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Entropia !

Mantras da irracionalidade – direito autoral


2010- 12- 30 00:12:28 João Carlos Caribé

Você já parou para pensar sobre o direit o aut oral e a propriedade int elect ual? Bom eu venho
pensando muit o a respeit o há anos, e t enho chegado à conclusões surpreendent es, verdadeiras
aberrações que são aceit as e replicadas pela sociedade como verdadeiros mant ras da
irracionalidade, aqueles mant ras que f oram imput ados em sua ment e por muit o t empo, pela
grande e dominadora mídia, e hoje você os repet e sem pensar e com t oda convicção. Você não
os repet e? Ót imo, ent ão vamos à algumas provocações:

Se um acadêmico não é remunerado permanent ement e por uma Tese, porque o aut or de
um livro t em de ser?
Se um publicit ário não é remunerado permanent ement e por uma peça que criou, porque o
produt or de cinema t em de ser?
Se um engenheiro não é permanent ement e remunerado por um projet o que ele f ez, porque
o musico t em de ser?

Quando um engenheiro f az um projet o, ele assina a responsabilidade por ele, seja est e
engenheiro independent e, f uncionário ou responsável por uma Empresa. Est e projet o t em um
preço que é dit ado por um mercado e é pago na f orma combinada apenas uma vez. E por t oda
vida, est e engenheiro pode ser responsabilizado por algum dano que seja comprovado como
f alha de projet o, e ist o pode t er cust os indet ermináveis. Por out ro lado, o músico não t em est e
risco enorme, af inal qual a chance de sua música provocar dano à alguém? Se ele não f alar mal
de ninguém e nem criar polêmica com a let ra e não copiar out ro músico, o risco é zero. Quando
acaba um projet o o engenheiro já t em de est ar f azendo out ro, a vida dele é f azer projet os, ele se
remunera por um projet o at rás do out ro, at é que chega ao f im de sua carreira. A part ir dai ele vai
t er de viver com suas economias, e sua pensão do INSS, e se f oi prevident e, da sua previdência
privada. Com o músico é dif erent e, ele t em t odos est es direit os do engenheiro e ainda t em a
chance de criar “projet os” que irão sust ent a-lo e a sua f amilia por muit os anos. Ent endemos que
cada música é um projet o, ou cada CD, e suas músicas proporcionam renda at ravés de shows e
da venda de CDs e f aixas avulsas, mas não é só ist o, t em mais!

Temos no caso da música o ECAD, que é uma ent idade que f iscaliza e t axa qualquer
est abeleciment o que ouse t ocar música! Não sei se exist e t ransparência nest a arrecadação e
nem se t em garant ia de que t odos os músicos serão remunerados de f orma just a. Para mim o
ECAD é uma aberração socialment e aceit a, os est abeleciment os est ão divulgando a música e
ainda pagam por ist o! Mas imaginemos se t ivesse um ECAD na engenharia. Ele iria avaliar uma
obra e cobraria uma t axa pela provável ut ilização dos projet os, ou seja, cada vez que um projet o
f osse consult ado, la est aria o ECAD da engenharia cobrando mais um níquel, acharíamos ist o
normal?

Acadêmicos invest em anos de suas vidas em est udos e pesquisas, produzem t eses e mais t eses
que são largament e ut ilizadas pela sociedade e indust ria de modo geral, algumas dest as t eses
se t ransf ormam em livros, mas é a excessão e não a regra. Os result ados das pesquisas são
ut ilizados em benef ício da sociedade, são de f at os ut eis em t odas as esf eras da humanidade,
seja na economia, na saúde, educação, poder público, e et c.. A remuneração do acadêmico em
geral vem das universidades, e de bolsas de pesquisa, e quando se aposent am t em o mesmo
dest ino do engenheiro que cit ei logo acima. Quant o ao ECAD da academia, bom imagine você
mesmo…

Mas e os aut ores de livros, bom assim como os músicos e pint ores eles possuem o dom da art e,
aut ores t rabalham bem para escrever livros, não posso negar, mas nem t odos os aut ores são
realment e aut ores de seus livros, mas ist o é out ro papo. Por est e livro o aut or recebe a
remuneração da sua venda, e t ambém de palest ras e event os que part icipa. E quando se
aposent a t em os mesmos direit os do engenheiro e do acadêmico, e ainda recebe os direit os por
seus livros por muit os anos. Ainda bem que não t em ECAD dos livros, mas ja t em gent e pensando
em criar algo parecido e cobrar uma t axa das copiadoras…
Bom não vamos f alar de publicit ários e cineast as, seria mais um parágraf o comparando laranjas
com maças, e daria mais t rabalho para a minha conclusão, ent ão vamos f alar dos pint ores de
art e.

O pint or de art e ganha dinheiro vendendo suas obras, a at endendo à pedidos especiais, e ganha
uma remuneração do “ECAD” dos pint ores cada vez que alguém admira suas obras… ué? Não é
assim não? Mas pô! Pint or não é art ist a? Porque est e preconceit o?

Bom que t em o músico e o aut or de livro que o engenheiro, acadêmico e pint ores de art e não
t em? Vamos dar um t empo para você pensar…. pensou?

Uma indúst ria int ermediadora! Af inal lançar livros e discos t em um alt o cust o e demanda uma
f ort e est rat égia de market ing, por ist o que os int ermediários f icam com pelo menos 90% da
arrecadação. Ist o se just if icava no século passado, ant es do advent o da Int ernet . Nos anos 80 os
equipament os e a produção de um disco eram impossíveis às pequenas bandas e livros t inham
alt os cust os de diagramação e impressão.

Hoje pequenos est údios que cust am menos de R$ 100,00 a hora podem produzir CDs com ót ima
qualidade e t emos a Int ernet para divulgar o t rabalho, ent ão para que precisamos das
gravadoras? Nos não precisamos, quem precisa são os dinossauros, os músicos desconect ados,
os músicos da ant iga. É import ant e lembrar que se você t em mais de 16 anos, ent ão você é um
imigrant e digit al, e para ser ent endido precisa f alar com os dois mundos.

Gravadoras são poderosas, moviment am verdadeiras f ort unas, segundo o relat ório mais recent e
da APBD, no ano passado (2009) o mercado moviment ou R$ 358.432 milhõe s com a venda de
mús ica nos f ormat os f ís icos (CD, DVD e Blu-ray) e f ormat os digit ais (via Int ernet e t elef onia
móv el), e regist rou um cresciment o de 159,4% das vendas digit ais via Int ernet , e ainda reclamam.
E segundo a IFPI, nest e mesmo ano o mercado f onográf ico girou U$ 140 bilhões, ou quase 5% do
PIB Brasileiro no mesmo período, e ainda culpam a pirat aria por não arrecadarem mais, pois sim…

Com est e dinheiro t odo eles t em um poder gigant esco e est a é a unica explicação para est a
dif erença ent re o t rat ament o dos nossos at ores aqui cit ados, mas af inal est amos aqui
def endendo o direit o aut oral pô! Como assim? Olha aquele disco ali em cima, o supost o direit o
aut oral que f alamos é na verdade o direit o do int ermediário sobre os direit os do aut or, e est e em
muit os casos não t em nem o direit o de reproduzir suas próprias músicas, o Teat ro Mágico que o
diga…

Pois é e olha que eu ainda não ent rei na quest ão da propriedade int elect ual! E nem vou. Para ist o
pret endo f azer out ro t ext o educat ivo como est e, por enquant o vamos jogar pedras no meu blog,
que venham os coment ários!

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