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Grupo 4 - Artigo Rodrigues - Desempenho LT - Descarg Atm PDF
Grupo 4 - Artigo Rodrigues - Desempenho LT - Descarg Atm PDF
Anais do V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, Foz do Iguaçu – PR, Brasil. 22-25/04/2014 ISSN 2177-6164
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Anais do V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, Foz do Iguaçu – PR, Brasil. 22-25/04/2014 ISSN 2177-6164
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potencial entre os terminais da chave controlada, representa VI. SISTEMA DE CONTROLE DA DISRUPÇÃO
a sobretensão imposta a cadeia de isoladores durante o surto Na modelagem computacional desenvolvida, a disrupção
atmosférico. A curva de suportabilidade de tensãoxtempo foi representada através do uso de uma chave da rotina
descrita pela equação (1) e medida no sistema elétrico TACS, comandada pela diferença de potencial à qual a
implementado no ATPDraw é mostrada na Fig 3 (a). Para cadeia de isoladores é submetida. O sistema de controle está
fins de validação, esta curva foi comparada com a curva de representado na Fig. 5.
TensãoxTempo obtida experimentalmente em [10], para uma Basicamente o sistema de controle da chave da TACS que
cadeia de isoladores também formada por 26 isoladores. representa a disrupção utiliza a seguinte lógica:
i. As sobretensões existentes entre a torre 1 (VTORR1)
e as fases (VFA1VA, VFB1VA e VFC1VA) são
aplicadas às entradas de um dispositivo somador,
sendo utilizadas para o cálculo das diferenças de
potenciais impostas às cadeias de isoladores de cada
fase desta torre. O módulo desta sobretensão é então
calculado.
ii. No instante de tempo no qual o módulo das
(b) Curva de TensãoxTempo para sobretensões torna-se maior ou igual à curva de
(a) Curva TensãoxTempo
implementada no ATPDraw. Ocorrer a Descarga para Impulso suportabilidade Vxt, um comparador gera os pulsos
1,2x50 µs. (DISP1A, DISP1B e DISP1C) com amplitude igual a
Fig. 3. Curva de suportabilidade Vxt da cadeia de isoladores. 5;
Ressalta-se que embora a curva C mostrada na Fig. 3 (b) iii. Os pulsos gerados pelos comparadores do passo
seja referente a ensaios de torres de 765 kV e 500 kV anterior são aplicados aos dispositivos
utilizadas no sistema de Furnas, as diferenças de geometria Sample&Track que registram o instante de tempo em
para a torre de 500 kV, implementada computacionalmente que estes tornam-se positivos e geram os pulsos de
na Fig. 3(a), não representaram discrepâncias significativas disparo (VGAT1A, VGAT1B e VGAT1C), com
nas duas curvas. amplitude igual a 5, para as chaves controladas das
fases A, B e C, respectivamente, da torre 1.
V. SISTEMA ELÉTRICO SIMULADO iv. As chaves da TACS mostradas no sistema elétrico da
Fig. 4 são controladas pelos pulsos gerados no passo
O sistema elétrico implementado neste trabalho está anterior. Quando os pulsos forem positivos (>0),
representado na Fig. 4. Foram representadas três torres ao situação na qual a sobretensão na cadeia supera a
longo da linha de transmissão trifásica. A fonte de surto curva Vxt, as chaves são fechadas simulando a
denominada Isurge é ligada aos cabos de blindagem disrupção através da cadeia de isoladores. Com os
localizados no topo da torre central (torre 2). No sistema pulsos VGAT1A, VGAT1B e VGAT1C aplicados às
elétrico foram representados 4 vãos de linhas. As linhas das chaves das fases A, B e C da torre 1, ocorre a injeção
extremidades possuem comprimentos de 10 km. O vão a de corrente de curto-circuito nas fases da linha de
esquerda da torre central possui comprimento de 500 m transmissão trifásica. Este sistema de controle foi
enquanto que o vão a direita possui comprimento de 600 m. também aplicado as torres 2 e 3.
A altura das torres é de 44,7 m. As torres foram
representadas por dois trechos de linha de transmissão VII. RESULTADOS
monofásicas, ligados em série, com comprimentos
proporcionais a 2/3 (29,8 m) e a 1/3 (14,9 m) da altura da Neste item serão analisadas as amplitudes das
torre, conforme [11]. Cada um dos dois trechos de linha de sobretensões que determinam a ocorrência de disrupções
transmissão possui impedância de surto de 200 Ω. Os devido ao fenômeno de backflashover. É identificado o
trechos de linha de transmissão monofásicos utilizados para valor de pico e a forma de onda do surto de tensão no
modelar a impedância das torres, foram representados pelo condutor fase. Também é apresentada uma análise da
modelo Transposed Lines (Clarke), com parâmetros influência da impedância de pé de torre na ocorrência da
distribuídos, do ATPDraw. A velocidade de propagação da disrupção. Para tanto a impedância de pé de torre foi
onda eletromagnética na torre é considerada, em média, representada por meio de resistores, conforme mostrado na
igual a 85% do valor da velocidade da luz [12]. Fig. 4, para valores de resistências iguais a 30 Ω e 60 Ω
As chaves instaladas entre os nós denominados VTORR1 [13].
e os condutores fases (VFA1VA, VFB1VA e VFC1VA), da Para cada caso estudado foram identificados os valores
Torre 1, registram as amplitudes das sobretensões resultantes de corrente crítica de descarga atmosférica, ou seja, o menor
impostas à cadeia de isoladores de cada fase. Neste sistema, valor de corrente capaz de produzir um fenômeno de
a chave controlada por TACS é fechada quando a diferença backflashover. Ressalta-se que nos casos estudados a linha
de potencial existente entre os seus terminais supera a de transmissão não está energizada.
suportabilidade dos isoladores. A mesma modelagem foi Caso 1 – Torre de descarga com resistência de terra igual a
adotada para as torres 2 e 3. 60 ohms.
Neste caso foi considerada uma resistência de
aterramento da torre de descida da descarga igual a 60 Ω. As
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Fig. 5. Sistema de controle da chave da TACS que representa a disrupção sobre a cadeia de isoladores.
torres adjacentes têm resistências de pé de torre iguais a Neste caso, a disrupção ocorreu no instante de tempo igual
1000 Ω. Portanto, avalia-se a influência somente da resistência a 2,62 μs, quando a sobretensão na cadeia de isoladores da
de aterramento da torre 2, atingida pela descarga. fase B da torre 3, atingiu o valor de 2,8292 MV. A amplitude
A Fig. 6 mostra as sobretensões impostas às cadeias de da corrente crítica foi de 90,06 kA.
isoladores das três torres do sistema elétrico. Devido a Pode -se perceber que a sobretensão na cadeia de isoladores
geometria da linha de transmissão modelada, as sobretensões da fase B, da torre 1, atingiu o limiar da suportabilidade no
observadas nas fases A e C são muito similares. A fase B ficou instante de tempo igual a 5,65 μs.
submetida aos maiores níveis de sobretensão. Dessa forma,
Caso 2 – Torre de descarga com resistência de terra igual a
foram analisadas somente as fases A e B de cada uma das
30 ohms.
torres.
Neste caso foi considerada uma resistência de aterramento
da torre 2, atingida pela descarga, igual a 30 Ω, sendo mantida
a amplitude da corrente de descarga igual ao valor de corrente
crítica de 90,06 kA, obtida no Caso1. Desta forma analisou a
influência da redução da resistência de aterramento no
fenômeno de backflashover. As torres adjacentes têm
resistências de aterramento iguais a 1000 Ω. A análise da
Fig. 7 permite concluir que não ocorre nenhuma disrupção
neste caso. A disrupção ocorreu para um valor de corrente
crítica de 94,31 kA. Com este valor de corrente de descarga, a
disrupção aconteceu no instante de tempo de 2,43 μs, quando a
sobretensão na cadeia de isoladores da fase B da torre 3
Fig. 6. Sobretensões atmosféricas para resistência de terra igual a 60 ohms.
atingiu o valor de 2,9052 MV.
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Observa-se que a redução do valor da resistência de Para este valor de corrente crítica, a sobretensão na cadeia
aterramento da torre de incidência da descarga, produz de isoladores da fase B da torre 3, atinge o valor de
sobretensões resultantes com amplitudes bastante amortecidas, 2,9052 MV, no instante de tempo t = 2,43 µs.
quando comparadas aos valores obtidos no Caso 1.
Caso 4 - Resistência de aterramento das torres adjacentes
iguais a 30 ohms.
As amplitudes das sobretensões foram fortemente reduzidas
quando comparadas ao Caso 3, conforme mostrado na Fig. 9.
Esta condição apresenta o melhor desempenho elétrico da
linha de transmissão frente a descargas atmosféricas. A
amplitude da corrente crítica observada foi de 138,751 kA.
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A análise dos resultados obtidos nos Casos 3 e 4 permite [10] D'Ajuz. Ary, Transitórios elétricos e coordenação de isolamento -
aplicação em sistemas de potência de alta tensão. Rio de Janeiro.
concluir que as resistências de aterramento das torres FURNAS. Niterói. UNIVERSIDADE FEDERAL
adjacentes à torre de incidência da descarga, também FLUMINENSE/EDUFF. 1987.
apresentam grande influência no desempenho elétrico de linhas
[11] P.C. A. Mota, "Um estudo sobre tensões induzidas por descargas
frente a descargas atmosféricas. Maiores valores de corrente atmosféricas em linhas de transmissão." Dissertação de Mestrado,
crítica foram observados quando as torres adjacentes possuem Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia,
resistência de aterramento com valores próximos ou menores 2001.
do que o valor da resistência da torre de descida da descarga. [12] L. C. Zanetta Júnior, Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas
Tal fato contribui para a redução do número de desligamentos Elétricos de Potência, São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
e para a melhoria do desempenho elétrico de linhas de 2003, pp 638.
transmissão.
[13] L. V. Cunha, "Desempenho de linhas de transmissão frente a descargas
Os diferentes comprimentos de vãos adjacentes à torre de atmosféricas: Influência do efeito corona na ruptura a meio de vão."
incidência da descarga, determinam a ocorrência de valores de Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Elétrica,
pico de sobretensões em instantes defasados no tempo. Dessa Universidade Federal de Minas Gerais, Julho de 2010.
forma, o projeto de coordenação de isolamento também deve
considerar os comprimentos dos vãos para avaliar o XI. BIOGRAFIAS
desempenho de linhas de transmissão frente a surtos André Roger Rodrigues nasceu em Patos de Minas,
MG, Brasil, em 1979. Concluiu a graduação e o
atmosféricos, de forma a otimizar o comprimento das cadeias mestrado em Engenharia Elétrica nos anos de 2004 e
de isoladores e reduzir o número de desligamentos. 2007, respectivamente, pela Faculdade de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU). Atualmente é aluno do curso de doutorado do
IX. AGRADECIMENTOS COPEL-UFU, atuando no núcleo de Dinâmica de
Os autores agradecem o suporte financeiro da FAPEMIG- Sistemas Elétricos. Desde 2008, é professor do
IFMG-Instituto Federal Minas Gerais - Campus
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais e
Formiga. Suas áreas de interesse são: transitórios eletromagnéticos, conversão
também o apoio científico fornecido pelas instituições de de energia, dinâmica de sistemas elétricos e geração distribuída.
ensino envolvidas neste trabalho (IFMG, UFU e UFMG).
Geraldo Caixeta Guimarães é graduado em
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de
X. REFERÊNCIAS Uberlândia (UFU) em 1977. Obteve o título de
[1] L. C. Rocha, "Desempenho de linhas de transmissão EAT e UHT frente mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade
a descargas atmosféricas: Influência da ruptura em meio vão," Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1984 e de
Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Elétrica, Doutor (PhD), em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. University of Aberdeen, Aberdeen, Reino Unido,
em1990. Atualmente é professor da Faculdade de
[2] A.R.Hileman, Insulation coordination for power systems, New York: Engenharia Elétrica da UFU, e suas pesquisas se
Marcel Dekker, Inc, 1999. concentram na área de energia eólica, geração distribuída, dinâmica e controle
de sistemas elétricos, fluxo de carga, estabilidades transitória e de tensão.
[3] R. R. Nunes, "Coordenação de Isolamento para Transitórios de Manobra
considerando a Forma de Onda das Sobretensões," Dissertação de Walace do Couto Boaventura nasceu no Brasil em
Mestrado, Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de 1965. Ele tem graduação e mestrado em Engenharia
Minas Gerais, 2006. Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, Brasil, em 1988 e 1990,
[4] S. Visacro, Descargas Atmosféricas: Uma Abordagem de Engenharia, respectivamente. Obteve o título de Doutor em
vol. I. São Paulo. Ed. Artliber, 2005. Engenharia Elétrica pela Universidade de Campinas,
Campinas, Brasil, em 2002. É professor do
[5] LÁSZLO PRIKLER, HANS KR. HOIDALEN, “ATPDRAW for Windows Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG
3.1x/NT”, User´s Manual, version 1.0, Release Nº1.0.1, November desde 1992. Suas áreas de pesquisa incluem
1998. compatibilidade eletromagnética e processamento de sinais aplicados aos
sistemas elétricos de potência.
[6] S. Visacro, “A Representative Curve for Lightning Current
Waveshape of First Negative Stroke”, Geophys. Res. Lett., vol. 31, Marcelo Lynce Ribeiro Chaves nasceu em Ituiutaba,
L07112,2004. MG, Brasil em 1951. Obteve o título de Doutorado em
1995 pela Unicamp, Campinas, Brasil. O título de
[7] M. P. Pereira Filho, J. A. – “Curso básico sobre a utilização do ATP”,
Mestrado foi obtido em 1985, na Universidade Federal
CLAUE, Novembro/1996.
de Uberlândia (UFU) e a Graduação em Engenharia
[8] A.C. S. Lima, M. P. Pereira, O. Hevia, “Cálculo de Parâmetros de Elétrica obtido em 1975, também pela Universidade
Linhas de Transmissão”, Revista Iberoamericana Del ATP, Federal de Uberlândia. É professor titular na
Ano3. Vol.2, Número 3, Setembro, 2000. Universidade Federal de Uberlândia. As suas áreas de
interesse são: acionamentos elétricos, transitórios
[9] LIMA, A. B. ; Boaventura, Wallace do Couto ; PAULINO, J. O. S. . The eletromagnéticos e modelagem de transformadores.
Use of a Special Grounding Arrangement to Improve the Lightning
Performance of Transmission Line. In: SBSE 2012 - Simpósio Brasileiro
de Sistemas Elétricos, 2012, Goiânia. Anais do SBSE 2012 - Simpósio
Brasileiro de Sistemas Elétricos, 2012.
Anais do V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, Foz do Iguaçu – PR, Brasil. 22-25/04/2014 ISSN 2177-6164