFLRQDLV $ JDUDQWLD GH DQRV FRQWUD %XUQLQ Å HOHJÉYHO SDUD RV FRQVXPLGRUHV TXH WHQKDP
DGTXLULGR XP GRV SURGXWRV GD 79 6DPVXQJ 4/(' RƫFLDOPHQWH QR %UDVLO 2V SURGXWRV DQXQFLDGRV SRGHP VHU GHVFRQWLQXDGRV VHP DYLVR SUÅYLR 0DLV LQIRUPDÃÑHV HP ZZZVDPVXQJFRPEUTOHGWY
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S U P E R B A C A N A › Q U A N T O C U S TA
C O A D O R E S
O prazer de tomar um café fresquinho dispensa
apresentações. Selecionamos modelos de materiais diversos
para você fazer bonito e, quem sabe, passar o café à mesa
Produção B R U N A P E R E I R A Foto I A R A V E N A N Z I
Preços pesquisados em julho e sujeitos a variação Contatos na página 136

3
4
5
1 › De aço esmaltado e latão, 15 x

23 cm, de Tadeu Omae. Projeto
Feito, R$ 125 2 › De cerâmica,
12 x 13 cm. Il Casalingo em parceria
com Olive Cerâmica, R$ 60
3 › De acrílico, 14 x 10 cm.
Japonique, R$ 60 4 › De cerâmica,
14 x 7,50 cm. Japan Store,
R$ 250 5 › De vidro e oliveira,
12,50 x 8 cm. Delgrani, R$ 298
6 › De acrílico, 14 x 11 cm. Grão
Gourmet, R$ 144 7 › De itaúba,
12 x 10 cm. Wood Skull em parceria
com Moka Clube Cafés Especiais,
R$ 155 8 › De cerâmica, 14 x
6 10 cm. Japonique, R$ 160
8
7

S U P E R B A C A N A › PA L E TA › por Bruna Pereira
Nobres
6
sutilezas
7
Fotos Divulgação As medidas seguem o padrão L x A x P (largura x altura x profundidade)

1 › Lustre Sputinik, de metal e cristal,
97 x 94 cm. 6F para Divino Espaço,
R$ 7.141 2 › Tapete Kilim Fields, de lã e
9
algodão. By Kamy, R$ 600 o m² 3 › Prato Preços pesquisados em julho e sujeitos a variação Contatos na página 136
raso Pliê, de cerâmica, 26 cm de diâmetro.

8
Così Home, R$ 98 4 › Vaso Refugo, de
cimento e latão, 8 x 13 x 8 cm, de Tina
Niessner e Débora Saraiva. Projeto Feito,
R$ 72 5 › Mesa Orbit, de latão, concreto,
pínus queimado e vidro, 1,58 x 0,45 m.
Atelier Aveus, R$ 14 mil 6 › Poltrona A317,
de aço-carbono, cinamomo e veludo, 76 x
85 x 82 cm, de Ále Alvarenga. Hometeka,
R$ 2.250 7 › Candelabro Judd, de aço-
carbono e latão, 35 x 12 x 15 cm, de Jader
Almeida para Sollos. Icon, R$ 1.053
8 › Cesto Juliana, de ferro, 52 x
49 cm. Ethnix, R$ 387 9 › Almofada
Gentiane Africana Argile, de linho, 40 x
PALETA
40 cm, de Christian Lacroix para

Designers Guild. Empório Beraldin,
R$ 926 10 › Luminária de mesa Tombo, de
vidro, alumínio e LED, 15 x 15 x 15 cm, de
10 Guilherme Wentz. Decameron, R$ 1.512
Produto encontrado em hometeka.com.br/casaejardim

SUPERBACANA › FEITO À MÃO
O ORÁCULO
DAS ÁRVORES
Folhas secas que seriam descartadas ganham um novo
significado graças ao trabalho da artesã Clarice Borian.
Com mensagens bordadas, elas se transformam em arte
Texto S T É P H A N I E D U R A N T E com D O R A M A R T I N E L L I Fotos L U F E G O M E S
Depois de 16 anos trabalhando com confec- tensão, seu trabalho começou a ficar conhecido.
ção de roupas, a artesã paulista Clarice Borian Como gosta de brincar com as texturas,
vendeu sua empresa e, literalmente, foi em bus- Clarice utiliza diferentes linhas de costura e até
ca de novos ares. Saiu do apartamento no bairro lã. O preparo das folhas consiste em lavá-las com
de Higienópolis e mudou-se para a edícula da água, sabão e delicadeza, para que não se que-
casa de uma amiga no Pacaembu. Precisava re- brem. A artesã acredita que as palavras borda-
tomar o contato com a natureza. Aconchegante, das carregam mensagens que são sopradas pelo
iluminado e silencioso, o lar trouxe um novo olhar vento: “É o oráculo das árvores. A folha escolhe
e uma boa dose de inspiração. a palavra e a palavra escolhe a cor”, explica.
Ao observar árvores morrendo durante a cri- Além do trabalho artesanal, ela realiza oficinas
se hídrica de 2014, Clarice resolveu bordar nas para ensinar a técnica de bordado. Também tra-
folhas caídas a palavra gratidão e pendurá-las de balha como consultora para “ajudar a criar pro-
volta nos galhos com a ajuda de arame. Ela fez dutos com alma”. Ela explica que é importante
o mesmo durante uma exposição de artistas têx- desenvolver uma identidade autoral. “O mundo
Contato na página 136
teis em Belo Horizonte, mas, dessa vez, dava as ficou duro e árido. Precisamos fazer coisas com
folhas bordadas de presente para as pessoas que vida”, diz. Parece já estar claro, mas ela gosta de
passavam pelo evento. Foi então que, sem pre- enfatizar que poesia é sua palavra mestra. CJ

TRABALHO MANUAL Bordadas com palavras, frases ou
desenhos, as folhas de Clarice custam a partir de R$ 50
DETALHES Da esq. para a dir.: folha sendo bordada com

a palavra simples. Em seu ateliê, Clarice segura um buquê de
folhagens com figuras de flores coloridas, feitas de linha e lã. Com
pedaços de arame, ela pendura as folhas decoradas em uma árvore

SUPERBACANA › NOVIDADE!
ESTAR URBANO
O porta-bike Velô,
da Guará Mobília,
traz o clima de
metrópole ao
apartamento
localizado no
Edifício Azul.
No sofá, almofada
Listra Preta, da
Señorita Galante.
Tapete Mesclado
Conza, da Urda.
Mesa Toia, da
Oslo Design.
Banco Cross, da
Mube Design
SELEÇÃO CERTEIRA
A partir deste mês, nas páginas da revista e no site, você
vai conhecer as peças que amamos selecionadas do extenso
catálogo da Hometeka. Uma parceria pensada para poupar
o seu tempo na hora de decidir a decoração da sua casa
Texto J U LYA N A O L I V E I R A Produção B R U N A P E R E I R A Fotos E D U C A S T E L L O
TODOS
OS PRODUTOS
VOCÊ ENCONTRA EM
HOMETEKA.COM.BR/
CASAEJARDIM

LAVABO Foi revestido com azulejos
São Paulo, da Mica Estúdio. Espelho
ABC assinado pela Pedro Braga Design.
Luminária Medusa, do estúdio 80e8
ESCRITÓRIO Escrivaninha Dona,

da Oslo Design. Vaso Brunello, da ReWine.
Luminária Esferinhas, da Tomada
LIVING Sofá A417, do designer Ále

Alvarenga. Mesas laterais Galapas, da Oslo
Design. Tapete Listras Mais Triângulos, da
Urda. Poltrona Gelli, da designer Regina Misk
QUARTO Cama de casal da Bruta.

Manta de tricô da Studio Lage. À esq., mesas
laterais do Estúdio Metta. Hangers de Julie
Fox, com vasos da Advogada que Virou Vaso
O
s itens que Casa e
Jardim ama ago-
ra estão a um cli-
que da sua casa.
A partir deste
mês, estará dis-
ponível em nosso site e em algumas
páginas da revista uma seleção de pro-
dutos da Hometeka escolhida criterio-
samente pela nossa equipe para deixar
a sua casa ainda mais linda.
São mais de 2.900 peças de dife-
rentes marcas. Além disso, o incentivo
ao design brasileiro, tópico que Casa
e Jardim faz questão de abordar em
cada edição, também está presente no
DNA da marca parceira em seu projeto
Hometeka Autoral, que reúne 57 artis-
tas de todas as regiões do Brasil com
produtos assinados para a casa toda.
Prova disso é o showroom do pro-
jeto, um apartamento de 158 m², na
Vila Madalena, em São Paulo, deco-
rado pelo escritório Pro.a Arquitetos
inteiramente com peças do catálogo
autoral. Para conhecer o espaço, basta
agendar sua visita no site: hometeka.
com.br/apartamentoautoral.
S U P E R B A C A N A › TA L E N T O › por Maria Beatriz Gonçalves
Sintonia nata
PEÇAS DE SUSANA BASTOS Aparador Alva, de MDF com folha de
carvalho, camurça e latão, 2,40 x 0,80 x
0,38 m . Na Etel Interiores, R$ 14.990
E MARCELO ALVARENGA, DA
ALVA DESIGN, COMBINAM O
DESIGN COM O GOSTO PELA
ARTE E PELA ARQUITETURA
O design de móveis e objetos não era, a prin-
cípio, um projeto profissional dos irmãos Susana
Bastos e Marcelo Alvarenga. Ela se formou em
Artes Plásticas e trabalhou na indústria da moda.
Ele investiu na formação de arquiteto tocando
projetos importantes. Mas ainda que as vivências Potes Bola Sabão, de pedra-sabão e
cobre, de 6 x 4 x 6 cm a 12 x 9 x 12 cm.
tenham sido, até certo ponto, particulares, o gos-
Na Dpot Objeto, a partir de R$ 198
to pela concepção criativa os uniu desde cedo:
“Sempre trocamos informações profissionais.
A Susana fez painéis artísticos e instalações em
trabalhos de minha autoria, assim como me en-
volveu em projetos de arquitetura para marcas
onde atuou como estilista”, explica Marcelo.
Fundaram a Alva Design em 2012. E é natural
que, além da funcionalidade, a expressividade seja
o grande diferencial de suas criações. Parte disso
talvez se explique pela vivência criativa que mar-
cou a dupla desde a infância, entre a casa dos pais,
em Lavras, e a dos avós, em Perdões, Minas Gerais.
Banco Gui, de jequitibá,

“Nossa casa era mutante, por influência e energia aço cromado e couro,
42 x 42 x 42 cm. Na Dpot,
de nossa mãe, que pintava, bordava, cortava, re- a partir de R$ 3.780
formava; as casas de nossos avós eram pura con-
vivência e aprendizado, misturando gente de todas
as idades e conhecimentos, dos mais simples aos
mais sofisticados”, finaliza Susana.
Dos croquis livres ao resultado final, preva-
lecem a exploração de materiais diversos assim
Fotos Divulgação
como a combinação precisa de cores e nuances Fruteira Trama, de crochê

de palha de seda com fio de
improváveis. As peças da Alva são a prova concre-
inox e metal, 7 x 15 x 22 cm.
ta e material de um encontro que deu certo. CJ Na Dpot Objeto, R$ 1.173

biancogres.com biancogres
Estilo
APOSTAS E SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA VOCÊ AMAR AINDA MAIS SUA CASA
48
COLIVING
Quatro
histórias de
quem decidiu
dividir o
mesmo teto
ESTILO › INSPIRAÇÃO
MES A (COM )P OS TA
O jogo de jantar pode ficar mais interessante se misturado a peças únicas,
com contrastes de estampas e certa ousadia. Sugerimos composições
que enchem os olhos antes mesmo que você ocupe o prato
Edição S T É P H A N I E D U R A N T E Produção C L AU D I A P I X U Fotos I A R A V E N A N Z I

8
1 › Tecido Queluz Blush, de

linho. Entreposto, R$ 328
o metro com 1,40 m de
largura 2 e 3 › Pratos raso
e de sobremesa Coup
Manifesto Natural, de
10
porcelana, 28 cm e 21 cm
de diâmetro, da arquiteta
Beatriz Coppola. Oxford
Porcelanas, R$ 1.884 o jogo
com 42 peças 4 › Prato raso
Assiette, de cerâmica, 52 cm,
do estúdio Ceci não É.
Tok & Stok, R$ 27 5 › Prato
de sobremesa Moon Candy,
de porcelana, 21,50 cm.
Oxford Porcelanas, R$ 140
11 o jogo com seis unidades
6 › Prato de sobremesa
Assiette, de cerâmica,
18 cm, do estúdio Ceci Não
É. Tok & Stok, R$ 18 7 › Prato
de sobremesa Nordic, de
porcelana, 19 cm. Così Home,
R$ 93 8 › Tecido Cosi Zigzag,
de linho. JRJ, R$ 220 o
metro com 1,40 m de largura
9 › Prato raso Rosa, Amarelo
e Verde, de porcelana,
26 cm. Eduardo Sancinetti,
12
R$ 160 10 › Prato de
sobremesa, xícara e pires
de chá e de café Geo, de
porcelana. Camicado,
R$ 30, R$ 40 e R$ 30,
respectivamente
11 › Bandeja Rosa, de azulejos
com pigmento de ouro e
base de alumínio banhado
de latão, 49 x 41,50 x 3 cm,
da designer Flavia Del Pra.
Amoreira, R$ 1.238 12 › Prato
13 raso Smartech Triangle, de
porcelana, 26 cm. Westwing,
R$ 33 13 › Guardanapo
Chevron, de algodão,
42 x 42 cm. Põe na Mesa
Decor, R$ 15
1 2
1 › Tecido Tricot Listra Marine,

de algodão. Maison Tecidos,
R$ 242 o metro com
1,40 m de largura 2 › Bandeja
Ajuricaba, de osso, 30 cm.
Liv Interior, R$ 795
3 › Bowl Aquila, de porcelana
estampada, 16 cm. Villa Pano, 7
R$ 56 4 › Luminárias Geo,
de vidro, 13 cm e 8 cm.
Le Lis Blanc Casa, R$ 80 e
R$ 36, respectivamente
5 › Tecido de algodão. Studio
Bergamin, R$ 150 o metro
6
com 1,60 m de largura
6 › Xícara de café Búzios, de 5
cerâmica, 80 ml, da Maison
Blanche. Cecilia Dale,
R$ 289 o jogo com seis
unidades 7 › Porta-petit-four
Búzios, de cerâmica, 20 x
8 cm, da Maison Blanche.
Cecilia Dale, R$ 129.
8 › Prato raso Geometric, de
faiança feldspática,
27 cm. Porto Brasil, R$ 36
9 › Leiteira de porcelana
10
com friso de ouro, 11,50 cm,
da Vista Alegre. Amoreira,
R$ 310 10 e 14 › Travessa
oval e sopeira Harvard, de 8
porcelana, da Vista Alegre. 11
RS Casa, R$ 10.107 o jogo
de jantar com 42 peças
11 › Colher para sorvete
Stripe, de metal e porcelana,
25 cm. Le Lis Blanc Casa,
R$ 160 12 › Prato raso Coup
Lusitana, de porcelana,
28 cm. Oxford Porcelanas,
R$ 389 o jogo com seis
unidades 13 › Copo Fuji,
de porcelana, 6 x 11 cm.
Casaquetem, R$ 28
15 › Vaso Espiral, de cerâmica,
29 cm. Studio Bergamin,
R$ 416 16 › Jogo americano
Onda, de algodão, 36 x
46 cm. Vila Brasil, R$ 25
9
17 › Garrafa Bolinha Azul,
de cerâmica, 20 cm.
Studio Bergamin, R$ 200
4
14
12
13
15
16
17

7
8
1 › Prato raso Cactus, de

10 porcelana com decalque,
25 cm. Così Home, R$ 117
2 › Tecido Long Beach, de
jacquard. Entreposto,
R$ 368 o metro com
1,37 m de largura 3 › Pratos
11
raso e fundo Classic, de faiança
feldspática, 27 cm e 22 cm.
Porto Brasil, R$ 36 e
R$ 29, respectivamente
4 › Caneca Hexa, de porcelana,
320 ml. Westwing, R$ 23
5 › Caminho de mesa PB,
de tricoline, 1,50 x 0,46 m.
AzeHaus, R$ 45 6 › Tábua
para queijo com faca Áquila,
de pedra, 36 x 2 x 19 cm. Liv
Interior, R$ 336 7 › Pratos raso,
de sobremesa e xícara de chá
Flamingo Sense, de porcelana,
28 cm, 22 cm e 240 ml,

respectivamente. Oxford
Porcelanas, R$ 650
12 o jogo com 30 peças
8 › Prato de sobremesa
Trama, de porcelana, 22 cm.
Villa Pano, R$ 18 9 › Prato
de sobremesa Honey, de
porcelana, 22 cm. Villa Pano,
R$ 28 10 › Caneca Hipfix, de
porcelana e detalhes de ouro
em pó, 80 ml. Tok & Stok,
R$ 12 11 › Prato de sobremesa
Pois, de porcelana, 19 cm, da
Così Home. Coisas da Doris,
R$ 85 12 › Prato de sobremesa
13 Pós Listrado, de porcelana com
decalque, 19 cm. Tok & Stok,
R$ 17 13 › Pires X, de porcelana
estampada com detalhes em
ouro, 8 cm. Così Home, R$ 51

E S T I L O › C U R A D O R I A › por Bruna Pereira
PA L E TA
2
Ouro Rosa
Suvinil
Curry
Suvinil
Papoula
Suvinil
Ardósia
Suvinil
Garimporio Ovelha
COMANDADO Suvinil
3
PELAS ARQUITETAS
RAFAELA LUCENA E
NATASHA FROTA, O 4
ESTÚDIO APOSTA NA
MISTURA DE ESTILOS
E CULTURAS PARA
CRIAR ESPAÇOS
QUE PROVOCAM 5
EXPERIÊNCIAS E
ESTIMULAM OS 6
SENTIDOS
1 › Balanço Sela, de aço-carbono e couro, 0,70 x 3 x 0,78 m, com altura regulável, do designer Bruno Araújo.
Decarvalho Atelier, R$ 8.200 2 › Tecido de cambraia de linho tinturada. Trama Casa, R$ 150 o metro com 1,40 m de
largura 3 › Banqueta Zé, de concreto e aço banhado de cobre, 35 x 50 cm. Garimporio, R$ 1.200 4 › Vidro Aramado,
com 7 mm de espessura. Vega Vidros, a partir de R$ 450 o metro colocado 5 › Organizador Gateado, de lã feltrada,
40 x 40 cm. Inês Schertel, R$ 2.400 6 › Mineral apofilita e estilbita da Índia, 22 x 15 cm. Flo Atelier Botânico, R$ 460
7 › Relógio Gravity, de latão e pedra de lava vulcânica, 0,15 x 1,60 x 0,05 m, edição limitada. Atelier Aveus, R$ 8 mil

8
7
10
11
13
12
14
15
16
Contatos na página 136
8 › Obra Lasting Leaf nº 8, de biofilme original em moldura de placas acrílicas contraplacadas, 26 x 35 cm, da artista Liana Nigri. Galeria Quadra,
R$ 5 mil 9 › Tijolinho Brique, 21 x 1,20 x 6,50 cm. Passeio Revestimentos, R$ 179 o m² 10 › Cabeça de argila moldada e queimada, 12 x 15 x 10 cm,
Fotos Divulgação
da artista Cida Lima. Masp Loja, R$ 120 11 › Couro CH Cinza. La Novità, R$ 220 o m² 12 › Poltrona Adriana, de sucupira e couro, 70 x 60 x 65 cm,
do designer Jorge Zalszupin. Arquivo Contemporâneo, R$ 9.757 13 › Luminária Plaff Vintage, de aço, 50 x 45 cm. Acervo Paär Design, R$ 3.500
14 › Lona estonada cru, placas de 1,50 x 2 m. Locomotiva, R$ 74 o fardo de 1 kg 15 › Cacho Pereiro, 40 x 10 x 10 cm. Monica Carvalho, R$ 320
16 › Sofá Stripes, de aço-carbono, tricô, couro e peroba-rosa, 2,30 x 0,90 x 0,70 m, do designer Felipe Protti. Prototyp&, a partir de R$ 14.129

ESTILO › COLIVING
Marcelo Tabach/Editora Globo

A CASA É DE TODOS
O prazer de compartilhar espaços vai além da necessidade financeira e se transforma

em uma opção com ganhos em qualidade de vida. Conheça quatro estilos de coliving
Texto M A R I A B E AT R I Z G O N Ç A LV E S Produção B R U N A P E R E I R A Fotos L U F E G O M E S
D
e um vestido de festa a um cor- individuais construídas em terrenos compar-
tador de grama, um trajeto de tilhados. O chamado cohousing, que se asseme-
carro ou uma casa de férias, lha a grandes condomínios ou vilas, tem muitos
quase tudo pode ser compar- adeptos mundo afora, porém nas grandes cida-
tilhado. A economia colabo- des a estrutura de coliving (imóveis comparti-
rativa só ganha força nos dias lhados com o uso dividido entre áreas comuns e
atuais. É um modelo que veio para ficar e que privativas) parece fazer mais sentido.
foi amplamente potencializado pela tecnologia. Nos Estados Unidos, é prática comum entre
O Brasil é o líder latino-americano nesse tipo de famílias de diferentes classes sociais alugar o
iniciativa, de acordo com um estudo realizado porão de suas casas para complementar a renda
em 2016 pela IE Business School com o Banco familiar, e em diferentes culturas as repúblicas
Interamericano de Desenvolvimento (BID). estudantis estabeleceram-se como um mode-
“Os consumidores estão, em geral, mais cons- lo de sucesso. Mas em muitos desses exemplos,
cientes. E a crise econômica se torna um gatilho dividir não é sinônimo de compartilhar. “Houve
para a criatividade. Em países em desenvolvimen- uma mudança de mentalidade: no coliving atual
to como o Brasil, o desejo de posse ainda é grande, existe a otimização da verba, embora essa não
mas essa mudança de comportamento chegou seja a única motivação; na reinvenção do antigo
aqui com força e existe espaço para que se intensi- modelo de roommate tem mais calor humano e
fique”, explica Neusa de Souza Nunes, economis- menos rótulos diferenciando a comida de cada
ta e professora de Economia Criativa na ESPM. um na geladeira”, arremata Fabio Mariano.
Entre os bens e serviços mais populares, o aluguel
de espaços físicos representa 19% das iniciativas, GANHA-GANHA
de acordo com o estudo do BID. Dividir uma casa, Compartilhar é uma habilidade que faz par-
no entanto, não é uma novidade: há milhares de te da natureza humana, mas a percepção de que
anos compartilhamos o espaço residencial; o que existem vantagens não apenas sociais, como
muda é a maneira como isso é feito. “Depois da também ganhos individuais ao aderir a este tipo
Idade Média tivemos a invenção da intimidade, e de modelo, é essencial: “A cooperação azeita a
do final do século 19 para cá, a invenção da priva- máquina de concretização das coisas, e a partilha
cidade. Hoje, queremos privacidade mas também é capaz de compensar aquilo que acaso nos falte
acolhimento”, explica Fabio Mariano, doutor em individualmente”, escreveu o historiador esta-
Sociologia do Consumo. dunidense Richard Sennett em seu livro Juntos –
Na Dinamarca, surgiram modelos de vida os rituais, os prazeres e a política de cooperação.
comunitários na década de 1970, em que fa- A seguir, quatro histórias diferentes de quem de-
mílias ou grupos de pessoas viviam em casas cidiu que viver junto era a melhor opção. CJ

ESTILO › COLIVING
PONTO DE VISTA Da esquerda para

a direita, Francisco, André, Marcela
e Paloma. “Dar valor para o que esta
casa proporciona envolve um certo
olhar de turista”, diz Paloma
C O M V I S TA
PA R A O M A R
São Conrado, Rio de Janeiro
Quatro moradores
“No século 20, cada um morava com

a sua família ou sozinho. Compartilhar
a casa com amigos ou estranhos era
sinônimo de fracasso”, conta Fabio
Mariano. Mas o modelo de moradia
normatizada está mudando. E a história
da Legalaje é uma amostra disso.
Com uma vista de cinema, esta casa
em São Conrado uniu os projetos de
cada morador. Marcela veio de Belo
Horizonte, Francisco também. Paloma
é de São Paulo e convidou seu amigo
de trabalho, André, para morar com
eles. Qualidade de vida era o desejo
comum. Encontraram isso dividindo
MUITO EM COMUM
espaços, se revezando na limpeza,
Não é porque o espaço
é compartilhado que fazendo vaquinhas para festas que
não pode ter estilo. acontecem na varanda e colaborando
Na Legalaje, André
e Paloma, ambos de maneira orgânica nos cuidados
formados em Design de com os cachorros.
Interiores, cuidam da
“Para entrar na casa não é
decoração. Na mesa de
madeira eles se reúnem imprescindível que todos se deem
para fazer as refeições; bem, mas é preciso saber conviver
é ali, também, que
Paloma cria suas com o defeito do outro”, conta
mandalas de tecido Francisco. No caso dele, o equilíbrio
Fotos Marcelo Tabach/Editora Globo
entre afinidade e vínculo foi sutil e

imprevisível: quando Paloma se mudou
para a casa eles não podiam imaginar
que do coliving surgiria uma história de
amor. Hoje o casal divide a cobertura
e, no andar de baixo, vivem André e
Marcela. Viraram uma família.

ESTILO › COLIVING
LAR DE AFETOS
Pinheiros, São Paulo. Dois moradores em esquema rotativo
Se em outros tempos o convívio no ambiente familiar era restrito a parentes

e cônjuges, hoje as fronteiras diluídas redesenham um cenário onde a ideia de
família não é mais organizada em torno de casais com filhos.
Veridiana passava muito tempo sozinha em casa. Depois de se separar de
seu antigo namorado, fez sentido dividir sua “nova velha casa” com amigos.
“Fiquei fora durante a reforma. Quando voltei, passei a trabalhar em casa.
Mas ficar tanto tempo sozinha me deixava maluca”, brinca.
DE TODOS Entre idas e Era julho de 2015 quando chegou Julien, um francês amigo de amigos seus
vindas, Adriano e Julien (“Mas praticamente um desconhecido”, ela diz), que ficou apenas três meses
deixam suas coisas no
espaço, para se sentirem
em sua casa. A companhia lhe fez bem. Depois dele veio Antonio, que meses
em casa quando voltam. depois se mudou para Lisboa, e então Adriano assumiu o posto no início de
As roupas no armário são
2016. Hoje o cômodo onde antes funcionava o escritório virou oficialmente o
compartilhadas por eles,
e a parede está cheia de quarto do Adriano e do Julien, que se revezam entre as viagens.
obras de Adriano, que A casa de Veridiana nunca mais ficou vazia. Entre os amigos de sempre, o
é artista plástico. “Falta
uma foto minha ali”,
esquema rotativo deu certo. “Tem a ver com o estilo de vida deles e, para mim,
protesta Julien houve um ganho nas relações sociais: eles trazem agito para a casa”, conta.

COMO IRMÃOS Sempre precisamos
do apoio uns dos outros, mas a vida nas
grandes cidades pode ser bastante solitária.
Julien voltou para mais um período na casa
deles. “Não tenho TV, não tenho telefone...
Descobri que preciso de poucas coisas, mas
que o convívio é essencial”, diz Veridiana

ESTILO › COLIVING
COOPERAÇÃO
De cima para baixo,
as meninas Duda,
Mariana, Cecilia,
Anne e Ruth. E os
meninos, da esquerda
para a direita, Edu,
Gabriel, Winston
e, abaixo, Vinícius.
“Um precisa ajudar
no desenvolvimento
pessoal do outro”,
diz Mariana
VANTAGENS
“Gastando mais ou
CASA DA GENTE
menos a mesma Pacaembu, São Paulo. Nove moradores
coisa, eu e a Ruth
não teríamos tanto “Percebo uma necessidade crescente de se criar soluções mais sustentáveis.
verde ao redor, uma O fenômeno urbano dos imóveis vazios, as casas enormes e com IPTU
internet com tão boa
qualidade... A moradia altíssimo que foram construídas em um outro contexto familiar mostram
compartilhada que a dinâmica do viver precisa ser reinventada”, diz a arquiteta e urbanista
foi inteligente
Lilian Lubochinski, que é especialista no tema das moradias compartilhadas.
financeiramente”, diz
Edu, que, ao lado de Dividir espaços e responsabilidades faz parte da rotina de todos que
Winston, foi um moram na Casa da Gente. Mais do que isso, eles compartilham um
dos primeiros a
chegar na casa estilo de vida. Sustentabilidade é palavra de ordem no grande imóvel
que ocupam no Pacaembu: existe um sistema de compostagem na área
externa, produtos de limpeza feitos em casa e uma horta com temperos e
hortaliças que complementa o cardápio integralmente vegetariano.
A casa é feita de áreas amistosas: cozinha ampla, copa com mesa redonda
e sala espaçosa com almofadas no chão, onde meditam e assistem a
filmes. “Temos orgulho de ficar em casa”, diz Edu. “Unimos recursos
financeiros e emocionais para gerenciar a casa coletivamente pois
acreditamos no poder da cooperação”, diz Mariana.

ESTILO › COLIVING
MISTURA BOA
Ambas têm um
CASA
senso estético TRANSITÓRIA
parecido. Nathália
Pinheiros, São Paulo
trouxe para a casa
o bar de madeira Duas moradoras
que é o xodó delas;
herdou um lindo Mudamos nosso jeito de morar
armário antigo que inúmeras vezes dependendo do
era da avó de Diana
momento de vida. No caso de Diana
e Nathália, compartilhar a casa foi
uma decisão rápida: “Me dei conta
de que não usava todo o espaço que
tinha. O impulso não foi financeiro,
mas a partir disso pude economizar e
estabelecer prioridades”, conta Diana.
Elas tinham amigos em comum, muita
afinidade, mas não se conheciam
intimamente. “Foi um bom ponto de
partida para estabelecer espaços”, diz
Nathália. Morar junto não só fez com
que ficassem amigas como gerou
novas formas de cooperação em
trabalhos na área de comunicação e
empoderamento feminino.
A promessa de mobilidade do modelo
de coliving foi um grande apelo.
“Fazemos parte de uma geração mais
nômade. Os territórios que a gente
habita hoje são mais simbólicos”,
lembra o arquiteto Guto Requena.
Ter menos objetos, menos vínculos,
virou um passaporte para reinventar
a vida, que pode ser programada a
curto prazo. Nathália parte em breve
para um período sabático na Itália:
“Aprendi o valor de simplificar a vida.
Sou menos autocentrada”, finaliza.
Contato na página 136

DESAPEGO
Da esquerda para
a direita, Diana
e Nathália. “Não
existe mais essa
coisa da ‘casa
da vida toda’.
Tudo depende do
contexto atual”,
diz Diana

ESTILO › BANHEIROS
RESPIRE, REL A XE
Selecionamos três banheiros com espaços amplos, que
mais parecem salas de banho. Originais, esses projetos
exibem plantas, móveis e revestimentos de impacto
Texto C A R O L S C O L F O R O
JA R DI M T ROPIC A L
Repleto de samambaias, bromélias e lírios-da-paz, este banheiro de 15 m² leva um jovem solteiro
a passar horas na banheira, que tem vista para o Jardim Europa, em São Paulo. É quase um spa
tropical, como ele pediu ao escritório Suite Arquitetos. “Um dos três quartos se tornou esta sala
de banho”, conta a arquiteta Daniela Frugiuele, coautora do projeto ao lado de Carolina Mauro
e Filipe Troncon. O deque de madeira de demolição esconde a tubulação e eleva a banheira,
Fotos Ricardo Bassetti/Divulgação
revestida de pedras hijau, da Palimanan. O jardim vertical da Vertia completa o clima e recebe
espelho retroiluminado, sobre o aparador que tem cuba de pedra-sabão. Em frente ao conjunto
está um cocar indígena, e, em uma cabine à parte, bidê e vaso sanitário ficam isolados.

U M T E M P O NOVO
Um banheiro estreito não fazia sentido no novo lar de
um casal de Goiânia. A dupla queria mesmo um espaço
de relaxamento que fosse além de um simples momento
de banho. Foi quando o arquiteto Leo Romano idealizou
este espaço de 16 m², que tem composição elegante de
materiais atuais e formas contemporâneas. Surgiu um
mix inédito, que exibe luminárias retrô da Interpam, sobre
o móvel de marcenaria desenhado por Leo Romano, de
Fotos Edgard Cesar/Divulgação
madeira entalhada na base e revestida de laca branca na

estrutura. Próximos da banheira da Doka Bath Works estão
um banco de apoio e mancebo do Armazém da Decoração.


Fotos Fran Parente/Divulgação
QUA N D O M E NO S É M A IS
No alto de um edifício dos anos 1950, em São Paulo, o banheiro deste apartamento tem
estilo em contraste aos demais ambientes, mais clássicos, e segue as proporções amplas
da arquitetura. Os moradores, um casal de colecionadores de arte, tinham em mente uma
atmosfera sóbria, com branco, cinza e materiais baratos. Para criar um clima acolhedor,
o arquiteto Felipe Hess rebaixou o pé-direito – a sensação é reforçada por uma faixa de
tijolos descascados que encontra azulejos brancos, da Eliane. No espaço de 10 m²,

o boxe é separado por um vidro. Acima da bancada de concreto, arandelas da Dominici
ladeiam o espelho do Herrero Antiquário. No piso, ladrilho hidráulico da Dalle Piagge.

ESTILO › LIFE BY LUFE
VA U L D I C A R E L S E
A jornalista Vauldi Carelse vive em um lugar em que eu certamente amaria morar
se me mudasse para Joanesburgo, na África do Sul. Em Maboneng – o bairro
mais artístico, cheio de vida, com lojas de design e restaurantes incomuns –,
ela encontrou seu loft em uma antiga fábrica de foguetes. Não bastasse o cenário
perfeito, Vauldi ainda fica no último andar do prédio, que tem pé direito alto e o
telhado com tesouras à mostra. É um sonho! O melhor é entrar e ver que no meio
desta casa aberta, cheia de luz e alto-astral, ela tem um pole dance.
Decoração que faz bem para o corpo e para a autoestima.
Por L U F E G O M E S

IMPRESSÕES › A jornalista Vauldi Carelse
é correspondente de TV na África do Sul e
me recebeu de portas abertas em seu loft
bem industrial. A estrutura original do prédio
com as vigas de aço cruzadas no quarto e o
telhado aparente foi mantida e valorizada
pela moradora. Adepta de exercícios com
pole dance, ela diz que ele se tornou a maior
atração da casa. Eu tentei usar, mas ficou só
na tentativa mesmo. As soluções são simples,
inteligentes e enaltecem os espaços abertos.
A divisória de gesso acartonado separa
a cozinha do quarto e do banheiro. Os detalhes
femininos das flores, do colar africano, dos
sapatos no quarto complementam o olhar
forte dessa bela mulher. Falamos sobre a casa
ser minimalista e com poucas decorações,
e Vauldi me contou que seu lar é como ela
mesma: "Ainda está em processo de evolução".
Gosta de olhar e ver que ela e a casa são telas
em branco a serem pintadas. Achei lindo isso.
lifebylufe.com é um projeto fotográfico de Lufe Gomes, que retrata a casa como uma exteriorização do ser que a habita. youtube.com/lifebylufe

Ninho
CASAS E HISTÓRIAS INSPIRADORAS PARA CONSTRUIR UM VERDADEIRO LAR
88
PELO MUNDO
A casa de Valentina Muggia
e Giuliano di Paolo, na
Itália, é pura poesia
NINHO › DECORAÇÃO
SOLAR MODERNO
Soluções criativas com materiais reaproveitados
e peças industriais, que marcam os 15 anos do
SuperLimão Studio, estão no apartamento de
156 m2, em São Paulo: palco de momentos felizes
da jovem família que adora festejar com os amigos
Texto M A R I L E N A D Ê G E L O Fotos M A Í R A A C AYA B A
LIVING A moradora Maíra, com

a filha Lina, está na sala de jantar,
e seu marido, Lula, relaxa na
espreguiçadeira de chapa metálica
criada por ele. O painel de cobogós na
cozinha ampliou a iluminação natural e
a ventilação cruzada. Piso concretado
monolítico com junta de alumínio.
Degrau de madeira reaproveitada.
Mesa Saarinen com cadeiras Thonet
e pendente desenhado por Diana
Albuquerque. O jardim suspenso tem
vasos de plantas da Sapu. Entre os
quadros, obras de Sacilotto (maior)
e da amiga Mariana Tassinari
O
grafite em tapume de
obra no hall do eleva-
dor revela na chegada as
surpresas criativas que
estão por vir. Afinal, aqui
mora o arquiteto Lula
Gouveia, sócio do SuperLimão Studio, com
sua mulher, a fotógrafa Maíra Acayaba, e a fi-
lha Lina. Ao abrir a porta pivotante, a farta luz
natural que banha o hall de entrada dá a sensa-
ção de que o apartamento de 156 m² é maior.
A atenção vai para o teto, onde brilha a luminá-
ria Biro-Biro, uma das primeiras do escritório
de arquitetura e design, que completa 15 anos.
“Aqui experimentei à vontade muitas soluções
que surgiram lá”, diz Lula, sócio de Antonio
Carlos Figueira de Mello e Thiago Rodrigues.
“A diferença é que não há cores fortes como
nos outros projetos do escritório. Tem a minha
personalidade e a da Maíra, que quis paredes
brancas para destacar fotos e quadros.”
Em todos os cantos, o espírito inovador e
sustentável de reaproveitar materiais e valori-
zar peças simples confirma a ideia que deu ori-
gem ao nome do escritório: se com um limão
se faz uma limonada, mais dá para fazer com
um superlimão. Assim, da árvore cortada pela
prefeitura na rua, Lula retirou a madeira rús-
tica engastada na parede da entrada. É uma
dica para deixar ali o tênis e andar descalço
pela sala ampliada. “Graças à estrutura do
prédio dos anos 1960, pude demolir as paredes
para integrar os ambientes”, explica o arquite-
to, que fez a maioria das instalações com peças
de uso industrial e a ajuda de amigos.
HALL DO ELEVADOR O painel de grafite, aproveitado

de tapumes da obra de um prédio em São Paulo, contrasta
com o branco das paredes e do piso com acabamento de
epóxi. O teto é rebaixado com forro de policarbonato
alveolar e luz de LED instalada no perímetro
HALL DE ENTRADA O morador criou o banco de

madeira engastada na parede com uma prancha do tronco
de uma árvore cortada pela prefeitura. Luminária Biro-
Biro, do SuperLimão Studio, de cavaco de aço

SALA DE ESTAR No banco de madeira de demolição, almofadas da Pelle by
Maraí Valente, da Empório Beraldin, outras compradas em viagem ao Laos
e com tecidos africanos de feira na Praça da República. De Portugal, veio a
arandela e a poltrona da Ikea. Quadro com foto feita por Maíra no Uruguai.
Luminárias de mármore, design de Caroline Ficker, da Ion Project.
A luminária cilíndrica é criação do arquiteto Flávio Acayaba, pai da moradora
COZINHA Acima da pia e do fogão, embutidos na bancada de concreto,

vidros deslizantes barram o vento que entra pelos cobogós. Os armários têm
estrutura de estante metálica de escritório com portas de compensado naval
da Imagil. Torneiras, sistema engate fácil, da Aços Caporal. Painel de azulejos
da Lurca, criado por Bruna Albuquerque. Saleiro de Nelise Ometto. Luminária
da Ovo. Fruteira dos Irmãos Campana. Bancos altos Bertoia, da Tok & Stok
O estilo descontraído com bancos de

madeira de demolição que contornam o es-
paço é ideal nas festas. Para caber mais con-
vidados, o longo degrau de mármore para a
sala rebaixada foi trocado por um menor de
madeira, aproveitada da viga de uma casi-
nha demolida ali perto. “Sobrou espaço para
sentar no piso”, diz Maíra, que adora receber
os amigos. “Isso se tornou frequente há três
anos, depois do nascimento de Lina.” O lo-
cal preferido é a cozinha aberta para a sala,
onde os raios de sol atravessam o painel de
cobogós, original da fachada do prédio e des-
coberto na reforma, e se espalham pela área
social. “Além disso, a ventilação cruzada é
eficiente. Nem precisa de coifa. E sou carní-
voro; faço tudo na chapa”, conta Lula.
Maíra cuidou da decoração com móveis
herdados da família, de design moderno e
objetos étnicos. E acompanhou Lula na ga-
rimpagem de peças. Em lojas de reciclagem
de móveis de escritório, o casal comprou a
estrutura metálica para o armário da cozi-
nha. Com chapas metálicas, o arquiteto criou
as espreguiçadeiras colocadas na área com
jardim suspenso. “Pendurei vasos com plan-
tas e surgiu essa floresta voadora que purifi-
ca e umidifica o ar”, afirma ele. “Por não ter
vizinhos, me sinto em uma casa térrea”, diz
a fotógrafa, que trabalha parte do tempo no
escritório, instalado em um dos três quartos,
aberto para o corredor, entre a suíte do casal
e a da filha. Para delimitar a área, Lula mon-
tou a estante com escadas de madeira.
Na falta de playground, Lina brinca na
sala. “Ela adora subir e correr nos bancos”,
diz Maíra. “As espreguiçadeiras viram seus
escorregadores”, conta Lula, que pintou o
quarto da filha com desenhos geométricos
que formam uma floresta estilizada. “Criei
o cenário de fundo para a história dela acon-
tecer”, afirma. “Aqui tem a energia boa dos
amigos que nos ajudaram a compor os espa-
ços. É uma sorte ter a amizade de talentosos
arquitetos e designers.” CJ
ESCRITÓRIO A cadeira antiga e a mesa de estilo art déco são herança de família.
Cadeira Zig-Zag de Rietveld. Cesto e colar do Xingu. Outros colares e pulseiras vieram
do Laos. Foto grande de Maíra Acayaba e foto menor P&B comprada em galeria de
Paris. Bule de feltro da designer Paola Abiko. Baú da Ethnix. Tapete de couro com
pintura da Pelle by Maraí Valente
INTEGRAÇÃO A porta de correr de compensado naval com acabamento de cera,

da Imagil, separa a área social e a área íntima. A estante, feita de escadas de madeira
e compensado com Formica, é criação do morador. Na base da bancada de trabalho,
gaveteiros de aço da Securit. Jarra de Mana Bernardes, da Tok & Stok. Vaso da Benedixt

QUARTO DA LINA O zepelim de madeira naval
que decorou a maternidade agora está na porta.
Quadro de Aldemir Martins. Na cama box, almofadas
bordadas da Din.di e outras da Ikea e da Zara Home
GUARDA-ROUPA Lina brinca com o pião,

comprado em mercado de pulgas em Berlim,
sobre o tapete da Lorena Canals à venda na Oppa.
Na pintura de uma floresta estilizada, a parte baixa
recebeu tinta lousa para desenhar
CANTO DE BRINCAR A imagem do zepelim

decora a almofada na poltrona reformada. Móbile de
origami criado pelo amigo Thiago, do SuperLimão.
A estante antiga foi incorporada à pintura lúdica de
uma floresta, realizada por Lula. A cômoda e o pufe
são herança de família. Boneca mexicana, dinossauro
comprado em Londres e pião, em Berlim

“ C R I A M OS ESPAÇ OS AMPLOS CO M
S O LUÇ Õ E S F L EX ÍVEIS E OLHAR DI FERENTE
PAR A A S PEÇA S SIMPLES .”

LULA
BANHEIRO O banco do boxe vira prateleira embaixo da pia.
Tudo feito de madeira de demolição pela Móveis Bucchino. Piso e
bancada de concreto de epóxi. Quadro de Juarez Machado.
Escultura africana, garrafa térmica da Scandinavia Designs
QUARTO DO CASAL A cama tem estrutura de madeira de

demolição, igual a da cabeceira criada pela designer
Diana Albuquerque. O quadro é a tela de silkscreen,
feita na Galeria do Rock, usada na confecção dos convites
do casamento de Lula e Maíra. Luminária da Tok & Stok

AMOR
ANTIGO
Gilberto esperou 30 anos
para conseguir comprar um
apartamento no prédio dos
seus sonhos. E o arquiteto
Rodrigo Cunha só precisou
de três meses para deixar
o espaço de 180 m2 com
a cara do novo dono
Texto S T É P H A N I E D U R A N T E
Fotos M A R I A N A O R S I

SALA DE TV Gilberto, o morador, rodeado por
seus pets. No colo, Mano. Logo abaixo, Scott,
Manu e Mané. A estante com linhas retas, inspirada
na década de 1970, foi desenhada pelo arquiteto
e executada pela Ama Marcenaria. Sofá New
Lounge, à venda na Micasa. Na parede à esq., painel
que imita cimento da Kaelio Papéis de Parede

HALL DE ENTRADA As paredes ganharam o tom vibrante Doce de

Mamão, da Suvinil. A estante baixa é do estúdio Meji Design
LIVING Poltronas Beto, de Sergio Rodrigues, à venda na Dpot.

A mesa de centro foi comprada no bairro do Bixiga. Banquinhos
e mesas laterais da Garimpo DSGN. Tapete da Naturali. Vaso com
costelas-de-adão da Mahá Paisagismo. Logo acima, arandela da Ratier
A
relação do engenheiro químico vel. “Acabei comprando um imóvel na rua de trás,
Gilberto Merguizo, de 49 anos, bem pertinho, mas não desisti. Estava sempre
com o Edifício Saint-Honoré atento, esperando uma unidade vagar”, diz. “Até
deve ser de outras vidas. “Pas- que, no meio de 2016, descobri que uma das mora-
sei em frente ao prédio na mi- doras queria vender. Contei para ela a minha ‘his-
nha primeira visita a São Paulo, tória de amor’ com o prédio e ela me disse: ‘é seu!’.
aos 18 anos. Fiquei um bom tempo olhando para É um prédio bem concorrido, ninguém quer sair
ele, sonhando em morar aqui um dia”, conta ele, dali. Foi muita sorte eu ter conseguido”, lembra.
que é natural de Mairinque, no interior do estado. Coube ao arquiteto potiguar Rodrigo Cunha a
Vinte e dois anos depois, quando mudou-se para tarefa de reformar o apê de 180 m² e deixá-lo com
a capital, Gilberto procurou um apartamento no a cara do novo dono. “Troquei os revestimentos
edifício construído em 1958 pelo empresário João internos e toda a parte hidráulica e elétrica. Tam-
Artacho Jurado, mas não havia nenhum disponí- bém eliminei as paredes de um dos quartos para

aumentar a sala. Por ser um prédio antigo, não Em meio ao quebra-quebra, Rodrigo ia em
tive acesso às plantas estruturais. Então fui des- busca dos móveis e objetos de decoração. Peças
cascando as colunas aos poucos”, explica Rodrigo, modernas conversam com clássicos do design,
que também aproveitou parte da área de serviço caso das poltronas Beto, de Sergio Rodrigues,
para aumentar o banheiro da suíte. Tudo isso em e da chaise Eames Lounge, de Charles e Ray
apenas três meses! “Nos entendemos rapidamen- Eames, que decoram a sala de estar. “Nunca cui-
te e ele acabou aprovando todos os detalhes du- dei muito da decoração porque sempre encarava
rante a fase do projeto. Com isso, foi fácil cumprir os outros apartamentos como provisórios. Nes-
o prazo”, afirma. O resultado é uma decoração te, fiz tudo do jeito que eu queria. Valeu a pena o
de contrastes, mas com equilíbrio: o aço corten, investimento e os vários anos esperando. Agora
o concreto aparente, o painel com estampa que faço festas em casa e adoro receber os amigos”,
imita cimento e os tacos de jatobá se misturam diz Gilberto, que vive feliz em companhia dos
pelos ambientes de forma esperta. pets Mano, Scott, Manu e Mané. CJ

SALA DE JANTAR A mesa, as cadeiras e o bufê

foram garimpados no Ben-Hur Antiguidades. Executada
pela Ama Marcenaria com uma chapa de aço corten, a
porta de correr dá acesso à cozinha. Trilho com spots
direcionáveis da Lustres Yamamura

SALA DE ESTAR À esq., escrivaninha e cadeira da
L’Oeil. Luminária da Verniz. À dir., chaise Eames Lounge,
de Charles e Ray Eames, e mesinha lateral garimpada no
bairro do Bixiga. Logo acima, fotos de Sebastião Salgado.
Na sacada, cadeiras Sittable, da Prototyp&

SUÍTE Os armários, a cabeceira,

o criado-mudo e o móvel da TV foram
executados pela Ama Marcenaria.
As luminárias ao lado da cama são
da Verniz. Tapete da Naturali

BANHEIRO O boxe ganhou porta de correr de alumínio, executada

pela Adelos Vidros. No piso, pastilhas hexagonais da Cerâmica Atlas.
Na parede, azulejo Metrô White, da Eliane. Os dois revestimentos
foram comprados na Ibiza Acabamentos. Banheira da Vallvé.
No fundo, a porta de correr com espelho que dá acesso ao quarto

NINHO › DECORAÇÃO PELO MUNDO
E VOLUÇÃO
C R I A T I VA
Paleta outonal, objetos ousados e muita
arte nas paredes dão o tom vanguardista
ao décor desta casa na Itália
Texto e estilo F R A N C E S C A D AV O L I
Tradução A N D R E A V I D A L Edição M A R I A B E AT R I Z G O N Ç A LV E S
Fotos FA B R I Z I O C I C C O N I / L I V I N G I N S I D E

COZINHA A mistura do
elemento artesanal das
velhas vigas de cedro com
o ferro oxidado da Borgo
delle Tovaglie marca o
décor. Da mesma marca
é o pendente de teto.
Desenho de Hartung e, ao
fundo, armário de roupa
de cama que pertenceu à
bisavó da moradora
LIVING Mesas com

grafismo de op art, da
Borgo delle Tovaglie
S
ão 200 m² de pura poesia.
Isso define a casa de Valentina
Muggia e Giuliano di Paolo, lo-
calizada nas colinas de Bolonha,
na Itália. As encantadoras cores
outonais se fundem aos sons do
campo, transformando o imóvel em uma es-
pécie de casulo. Mas se engana quem pensa
que este lar é apenas um espaço romântico de
contemplação: cada ambiente é um híbrido
entre a vida pacata e a efervescência criativa
do mundo da arte e do design a que Valentina
e Giuliano se dedicam. Em 1996, o casal criou
a marca Borgo delle Tovaglie, cujo estilo refle-
te perfeitamente o interior de sua casa.
O espírito vanguardista da dupla aparece
em elementos ousados, como o enorme relógio
na sala de estar ou a cama feita com troncos de
árvore. “Muitas vezes nos chocamos com um
mercado que ainda não estava preparado para
absorver algumas das mudanças que trouxe-
mos – embora tivéssemos a satisfação de vê-las
se tornarem populares pouco depois, provan-
do que nosso caminho não é seguir tendências,
mas o contrário...”, diz Valentina.
Desde que se mudaram para lá em 1998,
as áreas sociais passaram por muitas revi-
sões. A última durou quase um ano e envolveu
uma incessante busca por peças exclusivas e
muitos testes cromáticos. “Estava entrando
no que chamei de minha ‘fase verde’, depois
de uma longa fase cinza”, conta. Além das co-
res, a arte tem papel decisivo na decoração.
“Às vezes são as pinturas que nos levam a
decorar certos espaços. Se pudéssemos, com-
praríamos muitas outras peças, mas talvez
GARIMPO O sofá da década de
1940 é revestido de veludo.
tivéssemos de comprar uma casa maior para
O enorme relógio veio de uma guardar tudo”, diverte-se Giuliano.
antiga estação ferroviária Por questões profissionais, o casal está
sempre viajando entre Bolonha e Paris, e a
SALA DE ESTAR Sobre o
aparador, vasos de vidro produzidos à mudança para a França vira e mexe aparece
mão e vagem gigante feita de papel no horizonte da família. “Quando volto do
trabalho ou de viagem, a primeira coisa que
faço é colocar botas e ir com minhas filhas e
Giuliano ver nossos cavalos. Me esqueço que
estou cansada e inspiro a plenos pulmões o ar
puro de casa. Jamais desistiremos dessa vida,
nem mesmo por Paris!” CJ

LAREIRA Desenho
de Hartung. Sofá de
suede verde criado por
Gigi Rizzo e vindo de
sua casa em St. Tropez
“DOU GRANDE IMPORTÂNCIA À

INFLUÊNCIA QUE AS CORES TÊM SOBRE
NOSSAS EMOÇÕES E NOSSO BEM-ESTAR.”
VALENTINA

HALL DOS QUARTOS No piso inferior do
primeiro andar, avista-se o quarto principal. O baú
da Louis Vuitton pertenceu a um cartógrafo e veio
do interior da África. Fotografia de Roberto Crippa
JANTAR O mobiliário veio de uma antiga

loja de ferragens. Mesa Piet Hein. Quadro de
Talarico. As luminárias e a antiga coleção de
livros são da Borgo delle Tovaglie


SUÍTE A cama tem colcha
e almofadas da Borgo delle
Tovaglie. O antigo tapete é
de Beni Ourain. Óleo sobre
tela de lona Bendini, do
final da década de 1950
LAVABO As obras de
arte aparecem em todos
os cômodos da casa de
maneira bastante informal,
já que os proprietários
as veem como objetos
“comuns” do seu dia a dia.
O móvel antigo abriga a pia
e ainda guarda toalhas

NINHO › ARQUITETURA
LÓ G I C A FA MILI A R
Luminosa e arejada, esta construção térrea de 420 m2 abriga
bem um casal com três filhos em Rolim de Moura, na quente
e úmida Rondônia. A integração entre interior e exterior marca
o projeto assinado pelo arquiteto Giordano Rogoski
Texto R O B E R T O A B O L A F I O J U N I O R Fotos M A R C U S C A M A R G O / D I V U L G A Ç Ã O

FACHADA À dir., um caminho
de porcelanato da Eliane, que
tem visual de aço corten, leva
à porta de entrada de ipê.
Ele fica sob uma espécie de
pergolado coberto por vidro
transparente. Destaque para o
painel com azulejos da Lurca
D
istante do eixo Rio-São Paulo,
no centro da cidade de Rolim de
Moura, RO, esta casa térrea com
LAREIRA A parede de
420 m² de área construída, em um TERRAÇO Acompanhado
concreto aparente traz
do vira-lata Moisés, Paulo
lote plano de 800 m², guarda pecu- lareira revestida de Silestone
aproveita o sofá de Marcus
liaridades que traduzem o jeito de e, sobre ela, luminária
Ferreira para a Decameron,
Duomo – em frente estão as
vivenciar os espaços naquela região de clima tropical, na Arquivo Contemporâneo.
poltronas Clad, criações de
Atrás fica o vistoso jardim
quente e úmido. Na entrada da construção projetada Jader Almeida, da Sollos
pelo jovem arquiteto rondoniense Giordano Rogoski

para um casal com três filhos pequenos, quem atra-
vessa a porta de ipê dá logo no living. O ambiente, com
pé-direito de quatro metros, tem a cozinha integrada,
em que se destaca a bancada de silestone branco, mas
não há uma sala de jantar formal. “A mesa de refeições
fica na varanda, como é um costume aqui, para onde a
sala de estar se abre por meio de portas de correr de
vidro”, conta Rogoski. O arquiteto posicionou o tal
móvel, desenhado por ele mesmo, junto do balcão da
área da churrasqueira.
Graças àquelas portas de vidro – que ajudam a tra-
zer boa iluminação natural, além de ventilação para
enfrentar o calor intenso –, é possível avistar o jardim
desde a entrada, estabelecendo uma relação entre
dentro e fora. “O grande terraço volta-se ao deque de
ipê no caminho da piscina, revestida de pastilhas ce-
râmicas azuis”, diz o arquiteto.
SALA DE TV Com portas de
O setor social integrado e aberto para o exterior correr de madeira, o ambiente
era um dos pedidos dos proprietários, que queriam fica três degraus acima do living.
A pequena escada é de granito
mesmo uma construção térrea. Outro era que a área branco siena, e o banco atrás do
íntima ficasse bem resguardada do restante da casa. sofá foi desenhado pelo arquiteto.
“Para isso, criei um desnível de três degraus acima do
PASSAGEM Uma floreira
living, onde fica posicionada a sala de TV com portas invade o interior do living, junto
de correr de madeira. A partir dela, um corredor leva aos degraus que dão na sala de
TV. Ali, um corredor, com entrada
às quatro suítes”, explica Rogoski. Há uma de hóspe-
revestida de madeira, leva até as
des e a do casal. As outras duas, dos filhos, abrem-se quatro suítes
para o mesmo banheiro. Erguida com tijolos e cimen-
to por mão de obra local, a construção de alvenaria
recebeu porcelanato, material frio que vai bem com o
clima local, em todo o piso.
Na fachada, a partir do portão, o caminho sob um
pergolado sobreposto de vidro, mesmo recurso usa-
do em parte da varanda, leva até a porta de entrada.
“Há ainda um painel de azulejos azulados que remete
à obra de Athos Bulcão, uma referência modernista do
projeto”, lembra o profissional. CJ

VARANDA Aberto ao living, o grande

terraço abriga, à esq, a área da churrasqueira.
Junto do balcão fica a mesa desenhada pelo
arquiteto, com base de granito marrom
absoluto e tampo de ipê, para seis lugares.
As cadeiras são da Renar, e o sofá, da Móveis
James. No piso, porcelanato da Eliane
FICHA TÉCNICA
Pavimento térreo
19
16 15
18 15
20 14
17
12 13
11
4
10
3
1
2 5
6
8
7
Arquitetura › Giordano Rogoski 1. Garagem 7. Lavanderia 13. Closet 18. Suíte

Área construída › 420 m² 2. Depósito 8. Estendal 14. Banheiro hóspedes
Metragem do terreno › 800 m² 3. Living/cozinha 9. Deque casal 19. Banheiro

Ano do projeto › 2015 4. Varanda 10. Piscina 15. Suíte hóspedes
Conclusão da obra › 2017 5. Lavatório 11. Cascata 16. Banheiro suíte 20. Sala de TV
6. Banheiro social 12. Suíte casal 17. Circulação

PISCINA Em meio ao jardim, o tanque,
revestido com pastilhas cerâmicas da
Atlas, fica junto à janela da suíte máster,
sob a qual há uma cascata. Painel de
azulejos da Lurca
BANHEIRO DO CASAL Porcelanato

da Villagres reveste o piso do ambiente,
que se abre para um jardim, com
armários de madeira laqueada e tampo
de nanoglass branco. Nas paredes do
boxe e onde fica o espelho, revestimento
cerâmico da Ceusa traz uma textura
CASA E JARDIM ESTÁ AINDA
MAIS COMMPLETA PARA VOCÊ
A partir de agosto, a Casa e Comida passa a integrar nossas páginas.
Além do melhor sobre decooração, arquitetura e paisagismo, você
ainda vai se inspirar com novass ideias, receitas e dicas para sua casa.
Nas bancas,
tablets e
smartphones
Caseirices
RECEITAS PARA COMER, BEBER E RECEBER BEM OS AMIGOS
114
AO PONTO
Aprenda a receita
do bolo mousse
sem glúten de
Lucas Corazza
CASEIRICES › RECEBER COM CHARME
ALGO ALÉM Castiçais

e vasos de prata da
D. Filipa exibem flores
ao invés de velas. Clima
romântico e informal
ao mesmo tempo
RUSTICIDADE
Mistura de texturas e
cores à mesa: sousplat
de fibra natural e
guardanapos da Detalhes
de Classe brilham ao lado
de talheres e garrafas
individuais da D. Filipa.
Pano de prato da AP4

HOME-R ESTÔ
A encomenda providencial salva o almoço de forma elegante.
Nomes celebrados já entraram na onda do delivery, como a chef
Helena Rizzo e seu Manioca pra Levar. Com boas ideias de décor
e zero trabalho, a refeição de improviso vira um evento inesquecível
Edição O L Í V I A F R A G A Realização C L Á U D I A P I X U Fotos E L I S A C O R R E A

CASEIRICES › RECEBER COM CHARME
SERVE
6 pessoas
TEMPO
40 min ROSBI FE EM
CROSTA DE
L A PS A NG
S OUCHONG
INGREDIENTES
• 2 g de carvão vegetal
em pó;
• 25 g de chá lapsang
souchong em pó;
• 650 g de filé-mignon
limpo;
• sal a gosto;
• azeite de oliva,
o quanto baste.
M O D O D E FA Z E R
1 › Misture bem o carvão

e o chá. Reserve.
2 › Corte o filé-mignon
em três peças compridas
e seque-as bem. Tempere
com sal e envolva as
peças na mistura de
carvão e chá.
3 › Enrole o filé em
filme plástico,
pressionando bem para
que fique com formato
cilíndrico e uniforme.
4 › Coloque os rolinhos
em uma bolsa plástica
e sele na máquina a vácuo.
Se não tiver, embrulhe
em um saco plástico
resistente, de uso
culinário, e pressione.
5 › Cozinhe por 40
minutos a 63°C no
termocirculador, ou em
banho-maria, em fogo
baixo (sem deixar
a água ferver).
6 › Marque toda a
superfície do filé em uma
chapa com um pouco de
azeite. Sirva quente.

DE ENTRADA Lascas
de polvilho do Maní, já
dispostas sobre o bowl:
para abrir o apetite. Faca
de aperitivo da D. Filipa
ARRANJO BRUTO
Suportes de zinco
da D. Filipa, enfeitados
com musgos e flores,
destacam os bules e
xícaras na hora do chá
ALTA GASTRONOMIA
Ícone do cardápio do
Maní, o rosbife com
crosta de lapsang
souchong tem sabor
marcante e defumado.
Um arraso gourmet no
conforto do lar
SERVE
6 pessoas
TEMPO
30 min POLV IL HO DO M A N Í
INGREDIENTES
• 200 ml de óleo vegetal;

• 500 g de polvilho azedo;
• 1 colher rasa (sopa) de sal;
• 1 colher cheia (sopa) de açúcar;
• 1 ovo;
• 125 ml de leite;
• sal grosso.
1 › Aqueça o forno a 165°C.

2 › Em uma panela grande, coloque 200 ml de água e óleo
e leve ao fogo para aquecer.
3 › Em um bowl, misture o polvilho azedo, o sal e o
açúcar. Escalde os ingredientes com a mistura de água
e óleo aquecida. Acrescente o ovo e o leite e misture
até dar o ponto. A massa deve ficar homogênea, lisa e
suficientemente firme para ser manuseada com uma
espátula, sem que escorra.
4 › Sobre um tapete de silicone, espalhe uma camada
fina de massa. Polvilhe um pouco de sal grosso e asse
por 18 minutos no forno, ou até ficar crocante.
C A S E I R I C E S › I D E I A E S P E R TA
R ASTROS
E MA RCAS
Todo mundo vira artista
com um carimbo. Use e
abuse desses marcadores
para customizar presentes
e objetos de décor
Fotos E L I S A C O R R E A
Realização C L Á U D I A P I X U

ORGANIZAÇÃO Carimbos
culinários para biscuit identificam
os prendedores, aqui usados para
ingredientes da despensa
MUNDO VEGETAL
Os carimbos com temas botânicos
de Anna Cunha servem bem
à aplicação em um papel mais
grosso, aqui emoldurado
FINO PANO Carimbos comuns da

Veio na Mala embelezam toalhinhas e
embrulhos de presente
ESTAMPA NATURAL Almofada

carimbada com plantas vivas, com
execução da Botões de Amora

CASEIRICES › AO PONTO
DOÇURAS NO
CRONÔMETRO
Com tempo de sobra ou em cima da hora, arremate
a refeição com quatro sobremesas de balançar corações,
criadas pelo pâtissier Lucas Corazza
Edição O L Í V I A F R A G A Realização C L Á U D I A P I X U Fotos C A C Á B R AT K E
Fôrmas e utensílios da Acervo Brutto, pote de chantilly da Ideia Única

SERVE
8 pessoas
BOLO MOUS SE TEMPO

40 min
SEM GLÚ TEN
COM GA NACH E
INGREDIENTES
MASSA
• 8 ovos (claras e gemas separadas);
• 440 g de açúcar;
• 600 g de chocolate 50% de cacau;
• 320 g de manteiga sem sal, mais um
pouco para untar;
• 120 g de cacau em pó, mais um pouco
para polvilhar.
GANACHE
• 400 ml de creme de leite fresco;
• 80 ml de mel;
• 90 g de manteiga sem sal derretida;
• 100 g de chocolate 63% de cacau.
MASSA
1 › Preaqueça o forno a 170°C. Unte
três fôrmas de 15 cm de diâmetro com
manteiga e polvilhe cacau em pó.
2 › Derreta o chocolate com a manteiga
em banho-maria. Reserve.
3 › Bata as gemas com metade do
açúcar, até esbranquiçar e ficar fofo.
4 › Bata as claras com a outra metade
do açúcar, até formar picos firmes.
Prato de bolo e prato folha da Ideia Única, garfos da Acervo Brutto, guardanapo da Copa & Cia
5 › Misture as gemas ao chocolate

derretido. Acrescente metade das
claras batidas e misture com batedor
de arame, enquanto polvilha o cacau.
Adicione o restante das claras e misture.
6 › Coloque a massa nas fôrmas e leve
para assar por 15 a 25 minutos. Remova
do forno e deixe os bolos esfriarem.
GANACHE 4 › Despeje em um recipiente plano, como MONTAGEM

1 › Leve ao fogo alto o creme de leite uma assadeira, e cubra com filme plástico Retire os bolos das fôrmas. Monte
fresco com o mel, até que levante fervura. em contato. as camadas: entre um e outro disco
Retire do fogo, adicione a manteiga e 5 › Coloque na geladeira ou deixe assado, recheie com a ganache
despeje sobre os chocolates para derreter. descansar em temperatura ambiente (use 1/3 de cada vez). Cubra com
2 › Bata tudo até que fique homogêneo. por 30 minutos. ganache, usando um bico de confeiteiro.

CASEIRICES › AO PONTO
PA NACOTA E A BACA X I
INGREDIENTES
• 200 ml de leite integral;

• sementes de 1 fava de baunilha;
• 5 g de gelatina incolor, hidratada com 30 ml de água;
• 400 g de abacaxi maduro picado;
• 50 g de manteiga;
• raspas de 1/2 limão-taiti.
1 › Junte a baunilha no leite e deixe descansar por 1 hora.

2 › Leve ao fogo o leite com a baunilha, o creme de leite
e 130 g de açúcar. Quando estiver morno, retire do fogo.
Taça alta da Ideia Única, baixa da D. Filipa, colheres da Copa & Cia
Adicione a gelatina hidratada.

3 › Coloque em taças ou copos de sua preferência e leve à
geladeira por 2 horas, até ficar firme.
4 › Derreta a manteiga. Junte o abacaxi e depois o restante
do açúcar. Salteie em fogo alto. Adicione as raspas de limão.
Coloque por cima de cada taça ou copo de panacota e sirva.
RENDE RENDE
6 porções 4 porções
TEMPO TEMPO
20 min 4 horas
SUSPI ROS , MOR A NG OS

E CH A N TIL LY
INGREDIENTES
• 300 g de creme de leite fresco;

• sementes de 1/2 fava de baunilha;
• 100 g de suspiros;
• 200 g de morangos e outras frutas vermelhas.
1 › Na batedeira, bata o creme de leite ainda frio

com a baunilha e o açúcar, até obter um chantilly leve.
Taças da Ideia Única, bandeja da Villa Pano
2 › Corte os morangos ao meio, e separe as

frutas vermelhas.
3 › Em taças ou em uma travessa, monte camadas,
intercalando suspiros, chantilly e frutas vermelhas,
terminando com elas. Sirva imediatamente. Se preferir,
mantenha em geladeira até a hora de servir.

RENDE
12 porções
TEMPO
2 horas
TORTA DE
CA R A M ELO E
CHOCOL ATE
INGREDIENTES
MASSA
• 300 g de manteiga sem sal;
• 2 ovos;
• 1 pitada de sal;
• 500 g de farinha de trigo;
• 70 g de farinha de avelãs.
GANACHE
• 100 ml de mel;
• 90 g de manteiga sem sal;
• 200 g de chocolate amargo
(63% de cacau).
CARAMELO
• 2 pitadas de sal;
• 4 g de gelatina sem sabor, hidratada
Copo e garrafa da Ideia única, guardanapo da D. Filipa
com 20 ml de água.
MASSA
1 › Bata a manteiga com o açúcar, até
obter uma pasta. Adicione os ovos,
sempre raspando a lateral da batedeira
entre cada adição. Acrescente o sal, a
farinha de avelãs e a de trigo e misture.
Remova da batedeira e coloque em
uma assadeira retangular. fresco com o mel, até que levante fervura. CARAMELO
2 › Distribua a massa em uma assadeira, Retire do fogo, adicione a manteiga e 1 › Leve o açúcar ao fogo, até atingir o
Cubra com filme plástico e leve à despeje sobre os chocolates para derreter. ponto de caramelo. Retire do fogo.
geladeira por 30 minutos. 2 › Bata tudo até que fique homogêneo. 2 › Espalhe o caramelo sobre uma folha
3 › Abra a massa fria na espessura de 3 › Despeje em um recipiente plano, de papel-manteiga e espere ficar firme.
4 a 5 mm e coloque em uma fôrma como uma assadeira, e cubra com filme 3 › Com um rolo de massa, quebre todo
antiaderente de 25 cm. Leve ao forno plástico em contato. o caramelo, até obter um pó.
preaquecido a 170°C e asse até dourar 4 › Coloque na geladeira ou deixe 4 › Misture o pó de caramelo ao creme
(14 a 17 minutos). Reserve. descansar em temperatura ambiente até de leite e leve ao fogo, apenas para
firmar (30 minutos). Quando estiver firme, derreter. Retire, adicione o sal e misture.
GANACHE recheie a torta, deixando um espaço na Acrescente a gelatina hidratada e
1 › Leve ao fogo alto o creme de leite superfície para o caramelo. despeje sobre a ganache. Sirva morno.

C A S E I R I C E S › A R M A Z É M › por Olívia Fraga
Maíra Acayaba/Divulgação
A LTA V O LTA G E M
Primeiro chegou o fermento: Anthony Falco (foto), ex-sócio da Roberta’s,
Bruno Geraldi/Divulgação
no Brooklyn, em Nova York, cedeu um pouco de seu levain ao chef brasileiro

Benny Novak. Do fermento veio o projeto da Bráz Elettrica, filhote
moderninho da rede Bráz, em São Paulo, com fila de dobrar quarteirão desde
a inauguração. Aberta das 12h até a madrugada, serve pizzas individuais
macias e diferentonas. R. dos Pinheiros, 220, São Paulo, SP. @brazelettrica
PURE Z A
DO GOSTO
Algo escandinavo,
algo japonês: o
trabalho da designer
Elke Noda, que tem
se aperfeiçoado no
trato da madeira, traz
rara beleza a peças de CENAS
cozinha. Boleira, feita URBANAS
de teca e tratada Inspirado no célebre lenço
com óleo mineral Battistero, desenhado por Emilio
atóxico, 25 x 10 cm. Pucci em 1957, o estúdio de design
que leva seu nome criou a coleção
Casaquetem, R$ 220.
Cities of The World, estampa de
casaquetem.com.br
lenços e, agora, dos jogos de
xícaras da Illy. A edição limitada
Fotos Divulgação
comemora os 25 anos da série Illy

Art Collection. Jogo com seis xícaras
de expresso, R$ 480. shop.illy.com.br

CASEIRICES › ARMAZÉM
T R AG O
RURAL
Descobriram o switchel,
o segredo bem-guardado
entre a comunidade
rural americana. Por
aqui, a Kiro fabrica uma
ARTE DO RESG ATE versão engarrafada do
Madeira descartada em caçambas e azulejos resgatados em depósitos
refresco sem álcool
são valiosa matéria-prima nas mãos de Calu Fontes e Pedro Maroni, da
que leva mel, gengibre
Manjar Móveis. Tábuas de corte com aplicação de azulejos pintados, em
e vinagre de maçã.
vários tamanhos, a partir de R$ 250, no ateliê de Calu. @calufontes
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verniz pop a fôrmas e frigideiras da Rochedo.
O antiaderente rosa, azul ou roxo tem acabamento
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encontram na Hot Bread Kitchen, R$ 42,99. rochedo.com.br
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de pães e acompanhamentos.
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COZINHA E AFETO
Em projeto de internet que virou
COMO U MA ARQU I B A NCA DA

livro, a jornalista Ana Holanda
resgata receitas familiares,
embaladas em crônicas cheias de Basta olhar para notar o clima descontraído da Cookie Stories, em Curitiba:
Fotos Divulgação
lembranças. Minha mãe fazia, ed. a clientela se espalha nos degraus do café de Camila e Rafaela Camargo. Biscoitos
Rocco, 240 págs., R$ 40. assados nos sabores brownie e red velvet, entre outros, competem com os cookie shots,
copinhos de cookie em que se serve um cremoso chocolate quente. @cookie_stories

C A S E I R I C E S › C O Z I N H A I N V E S T I G AT I VA
H
ouvesse um concurso para melhor nome de
hortaliça, eu votaria na ora-pro-nóbis sem pes-
tanejar. É sonoro e solene, mas dependendo
do contexto soa meio como a língua do Mus-
sum (forévis!). A explicação mais difundida para esse ingre-
diente bem mineiro ter alcunha em latim – “rogai por nós”,
o seu significado – é saborosa: enquanto o padre puxava
a ladainha de Nossa Senhora (Sancta Maria, ora pro nobis...),
o povo aproveitava para desfolhar um arbusto farto no quin-
tal da igreja, de olho no almoço. Sabedoria popular: as fo-
lhas desse tipo de cacto são ricas em vitamina C, proteína
e ferro, entre outros nutrientes.
Planta sem frescura, a ora-pro-nóbis (Pereskia aculea-
ta) cresce sem muito zelo. É mais fácil encontrar quem doe
do que quem venda um maço dela, mas, com a valorização
das PANC (plantas alimentícias não convencionais), começa
a ser mais vista em feirinhas e lojas de orgânicos. Na hora de
preparar, é só ter cuidado com os espinhos. Crua, na salada,
tem textura crocante e leve viscosidade. O sabor lembra es-
pinafre e couve – que ela substitui na receita de estreia des-
ta coluna, uma sopa portuguesa com sotaque mineirinho.
C ALDO V E RDE COM ORA -PRO-NÓBI S

RENDIMENTO 5 porções
TEMPO DE PREPARO 40 min
INGREDIENTES
• 200 g de linguiça portuguesa defumada;
BÊNÇÃO
• 500 g de batatas (3 ou 4 unidades);
• 2 dentes de alho picados;
• 2 xícaras de folhas de ora-pro-nóbis;
NO PRATO
• azeite extravirgem;
• sal e pimenta-do-reino a gosto.
Retrato Lufe Gomes/Editora Globo Ilustração Mary Cagnin/Editora Globo
1 › Tire a pele da linguiça e corte-a em fatias de 5 mm. Corte as fatias

ao meio. Descasque as batatas e corte-as em quartos.
2 › Aqueça um fio de azeite em uma panela e doure o alho.
Acrescente a linguiça e doure as fatias. Adicione as batatas e cubra
com 1 L de água. Quando ferver, abaixe o fogo.
3 › Pique as folhas de ora-pro-nóbis em tirinhas. Quando as batatas
estiverem cozidas, retire-as e bata-as com um mixer, ou passe-as
por um espremedor de batatas, junto com um pouco do líquido do
cozimento. Volte-as para a panela e misture. Acerte o sal e a pimenta.
4 › Acrescente as tirinhas de ora-pro-nóbis, deixe ferver por 2
minutos e sirva com um fio de azeite.
Patricia Oyama (@patricia.oyama) é jornalista especializada

em gastronomia.

Deleite
O PRAZER DE FICAR EM CASA, RECEBER OS AMIGOS E CUIDAR DA NATUREZA
130
EM BERLIM
Escultura de Jeppe
Hein é destaque
no Festival IGA
D E L E I T E › PA I S A G I S M O
TOPO VERDEJANTE
Aconchegantes e recheadas
de plantas, estas três coberturas
são facilmente confundidas
com quintais. Ao driblar
o vento em excesso, elas revelam
ótimas soluções de cultivo
Texto S T É P H A N I E D U R A N T E
Fotos E D U C A S T E L L O
M O L D U R A V I VA
Responsável pela reforma e decoração desta cobertura, a arquiteta Lica Cukier
chamou a arquiteta-paisagista Juliana Freitas para um desafio: acrescentar plantas
à área externa, apesar do pouco espaço disponível. A solução foi explorar o ambiente
de forma vertical, transformando o muro dos fundos em uma bela parede verde.
“Aproveitamos a janela bem no centro para criar uma ‘moldura’ natural. As espécies
foram plantadas em blocos cerâmicos da GreenWall, assentados sobre a parede
existente”, explica Juliana, que fez uma composição com heras-estrelas, samambaias,
barbas-de-serpente e trapoerabas-peludas. No vaso, em primeiro plano, grumixama.


R E PA G I N A Ç Ã O T O TA L
Ter um espaço a céu aberto é uma delícia, mas o visual da cobertura não
conversava com o restante do apartamento. Para resolver esse impasse,
a arquiteta-paisagista Karla Lopez, do escritório Cenário Paisagismo,
trocou o piso original por placas da Concresteel, aplicou pedras Hitam,
da Palimanan, em uma das paredes e instalou uma treliça metálica para
dar mais privacidade em relação aos vizinhos. A bancada de granito preto
levigado, que serve de apoio para churrascos, ganhou um belo jasmim-
manga com xanadus. Logo atrás, bambus-negros plantados em linha.
Caixas de zinco com pintura eletrostática, da Firgal, receberam barbas-de-
serpente e clúsias. “Além de deixarem o espaço aconchegante, os maciços
fazem com que a área pareça maior”, explica Karla. “Optei por espécies
com diferentes texturas e tons de verde para dar um ar moderno”,
completa. Nos vasos da L’Oeil, capim-azul, orquídea e bromélias fireball.

Q U I N TA L E L E VA D O
“Clima de casa.” Esse foi o pedido dos
moradores desta cobertura para a arquiteta-
paisagista Gabriella Ornaghi, que comanda
o escritório Gabriella Ornaghi Arquitetura
da Paisagem. “Transformamos a empena
do prédio em um jardim vertical bem cheio
e ainda içamos uma pitangueira para dar
um ar de quintal”, conta. O exemplar foi
plantado em um vaso de 80 x 60 x 80 cm que
fica escondido abaixo do deque, executado
pela Madeira Brasilis. “Já que venta
bastante ali, optamos por espécies mais
rústicas na parede verde, como aspargo,
bromélia, abacaxi-de-jardim e ripsális”, diz.
A implementação das plantas ficou a cargo
do Movimento 90º. O projeto conta ainda
com outras boas ideias: dois recortes no
deque ao redor do spa se transformam em
espreguiçadeiras, e, nos fundos, a área ao
lado de um dos quartos ganhou uma pequena
horta elevada. Os temperos foram plantados
em duas caixas metálicas embutidas na
estrutura de cumaru, que ainda esconde
a unidade externa do ar-condicionado.
Mesinha e poltrona do estudiobola.

As medidas seguem o padrão L x A x P
(largura x altura x profundidade)
CASAEJARDIM
129
AGOSTO 2017
DELEITE › R
J AERT D
RAI NNACGAE M
JARDIM BRASILEIRO
O arquiteto-paisagista
Alex Hanazaki foi escolhido
para representar o Brasil no
festival de jardinagem
Lea Goeppert/IGA Berlin 2017 GmbH/Divulgação
RUMO S DA PA I S AG E M
Canteiros floridos e jardins temáticos são a grande atração do festival
IGA, que acontece até 15 de outubro em Berlim. Casa e Jardim foi
conferir o evento que conta com um projeto assinado por Alex Hanazaki
P
Texto S T É P H A N I E D U R A N T E *
romover o desenvolvimento cultural e transformar a área de 104 hectares em um só projeto.

discutir o futuro da natureza nas áreas “Plantamos cerca de 1.500 árvores, 35 mil folhagens
urbanas. Esta é a premissa do IGA, fes- e 300 mil flores. E contamos com uma equipe de 45
tival internacional de jardinagem que jardineiros responsáveis pela manutenção do gra-
acontece a cada dez anos na Alemanha. mado e dos canteiros durante os 186 dias do festival”,
Berlim, a capital do país, foi escolhida conta Sabine Wacker, da equipe de relações-públicas
para sediar esta que é a sétima edição do evento, que do evento. Entre as novidades, um anfiteatro a céu
começou em abril e se estende até o dia 15 de outubro. aberto, uma plataforma de observação e nove jardins
Para abrigar o festival, os organizadores aprovei- temáticos. A comissão organizou uma competição in-
taram uma enorme área desapropriada ao redor do ternacional para definir os paisagistas e, entre os no-
parque Gärten der Welt (Jardins do Mundo, em tra- mes escolhidos, um deles é bem conhecido por aqui: o
dução para o português), criado em 1987, no distrito brasileiro Alex Hanazaki conquistou uma das áreas de
de Marzahn-Hellersdorf. Foi preciso cinco anos de 380 m² e criou um belo projeto com linhas arquitetô-
planejamento, sendo três deles de construção, para nicas e contemporâneas. CJ

IGA Berlin 2017 GmbH/Divulgação
Janina Vogel/Visit Berlin/Divulgação

RELIGIÃO O Cristianismo é o tema deste
jardim que fazia parte do Gärten der Welt
VISTA PANORÂMICA Com três pontos

de parada, o teleférico facilita o acesso às
diversas partes do festival
TRADIÇÃO A simetria e a topiaria são as

principais características do jardim renascentista
PERFUME CHINÊS Instalação no jardim

Lea Goeppert/IGA Berlin 2017 GmbH/Divulgação
Dule Yuan, do paisagista chinês Zhu Yufan
WOLKENHAIN Situada no ponto mais
Stéphanie Durante/Editora Globo

alto do parque, a plataforma oferece uma
bela vista da região de Marzahn-Hellersdorf
ARTE Assinada pelo dinamarquês Jeppe

Hein, a escultura-labirinto Reflecting garden é
composta por diversos espelhos multifacetados
Frank Sperling/IGA Berlin 2017 GmbH/Divulgação

Stéphanie Durante/Editora Globo
*A jornalista viajou a convite do Centro de Turismo Alemão – DZT

D E L E I T E › J A R D I N S E A F I N S › por Bruna Pereira
BR I LHO ETERNO
A linha de revestimentos cerâmicos com acabamento
brilhante da Tecnogres, 21 x 21 cm, é ideal para paredes
e piscinas. A gama de cores possibilita uma montagem
com mix de tons. Por R$ 32 o m². tecnogres.com.br
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O suporte Guirlanda,
48 x 55 x 20 cm, de aço
galvanizado e corda de
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vaso como protagonista
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DO LADO
DE FORA
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aposta em mais uma
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Acquablock. Os
padrões Selva Urbana

Fotos Divulgação e Tiago Nunes/Divulgação (suporte Estúdio Iludi)
trazem o frescor da
natureza com diferentes
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composto de algodão e da linha Otero, 54,30 x 77 x 90,50 cm,
poliéster funciona em é feito de eucalipto com detalhes em
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A P R E S E N T A
A
doro quando chega agosto e começam as fei-
ras e exposições de plantas em todo o Brasil. Em
São Paulo, produtores de Holambra, Atibaia, Arujá
e Mogi das Cruzes apresentam suas novidades,
como em um desfile de moda. São apostas que vêm de labo-
ratórios principalmente da Holanda, dos Estados Unidos e do
Japão. Um antúrio quase marrom vai pegar? Os floristas vão se
entusiasmar com 12 botões de rosa em uma única haste? A po-
pularidade das kalanchoes em vários tamanhos de vasos com
terra vai se repetir na versão flor de corte para vasos com água?
É a nossa aceitação, ou o nosso nariz torcido, que bate
o martelo para o produtor investir ou não em uma fornada.
Mas há plantas menos propícias a invencionices. Como as or-
quídeas. Isso porque, da clonagem das células até a abertura da
primeira flor, demora em média de dois a quatro anos. Tempo
demais para colher um retorno financeiro ou se recuperar de
um fracasso. Ainda assim, inventam orquídeas que dão mais flo-
res, cada vez menores, para decorar pequenos apartamentos.
Japoneses já estão morando em cápsulas pouco maiores que
suas camas, mas querem manter seu vínculo com a natureza e
com a arte floral. De olho puxadinho nas tendências, eles sa-
bem que, com tanta gente no mundo, as casas só vão encolher.
Já os americanos são responsáveis por uma polêmica que
tingiu as pétalas brancas da orquídea phalaenopsis – aquela
com vistosas flores em pares, semelhantes a borboletas. So-
COLEÇÃO
brou para ela ser colorizada com carguinhas (tipo as de ca-
neta) espetadas na haste durante o crescimento dos botões.
Técnica difícil, criada e patenteada nos Estados Unidos em
PRIMAVERA- 2011, e disseminada pela Holanda. Primeiro foram as orquídeas

azuis, depois teve roxo-mimeógrafo, verde-intrigante, rosa-
VERÃO
impossível... Causa impacto, é cenográfico. E, mesmo diante
de uma maquiagem obviamente artificial, até hoje tem com-
prador que não entende por que a florada seguinte nasce
branca. Sem o processo, ela retorna às origens.
Retrato Lufe Gomes/Editora Globo Ilustração Anália Moraes/Editora Globo
Eu sei que tem gosto e uso para tudo no mundo, mas sou
meio purista. Já reparou que quase não tem flor verdadeira-
mente azul na natureza? Entre as orquídeas, o tom mais pró-
ximo, o cerúleo, vem da púrpura. E é para conquistar chatos
como eu, e também pessoas sedentas por novidades, que os
produtores precisam ter de tudo um pouco a cada nova tempo-
rada de feiras. De minha parte, estou com a sacola pronta e as
floreiras esperando. De azul, já me bastam as hortênsias e o céu.
Ananda Apple (@anandaappleoficial) é repórter da TV Globo

especializada em natureza e apresentadora do Quadro Verde
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TUTORIAL C J
No próximo episódio da websérie
que coloca a nossa equipe em
ação, a repórter Julyana Oliveira
vai provar que mexer com argila
pode ser mais simples do que você
imagina. O vídeo vai ao ar no dia 15.
Alexandre Disaro/Editora Globo Agradecimento Decameron

E N T R E V I S TA
PA R I S B O R D A D A
Elin Petterson (@petronella.art) é uma apaixonada por arquitetura desde os 10 anos,
quando começou a desenhar os prédios que via pelas ruas. Mudou-se para Paris e
o hobbie ganhou mais um traço artístico: o bordado. Atualmente, ela reproduz a
arquitetura parisiense em seus bastidores. “Minha maior inspiração vem do dia a dia.
Em idas e vindas pela cidade, observo estruturas, luzes e a vida local”, explica a artista.
#OLHOMÁG I CO C J
Profissionais entregam seu olhar para o Instagram de Casa e Jardim
DIA 3 DI A 10 D IA 17
BRUNO CARVALHO MIGS ARQUITETURA VIVIANE GOBBATO
@bruno_carvalho @migsarquitetura @vivianegobbato
Fotos Divulgação; Mariana Perri/Divulgação (1)
MCA Estúdio/Divulgação
DECORAÇÃO
DIA 24 D IA 31
JEAN DE JUST TRIART O J A R D I M I N VA D E A S A L A
@jdjdesignrio @triart.arquitetura
Quatro anos após comprar o apê de 250 m², no Leblon, RJ,
os moradores voltaram a procurar a arquiteta Marise Kessel
(@marisekesselarquitetura). Dessa vez, para integrar o lar com
a cobertura no andar superior. Com mais espaço, foi possível
valorizar as plantas no parapeito, que parecem invadir a sala.
CASAEJARDIM 1 37 AGOSTO 2017

D E L E I T E › S E N T I D O S D O H A B I TA R
A
prendi que a arte, em toda a sua diversidade ex-
pressiva, aponta o futuro. A sensibilidade do
artista para sentir o espírito do tempo faz trans-
bordar na sua criação o porvir, em manifesta-
ções nem sempre óbvias, mas decifráveis aos espíritos inves-
tigativos mais sofisticados e sensíveis.
Bem, se essa premissa é verdadeira, não estamos nada
bem. As mais recentes manifestações de arte contemporâ-
nea, digo aqui as institucionalizadas, como bienais e feiras in-
ternacionais de arte, mostras e exposições em galerias etc.,
vêm nos oferecendo um acervo de criações que nos mos-
tram um futuro sombrio. Gostaria de me ater à minha recente
visita à Documenta 14, em Kassel, na Alemanha, um dos mais
importantes eventos de arte do mundo. Destaco as obras do
pavilhão Neue Neue Galerie (Nova Nova Galeria). Um painel
imenso com o prognóstico TerraNullius e o Triunfo da Bestia-
lidade, do australiano Gordon Hookey, nos recebe na entrada;
a cortina de carcaças de bois ou um vestido branco consti-
tuído de microcarcaças, ambos da norueguesa Máret Ánne
Sara, chamam atenção; um amontoado de cabeças de ani-
mais decapitados da nigeriana Otobong Nkanga, mas tam-
bém feixes de luz tão potentes que nos impedem de olhar,
nos fazem pensar; a frase que ecoa na simetria perturbadora
“no leaders, no heroes, no idols, no masters”, do espanhol Daniel
García Andújar, corpos amputados no esforço de movimen-
tar-se, sacos de estopa rasgados, ruínas, restos, falhas, uma
após a outra, essas obras nos inundam. Essa pequena mostra
reúne artistas diversos, mas que na essência gritam no mes-
mo tom: morte. Todas elas nos revelam um futuro de tristeza
e de sofrimento, de morte física, mas também simbólica.
Alguma esperança no fim do túnel? Sim, ainda que pou-
A ARTE cas. Encontrei na obra de Marta Minujín, intitulada Parthenon

de livros, uma acrópole em tamanho real, construída com
INDICIA O
100 mil livros banidos por vários motivos, uma luz. Ainda que
possamos entendê-la como o colapso da democracia, está
Retrato Jennifer Koo/Divulgação Ilustração Fabio Issao/Editora Globo
também ali a resistência do livro. Com uma estratégia que a
FUTURO?
torna exuberante e sensível, cada exemplar foi envolvido em
plásticos transparentes, o que permite a exploração do som
e, de noite, da iluminação da praça que também abriga o mu-
seu Fridericianum, o local onde, em 1933, milhares de livros
foram queimados pelos nazistas. Aqui o político e o crítico se
encontram com o belo. Para mim um resgate do que é a arte.
Clotilde Perez (cloperez@terra.com.br) é semioticista,

professora da USP e da PUC-SP, e fundadora da Casa Semio.

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com D O R A M A R T I N E L L I
Fotos A L E X A N D R E D I S A R O
QUITANDOCA
Após uma temporada
trabalhando com
agronomia no Vale
do Ribeira, Gabriela
Mazzamati resolveu
abrir um empório em
São Paulo focado na
agricultura familiar.
A geógrafa viaja pelo país
e realiza uma curadoria
de bons pequenos
produtores. Frutas
e legumes da estação
(boa parte orgânica),
sucos, geleias e temperos
são vendidos todos os
dias e também servidos
ao lado da quitanda, no
restaurante Pitico, dos
mesmos proprietários.
O espaço serve um
café da manhã aos
domingos em esquema
de buffet, por R$ 40 por
pessoa, com mais de
50 opções de pratos.
R. Guaicuí, 53, Pinheiros.
Tel.: (11) 3582-7367;
@quitandocaa

QUITAND’ARTE
A “quitanda” dos irmãos
Iara e Rafael Rodrigues,
nascidos em Belo
Horizonte, crava um
cantinho mineiro na
capital paulista. Por lá,
quitanda diz respeito
à mesa completa de
quitutes, geleias, bolinhos
e broas servidos com café.
“Vender quitanda para
mineiro é que nem vender
moqueca para baiano.
Não dão valor”, conta Iara.
Para paulista, no entanto,
a oferta é grata novidade.
O lugar, misto de
vendinha e restaurante,
serve almoço de terça
a sexta-feira, mas o
principal atrativo são
os cafés da manhã aos
finais de semana (R$ 47
por pessoa). À venda no
armazém, o bolinho de
coco cremoso custa R$ 9.
R. Joaquim Antunes, 391,
Pinheiros. Tel.: (11) 3061-
0320; @quitandarte

ARMAZÉM
JACARANDÁ
O restaurante Jacarandá
sempre foi um oásis.
A casa, tocada por
anos pela restauratrice
argentina Ana Maria
Massochi e vendida ao
empresário Milton Santos
em 2016, preservou
a esguia árvore no meio
do salão. Hoje três em
um, o restaurante e
o bacanudo Raiz Bar
são acessados por um
corredor. O armazém fica
logo à frente, um convite
às compras. O menu de
brunch do Jacarandá
é oferecido todas as
manhãs por R$ 49 e
inclui produtos da lojinha,
como o queijo da Serra
da Canastra e sorvetes
artesanais. À venda no
armazém, jiquitaia (pó de
pimenta da tribo baniua),
balas embrulhadas em
palha (R$ 10, com 40
balas) e artesanato.
R. Alves Guimarães,
153, Pinheiros.
Tel.: (11) 3083-3003;
@armazemjacaranda

ORGANIQUE-SE
O lugar aconchegante,
com teto retrátil e cheio
de plantas, tem verve
orgânica e vegetariana.
Serve menu executivo a
R$ 35 no almoço, promove
um happy hour às quartas-
feiras, feira de orgânicos
às quintas e, no empório,
vende alimentos saudáveis
no estilo grab and go, como
chocolates e espirulina
da Amazônia, suplemento
produzido a partir de uma
alga. Comandado pela
artista plástica Giovanna
Vilela, ganhadora de um
concurso culinário do
Mais Você, e pela chef
Lívia Testa, o restaurante
adota a política do zero
desperdício, começando
nos pedidos: a quantidade
de comida é servida
proporcionalmente à fome
do cliente, que é indagado
logo na hora da escolha.
R. Gomes de Carvalho,
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Quando começo a traçar um novo destino, o olhar vai em busca de uma paisagem
de onde eu possa extrair a beleza, a emoção e a história que o lugar pode oferecer.
E foi assim quando planejei junto com a família nossa ida a St. Moritz. Fizemos o trecho
Zurich-St. Moritz de trem, o Glacier Express, que através dos janelões panorâmicos ia nos
presenteando com um cenário cinematográfico. Mas foi na volta, com os olhos grudados em
cada detalhe que passava como um filme, que avistei perdida no campo entre capim seco
e neve, uma pequena casinha. O clique foi instantâneo. Ficou o registro daquela minúscula
construção, emoldurada pela majestosa natureza dos Alpes Suíços, que apresento para vocês.”
Gigi Monteiro (@gigi_monteiro) é fotógrafa, ama viajar e investe em fotos-arte para decoração.

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CASAEJARDIM 30 AGOSTO 2017

CASAEJARDIM 32 AGOSTO 2017

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CASAEJARDIM 33 AGOSTO 2017

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CASAEJARDIM 36 AGOSTO 2017

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CASAEJARDIM 46 AGOSTO 2017

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