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2 - O CORTE DOS CABELOS

- A MENSAGEM DOS CORTES DE CABELOS

Temos visto ao longo deste curso como o cuidado com os cabelos é importante
para que as pessoas se sintam melhor e com a autoestima elevada. O assunto é tão
relevante que, em 2008, foi eleito pela escola de samba paulistana Camisa Verde e
Branca como tema de seu desfile: Da Pré-história ao DNA: a história do cabelo eu vou
contar. O enredo foi escolhido pela escola porque está ligado à vaidade humana e falou
de tempos bíblicos, ao citar Sansão, passando pelo mito da Medusa até chegar aos
contos de fadas, ao apresentar Rapunzel, a donzela que, presa no alto da torre de um
castelo, jogava suas longas tranças para que um príncipe escalasse o paredão e a
libertasse.

No contexto de movimentos como o Tropicalismo e o Black Power (“poder negro”, em


inglês), os cabelos ganharam importância e significados político-culturais. A fim de
compreender o movimento Black Power, vamos recuperar alguns fatos relacionados ao
racismo. A discriminação racial sempre existiu em quase todo o mundo e gerou muitas
formas de perseguição, especialmente de negros, judeus e ciganos. Um exemplo: no
final dos anos 1800 foi fundada nos Estados Unidos uma organização chamada Ku Klux
Kan (conhecida como KKK). Ela era formada por brancos e tinha o intuito de perseguir
e matar negros. Para esse grupo, os negros eram inferiores e não podiam ter os mesmos
direitos que os brancos (usar os mesmos espaços públicos, por exemplo). Essas ideias
encontraram terreno fértil e se multiplicaram a ponto de aquele país instituir, em 1930,
uma lei que exigia a esterilização dos negros.

- O CORTE DOS CABELOS E A SUA IMAGEM PESSOAL

Como vimos, os cabelos podem adquirir vários significados. Nesse sentido, o


corte exerce um papel essencial na imagem e na mensagem que transmite. Os cortes
retos, por exemplo, dão ideia de força e determinação. Já os repicados passam uma
imagem mais dinâmica, de quem tem energia. A identidade é muito importante para
cada indivíduo. Ela expressa os desejos e a visão de mundo de cada um. Em razão disso,
o cabeleireiro deve sempre realizar um corte de cabelo adequado às intenções do cliente.
Portanto, não deixe de conversar com ele a fim de conhecer suas vontades. O próximo
passo é analisar o rosto dele e aconselhar o corte que mais valorizará as formas e
esconderá as imperfeições.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito à moda dos “famosos”. Há sempre
uma (ou mais) personagem de novela ou filme, top model, cantora ou algum esportista
em evidência, cujo corte de cabelo dita as tendências do momento e cria em boa parte
da clientela o desejo de copiá-lo. No entanto, nem todo mundo fica bem com
determinado corte de cabelo, que pode não combinar com o estilo particular e o formato
de rosto de algumas pessoas – isso geralmente cria dois tipos de frustração: a de quem
não faz o corte e a de quem o faz e depois descobre que “não fica bem com ele”. Para
evitar esses problemas, tenha sempre à mão uma variedade de modelos de cortes pré-
selecionados, igualmente inspirados em atores e atrizes e personalidades do chamado
showbiz. Nunca despreze esse filão, pois ele responde por uma parcela significativa do
faturamento dos cabeleireiros.

- IDENTIFICANDO OS TIPOS DE ROSTO

No que diz respeito à estética, o rosto oval é considerado o mais harmônico de todos os
formatos. Isso porque suas proporções são equilibradas. A pessoa com rosto oval pode
escolher entre cabelos curtos, longos ou semilongos e tem a opção de manter a franja
lateral repicada. Para esse cliente, a decisão do corte está mais relacionada ao estilo do
que à harmonização dos traços do rosto.

1 – Rosto Oval

Já no formato redondo, a largura e o comprimento do rosto apresentam proporções


semelhantes. Um corte desestruturado, com volume ou em cachos, cai bem para pessoas
com essas características. Outra possibilidade é abusar dos cortes repicados que dão
volume, principalmente, aos cabelos na altura da testa e das bochechas.
2 – Rosto Redondo

O rosto quadrado, por sua vez, apresenta maxilares salientes, testa larga, queixo
achatado e ângulos bastante acentuados. As linhas retas prevalecem nesse formato e, por
isso, um corte adequado é o reto abaixo do queixo, com pontas pronunciadas que
anulam os efeitos dos ângulos. Outra opção são os cabelos cacheados e compridos, os
quais dão mais leveza aos traços marcantes desse tipo de rosto. Há ainda uma terceira
possibilidade: o uso de fios longos e repicados com algum volume nas laterais.

3 – Rosto Quadrado

Por fim, o rosto triangular geralmente apresenta o formato de um triângulo invertido: o


queixo é saliente e fino e a testa é larga. Os cabelos devem ter movimento e ser,
preferencialmente, curtos. Caso a pessoa insista em ter cabelos mais longos, dê a dica:
eles devem ser repicados, sempre com volume na altura das bochechas e do queixo.
Além disso, é possível abusar dos cachos.
4 – Rosto Triangular

- TÉCNICAS PARA CORTES DE CABELO

Para cortar os cabelos é preciso, antes de tudo, prepará-los. Não há nenhuma regra
imutável para essa prática. A maior parte dos cabeleireiros profissionais prefere
umedecer os fios antes de usar a tesoura; mas, como veremos no texto sobre o corte
degradê de cabelos longos, é mais fácil cortá-los com os fios secos e já arrumados.

- CORTE DEGRADÊ PARA CABELOS LONGOS

Essa técnica é muito simples.

1 - Desembarace os fios e seque-os fazendo uma escova básica, com mechas


abundantes. A intenção aqui é deixar os cabelos secos e arrumados.

2 - Em seguida, faça uma divisão dos fios do alto da cabeça, penteando-os em direção à
franja. Também é importante pegar os cabelos das laterais e puxá-los para frente, senão
você cortará apenas a franja.

3 - Usando um elástico, prenda com firmeza, no alto e no centro da testa, a parte do


cabelo que foi penteada para a frente.

4 - Estique os cabelos até a altura do queixo, o que lhe servirá de orientação para o
corte: os fios a serem cortados são os que ultrapassam a linha do queixo.

5 - Pressione essa mecha entre os dedos médio e indicador e, com a tesoura em pé,
inicie o corte no sentido vertical dos cabelos. Imagine a mecha como o retângulo da
ilustração: a linha de baixo deve ser “torta”, de forma que um dos lados menores da
figura seja ainda mais curto que o outro.
A tesoura deve cortar os fios no sentido vertical e de forma bastante irregular. Solte o
elástico e veja o resultado.

CORTE CHANEL OU LINHA GEOMÉTRICA

Trata-se de um corte clássico, que nunca sai de moda. Leva o nome da famosa estilista
francesa Gabrielle Chanel, conhecida como Coco Chanel, que o inventou nos anos 1960
em resposta aos cabelos rebuscados das épocas anteriores.

1 - Especialistas aconselham a separar o cabelo em sete partes: franja, nuca (esquerda e


direita); acima da nuca (esquerda e direita) e lados. Torça cada parte do cabelo e prenda
tudo com piranhas ou clipes de cabelo.

2 - Nesse corte você vai reproduzir um quadrado se olhar o perfil da cabeça com os
cabelos soltos. Inicie o corte pela nuca, deixando todos os fios do mesmo comprimento,
conforme você pode observar no desenho.
3 - Solte os cabelos situados acima das orelhas e acerte a altura desses fios em relação
ao que cortou na nuca. A franja costuma acompanhar o comprimento do conjunto dos
fios. Existe, porém, uma versão contemporânea do estilo chanel que inclui pontas
frontais mais pronunciadas. Outra inovação é o uso do corte chanel com franjas curtas.

- CHANEL TRADICIONAL
- CHANEL COM FRANJA

- CHANEL COM PONTAS FRONTAIS MAIS PRONUNCIADAS


O corte chanel também pode ser feito em cabelos crespos, mas eles devem ficar mais
longos do que os lisos, pois quando estão secos parecem encurtar. Repare que a cantora
Paula Lima usa um chanel mais comprido. Sendo assim, o procedimento para o corte é
o mesmo já mencionado. No entanto, como o cabelo é crespo, exige alguns cuidados a
mais.

1 - Com os fios molhados e penteados, repita as etapas do corte chanel, lembrando


sempre de conversar com a cliente a fim de saber o comprimento desejado.

2 – Então deixe os cabelos cerva de quatro dedos mais compridos do que desejado para
o cliente. Lembre-se: os cabelos crespos “ encolhem” depois de secos.

- CORTE CURTO OU “JOÃOZINHO”

Tão clássico quanto o chanel, esse corte destina-se à mulher prática, que não quer ter
muito trabalho com o penteado. Também é ideal para quem vive em lugares de clima
quente. Para mantê-lo, no entanto, é preciso investir em cortes frequentes. Quem opta
por cabelos curtos costuma querer modificar radicalmente o visual. Como se trata de
uma mudança muito grande, é aconselhável que você tome bastante cuidado ao sugerir
esse corte às clientes, pois há o risco de elas se arrependerem depois. Se possível,
mostre-lhes uma simulação do resultado do corte no computador. Quem faz o estilo
descolado pode usar os fios em desalinho e “bagunçá-los” com as mãos, aplicando
algum tipo de cera ou musse para moldá-los.
Leve em conta, ainda, algumas observações de visagistas.

 Para quem tem rosto triangular esse corte passa uma sensação de instabilidade,
insegurança.
 Quem tem o queixo quadrado, adquire uma imagem masculinizada com esse
estilo.
 As pessoas de rosto redondo que escolhem esse corte ganham uma imagem mais
comportada.

Como já afirmamos, você precisa acompanhar de perto as tendências da moda ditadas


por modelos, atrizes e cantoras. Entre os vários profissionais entrevistados para elaborar
este caderno, todos disseram que oito em cada dez clientes chegam ao salão pedindo um
corte de cabelo igual ao de alguém famoso.
3. ESCOVA: TÉCNICAS E DICAS

Uma das atividades mais frequentes na ocupação de cabeleireiro é a escova,


também chamada em alguns salões de brushing (pronuncia-se “brãchim”), palavra
inglesa que significa escovando, do verbo to brush, escovar. Essa técnica exige cuidados
prévios e paciência, pois é aplicada mecha a mecha. O ato de modelar os cabelos exige
um senso estético apurado do profissional que precisa analisar o que ficará melhor para
o cliente, seja uma escova lisa, volumosa ou cacheada.

O primeiro cuidado é com a lavagem: qualquer resíduo de xampu ou de condicionador


deixado fará com que os cabelos fiquem gordurosos e não sequem direito. Por isso,
muitos enxágues devem ser previstos nessa etapa. É aconselhável a utilização de
xampus que contenham o chamado efeito liso ou redutor de frizz, pois eles contribuem
para o resultado final do processo. Além disso, quanto mais vitamina e silicone a
fórmula do xampu apresentar, melhor será o resultado. Não se esqueça de analisar o tipo
de cabelo do cliente para usar o xampu mais adequado e manuseie com delicadeza os
cabelos molhados, pois a umidade os torna frágeis.

A secagem também deve ser feita com cuidado: retire o excesso de água com uma
toalha sem esfregar os cabelos e o couro cabeludo. Em seguida, separe os fios com os
dedos e penteie da raiz em direção às pontas com um pente de dentes largos.
Finalmente, passe o pente, ainda no sentido da raiz às pontas, agora usando também o
secador.

COMO SECAR CABELOS?

Lisos – A velocidade do secador deve ser alta, com jato de ar forte. Se quiser dar mais
volume aos cabelos, peça que o cliente abaixe a cabeça para, então, secar os fios. Logo
em seguida, quando ele reerguer a cabeça, puxe a raiz dos cabelos para cima, usando as
pontas dos dedos, e finalize com um jato de ar frio.

Ondulados – Comece usando o difusor (em destaque na foto abaixo) em potência


baixa. Depois troque o difusor por um bico (acessório especialmente usado para fazer
escova) e vá modelando as mechas enquanto as seca com ar quente.
Cacheados – Antes de tudo, passe um ativador de cachos nos cabelos. Então use o
difusor. O secador deve estar em temperatura alta e velocidade baixa. Seque os fios
amassando-os. Quando estiverem quase secos, aumente a velocidade e reduza a
temperatura do secador.

ESCOVAS DE CABELO E SUAS FUNÇÕES

1 - Para alisar cabelos compridos, crespos e volumosos – As cerdas, organizadas no


sentido diagonal, envolvem melhor os fios sem causar-lhes danos.

2 - Para alisar ou modelar cabelos curtos – O diâmetro menor agarra os fios e permite
criar cachos. Também é usada para escovar franjas.

3 - Para efeito babyliss – O diâmetro menor modela os cachos.

4 - Para fios compridos e finos, lisos ou ondulados – O diâmetro grosso permite agarrar
os fios longos e o corpo de cerâmica distribui o calor, dando brilho e volume aos
cabelos.

5 - Para cabelos volumosos – Escova tipo raquete alisa e dá movimento sem “chapar” os
fios.
6 - Contra os fios arrepiados – As cerdas de náilon combatem o frizz e a base de metal
reduz o tempo de secagem. O diâmetro médio dá movimento.

7 - Para fios orientais ou cabelos fracos e quebradiços – Dispensa pressão e espalha o


calor de maneira uniforme.

A primeira coisa a ser analisada na escolha da escova é a espessura dos fios. Em


segundo lugar, deve-se observar se eles são lisos, ondulados ou crespos. Quanto mais
grossos eles forem, maior deve ser o espaçamento entre as cerdas e o diâmetro da
escova. No intuito de evitar cabelos arrepiados, use escova com íons nas cerdas (foto
abaixo).

Essas escovas possuem uma base térmica revestida de cerâmica. Além disso, possuem
uma capacidade extra de alisar o cabelo, deixando-o mais fácil de pentear. Como isso
funciona? Ao usar uma escova comum, cria-se eletricidade estática – energia acumulada
que dá o efeito arrepiado aos cabelos. Os íons neutralizam essa energia, tornando os
cabelos mais macios e brilhantes, além de ajudar a selar as pontas duplas do fio.

Se o objetivo é dar volume, prefira escovas redondas. Lembre-se de que as cerdas


naturais distribuem a oleosidade própria dos cabelos da raiz até as pontas. Após cada
uso da escova é preciso retirar todos os fios de cabelo que ficaram nela. Além de ser
uma questão de higiene, isso fará com que seus clientes tenham maior confiança em seu
trabalho, que transmitirá maior credibilidade.

Para uma boa manutenção e higienização de suas escovas, lave-as pelo menos a cada
dois dias com xampu e água. Então, use um pente fino para retirar os fios de cabelo
presos nas cerdas, passe álcool nelas e deixe-as secar ao sol, evitando que mofem. A
esterilização das escovas também é um procedimento recomendado e fará seu cliente se
sentir ainda mais seguro no que diz respeito aos equipamentos e materiais
ESCOVA (BRUSHING)

COMO FAZER?

1 - Lave os fios com o xampu e o condicionador mais adequados ao tipo de cabelo do


cliente. Enxágue com água abundante.

2 - Retire o excesso de umidade com a toalha e, em seguida, use o secador.

3 - Desembarace os fios com um pente de dentes largos e divida os cabelos em quatro


grandes mechas. Para isso, faça duas riscas: uma da testa até a nuca e outra de orelha a
orelha.

4 - Separe uma mecha menor na área da nuca. Tracione esses fios (puxando-os com a
escova) enquanto usa o secador. Para que eles não fiquem arrepiados, seque-os de cima
para baixo. Repita o procedimento em toda a cabeça.

5 - Para ativar o brilho dos cabelos, faça movimentos rápidos de rotação com a escova
paralelamente à aplicação do jato do secador.

6 - Deixe sempre a franja para o fim do processo. Ela e os fios da parte de trás da cabeça
precisam receber um reforço na escovação, pois nessas áreas os cabelos costumam ser
mais enrolados.

Ao final, se houver necessidade, corrija as partes que ainda precisam ser alisadas.

SECAR SIM, QUEIMAR NÃO!


Mantenha o secador distante cerca de 10 cm dos fios. Essa é a melhor forma de
conseguir uma boa secagem sem queimar os fios.

Ao secar a franja, use o secador em potência baixa. A potência alta deve ser utilizada
somente quando a área trabalhada for grande. Além disso, as temperaturas altas são
aconselhadas para a modelagem dos cabelos, enquanto as baixas são voltadas à
finalização do penteado (porque auxiliam no processo de fixação e dão brilho).

No que diz respeito à escolha do aparelho, prefira os secadores a íons. Os íons negativos
atuam na cutícula aberta (que enrola os cabelos), deixando os fios mais lisos, brilhantes
e saudáveis. Alguns secadores liberam raios infravermelhos que penetram nos cabelos,
tornando-os mais brilhantes e hidratados. Experimente também o secador com a
chamada nanotecnologia titânio, pois ele auxilia na redução de fungos e bactérias
presentes no ar, resultando em uma secagem mais higiênica e, consequentemente, em
cabelos mais limpos. Todos os equipamentos citados incluem tecnologia de última
geração. Se puder escolher, prefira aquele a que você mais se adaptar.

PROLONGANDO O EFEITO DA ESCOVA

No intuito de aumentar a duração do efeito da escova, o cliente precisa evitar, tanto


quanto possível, expor os cabelos à umidade, já que ela produz ondulação e frizz.
ESCOVA PROGRESSIVA

Esse tratamento químico objetiva o alisamento dos cabelos a fim de que eles
tenham uma aparência natural. O adjetivo progressivo está relacionado ao efeito desse
tratamento, que é obtido em etapas: quanto mais sessões são feitas, mais lisos os fios se
tornam. Durante o processo, ocorre a hidratação dos cabelos – que saem fortalecidos e
mais brilhantes. Mas tome muito cuidado: há uma vasta oferta de produtos destinados à
escova progressiva que contêm formol.

E o que é formol? De acordo com o Ministério da Saúde, o formol (nome popular de um


produto chamado formaldeído) é um composto químico que age como desinfetante e
antisséptico. Suas propriedades permitem que ele seja empregado para embalsamar
peças de cadáveres – usadas nas escolas de medicina, por exemplo – e faça parte da
fórmula de muitos pesticidas. O formol, porém, é uma substância altamente tóxica. Ela
pode provocar câncer em humanos se for inalado com frequência ou entrar em contato
com a pele por períodos prolongados.
4. COLORIMETRIA
É do que o estudo aprofundado de todas de tinturas e tonalizantes e suas
misturas, composições e neutralizações. Tudo isso utilizado para atingir em cheio a cor
desejada, além de ajudar a entender quais tons destacar e quais tons corrigir. Como
todos sabem, existem as cores primárias e secundárias, e é a partir delas que vamos
entender melhor como funciona a colorimetria capilar.

4.1 CORES PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS


As cores primárias são as cores puras, que quando misturadas com outras,
formam infinitas possibilidades de cores. São elas: azul, vermelho e amarelo. As cores
secundárias são essas tais misturas resultantes de duas cores primárias como, por
exemplo: verde (azul + amarelo), roxo (vermelho + azul), laranja (amarelo + vermelho),
etc. Já as cores terciárias são as resultantes de não apenas uma mistura de x + y cor,
mas sim a mistura de várias e várias cores, com o objetivo de criar cores mais
complexas, sendo cada uma em proporções diferentes, por exemplo: oliva (amarelo +
verde + azul).

4.2 ALTURA DO TOM


É aqui a parte mais importante da colorimetria. Entendendo sobre a altura do seu
tom atual (natural ou tingido), você corta meio caminho de loucuras capilares. A altura
do tom varia entre nove tipos de claros, médios e escuros. Nas caixas de tintura ele é
identificado no primeiro número da numeração, antes do ponto ou vírgula. Para
descobrir qual a altura do seu tom, consulte a Tabela Universal de Tons abaixo:
Identificada a altura do seu tom e o tom que você quer atingir, agora vamos
escolher a nuance e/ou reflexo que você deseja atingir com a tintura. Nas caixas de
tintas, o reflexo é identificado logo após a altura do tom, o número logo após o ponto ou
vírgula. Por exemplo, o 7.4 representa o Loiro Médio Acobreado, onde o tom é Loiro
Médio e o reflexo é Acobreado. Mas, professora, e quando a caixa aparece com duas
nuances, tipo 7.43? É quando há dois reflexos na cor, sendo a primária (4) a mais
intensa e a secundária (3) menos intensa, mas ainda assim presente, sendo, neste caso
(7.43), Loiro Médio Acobreado Dourado. Para as cores do reflexo também existe uma
tabela padronizada, conforme a seguir:

Algumas numerações de nuances variam conforme a marca da tinta e, em geral, são


estas mesmo. Na marca IGORA, por exemplo, o reflexo 0.7 é Acobreado e não
Marrom. Então sempre dê uma conferida da tabela de tons de cada marca pra confirmar,
tá?

4.3 MIX DE CORES


Estas são as tinturas que possuem os reflexos e nuances puros, usadas para fazer
cores próprias, para intensificar certa nuance e também para correções de cor. São
comumente representados como 0.43, 0.44, 0.33, etc. Quando misturados com as
tinturas (geralmente a proporção de 1:4 de mix para 1:1 de tinta) eles intensificam a cor
já presente na tintura. Por exemplo, se você utilizar o 8.43 (Loiro Claro Acobreado
Dourado) com um mix 0.44 (Intensificador Acobreado Extra Intenso), o resultado será
uma cor super acobreada (daquelas bem laranjas mesmo), que, geralmente, demora um
pouco mais a desbotar do que utilizando apenas a tintura sozinha. A padronização das
cores são as mesmas indicas da tabela de nuances e reflexos acima.

- DICAS IMPORTANTES
1 – Uma ideia bacana para quem não quer se arriscar direto na cabeleira, é utilizar tinta
guache ou anilina em pó, para testar várias misturas e estudar mais de perto como
funciona a junção das cores.
2 – Tons, nuances e reflexos de tintas variam muito de marca para marca,
mesmo indicando a mesma numeração. Por isso, é extremamente importante dar uma
checada na Tabela de Cores de cada marca, preferencialmente ao vivo e não por fotos,
para não ter surpresas.
3 – Teste de mecha, teste de mecha, TESTE DE MECHA. É chatíssimo, eu sei, mas
é necessário. Não só para saber como vai ficar a coloração no seu fio antes de aplicar no
cabelo todo, mas também por conta de risco de alergia. Eu mesma já tive uma alergia
terrívelpor conta de tinta e fiquei semanas com bolhas na cabeça e no corpo todo,
chorando de dor e coceira, e uma semana sem nem conseguir dormir. Acreditem, é mais
comum do que parece. E olha que meu cabelo sempre aguentou de tudo, chegava a fazer
escova marroquina, descolorir e pintar duas vezes, tudo isso no mesmo dia.
(ALOKAAAA) Então, imaginem em quem tem couro cabeludo que se irrita fácil?
Então, todo cuidado é pouco, tá?

4.4 ANATOMIA DO CABELO HUMANO

A cutícula é a camada protetora externa que recobre o córtex de cada fio de


cabelo humano e é responsável por seu brilho e textura. Uma cutícula, em estado
normal, é suave, permite o reflexo da luz e limita a fricção entre os fios capilares.
Ela é composta de 6 a 8 camadas de células planas sobrepostas e coberta por uma
camada invisível de lipídios resistentes à água, que age como um hidratante
condicionador natural. Os cientistas a chamam de camada de gordura. Essa camada
ácida de lipídios é o que dá, naturalmente, aos fios uma textura sedosa e macia ao toque.

Os processos químicos como a tintura, a permanente e os diferentes tipos de


alisamento ou progressiva retiram a camada protetora de gordura da cutícula, causando
os conhecidos “danos químicos”. Outros agressores famosos contra a saúde da cutícula
são o secador, a chapinha e o babyliss, assim como o excesso de penteados e escovas. O
calor excessivo e a fricção constante rompem a proteção da cutícula e causam danos
sérios às células dos fios.
Os cientistas de Pantene são experts em lidar com a perda da camada protetora da
cutícula e desenvolveram fórmulas Pro-V exclusivas para seus Shampoos,
Condicionadores e Tratamentos que reparam os danos, selam a cutícula e restauram a
suavidade e o brilho radiante natural dos cabelos.

4.4.1 O CORAÇÃO DO CABELO: O CÓRTEX

O córtex é responsável por quase todas as propriedades que definem e fazem do


cabelo humano algo único, como a forma, a cor, a resistência, a elasticidade e a
quantidade natural de umidade nos fios. Ele é mais resistente que o aço, e pode se
alongar até 30% sem grandes danos significativos. Entretanto, assim como a cutícula,
necessita de cuidados e sofre pelos mesmos vilões já mencionados, como processos
químicos, excesso de calor e fricção. Como esta camada do fio é mais interna, seus
danos são mais severos. Quando ocorrem, geralmente rompem a capacidade do córtex
de manter a umidade (hidratação) dos fios e deixam o cabelo ressecado e frágil.

4.4.2 A MISTERIOSA MEDULA

A última parte da estrutura do cabelo, o núcleo central chamado de medula, não


tem uma função específica no cuidado dos fios e se encontra, em geral, apenas nos
cabelos brancos. (Conheça mais sobre a ciência do cabelo)
4.5 COMO SE FORMA A COR DO CABELO?

Você já se perguntou alguma vez qual a composição da cor natural do seu


cabelo? A resposta é a melanina, o mesmo pigmento que dá cor à nossa pele. Ela é
produzida no interior do folículo do cabelo e se distribui ao longo do fio, nem sempre
uniformemente, causando as "mechas naturais". Existem dois subtipos distintos de
melanina que se combinam em diferentes proporções, o que explica o porquê de tantas
variedades de cor. O primeiro subtipo é a eumelanina, responsável pelos pigmentos
pretos e castanho-escuros. O segundo é a feomelanina, que forma quase exclusivamente
o cabelo ruivo. A mescla dos dois e a menor quantidade dos mesmos causa os cabelos
castanho-claros, loiros e intermediários.

4.5.1 OS FIOS E CABELOS BRANCOS

A genética desempenha o papel mais importante na definição do tempo inicial e


quantidade dos fios de cabelos brancos. Mas qual é sua causa? Com o passar do tempo,
as células que produzem o pigmento de melanina diminuem sua atividade, produzindo
cada vez menos quantidade; e se extingue a renovação de células pigmentadoras. Aos
50 anos, uma média de 50% das pessoa. Os cabelos precisam de cuidados e hidratação
constantes, mas você sabe por quê? A fibra capilar, ou toda a extensão dos fios, é
dividida em três partes com funções diferentes que, unidas, deixam seus cabelos bonitos
e saudáveis. Os tratamentos funcionam para corrigir problemas causados por química e
agentes externos, como a poluição, e garantir que a cutícula, o córtex e a medula
funcionem corretamente. Observe a figura a seguir:

1 - CUTÍCULA: CAMADA MAIS EXTERNA QUE DEIXA OS FIOS HIDRATADOS

Quem nunca ouviu que determinado produto precisa fechar as escamas para ter
efeito maior, ou que o jato de ar quente abre as cutículas e é importante o ar frio para
fechá-las? A cutícula é a camada mais externa, responsável por regular a entrada e saída
de água da fibra. É nela, por exemplo, que a coloração fica depositada. Ela é composta
de seis a oito camadas de células planas sobrepostas e coberta por uma camada invisível
de lipídios resistente à água, que age como um hidratante natural. A maioria dos danos
capilares acontece nessa área dos fios, que graças a danos externos, rompem a proteção
da cutícula e causam queda, porosidade e ressecamento.
2 - CÓRTEX: RESPONSÁVEL PELA FORMA, COR E RESISTÊNCIA

O córtex é a região mais importante do fio e é responsável por definir a forma, a


cor, a resistência, a elasticidade, a quantidade natural de umidade dos fios e a força. "É
nesta área que as proteínas se agrupam paralelamente dando resistência ao fio", ensinou
a dermatologista Sara Bragança em entrevista ao site "Bolsa de mulher". Essas proteínas
se agrupam em hastes formadas de queratina, importante para evitar quedas e ponta
dupla, e melanina, que dá cor aos fios. No córtex também é definida a textura do cabelo,
se será liso ou cacheado, o que depende também de ligações químicas como a das
pontes de dissulfeto, responsáveis pelo formato dos fios além de unir as proteínas
encontradas no eixo do cabelo. Quanto maior o número de ligações, mais crespos os
cabelos ficam e mais difícil para a oleosidade natural do couro cabeludo chegar às
pontas, precisando de produtos para suprir essa função . Como o córtex é uma camada
mais interna que a cutícula, os danos dessa área costumam ser mais graves deixando os
cabelos mais frágeis e em alguns casos, só a tesoura é a solução.

3 - MEDULA: PRESENTE EM APENAS ALGUNS TIPOS DE CABELOS

O cabelo ainda é constituído pela medula em camada mais interna. "Embora


possa estar ausente em alguns pacientes, sua função é direcionar o novo fio de cabelo e
auxiliar na termo regulação. O canal medular pode estar vazio ou preenchido por
queratina" explicou Sara Bragança. A medula é a única parte da fibra capilar que está
em contato com o bulbo e só é encontrada nos fios mais grossos ou nos brancos. Ela é
responsável por distribuir minerais e nutrientes até as pontas; o que permite que as
células que são criadas no bulbo e fazem com que os cabelos cresçam, sejam levadas até
as extremidades.

4.6 RAIO-X DO CABELO

4.6.1 PARTE 1 – CAMADAS, CUTÍCULA, PH E CABELO POROSO

Escolher um tratamento capilar é como levar o seu carro para fazer uma
manutenção: pode parecer que o serviço ficou bom, mas se você não entende nada de
carros e não sabe avaliar direito, não dá pra ter certeza. Aí dá o maior medo de ter
levado gato por lebre, e às vezes você só vai descobrir quando o sistema começar a dar
pane no futuro. O seu cabelo pode cair por uma série de motivos diferentes, e se você
não souber exatamente qual deles está te afetando, pode acabar perdendo muito tempo
e dinheiro com produtos ou tratamentos que não tenham nada a ver com o seu
problema específico. Ou que até pareçam funcionar no começo, mas que acabem não
resolvendo ou até piorando a situação no longo prazo. Antes de receitar a medicação
nós precisamos primeiro conhecer o paciente, certo? Este é o primeiro de uma série de
posts onde vamos analisar o cabelo de perto: do que ele é feito, como ele funciona e
qual é o seu ciclo de vida. Depois vai ficar bem mais fácil entender como cada processo
de queda de cabelo interfere nesse ciclo, e escolher o melhor plano de ataque pra sanar
de vez o problema.

Vamos às apresentações, então: este aqui é o seu cabelo, muito prazer. 

1 - CAMADAS DO CABELO
Todos os fios do nosso cabelo têm duas camadas principais: a cutícula (parte
mais externa) e o córtex (parte intermediária). Alguns fios ainda têm uma terceira
camada, a medula (parte interna). Se compararmos o fio de cabelo com um lápis, a
cutícula seria a pintura externa, o córtex seria a madeira e a medula seria o grafite,
conforme mostrado na figura abaixo:

As camadas do nosso cabelo – cutícula, córtex e medula – podem ser comparadas às de


um lápis.

2 - CUTÍCULA
A cutícula é composta por várias placas sobrepostas, como as telhas de um
telhado ou as escamas de um peixe. A função delas é servir de “escudo” para a camada
de baixo, o córtex do cabelo, protegendo-o de agressões externas e ajudando a
“segurar” água e outras substâncias dentro do fio. A cutícula é composta basicamente
por camadas de queratina (uma proteína), e as ceramidas (um tipo de lipídio) agem
como a “cola” que mantém essas camadas no lugar. A figura abaixo é uma Cutícula do
cabelo ampliada em um microscópio. Observe as placas sobrepostas, como as telhas em
um telhado.

Você pode fazer uma experiência para “sentir” a cutícula do seu cabelo: com
uma das mãos, segure um fio (não precisa arrancá-lo da cabeça!) pela ponta. Depois,
segure com firmeza o meio do fio entre os dedos indicador e polegar da outra mão
(como uma pinça) e deslize os dedos para baixo, em direção à ponta. Os dedos deslizam
com facilidade porque o movimento está acompanhando a direção das placas da
cutícula. Agora tente deslizar os dedos novamente, só que de baixo pra cima
(começando da ponta e indo em direção à raiz): você provavelmente vai sentir uma
resistência, uma textura mais áspera, e o cabelo pode até fazer um barulho durante o
movimento. Isso é porque os seus dedos estão indo na direção contrária à das placas, e
“esbarrando” na beiradinha de todas elas! Impressionante, né? Provavelmente o seu fio
não gostou nada dessa experiência (o atrito agride a cutícula do cabelo!), então peça
desculpas, diga que foi pelo bem da ciência e que você nunca mais vai fazer isso de
novo.
3 - PORTÕES DO CABELO

As placas da cutícula funcionam como pequenas “portas” de cada fio, e podem


estar fechadas (bem unidas umas às outras, impedindo a entrada e saída de água e
outras substâncias e bloqueando o acesso ao córtex) ou abertas (levantadas e afastadas,
permitindo a entrada e saída de substâncias e deixando o córtex mais exposto e
desprotegido). O mecanismo que controla a abertura ou o fechamento da cutícula reage
principalmente a dois fatores: temperatura e pH (potencial de hidrogênio, que
determina se uma substância é considerada ácida, neutra ou alcalina). Lembrando das
aulas de química: a escala de pH vai de 1 a 14, onde o 7 é considerado neutro.
Qualquer número menor que 7 indica pH ácido, e qualquer número maior que 7
indica pH alcalino.

A temperatura e o pH interagem com a cutícula da seguinte forma:

– Temperaturas mais altas (quentes) e produtos com pH alcalino (elevado) fazem as


placas da cutícula se abrirem, e costumam ser utilizados para limpeza profunda (anti
resíduos) e como preparo para o cabelo receber os componentes de alguns produtos
capilares (se a cutícula estiver fechada, eles podem ficar “presos” do lado de fora dos
fios, sem conseguir entrar). Nesse estado o cabelo fica áspero e opaco (reflete mal a
luz).

– Temperaturas mais baixas (frias) e produtos com pH ácido (baixo) fazem as placas


da cutícula se fecharem, “trancando” a água e as demais substâncias dentro do fio e
bloqueando o acesso ao córtex. Nesse estado os fios ficam sedosos e brilhantes
(refletem bem a luz).

O pH normal do cabelo é levemente ácido, assim como a maioria dos shampoos e


condicionadores (o que ajuda a manter as cutículas fechadas). Os shampoos anti-
resíduo, tinturas, descolorantes e alisantes químicos são mais alcalinos e abrem a
cutícula dos fios.

ATENÇÃO: Nada de sair correndo pra “cozinhar” o cabelo ou usar produtos muito


ácidos ou alcalinos por conta própria, tá?! Quando o assunto é temperatura e pH, a
diferença entre os níveis que controlam e os níveis que estragam os fios é MUITO
pequena. Obedeça as instruções de uso de qualquer produto, e deixe os procedimentos
que envolvem química mais pesada e níveis de pH muito extremos para
os profissionaisrealizarem: só eles vão poder avaliar se o seu cabelo está saudável o
suficiente para receber um produto muito forte, e deverão neutralizar corretamente toda
a alteração de pH que for realizada durante o processo.
O pH normal do cabelo é próximo de 5.5 (levemente ácido), e é perto dessa
faixa que você quer ficar. A ideia é que o seu shampoo retire apenas a sujeira e o óleo
que ficaram acumulados em cima do fio, e que o condicionador forme um filme protetor
que ajuda a manter a cutícula fechadinha e brilhante. Então, a menos que você esteja
descolorindo, pintando ou mudando a estrutura dos fios (com alisamento, relaxamento
ou permanente), o ideal é manter o pH levemente ácido, para que os fios fiquem
macios, sedosos, brilhantes – e com as cutículas devidamente trancadas! 

CABELO COM BURACOS


Todas as agressões que o cabelo sofre no dia-a-dia (raios solares, altas
temperaturas, química, tensão aplicada ao desembaraçar ou prender os fios, etc) atacam
diretamente a cutícula dos fios. É importante dizer que a haste do cabelo é formada
por células mortas: diferentemente da nossa pele, que consegue se recuperar depois de
um corte ou arranhão, por exemplo, o cabelo não é capaz de se regenerar sozinho. Isso
significa que os danos que a cutícula sofre são permanentes. Quando a cutícula
apresenta muitas falhas e “buracos”, dizemos que o cabelo está poroso: nesse estágio
ele não consegue reter bem a água (imagina tentar carregar água numa peneira!) e fica
extremamente vulnerável, podendo se tornar quebradiço se o dano for muito grande. É
possível que você perceba uma diminuição na quantidade de cabelo e ache que ele está
caindo, quando na verdade os fios estão se partindo ao meio por causa da cutícula
fragilizada. Alguns produtos são capazes de “preencher” esses buracos e dar alguma
proteção a mais ao cabelo, mas essa é uma solução paliativa: apenas previne
temporariamente que o problema avance, mas não consegue reverter o dano que já
aconteceu (não dá pra fazer placas novas crescerem na cutícula). O único jeito é cortar
as partes danificadas. Percebeu a gravidade da coisa? Então trate de cuidar bem da
cutícula dos seus cabelos. Como você viu, ela é essencial para manter a força e a beleza
dos fios.  Apesar de ser forte e resistente para defender o cabelo das agressões, a
cutícula do cabelo na verdade é uma camada bem fina e – pasme – transparente! De
onde vem, então, a cor do seu cabelo?

4.7 LINHAS DE CORTE E ÂNGULOS: COMO USAR?


Na hora de cortar os cabelos, técnicas como, os ângulos e as linhas de corte,
podem ajudar o profissional cabeleireiro a produzir o corte perfeito. A angulação é a
mesma do Transferidor que você usava na escola. A regra é mais simples do que parece,
a elevação do cabelo é medida em relação a base, […] Na hora de cortar os cabelos,
técnicas como, os ângulos e as linhas de corte, podem ajudar o profissional
cabeleireiro a produzir o corte perfeito.
A angulação é a mesma do Transferidor que você usava na escola. A regra é mais
simples do que parece, a elevação do cabelo é medida em relação a base, ou seja, a
cabeça.

4.7.1 ÂNGULOS DE CORTE

0° – Se o cabelo for cortado para baixo, com as pontas em projetadas em direção ao
chão, é a zero grau de elevação. O resultado será um corte de base reta.

45º – A 45 graus significa que o corte de cabelo será feito de modo que as mechas a
serem cortadas fiquem entre o corte reto (zero grau) e o paralelo (90 graus). Ao cortar
os fios no ângulo de 45 graus, os cabelos ganham camadas que proporcionam leveza à
base.

90º – Nesse, o corte de cabelo será realizado de modo que as mechas fiquem estendidas
de forma paralela à cabeça. O resultado, cabelos com camadas marcadas.

135º – A 135 graus, a mecha será cortada com uma elevação entre a de 90 graus
(paralela à cabeça) e a de 180 graus (perpendicular à cabeça, toda para cima). Esse
ângulo de corte forma camadas marcadas em graduação.

180º – Por fim, o ângulo de 180 graus, quando a mecha será erguida de forma que fique
perpendicular à cabeça, toda para cima. O resultado, camadas alongadas nos cabelos.
4.7.2 LINHAS DE CORTE
As linhas de corte também são técnicas muito importantes para o profissional, na hora
de cortar os cabelos.
Horizontal – Cortar os fios projetados na linha horizontal promove um corte de base
reta.
Vertical – Na vertical, o resultado será um cabelo com camadas marcadas.
Diagonal – Se a linha de corte for projetada na diagonal, os cabelos ganharão camadas
marcadas em graduação e leveza.

4.8 OMBRÉ HAIR

O degradê em loiros já conquistou muitas clientes nas últimas temporadas e terá


sua volta triunfal no próximo verão, conferindo um look natural  à mulher. De acordo
com o colorista do MG Hair, Juha Antero, para melhorar o resultado da técnica de
mecha, a melhor maneira é fazer transparência em todo o comprimento do cabelo,
deixando os tons mais claros para as pontas. “O efeito fica mais moderno se você
trabalha com diversas concentrações de descolorante”, explica. Para dar uma boa
iluminação, o profissional afirma que é essencial tonalizar os esfumar as mechas.

4.9 HAIR CONTOUR


Inspirada nas técnicas de contorno da maquiagem, combina mechas a mão livre e
com papel ao redor do rosto e no interior do cabelo, criando um efeito de luz e sombra.
Enquanto nuances escuras diminuem o comprimento e a largura, as claras ampliam o
formato facial. “O hair contour é adaptável a todos os tipos de cabelo, que serão
avaliados com o tom de pele e olhos para se gerar uma adequação q valorize a beleza
da cliente”.

4.10 HOLOGRÁFICO

Hit entre as blogueiras e digital influencers, esse tipo de mecha é feito


em cabelos platinados a partir de um mix de cores, geralmente pastel, trabalhadas no
papel e nas pontas, que variam a espessura dependendo da proposta. Conforme se
misturam, elas criam uma ilusão gráfica.

4.11 BABY LIGHTS

Iluminar com naturalidade, dando um basta ao look chapado. Esse é o objetivo


dessas highlights, que lembram os cabelos infantis. Elas são bem fininhas desde a raiz e
devem chegar a até duas tonalidades mais claras do que a base. Segundo a hairstylist e
colorista Viviane Siqueira, do Pierre Louis Coiffeur, no Rio de Janeiro, esse estilo fica
bem em loiras, morenas e ruivas. “Dá uma leveza discreta aos escuros que, em cor única,
podem deixar o semblante pesado”, conta Viviane. A colorista conta seu segredo para
não errar: “Quem escolher o chamado procedimento fechado [que consiste em envelopar
as mechas com papel laminado] precisa usar um oxidante mais fraco”, diz. Outra dica é
manter um espaçamento de dois a três dedos entre cada sessão. “Comece sempre pela
nuca e siga em direção à testa.”

4.12 FLASHES

Promete um efeito de sunkissed hair suave, como se as luzes de uma câmera


estivessem batendo nas madeixas. Os loiros ganham mais brilho e luminosidade.
Segundo Douglas Dias, do Studio W Alphaville, o processo é feito por meio de um
clareamento dos fios no contorno do rosto, dando alguns toques de brilho nas pontas.
“São indicadas para cabelos compridos, médios e até mesmo curtos, na altura do queixo
e cai bem em todos os tipos de pele, desde que haja harmonia entre a cútis e a cabeleira.
Faço uma variação de mechas grossas, largas e finas até alcançar a profundidade e o
resultado desejado”, revela. O clareamento leva até duas horas para ficar pronto. A
manutenção é de quatro a seis meses. “Só não indico para cabeleiras com pontas
extremamente danificadas.”

4.13 SOMBRÉ SUMMER

A proposta aqui são mechas para obter um loiro sexy, com suavidade no


contorno do rosto e muita luz nas pontas, mimetizando o efeito natural do sol.Esse
trabalho tem raiz suave e mechas projetadas em papel-alumínio para um fundo de
clareamento mais equilibrado. “Elas são expressivas, para dar profundidade, e as pontas
ganham mais luminosidade com descoloração acentuada.” Mauricio revela que o tom
desejado é obtido apenas com xampu silver concentrado na lavagem após obter a nuance
que vai do dourado-claro ao claríssimo. “Nós não usamos tonalizante para preservar o
resultado nada fake.” Depois, a raiz é esfumada até o ponto de retirar as marcas mais
acentuadas. “Alongamos, então, o sombreado até a linha dos olhos.” O visual é indicado
para fios médios e longos. A manutenção acontece, em média, a cada três meses.

4.14 LOIRO SUNSET


Desenvolvido para a coleção Ombré Tropical, da L’Oréal Professionnel, o look
criado pela colorista e embaixadora da marca, Branca Di Lorenzo – que atua no salão
Crystal Hair, no Rio de Janeiro –, foi inspirado no pôr do sol e na riqueza das nuances
marrom-caramelizadas dos doces brasileiros. O resultado são fios luminosos e dourados.
Segundo Branca, trata-se de uma balayage com mechas finas e naturais. “A distribuição
das luzes é mais sutil e cai bem em morenas.” Os tons podem ser adaptados à coloração
da cliente. “Os castanho-escuros, por exemplo, receberão  tonalidades mel-escuro.”

Das técnicas de mechas, esse serviço é uma alternativa para morenas darem uma
reavivada no visual. Aqui, o resultado também é mimetizar a exposição natural ao astro
rei. Segundo Vivi Costa, colorista do Studio Sônia Nesi, no Rio de Janeiro, o
procedimento é feito por meio de mechas bastante finas, não marcadas e com dois ou
três tons diferentes. “O objetivo é parecer que os raios de sol iluminaram uma parte da
cabeça. O processo leva cerca de duas horas para ficar pronto e todas podem aderir ao
modismo.”
4.15 CARAMELIZADAS

Ao contrário de todas as propostas de clareamento, aqui a ideia é escurecer


algumas mechas para obter looks saudáveis e enfrentar a temporada de praia com mais
liberdade. A ideia é do cabeleireiro Ricardo Rodrigues, do Studio W. “Isso evita pontas
abertas e duplas, e o amarelamento.” Para isso, Ricardo desenvolveu a seguinte técnica:
misturar highlights finas, médias e grossas. “As pontinhas ficam mais claras e a raiz
escura ganha uma suave e discreta cor. Não é nada marcado. Você não vê a passagem.
Tudo é muito suave, como um bronzeado.” O profissional não força transformações e
não utiliza tonalizante para matizar. “Deixo o natural da descoloração, que é o tom que
busco. Quanto mais escura a cabeleira, menos claro deve ser o resultado.

5. MECHAS, REFLEXOS, LUZES E BALAYAGE

Alguém que não seja do ramo pode achar que mechas, reflexos, luzes ou
balayage são sinônimos, ou seja, palavras com o mesmo significado. No fundo, esse
ponto de vista faz sentido, pois as quatro técnicas dizem respeito a um mesmo processo:
iluminar os cabelos, ou seja, criar contrastes entre áreas claras e escuras. Porém, cada
uma delas apresenta características e maneiras próprias de aplicação. Reflexos e luzes
continuam sendo as técnicas mais usadas, pois, diferentemente do ultraloiro, não
apresentam efeitos colaterais. Antes de discutir que técnicas são essas, é importante
compartilharmos algumas informações.

Tanto mechas como reflexos, luzes e balayages servem para clarear os cabelos
ou emprestar a eles uma luminosidade colorida. Uma coisa é certa: o cabeleireiro deve
levar em conta, antes de qualquer procedimento, a cor natural dos cabelos do cliente e
fazer um simples teste de resistência dos fios. Se a tonalidade dos cabelos é loiro-
escuro, por exemplo, o cabeleireiro pode aplicar uma tinta que deixe alguns fios mais
claros, destacando-os. Mas se a cor natural for castanho-claro e a aplicação for muito
clara, os cabelos certamente tenderão ao avermelhado. Portanto, todo cuidado é pouco.
É importante ter em mente o efeito que o cliente pretende obter, a fim de definir junto
com ele a técnica e a tonalidade do clareamento.

Para clarear a cor do fundo dos cabelos sem prejudicar os fios, obtendo um
resulta- do bem natural, você deve criar reflexos com três ou mais tons em degradê.
Outra possibilidade é fazer múltiplos reflexos na cabeça toda usando até cinco
tonalidades (que podem variar conforme a cor natural dos fios), distribuídos por mechas
bem finas divididas em cerca de 300 papelotes. O resultado é uma suave coloração que
contrasta com a cor natural. As chamadas mechas de cores invertidas – ou inversas –
podem ser obtidas por meio de colorações escuras em cabelos muito claros. As pessoas
morenas de cabelos castanho-escuros que buscam mais luminosidade devem recorrer
aos tons de bronze e mel usando a técnica balayage. Se o fundo for avelã, a melhor
opção é o loiro bem claro. Já os fios marrons quentes pedem mechas acobreadas. Mas
quais são as especificidades de cada técnica? Confira a seguir.

MECHAS

A quantidade de fios descoloridos e tingidos é maior que nas demais técnicas. As


mechas podem ser feitas em qualquer tonalidade de cabelo.

LUZES

São mechas ultrafinas que podem ser feitas na cabeça toda. Dão um efeito mais natural
aos cabelos, principalmente se forem apenas alguns tons abaixo da cor natural. O
resultado final é o de “cabelo que tomou sol”.

BALAYAGE

Técnica francesa popularmente conhecida no Brasil como balaiagem. As mechas são


finas, mas ocupam apenas a parte superior da cabeça.

REFLEXOS

As mechas são mais claras e largas. Técnica indicada para quem tem cabelos
naturalmente bem claros.

CALIFORNIANAS

Mechas claras feitas da altura das orelhas para baixo, ou apenas nas pontas dos cabelos.
São mais usadas no verão, pois simulam a ação do sol nos cabelos longos.

SUNKISS

As pontas dos cabelos ficam mais claras que o restante, como se tivesse tomado muito
sol. Trata-se de uma técnica mais suave que a californiana.

MECHAS INVISÍVEIS
São bem finas, vão da raiz até as pontas e parecem se misturar à cor original dos
cabelos, resultando em um efeito natural e discreto. A técnica pode ser aplicada tanto
em morenas (mechas caramelo e douradas) quanto em loiras (mechas camomila e
platinadas). São ideais para quem quer inovar sem “sair do tradicional”. Para usar um
desses recursos é importante examinar, assim como na tintura, a quantidade de fios
brancos. Relembre sempre a tabela indicada na Unidade 4 sobre a quantidade de fios
brancos, pois ela será um guia para o preparo da tinta, a fim de se obter o efeito
desejado. Existem dois tipos de luzes. O primeiro tipo é obtido com o auxílio de folhas
de papel especial, que deixam mechas mais marcadas e definem bem o espaço entre
claro e escuro. O segundo tipo, cujo processo envolve o uso de uma touca de silicone, é
ideal para quem deseja ter cabelos mais claros e uniformes.

COMO FAZER?

A touca de silicone é utilizada para fazer luzes. Entretanto, muitos profissionais da área
estão aderindo ao plaquete, pois consideram que ele permite um maior controle das
ações. Isso porque a touca de silicone é cheia de furos pelos quais os cabelos são
puxados com uma agulha de crochê. Segundo muitos cabeleireiros, essa técnica não
permite que a coloração se aproxime da raiz, e o resultado é inferior àquele obtido com
o uso do plaquete.

AGe fOtOstOCK/KeystOCK
Plaquete: muitos profissionais recorrem a ele para ter maior controle das
ações

A técnica do plaquete é simples. Ponha as luvas, vista a capa no cliente e mãos à obra.

Separe uma mecha de cabelo com cerca de 5 cm de espessura. Com a ponta do pincel de
tintura, faça movimentos como se fosse alinhavar a mecha, ou seja, separe
alternadamente os fios da mecha.

Apoie a mecha no plaquete, aplique a tintura ou o produto oxidante (veja explicação da


preparação do produto na página 138) e proteja usando o papel alumínio.

Marque o tempo. Tenha sempre em mãos um timer – um pequeno relógio que você
regula e faz soar um alarme no tempo indicado. Trata-se de uma ótima ferra- menta para
controlar seu trabalho. No processo de descoloração dos fios cada mi- nuto é precioso.
Você precisará organizar bem as atividades para não correr o risco de deixar algum
cliente “mais loiro” do que o previsto.

ATENÇÃO: o descolorante age continuamente até retirar toda a cor dos cabelos. O
tempo destinado à descoloração tem relação com a tonalidade da mecha que está sendo
pintada. Portanto, siga à risca as instruções do fabricante do produto. Lembre- se de
perguntar se o cliente já fez esse procedimento alguma vez e, se for o caso, como foi o
processo. Isso porque há diferentes texturas de cabelo – o que altera o tempo de
descoloração. Além disso, a preparação do descolorante requer muita atenção e cuidado.

A matemática, como visto anteriormente, nos ajuda em várias situações. Vamos recorrer
ao sistema de medidas e aos conceitos de proporção e porcentagens para preparar o
produto certo e empregar a técnica corretamente. Para preparar o descolorante, você terá
que misturar um produto medido em gramas (g) e um líquido medido em mililitros
(mL). Ou seja: para 50 g de pó descolorante você usará 100 mL de produto oxidante,
mas é preciso checar os volumes desse produto, conforme o efeito desejado. Veja a
tabela abaixo.
MECHAS FEITAS COM PAPEL ALUMÍNIO

1 - Corte tiras de papel alumínio no tamanho adequado ao comprimento dos cabelos.

2 - Divida os cabelos em partes, de acordo com seu volume. Inicie pela parte de trás da
cabeça, separando os fios com a ajuda de um pente de cabo fino.

3 - Controle a ação do descolorante durante o tempo de pausa, até obter o tom desejado.

4 - Depois que todas as mechas estiverem prontas, lave os cabelos com xampu e
condicionador adequados ao tipo de cabelo.

MECHAS FEITAS COM TOUCA

1 - Penteie os cabelos, desembaraçando-os.

2 - Coloque a touca própria para fazer mechas, ajustando-a bem à cabeça. Se necessário,
aqueça a touca com o secador a fim de facilitar o ajuste.

3 - Com o auxílio de uma agulha de crochê, retire os fios de cabelo através de cada um
dos orifícios da touca.

E SE O CABELO FICAR AMARELADO?

A indústria química vem desenvolvendo uma série de produtos que ajudam o


cabeleireiro a corrigir imperfeições ou tonalidades que desagradam o cliente. A
neutralização é uma ferramenta importante no processo de coloração dos cabelos e pode
ser feita com tonalizantes ou tintura.

Repare que a imagem abaixo não contém o nome das cores. Isso é proposital. A
intenção aqui é aproximar a cor desejada da cor alcançada. Em primeiro lugar, vamos
compreender o significado do desenho: a neutralização acontece por meio da cor
complementar, ou seja, aquela que está no sentido oposto da cor alcançada. Por
exemplo: se os cabelos ficaram amarelo-ouro, você precisa usar o neutralizador roxo; se
ficaram vermelhos, precisa usar o verde, e assim por diante.

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