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Roteiro aula 2

1.2.1 Atos “contraditórios” do homem

 drogas atuam cerceando a liberdade, sendo que o homem caminha em direção às


drogas exercitando seu livre arbítrio.

 por causas internas, a vontade está “adoecida”

 o homem que age por si, dotado de livre arbítrio, pode então fazer algo que é
contra si?

 há duas forças que impulsionam o homem para a ação, o desejo e a vontade.


o desejo é o apetite concupiscível, aquilo que é próprio das inclinações
sensíveis,
o a vontade, é a inclinação da razão para aquilo que é considerado o
bem maior,

 Agostinho: “a vontade é a força motriz pela qual o homem estabelece suas


relações com seu ‘em torno’.

 o homem não age sempre conforme a sua racionalidade, mas, por vezes, age
segundo seu instinto natural, este que pode, ou não, ser concorde o juízo de sua
razão,

 O apetite sensível, tendo algo de próprio, pode opor-se ao império da


razão”. (AQUINO, Tomás de. Summa Theologiae, Ia, q.81, a.3, ad. 2.)
o “O apetite sensitivo, embora obediente à razão, pode contudo recalcitrar,
desejando o que a razão proíbe. Ora, o bem que o homem não faz quando quer é o
que consiste em ser concupiscente contra a razão, como diz a Glossa de Agostinho a
esse passo”. (AQUINO, Tomás de. Summa Theologiae, Ia, q.83, a. 1, ad. 1.)

 a razão responsável pelo juízo do bem, o instinto natural pode servi-la ou negá-
la.

 Agostinho: usar bem o livre-arbítrio é precisamente a liberdade.


o A possibilidade de fazer o mal é inseparável do livre-arbítrio, mas o
poder de não fazê-lo é a marca da liberdade

 o fato de o homem poder escolher algo contra si mesmo, “mala voluntas”,


demonstra que há mais de uma vontade no homem, ou o chamado desejo, e isso
conduz ao conceito de liberdade e sua relação com o bem. Contudo, de fato, isso
não nega, ao contrário, afirma que o homem tem a potência de escolher
entre um ato ou outro, ainda que contrários a sua vontade, afinal foi ele
mesmo que o escolheu. Portanto, os atos contraditórios não enfraquecem
ou diminuem a credibilidade da argumentação sobre o homem ter livre
arbítrio, mas o confirmam diante da realidade de que foi este mesmo
homem que tomou a referida escolha e isso é livre arbítrio.
1.2.2 A liberdade e a causalidade primeira

 escolha culmina em uma ação e toda ação é um movimento, se o homem não


é a causa desse movimento ele não poderia ser dotado de livre eleição, pois teria
parte nesta, aquele que é o movente.

 O livre arbítrio é causa do seu movimento, porque o homem, pelo livre arbítrio, é levado a
agir.

o Mas, contudo, não é necessário, para a liberdade, que o livre seja a causa primeira
de si mesmo; assim como não é necessário, para uma causa ser causa de outra, que
seja sua causa primeira. Ora, Deus, pois, é a causa primeira motora, tanto das
causas naturais como das voluntárias. E assim como, movendo-as, não faz com que
os atos delas deixem de ser naturais; assim também, movendo as voluntárias, não
faz com que os seus atos deixem de ser voluntários, mas antes, causa-lhes essa
qualidade, porque obra, em cada ser, conforme a propriedade deles”. (AQUINO,
Tomás de. Summa Theologiae, Ia, q.83, a.1, ad. 3.)

 não é necessário para o ser livre ser causa primeira de si mesmo.

 livre arbítrio é a causa de seu próprio movimento, pois por ele o homem é
levado a agir. Sustenta-se ainda, portanto, que o homem é dotado de livre
arbítrio, e que o problema da causalidade primeira ser externa não afeta a
potencialidade deste.

1.3 Potência cognitiva e apetitiva

 eleger é desejar aquilo que está em nós, sendo o desejo um ato da virtude
apetitiva, e o livre arbítrio a virtude pela qual o homem elege, então este deve
ser uma virtude apetitiva.

 Da cognitiva provém o conselho, que é o julgamento da preferência entre


coisas distintas, já da parte apetitiva, a aceitação do apetite de aquilo que já
foi anteriormente julgado pelo conselho

 Resume-se, portanto, que a capacidade do juízo, própria da cognição, não é a


responsável pelo livre arbítrio, mas por iluminar a virtude apetitiva a respeito do
bem querido.
o Deste modo, resta à virtude apetitiva eleger o referido bem como
objeto e mover-se em sua direção. Não é, afinal, responsável pelo livre
arbítrio o conhecimento, mas o apetite, que realiza a eleição após a
compreensão cognitiva.

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