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Orientadores:
Rio de Janeiro
1999
r J° '
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE RADIOLOGIA
Orientadores:
Prof. Dr. Hilton Augusto Koch
Prof. Dr. Manoel de Souza Rocha
Banca Examinadora:
Rio de Janeiro
1999
CARLOS, MÁRCIA TEREZINHA
Qualidade de exames de tomografia computadorizada - Uma
proposta para um Programa de Certificação da Qualidade - Rio de
Janeiro, UFRJ, 1999.
xvii, 173p.
Orientadores: Hílton Augusto Koch e Manuel de Souza Rocha
Tese (Doutorado)
1. critérios de qualidade 2. tomografia computadorizada
3. certificação da qualidade 4. tese
iii
Dedico este trabalho ao meu pai, in memoriam, homem
simples que nos ensinou a honestidade, a ética, a
solidariedade e o respeito ao próximo.
IV
AGRADECIMENTOS
Koch e do Prof. Dr. Edson Marchiori, por ampliarem o curso de Pós-graduação para os
Ao Prof Dr. Hilton Augusto Koch, pela orientação proporcionada e pelas facilidades
Ao Prof Dr. Manoel de Souza Rocha, pela orientação, sempre atencioso e disposto a
Ao Dr. João Emilio Peixoto, que propôs o tema e incentivou a realização deste projeto.
da Comunidade Européia.
l
Ramos, o Hospital Barra D'Or, o Hospital Naval Marcilio Dias, o Hospital de Oncologia e a
Ao Prof. Dr. Manoel de Souza Rocha, Prof. Dr. Alair Augusto dos Santos e Dra.
Rosângela das Graças Barbosa que, com muita paciência, julgaram as imagens tomográficas.
Agradeço também ao Prof. Dr. Edson Marchiori e Prof. Dr. Fábio Noro por avaliarem os
exames que fizeram parte do projeto inicial e que, infelizmente, não foram incluídos neste
trabalho. Do mesmo modo aos médicos residentes do Serviço de Radiologia da Santa Casa de
Misericórdia do Rio de Janeiro: Dra. Cynthia, Dr. Pedro, Dra. Martha e Dr. José Guilherme.
À Dra. Anne Grette Jurik do Aarhus Comm Hospital- Dinamarca e membro do Grupo
À minha mãe, que financiou a câmara de ionização, sem a qual não poderiam ter sido
executadas as medidas de dose, e que patrocinou boa parte da minha viagem à Dinamarca para
pessoas do Dr. Rex Nazareth Alves e da Dra. Maria Amélia J. Erdely Bittner, que emprestou
os simuladores dosimétricos.
A Dra. Rosângela das Graças Barbosa, Dra. Ana Christina Barbosa Nori, Maria Helena
da Silva Almeida e Sebastião Galdino Filho, do Hospital de Oncologia, que me ampararam nos
vi
I
À Regina Célia e ao Sérgio que, com persistência e bom humor, sempre nos lembravam
(LNMRI), Dra Margareth Maria Araújo, e aos chefes da Divisão de Dosimetria das Radiações,
Dra. Laura Natal Rodrigues e ao Dr Ricardo Amorim Barbosa, pela compreensão e por
Ao Dr. José Nunes Elvas, profissional íntegro e comprometido com seus pacientes, que
A Lucía Viviane Canevaro, Cláudia Briquet, João Emílio Peixoto e Maria Lúcia
Niemeyer Matheus Loureiro pela dedicada cooperação na leitura e correção dos textos.
Aos meus amigos Evandro, Ronaldo, Antonio Mário, Claudinho e Adeli pelo incentivo.
A minha família, pela demostração de carinho. Em especial à minha mãe, por estar
sempre disposta a incentivar e resolver as minhas dificuldades, à minha irmã Mércia, por ter
dado toda atenção à minha mãe, permitindo que eu ficasse mais tempo no Rio de Janeiro, e
vii
RESUMO
área da Mamografia. A Tomografia Computadorizada (TC) por ser uma técnica disseminada,
de iniciar o Programa Piloto, foi feita uma estimativa numérica sobre a prática de TC e, destes
resultados, foram selecionados dois tipos de exames para serem avaliados quanto à qualidade:
crânio rotina e abdome rotina. A qualidade das imagens clínicas dos exames candidatos foi
analisada por três radiologistas especializados em TC. Cada serviço encaminhou uma cópia da
documentação em filme de um exame completo de cada tipo. Outros aspectos avaliados foram:
apresentados e apenas 5 dos 10 exames de abdome rotina. Não foi possível uma análise
foram: a limitação técnica dos tomógrafos e falhas nos procedimentos de exames. Os critérios
realizado deve ser aproveitada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia por ocasião da
viii
i
ABSTRACT
of the performance in imaging modalities have been implemented. The first accreditation
programme was in mammography. In Brazil, computed tomography spread all over the
country. Due high radiation dose to the patient and the continuous technological development,
out in the area of Rio de Janeiro with the participation of 11 CT facilities with 12 CT units. The
Criteria for Computed Tomography". Initially practice data were collected through structured
quality, two examinations were selected: brain general and abdomen general. Three
radiologists specialized in computed tomography evaluated the image quality criteria from a
sample of examinations from the participant facilities. Other aspects selected to the assessment
of the overall performance are: technical parameters of the examinations; image physical
parameters (noise, spatial resolution, sensitivity profile) and radiation dose. Radiation dose and
image quality criteria were fulfilled by 7 of 12 brain general examinations analyzed and only 5
of 10 abdomen general examinations analyzed. At the moment, it was not possible to get a
conclusion about image quality based on measurements of physical parameters. Other factors
affecting overall image quality were: technical limitation of CT units and practitioners are not
able to fully handle the technical parameters of the examination. Dose and image quality criteria
shall be the basis of an accreditation programme in CT and Brazilian College of Radiology has
ix
i
RESUMEN
exámenes para ser evaluados en relación a su calidad: cráneo de rutina y abdomen de rutina.
La calidad de las imágenes clínicas de los exámenes presentados fué analizada por tres
documentación de un examen completo de cada tipo. Otros aspectos que se evaluaron fueron:
exámenes de cráneo presentados, 7 cumplieron con los criterios de calidad de imagen y dosis
de radiación. Por otro lado, solamente 5 de los 10 exámenes de abdomen de rutina cumplieron
con estos mismos criterios. No fué posible hacer un análisis conclusivo sobre los parámetros
físicos. Los factores fundamentales para la pérdida de la calidad fueron: limitación técnica de
los tomógrafos y fallas en los procedimientos de los exámenes. Los criterios de calidad de
x
la base del Programa de Certificación de Calidad en TC. El presente trabajo demostró que un
la experiencia adquirida en el programa piloto realizado debería ser aprovechada por el Colegio
XI
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
2D bidimensional
3D tridimensional
o desvio padrão
A corrente do tubo
AB abdome
b tronco
c cabeça
CE Comissão Européia
CR crânio
xii
d distância percorrida pela mesa durante uma rotação de 360°, na varredura
helicoidal
D dose
F Feminino
Fj fator i
GE General Electric
IV intravenoso
M masculino
Xlll
MDA Medical Devices Agency
mm milímetro
MS Ministério da Saúde
B
N TC número de TC
p pressão atmosférica
P fator de simulador
PMMA polimetilmetacrilato
RM Ressonância Magnética
Sj desvio padrão
xiv
seriada
tomografia computadorizada
unidades Hounsfield
ultra-som
variável
xv
SUMÁRIO
Computadorizada 13
2.1 Princípios da Proteção Radiológica para Pacientes 13
2.2 Critérios da Qualidade 17
3. Pacientes, Materiais e Métodos 31
3.1 Introdução 31
3.2 Instituições, Tipos de Exame e Exames de Paciente 33
3.3 Medidas dos Parâmetros Físicos e das Doses de Radiação 37
3.4 Avaliação por um Grupo de Especialistas 47
4. Resultados 54
4.1 Equipamentos e Acessórios 54
4.2 Crânio Rotina 55
4.3 Abdome Rotina 66
5. Discussão 77
5.1 Equipamentos e Acessórios 77
5.2 Coleta de Dados 78
5.3 Parâmetros Físicos da Imagem 80
5.4 Dose de Radiação 82
5.5 Análise das Imagens Clínicas 84
xvi
6. Proposta de um Programa de Certificação da Qualidade em
Tomografia Computadorizada 96
6.1 Objetivos e Ações 96
6.2 Estratégias 96
6.3 Organização do Programa 97
6.4 Certificado de Aprovação 105
7. Conclusões 106
8. Recomendações 107
9. Referências Bibiliográficas 108
xvii
1. Introdução e Objetivos
a investigação por imagem de regiões do corpo humano até então não reproduzidas pelos
métodos convencionais. Além disso, substituiu alguns exames que traziam muito desconforto
inventores A.M. Cormack [19] e G.N. Hounsfield [38] foram agraciados com o Prêmio Nobel
• um tubo de raios-X gira, emitindo radiação, em torno do paciente, num piano axial. Um
corpo humano em estudo. A imagem é apresentada como uma matriz bidimensional em que,
a cada elemento desta matriz, o pixel, é atribuído um valor numérico, denominado número de
1
Introdução e Objetivos
TC. Este é expresso em unidades Hounsfield (UH) e está relacionado ao coeficiente linear
médio de atenuação do elemento de volume, voxel, no interior do corte que o pixel representa.
• a obtenção de uma imagem da seção de corte de interesse sem a superposição das imagens
distorção geométrica e
• a obtenção de imagens digitais para as medições quantitativas das densidades dos tecidos
2
Introdução e Objetivos
Com todos os benefícios indubitáveis da TC à saúde, deve-se atentar para o fato que
o método utiliza radiação ionizante e que a dose de radiação recebida pelo paciente é
As doses em órgãos podem atingir o valor de 100 mGy, em estudos com cortes finos e
superpostos [88].
mais, por causa do processo matemático de reconstrução, quanto maior a dose de radiação na
TC menor será o ruído da imagem e, conseqüentemente, melhor será sua qualidade [88].
Os levantamentos dosimétricos, realizados em vários países [33, 49, 71, 81, 83, 95,
97, 98, 105, 106,107], apontam a TC como a prática médica que mais contribui para a dose
de radiação coletiva, e cujo valor está aumentando ano a ano. Na Inglaterra, no início dos anos
i
Introdução e Objetivos
a julgar pelo número de parâmetros da técnica que devem ser selecionados, os quais estão
apresentados no Quadro 1. Em cada coluna estão os parâmetros que participam das etapas de
imagem, que são processos relativamente independentes. Na primeira linha estão os parâmetros
radiografia para a projeção de cortes, que também é apresentada como topograma, radiografia
utilização de terminologia própria por cada fabricante, quer pelo fato de que os valores de
tomógrafo [24],
e à apresentação da imagem, e pelos parâmetros clínicos [1, 16, 34, 55]. Estão incluídos nos
4
Introdução e Objetivos
Gera] Tensão aplicada ao tubo (kV) Campo de visão (FOV) Janela: centro e largura
(varredura Corrente no tubo (mA) mm Filtros pós-processa-
seriada e Espessura nominal de corte Núcleo de convolução ou mento
helicoidal) (mm) filtro matemático Fator de zoom
Campo de visão de varredura Filtros de imagem (outros)
(mm) Tamanho da matriz
Filtro moldado* Algoritmo de
Filtro plano adicional* endurecimento do feixe
Ponto focal* Algoritmo de correção de
Número de amostras* movimento
Ponto focal em movimento*
constante evolução. Desde o início da prática da TC, tem sido dada ênfase ao aperfeiçoamento
í
Introdução e Objetivos
imagens. Os grandes marcos da história da TC, na maioria das vezes, estiveram relacionados
a seguir, os projetos dos tomógrafos permitiram investigações de outras regiões do corpo. Até
1989, a aquisição dos dados era realizada exclusivamente corte a corte. Este tipo de varredura
é hoje denominada axial, convencional ou seriada. Durante esta fase, as grandes alterações nos
introdução da tecnologia dos anéis deslizantes, que permitiu a rotação contínua dos
através do "gantry", produzindo a aquisição de dados volumétricos [20, 56, 58]. Começou a
i
Introdução e Objetivos
uma única vez a respiração, de modo que todos os dados são coletados no mesmo estágio
inclusive de cortes superpostos. Com isto, as lesões dúbias podem ser reavaliadas sem
reconstruções 3 D e 2D.
contraste: a fase arterial, a fase portal e a fase tardia. Com isso, é possível obter a
passo é maior do que 1. Isto, no entanto, acarreta uma redução da resolução de baixo
volume parcial na imagem produzido pelo alargamento na espessura da imagem do corte (perfil
i
Introdução e Objetivos
O desenvolvimento dos tomógrafos não parou por aí. Inovações na TC helicoidal têm
helicoidal capaz de fazer varreduras de dois cortes contíguos e simultâneos mediante dois
total do exame.
TC. Nesta técnica, as imagens são constantemente atualizadas com o movimento continuo do
rápido. Esta técnica serve como um guia nos procedimentos de intervenção, tais como: biópsia,
radiação. Com os novos detectores de cerâmica, espera-se uma redução de 30% na dose de
radiação [12, 118]. Na varredura inteligente [60] a corrente do tubo de raios-X durante a
varredura varia de acordo com o grau de absorção do feixe de raios-X pelas diversas regiões
i
É sabido que o projeto do tomógrafo computadorizado influencia fortemente o
diferentes gerações tecnológicas. A tecnologia de ponta pode ser encontrada nos grandes
existe um mercado de tomógrafos recondicionados que entram no país por importação ou são
Para assegurar a boa prática de TC, é necessário um ambiente que estimule o uso
correto e com baixas doses de radiação. Isto requer a adoção de ações que cubram desde a
Por outro lado, o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), com objetivo auxiliar os
seus associados a garantir a qualidade de seus serviços prestados à comunidade, criou uma
1
Comissão de Normatização e implementou Programa de Qualificação . A Comissão de
Européia (CE) [26], que abordam requisitos físicos, técnicos e clínicos da prática. O impacto
deste Programa na prática mamográfica no país foi analisado por Neves [76].
1
URL; http :/Avww. cbr. org. br
10
Em abril de 1999, as Ações de Radioproteção da CE no documento EUR 16262EN -
[28] divulgaram os critérios da qualidade aplicáveis à TC. A elaboração deste documento levou
cerca de dois anos. A primeira minuta do documento de trabalho da CE foi publicada em abril
de 1997 e teve como base as diretrizes propostas pela Câmara Alemã de Médicos [66] para a
autoridades sanitárias da Europa. Foi ainda apresentado em reuniões científicas, dentre elas o
£C
Workshop on Reference Doses and Quality in Medicai Imaging" ocorrido em Luxembugo,
levantamentos para exames de crânio rotina [16] foram incorporados na segunda minuta
passou à publicação final. Nesta reunião, além dos representantes dos países europeus,
estiveram presentes apenas um representante dos Estados Unidos e dois do Brasil [15, 85],
avaliação, especificação dos indicadores da qualidade e critérios para a aprovação. Para tal,
organizou-se ensaio piloto no Estado do Rio de Janeiro, região do Grande Rio, aplicando-se
os critérios da qualidade europeus para exames de TC crânio rotina e abdome rotina, com a
11
Introdução e Objetivos
intenção de analisar a qualidade dos serviços prestados e a adequação dos critérios europeus
Objetivos do trabalho:
exequível no Brasil.
12
2. Princípios de Radioproteção e Critérios de
Qualidade em Tomografia Computadorizada
referência para Radiodiagnóstico [41, 42, 43]. A ênfase é manter a dose para o paciente o mais
Odontológico" [73].
está intimamente ligada ao grau de informação que pode ser extraído do estudo. A investigação
Como qualquer método que envolve radiação ionizante, ao ser solicitado um exame de
TC é necessário ponderar se o resultado desejado pode ser conseguido por outros métodos
13
Princípios de Rctdioproteção e Critérios de Qualidade em TC
acessíveis e com um menor risco associado. Em muitos casos, as imagens por ultra-som (US)
em mulheres grávidas e crianças. Do mesmo modo, cuidados especiais devem ser tomados quando
órgãos ou tecidos mais radiosensíveis são expostos. Os critérios de autorização de uma solicitação
A seleção da técnica de imagem mais adequada à questão clínica é, muitas vezes, tarefa
não trivial frente à rápida evolução dos métodos de imagem. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) [113, 114] e o Royai Coílege of Radiology [90] têm publicado guias de orientação para
médicos solicitantes. Com isso, procuram evitar custos supérfluos para a saúde, irradiações
qualificado, o médico radiologista, aprove a necessidade do exame de TC, em razão das altas
doses de radiação envolvidas. Com isto, ele assume toda a responsabilidade clínica do exame [89].
Nesta estrutura, o médico radiologista e o médico solicitante devem trabalhar em estreito contato
radiação associados ao procedimento recaem sobre o médico que prescreve ou solicita o exame
14
I
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
processo da imagem, isto é, obter a informação clínica com a menor dose possível.
Os níveis de referência para o Radiodiagnóstico servem como o limiar para desencadear uma
investigação quando a dose de radiação estiver acima da situação ótima e forem urgentes as ações
auxiliam apenas a identificação da prática inadequada, não sendo bons indicadores do desempenho
satisfatório da imagem. Eles podem ser estabelecidos com base em levantamentos de dose em
larga escala, levando em conta a variação de desempenho entre os diferentes serviços e clínicas
[40]. Esta abordagem foi aplicada com sucesso, na Inglaterra, para os exames mais freqüentes de
radiografia convencional. Para cada tipo de exame, o valor do nível de referência foi estabelecido
pragmaticamente como o valor do terceiro quartil da distribuição das doses médias de amostras
representativas de pacientes de cada serviço [89, 99]. Os serviços com doses acima do terceiro
15
í
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
da imagem e a metodologia dos testes para verificação e constância dos aspectos técnicos e físicos
boa prática de imagem diagnostica. Eles sistematizaram uma base para estabelecer critérios de
qualidade para exames radiográficos, com os requisitos físicos, técnicos e clínicos e apresentaram
imagem, dose de radiação ao paciente e técnica de boa prática foi reconhecido pelo Grupo de
Radioproteção da CE que os adotou como base para uma infra-estrutura operacional de proteção
radiológica [92j. As orientações referentes aos critérios da qualidade fornecem um apoio para a
Um processo coerente para o estabelecimento dos valores dos níveis de referência para
dos requisitos mínimos da imagem clínica, procuram-se os parâmetros da técnica que produzam
essas imagens, seleciona-se a que é adequada à rotina, considerando as alterações decorrentes das
diferenças de tamanho entre pacientes e o nível de dose. O valor do nível de dose de referência
é então estabelecido.
16
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Em 1984, na CE, teve início a formação de grupos de trabalhos para estabelecer diretrizes
documento publicado foi na área de radiografia convencional para adultos [26]. Logo após foram
recentemente para TC em pacientes adultos [28]. Estão em andamento os grupos de estudos para
levantamentos cobrindo toda a Europa para verificar se os critérios propostos são adequados,
o grau de desempenho das imagens médicas no continente. Os resultados também têm sido úteis
para a revisão dos critérios da qualidade. Até o momento já foram realizados dois levantamentos
sobre a técnica de radiografia convencional em adultos [68, 69] e um sobre TC [48, 53]. O Brasil
imagens de qualidade aceitável em todos os países da Europa com dose de radiação, por exame,
17
I
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
razoavelmente baixa. Ele se destina aos profissionais técnicos e médicos envolvidos na realização
do exame, aos que projetam tomógrafos computadorizados e acessórios, aos que fazem
sanitárias.
crânio, face e pescoço, coluna, tórax, abdome e pelve, ossos e juntas. Cada grupo de exames é
subdividido nos exames mais freqüentes de órgãos específicos ou de partes do corpo (Quadro 2)
Grupo Exames
Face e pescoço: face e seios da face, osso petroso, órbitas, sela turcica e hipófise,
glândulas salivares (parótida e submandibular), faringe e laringe.
Abdome e pelve: abdome geral, fígado e baço, rins, pâncreas, glândulas adrenais, e
pelve geral.
O Documento EUR 16262 deixa bem claro que esses critérios não são aplicáveis a todos
os casos. Para certas indicações clínicas, imagens de qualidade inferior são aceitáveis. Neste caso,
18
I
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
As recomendações para cada exame são organizadas em: etapas preparatórias do exame,
para o paciente, exemplos de técnica para uma boa imagem, e condições clínicas que afetam a
qualidade da imagem.
para o diagnóstico. Assim, os requisitos para o diagnóstico são apresentados como os critérios
Os critérios anatômicos da imagem são os requisitos que devem ser atendidos quando são
propostas questões clínicas específicas a fim de auxiliar o diagnóstico. Eles levam em conta a
visibilidade de estruturas anatômicas importantes que devem estar presentes na área em estudo
e o contraste entre os diferentes tecidos de interesse em função da sua relação com a manifestação
19
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
radiográfica de uma doença, disfunção ou trauma. Se essas marcas anatômicas e o contraste entre
os tecidos são bem visíveis em uma imagem tomográfica, então a imagem será capaz de apresentar
momento não existem definições internacionalmente aceitas quanto aos termos que descrevam tais
dos números de TC e perfil de sensibilidade de corte. Os testes de rotina para avaliar a constância
do desempenho são especificados para os critérios físicos da imagem, fazendo parte, portanto do
programa de controle de qualidade do tomógrafo que os serviços devem implementar [16, 73] a
20
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Quanto aos Critérios de Dose de Radiação para o Paciente, as diretrizes propõem dois
(DLpy.
padrão dosimétrico de cabeça (h) ou simulador padrão de tronco (b), expressos em termos de
simulador com uma câmara de ionização de 100 mm de comprimento ativo e CTDI m representa
a média das medições nas mesmas condições, porém realizadas em quatro pontos diferentes em
do mAs.
21
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
onde / representa uma seqüência de corte do exame que compõe parte do exame & Néo número
de cortes, cada um de espessura T(cm), „CTDI é CTDI normalizado pela exposição radiográfica
W W
onde / é cada seqüência helicoidal que compõe um exame, T é a espessura nominal do corte
irradiado (cm), A é a corrente do tubo (mA) e t é o tempo total de aquisição (s) para a seqüência.
O valor do CTDI
n w é determinado para um único corte como em uma varredura serial.
um exame.
O CTDI e o DLP formam a base das grandezas que expressariam os níveis de dose de
W
referência para a TC . No Brasil, o descritor dose média em múltiplos cortes (MSAD) foi adotado
22
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Safety Standard (BSS) da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) [40], As definições
considera as grandezas CTDI e o DLP como as que expressam os critérios de dose para uma boa
W
prática.
foram obtidos a partir de dois levantamentos abrangentes de dose. O primeiro foi no início dos
anos 90 na Inglaterra para os exames de rotina [95, 97] e o segundo foi um estudo piloto dos
critérios de imagem para alguns exames (seios da face, segmento lombar da coluna, tórax alta
Se estes requisitos não forem cumpridos, então os exemplos de técnica de boa imagem podem ser
investigação, a espessura nominal de corte, a separação entre cortes para TC seriada ou o fator
23
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
da janela para a exibição da imagem de interesse e os meios adicionais de proteção [Apêndice C].
técnica.
A - CRÂNIO ROTINA
24
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Radiografia para o planejamento de cortes: lateral, da base do crânio ao vértex. Em pacientes com
Visualização de:
Reprodução crítica
25
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Exposição radiográfica (mAs): o mais baixo consistente com o padrão requerido da imagem
26
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
Modificação da técnica: • anomalia sutil pode ser checada com cortes na área da doença
B - ABDOME ROTINA
que ocupam espaços do abdome e retroperitônio, alterações de vasos principais tais como
27
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
de contraste de alta densidade de investigações prévias; aplicação oral de meio de contraste para
o intestino; restrição de alimentos sólidos mas não de líquidos, se for administrado meio de
contraste intravenoso
Radiografia para o planejamento de cortes: frontal da parte inferior do tórax até a pelve
Visualização de:
(pâncreas, rins), aorta abdominal e a parte proximal das artérias ilíacas comuns,
Reprodução crítica
proximais, aorta, bifurcação aórtica e artérias ilíacas comuns, e veia cava inferior.
Reprodução de:
• linfonodos menores do que 15mm, ramos da aorta abdominal e tributários da veia cava
28
Princípios de Radioproieção e Critérios de Qualidade em TC
CTDI : W 35mGy
Espessura nominal de corte: 7-10 mm; 4-5- mm ( indicações restritas de suspeita de pequenas
2,0
Exposição radiográfica (mAs): o mais baixo consistente com o padrão requerido da imagem
29
Princípios de Radioproteção e Critérios de Qualidade em TC
técnica padrão de apnéia; quando não for possível manter o paciente em respiração
lenta.
Meio de contraste intravenoso: utilizado para diferenciar vasos e tecidos de órgãos das
órgãos sólidos.
30
3. Pacientes, Materiais e Métodos
3.1 Introdução
seguintes quesitos:
• preparo do paciente,
• parâmetros da técnica,
• laudo radiográfico
O método de avaliação proposto neste trabalho teve como base os critérios de qualidade em
TC propostos pelo documento EUR 16262 [28]. Estes critérios abrangem, direta e
indiretamente, boa parte dos quesitos que deveriam ser analisados, como mostra o esquema
na Figura 1. Para testar o método foi inicialmente realizado um Programa Piloto em onze
serviços de TC, que concordaram em ser avaliados quanto aos quesitos critérios de qualidade
31
Pacientes, Materiais e Métodos
Parâmetros de
Parâmetros de Preparo
reconstrução e
exposição do paciente
apresentação
Criterios >
Critérios
' Anatômicos
de D o s e
•i, de Imagem J,
CE,
32
Pacientes, Materiais e Métodos
de qualidade das imagens, os aspectos físicos dos exames e as doses de radiação formaram a
base da avaliação para decidir se os Serviços participantes do Programa Piloto poderiam ser
3.2.1 Instituições
de Janeiro. Foram consultadas, por meio de carta, cerca de trinta instituições do Grande Rio,
exames (Anexo 1). No decorrer do trabalho houve algumas desistências e outros vieram se
incorporar ao Programa.
33
Das 11 instituições que participaram:
em Nova Iguaçu.
do Programa Piloto, mostrados na Figura 2, foram escolhidos os exames de rotina dos dois
Serviços para serem analisados neste trabalho receberam o nome de "exames candidatos".
0 u t r s
Oa«os e Juntas °
Face e Pescoço 4% 4%
8%
Pacientes, Materiais e Métodos
Cada serviço candidato deveria fornecer um registro completo, em filme, de cada tipo
de exame, realizado em paciente adulto de porte médio, junto com as informações pertinentes
formulários correspondem aos descritos na primeira minuta do Documento EUR 16262. Eles
alguns critérios não correspondem aos apresentados no capítulo anterior. Considerando que
os critérios são baseados em marcas anatômicas de estruturas normais, foi solicitado que os
Na Tabela 1 estão apresentados as iniciais dos pacientes, sexo e idade além das
uma semana antes da data agendada para a realização das medições dos parâmetros físicos e
da dose de radiação. Esse procedimento não foi cumprido na maioria das vezes e os exames,
ou parte deles, foram realizados posteriormente. As medições dos parâmetros físicos e da dose
de radiação foram então realizadas com os parâmetros da técnica declaradas como de rotina.
35
I
Tabela 1: Listagem dos exames candidatos à avaliação da qualidade da imagem clínica - crânio rotina e abdome rotina
36
Pacientes, Materiais e Métodos
Selecionou-se o simulador modelo 416A da RMI (Figura 3), Middleton, WI, USA
comercialmente disponível e de fácil transporte. Ele foi projetado para realizar os testes de
às propriedades de interação com fótons semelhantes à água líquida, para as energia entre 10
keV e 100 MeV. E composto de 3 peças cuja combinação permite a formação de módulos
de espessura, de material equivalente ao osso. A peça básica e este anel compõem o módulo
Nos anéis há uma linha que corresponde ao plano de corte. O disco e o anel de água sólida
possuem cavidades cónicas onde são encaixados acessórios cónicos de água sólida, nos quais
estão encravados os objetos de teste. Uma vez posicionado corretamente o módulo, medido
37
Pacientes, Materiais e Métodos
pelo teste de posicionamento do simulador, a série de testes é efetuada com a simples troca dos
O simulador 416-A foi projetado para avaliação dos parâmetros físicos em varredura
corpo que estaria simulando nas medições dos parâmetros físicos. Ele foi fixado, com fita
adesiva, na mesa de exame do tomógrafo, de modo que a linha assinalando o plano de corte
ficasse no seu centro. Com o auxílio de um nível de bolha foi ajustada a inclinação do
simulador.
38
Pacientes, Materiais e Métodos
A seguir, foram encaixados os quatro acessórios (objetos de teste) nas cavidades mais
posicionado de modo que a palavra "HELEX" ficasse na direção horizontal e com a bolinha de
aço existente no seu interior, indicada graficamente na etiqueta, no lado direito do simulador.
teste), foi realizada varredura com a espessura de corte o mais próxima possível de 10 mm.
círculo gerada por cada objeto de teste é proporcional à espessura do corte (Figura 4 (a)). Um
arco de 180°, isto é, meio círculo, indica uma espessura de 10 mm. O simulador está
corretamente posicionado e alinhado ao plano de corte quando a esfera de aço fica no centro
quatros acessórios.
39
Pacientes, Materiais e Métodos
teste) identificados pela palavra "PLAIN" em todas as cavidades e realizada uma exposição
simulador. Esta região não deve incluir as bordas dos acessórios e necessita conter, no mínimo,
25 pixels (Figura 4 (b)). Foi então determinado, nesta região, o valor médio dos números de
O valor médio do número de TC na região central é usado para avaliar a exatidão deste
onde aéo desvio padrão dos números de TC na ROI selecionada e o fator de escala TC é o
40
Pacientes, Materiais e Métodos
formasse ângulo de 45° com a horizontal. Os objetos de teste do tipo "PLAIN" foram
A seguir, realizou-se uma exposição com a mesma técnica utilizada no exame clínico
candidato e, a partir dela, foi determinada a resolução espacial de alto contraste na imagem
apresentada no monitor. Foi ajustada a largura da janela para zero, ou o menor valor possível.
Assim, produziu-se uma imagem com tons exclusivamente preto e branco. Variando-se o
centro de janela, foi determinada a imagem de uma linha de bastão de menor diâmetro, entre
as existentes no interior do objeto de teste, que pudesse ser distinguida visualmente (resolvida)
(Figura 4 (c)). Uma linha de bastões é considerada resolvida se todos os cincos bastões podem
ser percebidos com os espaçamentos distinguíveis ou com densidade diminuída entre eles. A
linha 1 é a imagem produzida por bastões de 1,5 mm de diâmetro. A linha 2 por bastões de
1,25 mm de diâmetro, a linha 3 por bastões de 1,00 mm, a linha 4 por bastões de 0,8 mm, a
linha 5 por bastões de 0,6 mm, a linha 6 por bastões de 0,5 mm e a linha 7 por bastões de 0,4
mm.
41
I
Pacientes, Materiais e Métodos
objeto de teste "ALUMTNIUM RAMP" na cavidade central. O acessório foi inserido de modo
horizontal. Os objetos de teste do tipo "PLAIN" foram inseridos nas cavidades restantes
existentes no simulador.
(mAs) maior do que o utilizado no exame clínico candidato, com o objetivo de diminuir o ruído
na imagem. Foi selecionada a largura de janela para o valor zero ou valor limite para se obter
uma imagem apenas com tons de preto e branco, sem as nuances de cinza. Ajustando-se o
centro da janela, foi determinado o valor médio do número de TC da parte mais densa da
semelhante, foi determinado o valor médio do número de TC do fundo por detrás da imagem
O centro da janela foi ajustado para o valor médio entre TC(máx) e TC(mín). Com o
auxílio do dispositivo de linha de interesse foi medida a espessura da imagem da rampa ( Figura
4 (c)). O perfil de sensibilidade é o valor da espessura da imagem multiplicado por 0,5 (0,5 é
o valor da tangente do ângulo de 26,6° existente entre a rampa de alumínio e o plano de corte).
42
1
Pacientes, Materiais e Métodos
3.3.2.1 Dosímetros
Monrovia, CA - USA, mostrado na Figura 5, formado pela unidade leitora modelo 2015 e pela
câmara de ionização modelo 20X5-10,3 CT. Esta câmara é do tipo lápis e foi projetada
especificamente para as medições de dose em TC [84, 104]. Possui volume ativo de 3 ml,
ionização foi calibrado no laboratório de metrologia do CDRH/FDA, USA (Center for Devices
and Radiological Health / Food and Drug Administration) e o fator de correção utilizado nas
durante a varredura de um único corte, com seu centro atravessando o plano de corte, a leitura
corrigida fornece a integral do perfil de dose de um único corte sobre a faixa de 100 mm.
Assim, esta medida foi utilizada para calcular o CTDIm (Apêndice B),
43
I
Pacientes, Materiais e Métodos
especificações de tamanho e composição recomendadas pela FDA [30] e adotadas pela IEC
tronco. Os simuladores contêm nove orifícios onde são encaixados oito bastões removíveis de
1 cm de diâmetro que podem ser utilizados como pontos de medidas. No ponto em que se
desejava medir a dose, foi inserida a câmara de ionização recoberta com uma capa de ajuste
apropriada.
de ionização paralela ao eixo de rotação do tomógrafo ( medida de CTDI JOfí ar). A seguir, ela
na mesa de exame, no centro do "gantry", de modo que o plano de varredura de corte formasse
um ângulo reto com o eixo central do simulador. Para verificar o alinhamento correto do
simulador com o plano de varredura, foi realizada uma varredura de teste de posicionamento,
44
Pacientes, Materiais e Métodos
observando-se as imagens dos orifícios existentes nos bastões, como descrito por Conway e
colaboradores [18].
3
em seguida), o valor de 8,76 x 10" corresponde ao fator de conversão de exposição para dose
milímetros.
, 760 273+/
= X 6
T <>
ondep é a pressão atmosférica em mm de Hg e / e a temperatura ambiente em°C.
disponíveis somente foi possível fazer as medidas de CTDI , ar portanto neste casos optou-se
45
Pacientes, Materiais e Métodos
CTDI =CTDI
w ar P„ ml B (mGy) (7)
onde o fator P HmB é o fator do simulador ( corresponde a cabeça e ao tronco) e é dado por:
H B
H v }
nCTDI ar
P _j£___
= ( 9 )
B ( 9 )
„CTDI
5
O fator/ , para um simulador padrão, depende da geometria de irradiação, da distância
valores típicos do fator P para alguns modelos de tomógrafos [28], Nas situações em que o
fator P não constava na literatura, foram utilizados os valores obtidos em modelos similares
O CTDI não pode ser medido para uma varredura em helicoidal, visto que a sua
definição (Apêndice B) envolve a irradiação de um único corte. Nesse caso, as medições foram
que foram empregados no modo helicoidal (kV, mA, tempo de exposição e espessura de
46
Pacientes, Materiais e Métodos
corte). Deve-se prestar atenção para que o ângulo de rotação do tubo de raios-X durante a
irradiação seja de 360° de modo a não incorporar alguma sobreposição de varredura. Também
deve ser considerado o fator de passo, bastando para isso dividir o resultado da medida pelo
critérios de dose foram adotados os valores limites de 66 mGy para o exame de crânio rotina
imagens tomográficas fornecidas pelos Serviços. Cada tipo de exame foi analisado por dois
dentre os três especialistas. Eles pontuaram cada requisito dos critérios de imagem na escala
de imagem para o exame de crânio rotina e abdome rotina estão apresentados nos Quadros 4
e 5, respectivamente. Nos quadros também estão indicados os códigos estabelecidos para cada
requisito. Foram atribuídas notas separadamente nas fases antes e após a administração de meio
de contraste intravenoso (IV). Eles também avaliaram, com a mesma escala, a qualidade da
também julgaram a opacificação causada pelo meio de contraste oral. Por fim, os médicos
47
I
Pacientes, Materiais e Métodos
atribuíram uma nota à qualidade global do exame. Inicialmente foi proposta uma pergunta
direta sobre a qualidade do exame para realizar o diagnóstico. Como a investigação por TC
cobre grande área com diferentes órgãos e estruturas, como as exigências de visibilidade de
pequenos detalhes não são tão altas como as da mamografia, por exemplo, e como era sempre
responderam invariavelmente que as imagens serviam para o diagnóstico. Assim, não foi
possível diferenciar os exames com qualidade para diagnóstico daqueles cuja qualidade
3 como de qualidade não aceitável e as imagem pontuadas com 4 e 5 como de boa qualidade.
Visualização de:
CRI Todo o cérebro
CR2 Todo o cerebelo
CR3 Toda calota craniana
CR4 Ossos da base
CR5 Vasos após meio de contraste IV
Reprodução crítica:
CR6 Reprodução visualmente precisa da borda entre a substância branca e substância cinzenta
CR7 Reprodução visualmente precisa dos núcleos da base
CR8 Reprodução visualmente precisa do sistema ventricular
CR9 Reprodução visualmente precisa do espaço do liquor cerebroespinal em torno do
mesencéfalo
CRIO Reprodução visualmente precisa do espaço do liquor cerebroespinal sobre o cérebro
CRU Reprodução visualmente precisa dos grandes vasos após meio de contraste IV
CRI 2 Reprodução visualmente precisa do plexo coróide após meio de contraste IV
48
Pacientes, Materiais e Métodos
Visualização de
ABI Diafragma
AB2 Todo o fígado
AB3 Todo o baço
AB4 Outros órgãos pareaquimatosos retroperitonial (pâncreas, rins)
AB5 Aorta abdominal
AB6 Parte proximal das artérias ilíacas comum
AB7 Parede abdominal incluindo todas as herniações
ABS Vasos após meio de contraste IV
Reprodução Crítica
AB9 Reprodução visualmente precisa do parênquima hepático
AB10 Reprodução visualmente precisa dos vasos intra-hepáticos
ABI I Reprodução visualmente precisa do parênquima esplénico
AB12 Reprodução visualmente precisa do intestino
ABI 3 Reprodução visualmente precisa do espaço retroperitoneal perivascular
AB14 Reprodução visualmente precisa dos contornos do pancreas
AB35 Reprodução visualmente precisa do duodeno
AB1Ó Reprodução visualmente precisa dos rins
AB17 Reprodução visualmente precisa dos ureteres proximais
ABI 8 Reprodução visualmente precisa da aorta
ABI 9 Reprodução visualmente precisa da bifurcação aórtica
AB20 Reprodução visualmente precisa das artérias ilíacas comum
AB2I Reprodução dos linfonodos menores do que 15mm
AB22 Reprodução dos ramos da aorta abdominal
AB23 Reprodução visualmente precisa da veia cava inferior
AB24 Reprodução dos tributários da veia cava inferior em particular as veias renais
como base os critérios anatômicos de qualidade importantes para o diagnóstico. Foi aplicado
de qualidade das imagens clínicas (Quadro 4 e 5). O método calcula a probabilidade de uma
imagem de TC ser aceita pelos radiologistas como possuindo qualidade para o diagnóstico. A
relação matemática para este cálculo foi estabelecida tendo como base:
49
I
Pacientes, Materiais e Métodos
uma amostra de base com 25 imagens de abdome e uma amostra de base com
pelo método análise de fatores [78] foi explorada a relação entre os requisitos
[78]. Todas são tratadas do mesmo modo e devem ser baseadas nas observações de um mesmo
50
Pacientes, Materiais e Métodos
do relacionamento entre as variáveis e não como elas se relacionam entre si. A análise de
2. verifica se o padrão dos resultados pode ser explicado por um número menor
o trabalho.
C f a t o r A ) ^ ^ ;—-(D
Vi . \ V
A ¿ ®
51
Pacientes, Materiais e Métodos
A análise de fatores permite estabelecer uma série de combinações lineares das variáveis
representando cada fator, como mostrado na equação abaixo para o fator 1, Fj:
(10)
F W X W X
r jJ ^ j2 2 -- j + W X
10 10 (11)
Na análise de fatores não existe uma tabela que forneça indicação exata de quantos
elementos devem ser utilizados nos estudos. O que existe na literatura são algumas simulações
uma dicotomia, isto é, aceita dois valores (por exemplo 0 = não e 1 = sim) [77]. Este é o caso
52
Pacientes, Materiais e Métodos
uma equação linear de F F e F . A equação forneceria o valor da variável QD como uma soma
x 2 3
Z -V^i+VvV^ (12)
qualidade para o diagnóstico, a equação acima não está adequada, já que o valor de Z não está
limitado entre 0 e 1. Deve ser, então, aplicada uma transformação à equação 12 de modo que
y = PriODIZ) = —L- ( 1 3 )
1 +e
diagnóstico, como uma função de Z, o valor da equação de regressão logística dos fatores F l9
F e F.
2 3
53
I
4. Resultados
Serviços participantes deste estudo, assim como o ano de instalação do tomógrafo, o tipo de
constância. Os responsáveis pelos Serviços, em sua maioria, declararam que estes testes são
realizados, geralmente, com a mesma freqüência do serviço de manutenção preventiva. Por não
haver documentação dos métodos de medida utilizados e dos resultados ao longo do tempo,
não foi possível considerá-los como parte de um programa regular de controle de qualidade.
54
Resultados
ao exame em razão das seguintes indicações declaradas em apenas sete casos: queixas de
cefaléia (4), distúrbio de comportamento (1), pesquisa de metástases (1) e acidente vascular
meio de contraste intravenoso, exceto o exame apresentado pelo Serviço J, onde a investigação
foi feita apenas na fase sem contraste intravenoso. Os serviços I e K enviaram apenas a
documentação das imagens de uma única fase, após o meio de contraste intravenoso.
exames candidatos: tipo de varredura, tensão e a corrente aplicadas ao tubo de raios-X, tempo
passo e número de cortes em cada fase. Como no exame de TC crânio rotina, o cérebro é
investigado com técnicas distintas na região da fossa posterior, com cortes de espessura média
e ,na região supratentorial, com cortes largos. Estas técnicas são mostradas na Tabela 3. Na
55
Resultados
Tempo
de Exposição Espessura de
tipo de expo- radiográ- corte/incremento No. de cortes
Código varredura Tensão Corrente sição fica de mesa ou passo antes /após IV
56
Tabela 4a: Parâmetros da técnica de reconstrução e apresentação da imagem - crânio rotina
b
Código T Filtro Janela Janela Fator de Filme Processa-
0
3
"zoom" mento
Unidade matemático fase sem contraste fase com contraste
57
Tabela 4b : Parâmetros da técnica de reconstrução e apresentação da imagem - crânio rotina (cont.)
b
Código T Filtro Janela Janela Fator de zoom Fihne Proces-
11 1
unidade matemático fase sem contraste fase com contraste samento "
I 4 std/std _ _
45 105 1,0 3 1
8 half - - 43-54 67
J 3 27-32 _
AH3 5 160-180 SI 1 1
10 30-37 60-104 - -
K 2 AH 60 24 _
18 170 2,6 2 1
8 AH 6022 - - 28-68 110-130
58
Resultados
espacial de alto contraste e perfil de sensibilidade, obtidos por medidas realizadas nos Serviços
intravenoso. Como a pontuação, em geral, foi a mesma para cada quesito nas duas fases,
optou-se por apresentar o valor da média (número inteiro) obtida da pontuação concedida nas
duas fases. A exceção ficou com os quesitos específicos da fase após a administração do meio
dos quesitos de imagem para exame de crânio rotina são apresentados no Quadro 4 e as
avaliador 2 não apreciou as imagens dos exames candidatos realizados nas unidades F e K. A
análise da unidade F foi descartada por se tratar de exame realizado no Serviço de cuja equipe
o avaliador é membro.
59
Resultados
Espes- Exposição
CTDL.
Código sura de radio- simulador Resolução Perfil de
unidade Tensão corte gráfica CDTL, de cabeça Ruído espacial sensibilidade
CE - - - 60
As incertezas das medições de dose foram maiores do que 1 O**, o
60
Resultados
A 5 5 5 3 4 4 4 4 4 4 4 5 A A
B 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 A A
C 5 4 4 3 4 3 4 4 4 4 5 5 A A
D 5 5 4 4 5 4 5 5 5 5 5 5 A A
-i
E 5 5 5 3 2 2 2 3 3 3 2 N N
->
F 3 2 1 1 3 2 ^
3 3 2 3 N N
G 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 A A
H 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 A A
I 5 5 4 4 5 3 4 5 4 5 4 5 A A
J 5 5 5 5 NA 3 4 4 4 4 NA NA A A
K 5 3 4 2 5 4 4 5 3 3 4 4 N A
L 5 5 4 3 4 4 3 5 5 5 4 4 A A
* CR i : critérios anatômicos da imagem- TC crânio (Quadro 4)
HA = não se aplica, A = aceitável N = não aceitável
valor calculado pela equação logística para a probabilidade de aceitação do exame para o
diagnóstico. Os dados de entrada para o cálculo com a equação logística utiliza as pontuações
61
I
Resultados
A 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 A A
B 5 4 5 2 4 5 5 5 5 5 5 5 A A
C 5 5 5 3 5 4 5 5 5 5 5 5 A A
D 5 5 4 3 5 5 5 5 4 4 4 4 A A
E 3 2 4 4 3 2
~>
5 4 5 3 3 N N
F - - - - - - - - - - - - -
G 5 5 5 3 5 4 5 5 5 5 4 5 A A
H 5 5 5 4 5 3 5 5 5 5 5 A A
I 5 5 5 3 4 4 4 5 4 5 4 5 N A
J 5 5 5 3 NA 3 3 5 5 5 NA NA A A
K - - - - - _ - - - - - - -
L 5 5 4 2 5 4 5 5 4 4 4 4 A A
* CR i : critérios anatômicos da imagem- TC crânio (Quadro 4)
NA = não se aplica, A = aceitável N = não aceitável
62
I
Resultados
= 1
1 _ g "( ° > 45 + 2 75F
' ICR
+ 1 26F
> 2CR> ( 1 4 )
onde:
F
]CR = 0,162 CR 5 + 0,151 CR 6 + 0,193 CR 7 + 0,131 CR S + 0,130 CR 9 + 0,165 CR U +0,168Cff 12
1 4 2 + 3 1 2 3 8 4
F
2CR = O' °> C R
2 +
°' C R
3 +
°' 5 8 6 C R
4 +0,138 CRl0
e:
x Y
i ~ ,
1
CR, = - (15)
onde, X é a pontuação dada a cada critério do exame de interesse pelo avaliador na escala de
i
1 a 5 , Y é a média dos valores de Y atribuídos aos exames da amostra que gerou a equação
{ i
63
Resultados
Na Tabela 8 são apresentados os pesos com que cada critério contribui para o fator,
Tabela 8: Pesos dos critérios nos seus respectivos fatores - crânio rotina
Códigos CRITÉRIOS Fator 1 Fator 2 Média Desvio
Visualização(*) o» Reprodução crítica('f) (FICR) Padião
Y t *,
64
Resultados
Por fim é apresentada uma síntese da avaliação feita com base nos elementos que
qualidade do crânio rotina em termos da sua aceitação para a realização do diagnóstico (sim
ou não).
Aspectos A B C D E F G H I I K L
Equipamentos 4 4 3 5 2 2 4 4 5 4 4 5
Preparo do 5 5 5 5 5 4 5 4 5 4 5 5
Paciente
Técnica de 4 4 3 5 j 3 4 4 2 3 3
varredura
Técnica de 5 4 4 5 2 2 4 3 4 4
reconstrução e
apresentação
da imagem
Parâmetros - - - - - - - - - - - -
físicos da
imagem
Requisitos sim sim sim sim não não sim sim não sim sim sim
de imagem
Dose de sim sim sim sim sim sim não não sim sim sim sim
radiação
razão das seguintes indicações declaradas em apenas seis casos: cisto renal a esclarecer (1),
avaliação de cisto hepático (1), tumor de antrogástrico já operado -controle (1), rastreamento
de metástases (ca de cólon) (1), imagem renal do US e exame pélvico com dificuldade (1), dor
em que este era o único modo de aquisição de dados. Nestes casos, os exames foram realizados
em duas fases antes e após a administração de meio de contraste, com exceção dos exames
candidatos realizados nas unidades A e B em que foram realizados somente na fase após a
completar uma exploração completa de uma fase do exame, portanto as imagens não foram
avaliadas.
Quando os exames foram realizados no modo helicoidal, o estudo do abdome pode ser
66
I
Resultados
documentação encaminhada pelo Serviço D trazia as imagens apenas das fases arterial e portal
meio de contraste. Como estes dois Serviços não enviaram os formulários preenchidos, não
nos exames candidatos: tipo de varredura, tensão e a corrente aplicadas ao tubo de raios-X,
compartimentos, e para obter estas imagens no momento exato e com qualidade, as técnicas
de varredura podem ser distintas nas diferentes fases. Na Tabela 11 são apresentados alguns
existentes [28],
67
Tabela 10 - Parâmetros da técnica de varredura - abdome rotina
Espessura de No. dc
tipo de corte/incre- cortes
varre- Tempo de Exposição mento de antes /após
Código dura Tensão Corrente exposição radiográfica mesa ou passo IV
68
Tabela 11: Parâmetros da técnica de reconstrução e apresentação da imagem - abdome rotina
b
Código Filtro Janela Janela Fator de Filme Proces-
3
"zoom"
unidade T matemático fase sem contraste fase com contraste samento'
5 27 328
69
Resultados
resolução espacial de alto contraste e perfil de sensibilidade, obtidos por medidas realizadas
CTDI W
Exposição
Espes-
Código radio- CDTL, simulador Ruído
sura de Resolução perfil de
unidade Tensão coite gráfica de (rouco espacial seasibilidade
70
I
Resultados
intravenoso. Como a pontuação, na maioria dos quesitos, foi a mesma para cada quesito nas
duas fases, optou-se em apresentar o valor da média (número inteiro) obtida da pontuação
visualmente precisa dos ureteres proximais" que os avaliadores consideraram como não
aplicáveis à fase sem contraste intravenoso, além dos quesitos específicos da fase após a
injeção de contraste foi o valor considerado nos resultados. Os códigos dos quesitos de
imagem para exame de abdome rotina são apresentados no Quadro 5 e as pontuações dos
do exame para o diagnóstico: A = aceitável e N - não aceitável. Na última coluna está o valor
diagnóstico. Os dados de entrada para o cálculo com a equação logística utiliza as pontuações
71
I
Resultados
unida AB AB AB AB AB AB AB AB AB AB AB AB AB
de 10 13
i 2 3 4 5 6 7 8 9 11 12
A 5 5 5 5 5 5 5 5 4 3 4 4 4
B 5 4 5 5 5 5 5 4 4 3 4 4 4
C 4 4 5 5 5 5 5 4 4 3 4 4 4
D 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5
E 4 4 4 5 5 5 5 2 2 1 2 3 3
F 3 3 3 3 3 J 3 3 2 í 2 2 2
G 5 5 5 5 5 4 5 2 1 j 3 j
H 5 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 5 5
J 4 3 5 5 4 4 4 2 3 1 3 4 3
L
T
4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
A 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 N N
B 4 4 5 5 4 4 NA 4 4 4 4 A A
C 4 4 4 5 4 4 4 4 4 4 4 A A
D 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 A A
E 3 3 3 4 2 2 2 2 2 2 N N
F 3 3 4 3 3 4 4 2 3 3 2 N N
^
G 2 2 3 4 4 3 2 3 3 N N
H 5 5 5 5 5 5 4 4 4 4 5 A A
J 3 3 4 3 ^
3 4 2 3 2 N N
L 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 A A
* AB i : critérios anatómicos da imagem- TC abdome (Quadro 5)
NA = não se aplica. A - aceitável N = não aceitável
72
Resultados
A 4 3 3 3 4 3 5 5 5 3 4 3 4
B 4 5 5 5 5 5 4 4 4 4 5 3 5
C - - - - - - - - - - - - -
D 3 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 4 5
E 4 5 5 4 5 4 5 4 3 3 4 3 3
F 1 2 4 4 1 2 2 3 2 3 3 2 3
^
G 4 4 4 4 3 4 4 3 3 3 4
H 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5
-»
J 4 4 4 4 4 5 4 3 3 4 4 4
L 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5
A 3 3 4 2 4 3 2 3 4 3 3 N N
B 4 4 5 4 5 5 4 5 5 5 5 A A
C - - - - - - - - - - - . -
D 4 4 5 4 5 5 5 5 5 5 4 A A
E 4 3 4 3 4 3 3 3 3 3 2 N N
F 3 2 3 2 4 3 2 1 2 4 2 N N
G 4 3 4 4 4 3 3 2 3 3 3 N N
H 5 4 5 5 5 5 4 4 4 5 5 A A
J 4 3 4 3 4 4 4 3 4 3 3 N N
L 5 4 4 5 5 5 5 4 5 4 4 A A
AB i : critérios anatômicos da imagem- TC abdome (Quadro 5)
NA = não se aplica, A = aceitável N = não aceitável
73
Resultados
1
Z ~ (16)
1 _ „1,64-3,14^-1,18^-1,21^
L ti
onde:
F UB = 0,242 AB + 0,247 AB 9 l(] + 0,102 AB n + 0,167 AB n + 0.276 AB 23 + 0,245 AB2A
F 0 7 2 A B + 0 1 A B + 2 9 6 Á L I + 2 7 8 A B + 1 5 0 A B
2AB = °> U M \ A °- \S °' ) 6 °- M
F = 1 7 8 A B + 4 3 7 A B + 4 6 9 A B + 0 7 3 A B + 2 1 4 A B
3AB °' U °' \ 9 °= 2 0 °^ 2 \ °' 2 2
e:
X. - Y
AB = t - i i (17)
onde, X é a pontuação dada a cada critérios do exame de interesse pelo avaliador na escala de
s
1 a 5,7. é a média dos valores de Y atribuídos aos exames da amostra que gerou a equação i
74
Resultados
Na Tabela 15 são apresentados os pesos com que cada critério contribui para o fator,
Tabela 15 - Pesos dos critérios nos seus respectivos fatores - abdome rotina
75
Resultados
Por fim é apresentada uma síntese da avaliação feita com base nos elementos que
qualidade do abdome rotina em termos da sua aceitação para a realização do diagnóstico (sim
ou não).
Aspectos A B C ü E F G H ) L
Equipamentos 4 4 2 2 4 4 4 5
Preparo do 3 4 4 4 1 1 4 4 4 4
Paciente
Técnica de 4 4 3 5 3 3 4 4 3 5
varredura
Técnica de 4 5 3 5 1 2 2 4 2 4
reconstrução e
deapresentação da
imagem
Parâmetros físicos - - - - - - - - - -
da imagem
Requisitos de não sim sim sim não não não sim não sim
imagem
Dose de radiação sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim
GERAL NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO NAO SIM NÃO SIM
76
I
5. Discussões
Analisando apenas o tempo de exposição de um corte axial, observou-se uma extensa faixa de
dispositivos de varredura helicoidal, sendo que a unidade D possuía dois bancos de detectores,
laser a seco. Neste cenário é esperado, em princípio, encontrar diferentes padrões de imagem
tomográfica.
Janeiro. O próprio Departamento de Vigilância Sanitária do Estado não possui uma base de
dados disponível para consulta. Estima-se que existam cerca de 120 tomógrafos em
funcionamento no Estado. Assim sendo, não se pode afirmar que as unidades estudadas neste
77
Discussões
mercado externo e a transferência de parte dos tomògrafos desativados para outras instituições.
de conduta são bastante restritos para a TC. Quanto às reprodutoras de imagem em filme,
radiologista local sobre a qualidade dos exames apresentados. Foram poucos os Serviços que
78
Discussões
imagem. Isto pode ter origem na automação da programação do exame, onde alguns
da técnica de reconstrução, em geral, não são alterados; outros, sequer aceitam a intervenção
do operador.
Como no presente trabalho foi solicitado um único exemplar de cada tipo de exame
realizado em cada unidade do Serviço, a técnica deste exame foi considerada um exemplo de
sua rotina. Isto deve-se aproximar da verdade para a técnica de exame utilizada em um único
corte e quando o exame é realizado em um tomógrafo mais antigo, casos em que são poucas
as alternativas dos valores dos parâmetros da técnica. Imaginar que o único exemplar é
representativo da técnica rotineira é mais condizente com o exame de crânio rotina do que com
o de abdome rotina, uma vez que neste, a exposição radiográfica e a tensão aplicada ao tubo
paciente. Atualmente, com as aquisições volumétricas dos dados, os recursos dos protocolos
de exames são ainda mais variáveis [12 ,116, 117], É provável que haja alterações nos
protocolos de rotina, quer em razão da pergunta clínica, quer pela formação do médico
79
I
Discussões
O simulador de imagem utilizado no presente estudo foi projetado para avaliação das
varreduras convencionais. Nas unidades em que foram efetuados os testes dos parâmetros
parâmetros menos padronizados que necessitam de ajustes finos apropriados a cada caso, como
este simulador era de fácil transporte até os Serviços, por outro seu uso no local exigiu
altura do simulador.
Para as técnicas usadas no exame de crânio, observou-se que o valor do ruído na região
central do simulador de cabeça foi sistematicamente maior em cortes finos do que nos mais
largos. O valor da resolução espacial estimado por este método não apresentou diferenças
significativas entre as unidades. Contudo, estas medidas dos parâmetros físicos da imagem
isoladas, no sentido de ser medida uma única vez, não trouxeram informações conclusivas para
embasar tomada de decisão quanto a este quesito, em. primeiro lugar, porque não existem
valores específicos para estes parâmetros para cada tipo de exame. Caso existissem, os
métodos de medida e os simuladores deveriam ser muito bem definidos. Por exemplo: para
80
Discussões
medir a resolução espacial existem vários métodos de avaliação com diferentes graus de
exatidão e precisão [2, 24, 67, 91, 109] e o valor do ruído depende do tamanho e da
composição do simulador [2, 24, 57], A norma da IEC [45] para testes de constancias para TC
sugere limites de aceitação para o ruído e resolução espacial, porém não especifica as
condições da técnica para obtê-las. Outro exemplo é o valor do ruído aceitável para a técnica
aceitável para o ruído em um exame de tórax de alta resolução, com corte de espessura muito
mais fina.
físicos da imagem tais como os utilizados nos testes de protótipo e ensaios científicos. Nestes
casos, empregam-se simuladores, como por exemplo o do ImPACT da MDA, Inglaterra [24]
apropriados para a sua avaliação. Estes ensaios demandam profissionais bem treinados e um
longo tempo de máquina, não sendo adequados a um programa a ser executado em todos os
Serviços.
Neste caso, os critérios de aceitação das medidas dos parâmetros físicos propostos pela CE
81
I
Discussões
mínimo requerido pelo Regulamento Técnico do MS, seguindo por exemplo as recomendações
próprios Serviços, seria possível implementar um método adicional para a análise quantitativa
projetado para estudar a detectabilidade de lesões do fígado pela TC [80], onde as lesões são
simuladas com diferentes misturas de água e glicerina. Entretanto, este simulador ainda
apresenta limitações, quando aplicado a diferentes Serviços de TC, pois a densidade da mistura
Os valores de dose CTDI estimados para as técnicas utilizadas nos exames candidatos
W
estiveram abaixo dos níveis de dose recomendados pela CE, com exceção de dois exames de
crânio rotina, realizados nas unidades G e H (Tabelas 5 e 12), que não foram aprovados
Neste trabalho, a maior parte das estimativas de CTDI foi obtida a partir de medidas
W
82
I
Discussões
devem ser no mínimo em número de três para cada ponto de medida (no centro e em quatro
meio de uma convocação ampla dos físicos médicos locais, com o intuito de criar um banco
os antigos quanto os mais modernos. Tais informações podem ser úteis aos serviços que
dose para um Programa de Certificação, pois com a medida in loco do CTDI ar pode-se obter
o valor de CTDI (Equação 7). Quando não houver infra-estrutura para medir dose, uma
W
alternativa mais grosseira é usar os valores tabulados (esperados) de CTDln ar para o modelo
No presente trabalho não foi analisada a dose total por exame, o DLP, por ter tido
acesso a apenas um único exame de cada tipo por unidade tomográfica. O valor desta grandeza
83
Discussões
estes, por sua vez, variam muito de exame para exame. Como o objetivo principal foi a relação
dose de radiação versus qualidade da imagem produzida, a dose média por corte é um
parâmetro mais apropriado. A dose total do exame é uma grandeza relacionada à radioproteçao
deve equilibrar dois aspectos. Primeiro, as grandes diferenças em atenuação entre os ossos do
ruído quântico, um fator limitante à sua diferenciação. O nível de radiação é mais alto neste
tipo de exame justamente para detectar estas pequenas diferenças de atenuação [9, 64].
seriada, com exceção de uma das três unidades helicoidais (Tabela 3), que empregou a
84
I
Discussões
elementos da técnica de varredura que podem ser comparáveis entre os protocolos dos
diferentes Serviços. O tempo de rotação do tubo de raios-X, nos equipamento mais antigos,
é típico de cada modelo. O produto de exposição radiográfica (mAs) mais adequado, além das
tais como eficiência dos detectores e distância foco-detectores. Portanto, uma análise
espessura de corte para o estudo do cérebro na fossa posterior (cortes médios, de 2,5 a 5 mm)
parâmetros espessura de corte e separação entre cortes na região da fossa posterior foi bem
variada entre os Serviços. O único exame realizado em varredura helicoidal utilizou fator de
Para a maioria dos exames analisados neste trabalho, a tensão aplicada ao tubo foi 120
kV. Somente quatro unidades empregaram a tensão superior, que variou de 130 a 133 kV.
posterior e supratentorial, salvo nas unidade G e H que utilizaram valores maiores da exposição
estes dois tomógrafos são do mesmo fabricante e modelo, é possível que este aspecto esteja
85
¡
Discussões
A amostra de exames foi relativamente pequena para que se pudesse realizar uma
análise estatística de concordância entre os pareceres dos dois avaliadores, para cada requisito
anatômico da imagem. Apesar de existirem diferenças nos pareceres de cada requisito, houve
uma boa concordância na avaliação geral do exame. Dos 10 exames analisados por dois
Embora os exames candidatos de crânio rotina, em sua maioria, 8 em 12, tenham sido
seleção da técnica: janela (5), espessura de corte em certas partes do exame (2 ), fator de
Quando da comparação entre a nota final do avaliador e a nota obtida pela Equação
9 acertos para o avaliador 2 (unidade I). Para o avaliador 1, o valor calculado foi de 0,536, que
86
í
Discussões
está muito próximo do valor 0,5 limite de aprovação ou não aprovação. No caso da
ruído da imagem devido a duas fontes: a baixa corrente do tubo (100 mA) e, principalmente,
volume parcial. Sendo estas as duas causas de discordâncias, pode-se dizer que os critérios
indicadores da qualidade da imagem do exame e que a equação matemática foi adequado como
um método sistematizado para a indicar o aceite ou não do exame. Como todo modelo, este
possui limitações. Por exemplo, quando outros aspectos do exame não contemplados pelos
sinais anatômicos na imagem tiverem um peso relevante para a não aprovação do exame.
Como foi o caso do exame realizado na unidade I, que o avaliador 2 considerou nào aceitável
Pelo modelo matemático é possível inferir que critérios de imagem mais contribuem
para a avaliação final da imagem. Isto é dado pelos coeficientes da equação de regressão
(agrupando os critérios de reprodução crítica) tiveram um papel mais efetivo (2,75 na Equação
14) na aceitação da qualidade do exame do que os requisitos que compõe o fator F 2 C R (1,26).
Entretanto cada critério tem um peso específico dentro de cada fator, conforme descrito na
Tabela 8.
O requisito CR 4 "visualização dos ossos da base" foi o que obteve a maior faixa de
notas. A definição deste requisito não ficou clara para os avaliadores que o consideraram para
87
I
Discussões
ser analisado em janela de osso. Em nenhum dos exames apresentados foi efetuada a avaliação
nesta janela. 0 entendimento deste critério só teria sentido se o exame fosse documentado na
Todos os exames candidatos, crânio rotina e abdome rotina, exceto os realizados nos
da CE, que forneceu um parecer geral sobre a qualidade da imagem do exame, isto é,
qualidade aceitável ou não, sem fazer a pontuação de cada requisito em separado. Seu parecer
final foi bem discordante dos avaliadores 1 e 2, embora muitos dos seus comentários a respeito
das deficiências apresentadas nas imagens fossem semelhantes. No seu julgamento ele também
não aprovaria as imagens dos exames candidatos realizados nas unidades C (nivel alto de aüdo
alto valor de "zoom"), unidade H (ruído) e J (seleção de janela). O argumento principal para
a não aprovação do exame da unidade I foi a tensão aplicada ao tubo maior do que 120kV que
diminuiu o contraste na imagem entre tecidos de densidades mais próximas. Como os número
de TC (ou os coeficientes lineares de atenuação) têm forte dependência com a energia dos
fótons, nesta faixa de energia, ao aumentar a energia média do fótons (pela tensão aplicada ao
muito próximas.
alguns dos requisitos de imagem. Por exemplo, o nível alto de ruído influenciaria na observação
88
Discussões
e o nível de exigência em aceitar uma imagem como de boa qualidade. Este último
trabalho, como conseqüência do potencial técnico dos equipamentos e a formação dos técnicos
e dos médicos reponsáveis pelo exame em relação à técnica de imagem. Portanto, para estender
cada critério.
Vale aqui ressaltar que o modelo matemático usado neste trabalho é um modelo
coeficientes da equação de regressão logística foram fortemente influenciados pelo critério com
que os avaliadores pontuaram cada requisito de imagem clínica e a nota final para o exame.
Assim sendo, as equações obtidas incorporaram a opinião dos avaliadores sobre os critérios
reduzir a subjetividade do julgamento, bem como uma amostra de base com um número maior
89
Discussões
com os comentários dos avaliadores, de modo a identificar quais fatores estariam influenciando
negativamente a qualidade do exame. Dos 12 exames analisados, 5 não foram aprovados: 3 por
não cumprirem critérios de imagem e 2 por não cumprirem os critérios de dose de radiação.
varredura (mAs, espessura de corte na interface da troca de espessura de corte, tensão aplicada
e o processamento de filme).
TC nos estudos da região de abdome, de modo que um tempo curto de varredura foi
abriram-se novas possibilidades de diagnóstico para a região do abdome [12, 116, 117]. Por
90
Discussões
varredura seriada quando este era o único modo disponível e no modo de aquisição
aplicada ao tubo de raios-X aumenta o fluxo de fótons e o grau de penetração do feixe e, para
as imagens das estruturas envolvidas neste tipo de exame, sua influência consiste em diminuir
o ruído. Este artificio é empregado em estudos de paciente de maior porte. Quanto aos outros
parâmetros, as considerações feitas para o exame de crânio podem ser estendidas para o exame
de abdome.
varredura helicoidal.
Como no exame de crânio, a amostra de exames foi relativamente pequena para que
pudesse ser realizada uma análise estatística de concordância entre os pareceres dos dois
avaliadores, para cada requisito anatômico da imagem. Embora tenham sido constatadas
diferenças nos pareceres de cada requisito, houve concordância de 100% no julgamento geral
do tomógrafo. Também houve concordância entre o parecer dos avaliadores para a qualidade
91
Discussões
imagem para o diagnóstico do exame de abdome foram os requisitos que compõem o fator
parênquima hepático, parênquima esplénico, os vasos intra-hepáticos, a aorta, veia cava inferior
similar no parecer final com os coeficientes 1,18 e 1,21, respectivamente. Os fatores de peso
abdome já não são mais realizados em varredura seriada, porém sobre o padrão de imagem o
Na avaliação geral dos exames de abdome (Tabela 16) foram consideradas apenas as
análises dos avaliadores 1 e 3. Dos 10 exames analisados, 5 não foram aprovados devido aos
critérios de imagem. Nenhum exame de abdome foi eliminado em razão do critério de dose de
radiação. Um fator que afetou negativamente a imagem foi a limitação técnica de alguns
aquisição de imagens foi a causa do não cumprimento de critérios que envolvem as estruturas
92
Discussões
critérios da imagem anatômica, porém ele não foi contemplado na especificação dos
parâmetros de uma boa técnica pela CE [28], Na Padronização do ACR, o tempo máximo de
rotação do tubo de raios-X é considerado nas especificações técnicas dos tomógrafos. Para os
exames de neuro-radiologia [4] e da região do tórax [3] o valor limitante é de 2 s. Porém, para
os exames de abdome-pelve [5] a padronização em vigor não foi ainda atualizada e estabelece
o valor de 5 s.
tórax e do abdome assim como dos exames especiais, como os exames dos órgãos ocos e dos
(fígado, pâncreas ou rim) durante múltiplas fases de intensificação por meio de contraste,
reconstrução em 3D e técnicas sofisticadas de imagem da luz dos órgãos ocos [12, 116, 117].
Somente nos últimos dois anos iniciou-se, no Brasil, a entrada maciça de tomógrafos
helicoidais. A substituição total dos equipamentos convencionais deve ocorrer com certa
ainda pouco disponível. Para algumas investigações do abdome, as informações clínicas obtidas
93
Discussões
por US com equipamentos de tecnologia mais avançada têm sido superiores às obtidas em
tomógrafos convencionais [22, 112]. Como os equipamentos de US são mais baratos que os
deve ser encorajada a solicitação do exame de US, segundo os critérios médicos. Isto é
particularmente importante nas cidades pequenas, cujos serviços radiológicos estão adquirindo
estabelecidos nos Estados Unidos, devido ao fácil acesso a esta literatura médica. Na área de
US, provavelmente por ser um método que dependa menos da máquina e exija uma intervenção
US, de modo a explorar todo o potencial desta tecnologia mais barata e que também se
padrão de vascularização da lesão [12, 116, 117]. Os critérios que vierem a ser estabelecidos
94
Discussões
Qualidade, além das recomendações sugeridas para o exame de crânio rotina, é necessário
meio de contraste intravenoso. Para tal devem ser considerados as novas possibilidades de
métodos de imagem.
Deve-se ressaltar que a amostra de exames foi obtida em uma capital de Estado com
larga experiência em formação de radiologistas. É possível que a qualidade dos exames seja
Computadorizada (PCQ-TC) é garantir a boa prática de TC no país por meio das seguintes
ações:
Serviços.
6.2 Estratégias
empregam a técnica de TC, sugere-se que sejam organizadas Comissões de TC por Estado ou
96
Também é sugerido que o programa seja implementado por etapas, iniciando-se com
os exames de rotina mais freqüentes: o exame crânio de rotina e o exame abdome de rotina.
97
Proposta de um Programa de Certificação em TC
6.3.1 Cadastramento
Por intermédio de uma convocação geral aos membros das Sociedades, ou do CBR,
A. Equipe Médica
Normatização.
98
B. Equipamentos e Acessórios
aceitáveis para a execução de cada tipo de exame. Caso não seja tratado na Comissão de
equipamentos de US de nova geração que podem gerar informações diagnosticas com melhor
investigações do abdome, deve ser incentivada a realização destes exames nos equipamentos
de US.
a A
a. para exames de crânio rotina: tornógrafos com varredura axial, de 3 ou 4
2
b. para exame do tronco: tornógrafos helicoidais
2
Considerando o tempo necessário para o desenvolvimento das etapas iniciais do
Programa de Certificação, provavelmente poderá ser estabelecida a metodologia helicoidal
como pré-requisito para a certificação em exames de TC do abdome.
99
Proposta de um Programa de Certificação em TC
No presente trabalho, ficou evidente que as medidas isoladas dos parâmetros físicos da
imagem in /oco não possibilitaram uma análise conclusiva sobre estes parâmetros. Sugere-se,
então, que o quesito qualidade da imagem física seja contemplado pelo Programa de Controle
do número de TC para a água. As recomendações do ACR [6] são mais pertinentes, com a
monitoração de desempenho, em cada unidade no mínimo uma vez por ano, dos seguintes
No entanto, um Programa de Controle de Qualidade contínuo deve ser estabelecido para todas
número de TC, qualidade da imagem ( resolução espacial de alto contraste e ruído), avaliação
100
í
Proposta de um Programa de Certificação em TC
Este quesito só poderá ser analisado mais adiante, após a implementação dos
de cópia dos procedimentos de teste com a freqüência de execução com alguns resultados da
C. Imagem Clínica
três exames completos, para cada tipo de exame (crânio rotina e abdome rotina), realizados em
. modo a não prejudicar o cumprimento dos requisitos da qualidade da imagem que são marcas
101
í
Proposta de um Programa de Certificação em TC
paciente, o uso de meio de contraste e parâmetros da técnicas de exames devem ser anexados
à documentação em filme (Anexo 2). Também deve ser anexada uma cópia do laudo
O procedimento a ser adotado para avaliação deste quesito foi descrito no item 3.4 do
Capítulo 3 (Anexo 2). Para diminuir a subjetividade no julgamento de cada requisito de imagem
diagnóstico a partir das pontuações dos requisitos de imagem devem ser estabelecidas com um
número maior de exames de base, no mínimo de 150, para cada tipo de exame. Este método
uma imagem para o diagnóstico, principalmente nos casos de dúvida sobre a aceitação ou não
do exame.
102
I
Proposta de um Programa de Certificação em TC
D. Dose de Radiação
é o CTDI . W
exame (medida in loco, no ar , no centro do eixo de rotação ou, então, de informações sobre
radiação com câmara de ionização tipo lápis. A responsabilidade da medida pode ficar a cargo
103
de profissionais (físico-médico) indicados ou credenciados pela Comissão de TC ou um outro
órgão, que deve seguir o protocolo específico de medir radiação. O procedimento de medir
faz a avaliação das doses. Sistemas similares foram utilizados na Alemanha [83] e na Inglaterra
Nas regiões onde não existe infra-estrutura mínima para fazer as medidas de dose de
(ver 5.4).
104
Proposta de um Programa de Certificação em TC
cada unidade são realizados vários tipos de exames. A aplicação e o padrão de imagem de TC
têm uma forte dependência das características do tomógrafo. Modelos mais antigos podem ser
adequados para efetuar apenas certos tipos de exames. Como a certificação é dada ao Serviço
105
í
7. Conclusões
1. No Programa Piloto, dos exames analisados, 7 dos 12 exames de crânio e apenas 5 dos
2. Não foi possível fazer uma análise conclusiva sobre os parâmetros físicos da imagem
3. Nesta amostra, os critérios quanto à imagem clínica foram mais seletivos do que o
seleção da janela, nos dois exames, foram as falhas no procedimento que mais
5. O fator limitação técnica dos tomógrafos foi mais significativo para os exames de
abdome que os do crânio, o que pode levar a exigir ações mais restritivas quanto à
106
8. Recomendações
Piloto deve ser aproveitada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia por ocasião da
e a grandeza que atualmente expressa os níveis de dose para TC, MSAD medida em um
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, 122
)
Apêndice A
Formação e Características da Imagem
em Tomografia Computadorizada
que a imagem radiográfica convencional. O processo pode ser dividido em três fases: aquisição
simplicificar, será apresentada a formação da imagem de cortes axiais a partir de varredura axial
ou convencional.
exploração. Inicia-se com a exposição de uma seção da região do corpo a um feixe colimado
lado oposto, tendo o paciente ao centro. Os detectores não "vêem" uma imagem completa da
seção do corpo, apenas a projeção de uma imagem latente nesse ângulo de visão. Um "raio",
em TC, é uma "pequena parte" do feixe de raios-X formado pelos fótons que saem do ponto
raio. Portanto, a intensidade do sinal do detector é uma medida da atenuação. Uma projeção
123
em diferentes ângulos de projeção. Estes são obtidos pela rotação do tubo de raios-X em torno
i
da seção do corpo. Durante a rotação, as leituras dos detectores são registradas em intervalos
fixos de tempo.
dos coeficientes lineares de atenuação da seção é 180°. Os dados são duplicados se a rotação
é completa, 360°, típica das varredura convencionais. Varreduras com ângulos menores são
realizadas com o objetivo de diminuir o tempo de varredura e com ângulos maiores para
imagem. Entretanto, a sua seleção é muitas vezes automática, sendo efetuada pelo programa
de computador.
124
A -Formação e Características da Imagem em TC
produto do número de projeções e o número de raios por projeção. Cada imagem requer cerca
selecionada.
é uma matriz bidimensional, em que cada elemento de matriz, denominado de pixel, recebe um
materíal à a
hP TC = ^ ^ s« x i Ann
material
^àgua
onde, \xma[erid é o coeficiente linear de atenuação médio do material que compõe o voxel
125
A -Formação e Características da Imagem em TC |
A seção do objeto deve ser imaginada como se fosse dividida em voxels, e cada voxel
acordo com o requisito clínico da imagem. Sua altura é igual à espessura do corte e a base é
estabelecida pela razão entre o campo de visão e o tamanho da matriz. O campo de visão
A energia média dos fótons de raios-X está na faixa de 50keV à 70keV [29]. Nesta
Compton, onde o coeficiente linear de atenuação tem forte dependência com a densidade do
tecido. Desta forma, pelo menos para os tecidos moles, os números de TC estão intimamente
relacionados à densidade do tecido. Para tecidos menos densos do que a água, o valor de
do que a da água.
126
Embora haja vários métodos matemáticos para a reconstrução de imagens de TC, o
i
imagem formada a partir de três das muitas projeções realizadas na varredura real. E possível
observar uma silhueta borrada do objeto. Com um número muito maior de projeções, o borrão
permanece devido à contribuição dos prolongamento dos perfis que caem fora da imagem do
detalhe analisado. Para evitar o borrão as projeções são pré-processadas e submetidas a uma
convolução com uma função filtro, antes da retroprojeção (Figura 8-b). O filtro matemático
127
A -Formação e Características da Imagem em TC
também é conhecido por "kernel", isto é núcleo. A convolução produz sinais que contêm
A fase final é a conversão da imagem digital em uma imagem de vídeo, para que possa
Esta fase é efetuada por componentes eletrônicos que funcionam como um conversor (vídeo)
seleção da janela. Os limites superior e inferior da janela são determinados pelo centro e a
largura da janela, que definem a faixa dos números de TC que é convertida em tons de cinza
da imagem. Os pixels que possuem números de TC acima do limite superior da janela são
mostrados na cor branca e aqueles cujos números de TC estão abaixo do limite inferior
apresentam-se em preto.
A Imagem Tomográfica
TC são geradas por três fontes. A primeira fonte é o algoritmo de reconstrução da imagem, que
envolve as medidas físicas da atenuação dos raios-X. O processo de cálculo anula o caráter
local do erros e incertezas das medições, que são inevitáveis em qualquer ato de medir, e os
128
A -Formação e Características da Imagem em TC
distribui sobre toda a imagem. Assim, o ponto em que a distorção na imagem é mostrada não
necessariamente coincide com o ponto do corpo que causou a distorção. A segunda diferença
de um número finito de dados. Deste modo, certas regras devem ser obedecidas, caso contrário
contraste) e os artefatos de imagem. Além disso, dois fatores chave interferem na qualidade da
além de mais ruído e artefatos. Quanto ao tempo de aquisição de dados, embora reduções
significativas tenham ocorrido ao longo dos trinta anos alcançando 0,5 s por revolução do tubo,
é maior do que o tempo de exposição nas radiografias convencionais. As doses de radiação por
a) Sensibilidade de contraste
129
A -Formação e Características da Imagem em TC
detalhe que pode ser visivelmente reproduzido ainda que haja apenas uma pequena diferença
na densidade relativa à área vizinha. Os fatores que contribuem para o alto grau de sensibilidade
de contraste são: a imagem em planos sem a superposição de outras estruturas fora do plano,
a seleção da janela que controla o contraste e o feixe de raios-X relativamente estreito que
b) Ruído
natureza quânLíca do fótons de raios-X, que gera uma flutuação estatística local nos números
determinada pelo desvio padrão dos números de TC sobre a região de interesse (ROI) em um
raios X detectados, portanto depende da eficiência dos detectores e do fluxo de fótons que
atinge o detector. Este último é determinado pela tensão aplicada ao tubo, pela corrente no
tubo, pelo filtro físico, a espessura do corte, a espessura e composição da região do corpo em
130
A -Formação e Características da Imagem em TC
c) Resolução Espacial
contraste, acima de 10% [100]. A resolução espacial pode ser descrita como a menor distância
entre dois objetos pequenos que podem ser visibilizados na imagem. Na TC encontra-se na
faixa de 0,7 mm a 2,0 mm. Muitos fatores contribuem para a perda de nitidez e redução da
projeto do tomógrafo. O fator mais significativo que leva à perda de nitidez é a espessura do
encontram dentro da espessura do raio não são distinguíveis durante o processo de medir. A
espessura dos raios é determinada pela janela do detector, tamanho do ponto focal,
Outro fator que influi na resolução espacial é o tamanho do voxel, que depende do campo de
Deve-se estar ciente de que o menor detalhe que possa ser detectado em uma imagem
de TC não corresponde necessariamente ao menor detalhe que possa ser visibilizado. Por
exemplo: um detalhe de alto contraste em relação à sua vizinhança e tamanho menor do que
atenuação). Ele vai aparecer na imagem com um contraste relativamente visível em relação aos
pixels adjacentes.
131
A -Formação e Características da Imagem em TC ^^^^^^
d) Artefatos
modalidades de imagem, sendo identificados pela sua aparência. A familiaridade com tais
132
Apêndice B
Grandezas Dosimétricas Usadas em TC
dose absorvida depende dos parâmetros geométricos da unidade, tais como o ângulo de
Por outro lado, o feixe de radiação em TC sendo muito fino, e a fonte de raios-X
estando em movimento durante a exposição não permitem o uso dos instrumentos para medir
17,23,24, 6 5 , 7 0 , 7 2 , 8 8 , 9 1 , 9 3 ],
Em 1981, dois descritores de dose foram introduzidos pelo FDA [93]: o índice de
Eles deram origem às formas mais difundidas de descrição da dose. Vale ressaltar que, no
começo dos anos 80, o único modo de varredura existente era a varredura seriada, ou seja,
corte a corte.
O CTDI é definido como a razão entre a integral do perfil de dose em um único corte
133
B - Grandezas Dosimétricas Usadas em TC
espessura nominal de corte (7) pelo número de cortes irradiados por varredura (H), ou seja:
CTDI = -L ÍD (z)dz
x (B.l)
m J
nominal de corte. Esta discrepância é mais acentuada quando se trata de varredura de cortes
finos [24, 32, 47, 75, 88]. O valor estimado de CTDI representa o valor da dose em um
elemento de volume devido à exposição de um único corte como se toda a dose absorvida do
elemento de seção de área e espessura igual à espessura nominal de corte. O CTDI pode ser
nominal Te com separação (I) constante, como a dose média na seção efetiva do corte central
ao longo de uma distância entre dois cortes consecutivos (I) ou seja >
L
2
MSAD^j I D p)dz
N (B.2)
_i_
2
contribuição da irradiação dos cortes mais longínquo no corte central é desprezível, portanto:
134
B - Grandezas Dosimétricas Usadas em TC
T
MSAD - CTDI (B.3)
I
0 FDA também definiu que os simuladores padrão seriam de cabeça e de tronco [30].
Medicine (AAPM) para os testes de aceitação [2]. Foi também a grandeza básica em dois
levantamento com as medidas no centro do simulador [18]. Os protocolos de medir, nos dois
O FDA adotou uma definição particular para o CTDI, o CTDI FDA [30], para os testes
de conformidade nos tomógrafos comercializados nos Estados Unidos. O CTDI PDA envolve a
PMMA. O intervalo escolhido se deu, provavelmente, pelo fato já aceito pelos especialistas de
B - Grandezas Dosimétricas Usadas em TC
que 14 cortes seriam suficientes para estabelecer uma relação direta entre CTDI e MSAD.
Como todos os fabricantes que comercializam tomógrafos nos Estados Unidos foram obrigados
e na periferia a 1 cm das bordas, foi gerada uma base de dados de dosimetria de TC. Esta
grandeza, CTD1 FDA7 no entanto, não é prática de se medir porque o intervalo de integração
varia com a espessura nominal de corte. Na realidade, o modo mais prático para fazer medidas
para estimar CTDI é utilizar uma câmara de ionização do tipo lápis, de comprimento sensível
de 100 mm, projetada especialmente para TC [104], Medida deste modo e com o intervalo de
permitir uma comparação entre os resultados de medições de dose nas diferentes versões de
CTDI, foram determinados fatores de conversão entre C T D I 1I)0 , PMMA (intervalo de integração
radiação nos levantamentos da prática de TC nos países da Europa [16, 33, 49, 83, 95, 97]. Por
si só, o CTDI não é um bom indicador para fazer comparações entre os níveis de radiação
ar
devido a técnicas de exames entre diferentes modelos ou serviços. Do mesmo modo, não serve
como indicador do risco de radiação. A relação entre CTDl ar e a dose efetiva, a grandeza de
diferentes modelos de tomógrafos [17, 97]. Estas diferenças são causadas pelos projetos dos
136
B - Grandezas Dosimétricas Usadas em TC
CTDÍ e a utilização dos coeficientes de conversão para as doses em órgãos. Estes coeficientes
ar
são determinados para cada modelo de tomógrafos, usando a técnica de Monte Carlo e um
da câmara de ionização é suficiente para abranger todo o perfil de dose para as espessuras de
corte típicas das empregadas na clínica. Porém, se as medições são realizadas em simuladores
dosimétricos, a radiação espalhada no seu interior modifica o formato da função perfil de dose,
alargando-o de muitas vezes o valor da espessura nominal do corte. Neste caso, o intervalo de
100 mm passa a ser insuficiente para cobrir todo o perfil axial de dose dentro do simulador para
borda dos simuladores varia de até 4 vezes [17], entre os vários modelos de tomógrafos,
devido à influência dos filtros moldados na distribuição de dose no interior dos simuladores
[17, 51]. Portanto, medir a radiação em apenas um ponto não caracteriza as diferenças na
137
CTDI ,. Presumindo que a dose no simulador diminui linearmente na direção radial, no sentido
M
onde, CTDI 100fC representa a medida realizada no centro e CTD\ QOp representa a média das
138
Apêndice C
Parâmetros que Afetam a
Qualidade da Imagem em TC
parâmetros clínicos.
a) Fatores de Exposição
seguintes: tensão aplicada ao tubo de raios-X (kV), corrente no tubo de raios-X (mA) e tempo
de exposição (s), os quais afetam tanto a qualidade de imagem como a dose de radiação para
o paciente. Em geral, podem ser selecionados de um a três valores de tensão aplicados ao tubo
na faixa entre 100 a 140 kV. O valor selecionado da tensão deve contemplar a composição e
a espessura da região a ser analisada e o contraste desejado. Uma vez fixadas a tensão do tubo
mAs necessário para uma certa imagem dependerá do filtro físico, dos detectores e da distância
139
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
resolução de baixo contraste devido à redução do ruído, porém, por outro lado, aumenta-se
a dose do paciente.
A qualidade de imagem consistente com as indicações clínicas deve ser atingida com
a menor dose possível para o paciente. Nos casos em que o baixo ruído da imagem é crucial
da imagem no tocante aos artefatos devido ao movimento do paciente, quer voluntário , quer
involuntário. Tempos mais longos requerem maior cooperação do paciente. Outra vantagem
b) Espessura de Corte
tamanho da estrutura ou da lesão que se deseja estudar. Contudo, deve-se estar atento às
paciente. Quanto mais larga é a espessura de corte, menor será o ruído e melhor a resolução
debaixo contraste. Entretanto, a imagem estará mais sujeita à presença de artefatos de volume
parcial. Por outro lado, as imagens de cortes mais finos apresentam melhor resolução espacial.
Se a espessura do corte é muito fina, entre 1 e 2 mm, as imagens podem ser afetadas de modo
140
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
efetiva do feixe de radiação no eixo de rotação e a espessura da imagem do corte vai depender
c) Incremento de Mesa
incremento da mesa menos a espessura nominal do corte, que são os parâmetros selecionáveis.
não são superpostos. Valores negativos significam que os cortes são superpostos. O
espaçamento entre cortes não influencia as características da imagem de um único corte. Deve-
se ter o cuidado de não deixar de visibilizar as lesões que caem no intervalo entre os cortes. O
intervalo entre cortes não deve exceder a metade do diâmetro das lesões suspeitas. Cortes bem
separados são utilizados nos estudos dos sinais de doenças distribuídos em todo o tecido. Os
Para um dado volume de investigação, quanto menor é a separação entre cortes maior
será a dose local e a dose integral para o paciente. O aumento na dose local é em razão da
superposição dos perfis de dose de cortes adjacentes. Já o que causa o aumento na dose
integral é o aumento do volume de tecido diretamente irradiado, como indicado pelo fator de
empacotamento.
141
d) Passo ou Fator de Passo
passo. O passo é definido como a razão entre o deslocamento da mesa durante uma rotação
completa do tubo e a espessura nominal de corte (Figura 9). Alguns fabricantes empregam o
termo fator de passo, que é o vocábulo que melhor o define, visto que o passo de uma hélice
se refere à distância entre dois pontos, cujos ângulos polares é 2iz. Na prática médica,
seleciona-se o fator de passo com os valores entre 1 e 2. Valores menores do que 1 significam
que os cortes irradiados são sobrepostos. Em termos de dose e imagem, a maioria dos
a TC helicoidal com passo = 1[57]. Para passo maior do que 1, a dose de radiação é reduzida
varredura varredura
helicoidal helicoidal
fator de passo = 1,5 fator de passo = 2
142
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
se comparada com a varredura contígua em série, assim como a resolução de baixo contraste
da imagem. O similar na varredura helicoidal seriam cortes não contíguos. Neste caso, na
varredura helicoidal não há perda de registro das estruturas, o que ocorre no intervalo de
intervalos iguais à espessura nominal de corte e o fator de passo na aquisição é maior do que
1,5, haverá perda significativa na resolução de baixo contraste da imagem final [109].
e) Inclinação do "Gantry"
"gantry", normalmente, permite inclinação de -25° a +25°. Um ângulo diferente de zero pode
ser apropriado para reduzir ou eliminar artefatos ou reduzir a dose de radiação em órgãos ou
f) Volume de Investigação
região estudada. Deve-se cobrir todas as regiões que tenham possibilidade de apresentar sinais
permaneçam fixos, quanto maior o volume de investigação maior será a dose para o paciente.
L43
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
'Voxel", uma vez que se utiliza toda a matriz de reconstrução para uma região menor do que
no caso de um FOV mais extenso. Isto traz a vantagem de melhorar a resolução espacial da
imagem. Ao se selecionar o FOV deve ser ponderado se todas as regiões com possíveis sinais
de doença foram incluídas. O FOV muito pequeno pode excluir sinais relevantes da doença.
b) Algoritmo Matemático
padrões ou de tecidos moles são os apropriados para a maioria dos exames. Existem outros
para exibir a imagem detalhada do tecido ósseo e do parênquima pulmonar, outros suavizam
144
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
c) Algoritmo de Interpolação
tipos de interpolações básicas. Elas usam perfis de atenuação tomadas a meia rotação (180°)
ou em uma rotação completa (360°) do tubo nos dois lados do plano que se deseja a imagem.
São indicados por termos claros como: 'interpolação linear 180°' (IL 180 ), ou 'interpolação
o
linear 360 ' (IL 360) por alguns fabricantes. Outros fabricantes empregam uma terminologia
própria como 'slim' ou 'wide', ou 'interpolação T e 'interpolação 2'. Além desses dois tipos
básicos de interpolação linear, vários sistemas possuem outros tipos de interpolações. Algumas
vezes elas são utilizadas como padrão [24]. A interpolação linear 360°, que não é o padrão
mais freqüente, dá origem a uma imagem do corte significantemente mais larga do que a
A reconstrução das imagens pode ainda incorporar outras funções tais como:
algoritmo de correção de movimento para as varreduras de tronco. Elas são incorporadas como
características padrão, ou são fornecidas como opções de acordo com a preferência do usuário.
145
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
reconstruída, tipicamente 512 x 512 e 1024 x 1024. Os tomógrafos mais antigos apresentam
dados brutos para depois realizar os processamentos matemáticos não faz parte
Uma janela é caracterizada pela sua largura e o seu centro da janela, expressos em UH.
cinza. De modo geral, para reproduzir uma faixa ampla de tecidos é apropriada uma janela mais
146
C - Parâmetros que Afeiam a Qualidade da Imagem em TC
larga. Janelas mais estreitas são mais convenientes para mostrar tecidos específicos. A posição
da janela é definida como o valor do centro da janela usada para exibir o tom de cinza médio,
estrutura de interesse.
O ajuste correto da janela é também fundamental na análise das formas das estruturas.
Por causa dos artefatos de volume parcial, o número de TC da borda entre duas estruturas
Isso dá uma impressão ótica de uma sombra acizentada no limite das superfícies. A resolução
espacial da forma das estruturas pode ser aperfeiçoada ajustando-se ajánela de modo que as
estruturas fiquem melhor visibilizadas. Janelas muito estreitas minimizam o efeito de penumbra
Pelo que foi mostrado acima, o centro e a largura da janela determinam o contraste da
g) Filtros pós-Processamento
Em adição aos principais algoritmos de reconstrução que são aplicados aos dados
que podem ser aplicados para suavizar ou intensificar a imagem final na tela do monitor. Há
147
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
h) Fator de "Zoom"
setor do campo investigado. Os valores dos pixels relativos àquele setor são redistribuídos, por
C - Parâmetros Clínicos
tomográfica. Para uma dada exposição, as imagens de um paciente de grande porte apresentam
mais ruído do que as imagens de pacientes de menor porte. Então, espera-se que aumentando
a dose de radiação poder-se-á ter uma imagem melhor. Ocorre que a grande quantidade de
tecido adiposo em pacientes obesos produz melhor delineação das estruturas do que ocorre
com pacientes não obesos. Assim, a qualidade da imagem para o diagnóstico pode ser
adequada, embora com mais ruído. Portanto, aumentar a dose de radiação para pacientes
obesos não é regra geral. Por outro lado, pode não ser adequada a redução de dose em
paciente deve ser orientado a cooperar o máximo possível durante o procedimento. Em geral,
o paciente deve permanecer em supino. Um posicionamento especial pode ser útil para reduzir
148
C - Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC
dados.
opacificar as cavidades. A administração de meio de contraste via retal pode ser necessária em
fatores de risco [82]. Se for administrado meio de contraste intravenoso, o paciente deve fazer
Os órgãos radio sensíveis devem ser protegidos sempre que possível, isto quando
gônadas masculino tem se mostrado eficaz. O mesmo não ocorre com os protetores das
varredura.
149
I
Anexo 1
Formulários do
Programa Piloto
Rio de Janeiro, 16 de março de 1996
Prezado Senhor,
151
conjunto a questionários de critérios de qualidade de imagem, características do
paciente e procedimentos do exame deverão ser enviados a um Comitê de
Especialistas, seguindo instruções previamente encaminhadas ao Serviço. Os
parâmetros de desempenho do equipamento e a dosimetria do feixe serão
avaliados no local, por um profissional especializado em física médica em data
agendada em comum acordo.
152
PROGRAMA PILOTO DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE
EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
C A D A S T R A M E N T O D E INSTITUIÇÃO
COD. |_|__|_|_|__|_| (não preencher) Data: / M99
Razão Social:
Tipo: Categoria :
• Hospital • Particular
• Clínica • Pública
• Policlínica
• Laboratório
Endereço;
Bairro: Município: UF: CEP:1 M I M 1- 1 1 1
Telefones: D D D : Tel: Ramal Fax:
Tel: Ramai Correio Eletrônico:
CGC d a Instituição:
Resposável pela Instituição:
Corpo d e Médicos d e T C Membro do CBR?
Responsável : • S i m •Não
Outros: • S i m •Não
• S i m •Não
• S i m •Não
• S i m •Não
Deseja participar do Programa Piloto de Certificação d a Qualidade e m
Tomografia Computadorizada?
•Sim QNão
Pessoa d e Contato:
Função:
CADASTRAMENTODE APARELHO
preencher para cadatomógrafo
Assistência e Manutenção
Indicar a opção que melhor descreve a situação deste equipamento:
• Contrato de manutenção com o próprio fabricante
• Contrato de manutenção com outra firma que não o fabricante
• Assistência e manutenção do próprio do Serviço de T C
• Não é realizado nenhuma assistência regular
FREQUÊNCIA DE EXAMES
154
PROGRAMA PILOTO DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE EM TC - UFRJ
Critérios Anatômicos da Imagem
Instituição: Tomógrafo;
Instituição L L U - U Aparelho !_!_! (não preencher) Data do exame / /199
TC Crânio Rotina
(anexar cópia completa da documentação fotográfica)
A- Paciente
0 paciente cooperou?
a) durante o preparo d o exame? • sim • não
b) durante a irradiação? • sim • não
B- Meio de Contraste
Administrou meio d e contraste venoso? • sim • não
Produto: Método d e injeção:
Fabricante: • gotejamento
Concentração : • injeção rápida e gotejamento
V o l u m e injetado: ml • injeção rápida manual
Velocidade d e injeção: • injeção rápida por b o m b a injetora
155
Código: Critérios Anatômicas de Imagem- Crânio - 2
156
Código. Critérios Anatômicas da Imagem- Crânio - 3
D- Imagem Tomográfica
1. Visualização d e t o d o o cérebro 0 1 2 3 4 5
2. Visualização d e t o d o o c e r e b e l o 0 1 2 3 4 5
3. Visualização d e t o d a c a l o t a c r a n i a n a 0 1 2 3 4 5
4. Visualização d o s o s s o s d a b a s e 0 1 2 3 4 5
5. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d a b o r d a e n t r e a
substância b r a n c a e substância c i n z e n t a 0 1 2 3 4 5
6. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o s gânglios d a b a s e 0 1 2 3 4 5
7. Reprodução v i s u a l m e n t e precisa d o sistema ventricular 0 1 2 3 4 5
8. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o espaço d o líquido
cefalorraquiano e m t o r n o d o mesencéfalo 0 1 2 3 4 5
9. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a espaço d o líquido
cefalorraquiano p e l o cérebro 0 1 2 3 4 5
Após a administração de meio de contraste intravenoso
10. Visualização d o s v a s o s 0 1 2 3 4 5
11. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o s g r a n d e s v a s o s 0 1 2 3 4 5
12. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o p l e x o coróide 0 1 2 3 4 5
DA - Diagnóstico
O e x a m e s e r v e p a r a diagnóstico • s i m • não
Observações em geral:
158
PROGRAMA PILOTO DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE EM TC - UFRJ
Critérios Anatômicos da Imagem
Instituição: Tomógrafo:
Instituição ! ! ! ! ! ! A p a r e l h o ! ! ! (não preencher) Data do exame / / 1 9 9
TC Abdome Rotina
(anexar cópia completa d a documentação fotográfica)
A- Paciente
0 paciente cooperou?
a) durante o preparo d o exame? • sim • não
b) durante a irradiação? • sim • não
B- Meio de Contraste
Administrou meio d e contraste oral? • sim • não
Produto: Concentração : _
Fabricante: V o l u m e ingerido : ml
Administrou meio d e contraste venoso? • sim •não
Produto: Método d e injeção:
Fabricante: • gotejamento
Concentração : • injeção rápida e gotejamento
Volume injetado: ml • injeção rápida manual
Velocidade d e injeção: • injeção rápida por bomba injetora
I59
Código. Critérios Anatômicas da Imagem- Abdome Rotina - 2
C.2 - Cortes Tomográficos
Fabricante: N o . d e i m a g e n s ( o u c o r t e s ) p o r película:
Marca/Modelo: Número total d e películas:
160
Código Critérios Anatómicos d a Imagem- Abdome Rotina - 3
D- Imagem Tomogrãfica
1. Visualização d e t o d o o fígado 0 1 2 3 4 5
2 . Visualização d e t o d o o baço 0 1 2 3 4 5
3. Visualização d e o u t r o s órgãos
p a r e n q u i m a t o s o s (pâncreas, rins) 0 1 2 3 4 5
4 . Visualização d a bifurcação a o r t a a b d o m i n a l 0 1 2 3 4 5
5. Visualização d a p a r e d e a b d o m i n a l i n c l u i n d o
t o d a s a s herniações 0 1 2 3 4 5
6. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o parênquima
hepático e v a s o s intra-hepáticos 0 1 2 3 4 5
7. Reprodução d a p a r e d e d a vesícula biliar 0 1 2 3 4 5
8. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o parênquima esplénico 0 1 2 3 4 5
9. Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o c o n t o r n o d o pâncreas 0 1 2 3 4 5
lO.Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o s rins e u r e t e r e s p r o x i m a i s 0 1 2 3 4 5
1 1 . Reprodução v i s u a l m e n t e p r e c i s a d o s g r a n d e s
vasos (aorta, veia cava) 0 1 2 3 4 5
12.Reprodução d a o r i g e m d o t r o n c o celíaco 0 1 2 3 4 5
13.Reprodução d o s v a s o s mesentéricos 0 1 2 3 4 5
14.Reprodução d o s v a s o s r e n a i s 0 1 2 3 4 5
161
Código _ _ _ _ _ _ _ _ _ Critérios Anatômicas d a I m a g e m - A b d o m e Rotina - 4
DA- Diagnóstico
Observações em geral:
162
Anexo 2
Formulários para o
Programa Proposto
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE
EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
N o m e / instituição: Nome/Responável:
Endereço:
Bairro: Cidade: Estado: CEP:
Reprodutora de Filme:
OMultiformato convencional O Laser O Laser a seco
Marca Comercial:
164
Possui dispositivo automático d e injeção d e contraste? O SIM O NÃO
Possui equipamentos de ressuscitação: O SIM O NÃO
Outros procedimentos
TC fluoroscopia O SIM O NÃO
T C densitotnetria O SIM O NÃO
Endoscopia virtual O SIM O NÃO
TC de mama O SIM O NÃO
T C odontológica O SIM O NÃO
Outros (especificar):
Médico Responsável:
Especialidade: M e m b r o do CBR
1 O SIM O NÃO
Outro(s) Médicofs):
165
TÉCNICA DE EXAME
Tipo de exame:
CRÂNIO ROTINA
Instituição Tomógrafo (Fabricante/Modelo)
Preparo do paciente
Posição
o supino o prone o outra posição, descrever
Método d e injeção:
o gotejamento o injeção rápida e gotejamento
o injeção rápida manual o injeção rápida por bomba injetora
Inclinação d o gantry
166
Tipo de exame:
CRÂNIO ROTINA (cont)
Fatores de Exposição/Reconstrução
Fatores de Exposição
Corrente do tubo
T e m p o de exposição
Incremento de mesa ( m m )
Número de cortes
Fator de passo
Comprimento de varredura
Algoritmo d e reconstrução
Campo de visão
Filme Fotográfico:
Marca Comercial:
167
TÉCNICA DE EXAME
Tipo d e exame:
I ABDOME ROTINA
instituição Tomógrafo (Fabricante/Modelo)
Preparo do paciente
Posição
o supino o prone o outra posição, descrever
Método d e injeção:
o gotejamento o injeção rápida e gotejamento
o injeção rápida manual o injeção rápida por b o m b a injetora
Inclinação do gantry
o nenhum o cranial I (graus o caudal I Igraus
16S
Tipo de exame:
ABDOME ROTINA (conti)
Fatores de Exposição/Reconstrução
Detalhes da Técnica Seqüência Seqüência Seqüência Seqüência
1 2 3 4
Fatores de Exposição
Corrente do tubo
Tempo d e exposição
Corrente do tubo x t e m p o d e
exposição (mAs / corte)
Incremento d e mesa ( m m )
Número d e cortes
Fator de passo
Comprimento de varredura
Algoritmo d e reconstrução
C a m p o de visão
Filme Fotográfico:
Marca Comerciai:
169
CRÂNIO R O T I N A
IDENTIFICAÇÃO DO EXAME
A- Visualização de
1. Todo o cérebro NA 1 2 3 4 S NA 1 2 3 4 5
2. Todo o cerebelo NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
4. Ossos d a base NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
B- Reprodução Crítica
6. Reprodução visualmente precisa d a borda NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
entre a substância branca e substância
cinzenta
Comentários (crítérios): m
170
Outros Aspectos fase fase
18 Artefatos aceitável NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
19 Ruído aceitável NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
AVALIADOR: DATA:
171
ABDOME ROTINA
IDENTIFICAÇÃO DO EXAME .
A- Visualização de
1. Diafragma NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
2. Todo fígado NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
3. Todo e baço NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
5. Aorta abdominal NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
B- Reprodução Crítica
9. Reprodução visualmente precisa do parênquima NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
hepático
172
Critérios de Qualidade da Imagem
fase fase
25. Há itens acima que não foram visibilizados e m razão d a doença particular,
ausência d e sinais patológicos ou anatomia atípica do paciente? • sim • não
Quais?:
Coméntanos (critérios):
29. Artefatos NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
30. Ruído NA 1 2 3 4 5 NA 1 2 3 4 5
AVALIADOR: DATA:
173