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HISTÓRIA DA MODA

CONTEXTO HISTÓRICO
A crise econômica na Inglaterra na
década de 70 levou diversos
alfaiates antigos da Savile Row a
fechar suas portas, e algumas
cadeias de lojas masculinas mais
tradicionais passaram por fases
difíceis.
Durante a década de 70 [...] A
independência exigia coragem, mas
a moda estava fazendo eco a uma
nova disposição feminina
autoconfiante e assertiva. A
individualidade não significava,
como na década de 60, adotar um
look completo individual em si, mas
chegar a um estilo pessoal de
vestir.
James Laver
MOVIMENTO FEMINISTA
Gloria Steinem e Dorothy Pitman Hughes
National Portrait Gallery
1971
Betty Friedan (fileira
superior, quarta da
esquerda) com
feministas em sua
casa em 7 de junho
de 1973. O
encontro foi
descrito como uma
sessão da
Conferência
Internacional
Feminista e incluiu
Yoko Ono.

www.vox.com
Marcha da
Libertação das
Mulheres na praça
Copley Square,
em Boston, em 17
de abril de 1971.
MOVIMENTO CIVIS LGBT
Uma manifestação
de direitos LGBT
no Greenwich
Village de Nova
York, 8 de junho de
1977
1973 - Nova York
Harvey Milk
NAS ARTES
JUDY CHICAGO
Judy Chicago
The Dinner Party
1974–79.
Regina Silveira
Biscoito Arte
1976
PERFORMANCE
Rhythm 10 1973

Marina Abramović
Rhythm 5 1974

Rhythm 0 1974
LAND ART
Robert Smithson
Spiral Jetty
1970
Walter de Maria
Lightning Fields
1977
MÚSICA
BOWIE
Kansai Yamamoto
"Tokyo Pop"
1973.
1972
As primeiras roupas de Bowie para Ziggy Stardust foram
inspiradas nas roupas de Milena Canonero para o filme
Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, que ele viu em seu
lançamento em 1971. Essa cena subverte os macacões
brancos originais usados pelos “droogs”, os violentos
bandidos adolescentes nos filme. Bowie descreveu esse
traje como "ultra-violência nos tecidos Liberty" - um
fornecedor de tecidos de destaque conhecido por padrões
elaborados.

BROOKLYN MUSEUM
Jean Paul Gaultier
primavera-verão 2013

Fotografia promo de David


Bowie para Diamond Dogs,
1974.
Fotografia Terry O’Neil.
Victoria and Albert Museum
Vogue Paris
2012
Fotografia do álbum
Aladdin Sane, 1973.
Brian Duffy.
Conjunto
acolchoado, 1972
Design de Freddie
Buretti para a turnê
Ziggy Stardust.
Victoria and Albert
Museum
Terno azul gelo,
1972. Design de
Freddie Buretti para
o vídeo Life on
Mars?
Victoria and Albert
Museum
NEW WAVE
Blondie

Talking Heads

Devo The B-52’s


FORMAS
BOCA DE SINO
Farrah
Fawcett

Anúncio
Marshall
Fields
1975
ANNIE HALL
Yves Saint Laurent
1966–70

Yves Saint Laurent Yves Saint


Começo dos anos Laurent
1970 1973–79
GIPSY
1970, Oregon.
Coleção de Bill
Volckening.
Yvonne Porcella
Vestidos de
Patchwork, 1972.
Bellevue Arts
Museum.
Stevie Nicks
Croqui
Yves Saint Laurent
DISCO
As Panteras

Bee Gees

ABBA
Soul Train
STUDIO 54
Grace Jones no
Studio 54
1978.
Bianca Jagger em
seu aniversário no
Studio 54 Diana Ross
1977. 1979.
Ara Gallant e Diane von
Furstenberg participam
da festa do livro "The
Power Look", de Egon
Von Furstenberg, em 25
de setembro de 1978,
no Studio 54, em Nova
York.

Jonathan Soresi e Jayne


Kennedy na pista de dança
durante a festa de pré-estréia
de "Somebody Killed Her
Husband" para beneficiar a
Association for a Better New
York no Studio 54 em 1978.
Steve Rubell, Michael Jackson, Steven
Tyler do Aerosmith e Cherie Currie da
banda The Runaways
Grace Jones no 31 de Maio de 1977.
Studio 54
Março de 1979.
GLAMOUR
Vogue
Dezembro
Jerry Hall 1974
Cher
1974
1978
Diana Ross
1979

Diana Ross
Diana Ross
1970
1975
Mick e Bianca Jagger
em St. Tropez, 1971

THE Suit, 1979


BIBA
Conjunto
Nova Biba
1972
Década de
1970
Barbara
Hulanicki
Twiggy no Rainbow Room da loja
Kensington de Biba, em 1971.
PUNK
Sex Pistols, 1977
MASCULINO
A banda Journey,
Amsterdan 1977
Norman Green. Jaquetas masculinas, década de 1970.
Coleção de Frances Neady de ilustrações originais.
Lee Leesure
Conjunto Anúncio veiculado
Pierre Cardin na Playboy de maio
1974 de 1976
Anuncio da
JCPenney,
1976

Bill Kaiserman
1973
The Museum at FIT
DESIGNERS
YVES SAINT LAURENT
1971
Yves Saint Laurent
A escandalosa coleção "Libération" de Yves Saint Laurent,
de 1971, apresentava elementos característicos da moda
dos anos 40 - ombros quadrados, sapatos de plataforma,
jaquetas curtas de raposa e maquiagem forte. A coleção
provocou o avanço de uma feminilidade sedutora e a
apropriação de estilos usados durante a guerra e a
ocupação, que alguns críticos consideram nostalgia por
um período de privação. Os estilos retrô refletiam a moda
já usada pelas jovens em Londres, Nova York e Paris, e
prenunciavam a forma irreverente e irônica do historicismo
que informava a moda avant-garde no final do século XX.
Este vestido, com uma estampa de lábios vermelhos
brilhantes contra um fundo preto, pertence à interpretação
ready-to-wear da coleção, que se mostrou menos
controversa.
MET Museum
Terninho
primavera / verão 1970
Yves Saint Laurent

Em 1970, comprimentos variáveis de saia haviam gerado a


impaciência das mulheres que compravam roupas de alta costura
e ready-to-wear. [...] Saint Laurent era o designer mais preparado
para oferecer calças, apresentando-as sistematicamente, primeiro
como parte de seus smokings, desde meados da década de
1960. Na década de 1970, Saint Laurent exploraria pretextos
chineses, russos e ciganos para calças, estabelecendo uma
iconografia de mulheres poderosas em calças.

MET Museum
Saint Laurent era um admirador dos Ballets russes
(fundados por Sergei Diaghilev no início do século XX),
dos figurinos de Léon Bakst e das pinturas orientalistas.
Sua coleção evocou simultaneamente a Rússia da era
czar e a Rússia retratada em óperas. Usando cores
brilhantes e tecidos luxuosos (incluindo [...] chiffon, seda,
veludo e lamé dourado), Saint Laurent restaurou a
capacidade da alta costura de fazer as pessoas
sonharem.

Musée Yves Saint Laurent Paris


DIANE VON
FURSTENBERG
No início dos anos 1970, Diane von Furstenberg, uma
bela e elegante belga casada com o príncipe Egon von
Furstenberg, vivia em Nova York e começou sua
carreira na moda como modelo. [...] Suas primeiras
peças eram simples: camisetas, camisões e uma
pequena blusa cache-coeur combinada com uma saia.
Sua brilhante ideia foi combinar a blusa cache-coeur e
a saia para formar um vestido. O vestido envelope de
Diane von Furstenberg foi um sucesso imediato e,
durante os anos 1970, ela vendeu cinco milhões de
unidades. Em 1976, essa estilista moderna e poderosa
foi capa da revista norte-americana Newsweek,
tornando-se forte inspiração para outras mulheres,
dentro e fora da indústria da moda.

Bronwyn Cosgrave
Vestido
1975–76
Diane von Furstenberg

Um clímax para a tradição americana de roupas


esportivas surgiu na década de 1970 com a sensação
do vestido de Von Furstenberg. Sua forma fundamental
já estava profundamente enraizada na tradição
americana de roupas esportivas de grife; a jovem
estilista traduziu o estilo em tecidos e cores da década
de 1970, geralmente mais brilhantes, mais ousados e
mais sintéticos (e elásticos) [...].
MET Museum
KENZO TAKADA
Sketches
1972
Kenzo, 1973
Casaco
1975
Kenzo Takada

Casaco
1970–72
Atribuído a Kenzo Takada
HALSTON
Halston foi para a era das discotecas, em Nova York, o que Clark
representou para a Swinging London, um estilista que conectava a
sociedade jovem e moderna e o munda da arte. Halston tinha uma
tribo. Como escreveu Andy Warhol em seus diários, eles
conversavam antes de sair para escolher um tema que todos
vestiriam.

Bronwyn Cosgrave

Conjunto
1971
Halston
Vestido
1970
Halston

Vestido
1974
Halston
Vestido de noite
1978

O vestido de um ombro apareceu


em muitas das coleções de
Halston. Ele estava especialmente
interessado no viés em espiral do
tecido sobre o corpo.

MET Museum

Vestido de noite
Década de 1970
VIVIENNE WESTWOOD
Suéter
1978
Vivienne Westwood
Gravata 1976
Vivienne Camisa
1975
Westwood 1976
1978

1977
NO BRASIL
DENER PAMPLONA DE
ABREU
Um dos mais destacados
dentre os primeiros costureiros
de luxo foi o Dener Pamplona
de Abreu [...] Não era fácil para
nenhum profissional daquele
período se legitimar como
costureiro, profissão
estigmatizada num país
subdesenvolvido e machista.
Dener teve coragem para isso:
era inventivo, fantasioso [...]

História da Moda no Brasil. Luís André


do Prado e João Braga
[...] nos anos 1970, as mudanças nas engrenagens do
funcionamento na produção e consumo de roupas, com o
prêt-à-porter, fez com que o estilista desenvolvesse
mecanismos para enfrentar as alterações nas práticas de
vestir dos homens e das mulheres. Foi nos anos 1970 que
intensifica sua participação midiática. Publica sua
autobiografia, e o Curso básico de corte e costura Dener,
onde veicula concepções de elegância fabricadas ao longo de
seu percurso estético.

Narrativas biográficas na moda: Dener Pamplona de Abreu e as


costuras da fama
Débora Russi Frasquete e Ivana Guilherme Simili

Autobiografia 1972
Dener, ‘figura polêmica e destacada das décadas de
1960 e 1970, foi um dos maiores nomes da moda
brasileira de todos os tempos, ao unir seu talento à
habilidade para o marketing pessoal’
(CALLAN, 2007, p.107).

Revista Manequim
1972
A ascensão de Dener se deu por meio do evento
paulista (Fenit), mas sua consagração ocorreu quando
foi eleito costureiro oficial da [...] Maria Thereza
Fontella Goulart. Emoldurando a aura nacionalista em
vigor, Dener foi o primeiro brasileiro a criar moda
genuína para uma esposa de presidente.

História da Moda no Brasil. Luís André do Prado e João Braga


CLODOVIL HERNANDES
1971
Acervo - Estadão
Elke Maravilha com
1971 criação de Clodovil
1973
Ballet Stagium
Espetáculo Kuarup,
1977
Figurino de Clodovil
Décio Otero e Marika Gidali não queriam os bailarinos com
figurino de índios, vestidos com malhas de cor de ferrugem,
enrugadas pelo corpo, imitando na cor a pele dos índios que
assemelhassem aos estereótipos dos cartões postais
turísticos sobre a sociedade indígena brasileira. Marika Gidali
convida seu amigo Clodovil para palpitar nas túnicas que
fariam parte do figurino do espetáculo Prelúdios que antecedia
a cena de Kuarup. Clodovil quis ver todo o programa que
estava sendo ensaiado.

A atuação de Clodovil Hernandes como figurinista


Vagner D. G. Carvalheiro
“Lembro que quase no final da
montagem, aparece nada mais, nada
menos que Clodovil Hernandes para
assistir ao ensaio. Seria ele que faria os
figurinos de Kuarup e de Prelúdios, que
iriam juntos no mesmo programa. Dona
Márika me colocou em contato com o
Clodovil, já que eu tinha estudado artes
visuais, para auxiliar no que fosse
preciso. Tive então acesso direto ao
aderecista, Claudio Tapeceiro (como era
conhecido). A concepção do figurino
estava diretamente relacionada com o
contexto em que o Brasil vivia. Clodovil
pensou forma e conteúdo como num
relâmpago, luz e energia inseparáveis.”

Fábio Villardi
O macacão idealizado por Clodovil Hernandes foi
confeccionado em brim de algodão com leve textura aveludada
com trama sarjada, não perceptíveis em cena, nas cores verde
e amarelo. Apresenta volume amplo não ressalta nem
evidencia músculos, formas e partes do corpo dos bailarinos,
conferindo conforto ao corpo. Não há diferença entre os
macacões verdes e amaremos e nem diferenças dos
macacões utilizados pelas mulheres e pelos homens.

A atuação de Clodovil Hernandes como figurinista


Vagner D. G. Carvalheiro
ZUZU ANGEL
“EU SOU A MODA
BRASILEIRA!”
Como estilista, Zuzu buscou - como ninguém antes
fizera - uma moda com identidade brasileira, por
mais polêmico que o assunto (e os rumos por ele
tomados) pudesse ser. Tornou-se um paradoxo
exposto da moda brasileira: fazia sucesso lá fora
justamente por criar roupas com base em temas e
tramas tipicamente brasileiros, folclóricos também,
mas não apenas

Luís André do Prado e João Braga


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
O Império do Efêmero - Gilles Lipovetsky
História do Vestuário no Ocidente - François Boucher
Breve História da Moda - Denise Pollini
A Roupa e a Moda - James Laver
História da Indumentária e da Moda - Bronwyn Cosgrave
História da Moda no Brasil. Luís André do Prado e João Braga
Websites
https://artsandculture.google.com/
https://history.com
https://fashionhistory.fitnyc.edu/
www.metmuseum.org
www.businessoffashion.com
www.vam.ac.uk
www.vox.com
https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-the-most-iconic-artists-of-the-1970s
https://www.brooklynmuseum.org/exhibitions/davidbowieis
Narrativas biográficas na moda: Dener Pamplona de Abreu e as costuras da fama. Débora Russi Frasquete e Ivana Guilherme Simili.
Disponível em
http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202015/COMUNICACAO-ORAL/CO-EIXO3-CULTURA/CO-3-NAR
RATIVAS-BIOGRAFICAS-NA-MODA.pdf
A atuação de Clodovil Hernandes como figurinista. Vagner D. G. Carvalheiro. Disponível em
http://modadocumenta.com.br/pdf/IVMD201413-5.pdf

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