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ESTENOSE AORTICA
Obstrução da via de saída do VE. Pode ser na valva (mais comum), supravalvar ou subvalvar.
Como o próprio nome já indica, na estenose aórtica ocorre um estreitamento patológico da área
da válvula, dessa forma tem-se obstrução da via de saída do VE, pois esse estreitamento leva
à dificuldade importante de ejeção do sangue do VE para a aorta.
Dessa forma, VE tem sua força de contração aumentada, o que leva ao aumento da diferença do
gradiente de pressão entre o VE (pressão elevada) e a aorta (pressão diminuída); E, em fases
avançadas, hipertrofia concêntrica do VE.
A redução da pressão aórtica leva à baixa perfusão tecidual sistêmica, que pode afetar órgãos
muito importantes como o cérebro. A hipoperfusão cerebral leva a outro sintoma clínico, que é a
síncope.
Além disso, a ejeção inadequada do sangue causa retenção em maré montante do sangue no
VE, AE, veias e capilares pulmonares. Isso leva à congestão das câmaras cardíacas (o coração
não bombeia sangue como deveria – ICC) e do pulmão (congestão pulmonar), então tem-se
apresentação de mais um sintoma, a dispneia.
o Exame Físico
Ictus cordis propulsivo; Pulsos periféricos filiformes “parvus et tardus” (lento e de
baixa amplitude, relativo à hipotensão e estados de baixo débito cardíaco); Sopro
mesossistólico em diamante (mais audível em foco aórtico, irradia para o pescoço –
“TUM-TSS-TA”); Presença de B4;
o Classificação de gravidade
o Exames complementares
Padrão ouro: ECO transtorácico (diagnostica EA – medida do gradiente de pressão
entre VE e aorta; medida da área valvar aórtica; quantifica a EA; avalia repercussão
hemodinâmica; identifica lesões associadas); Raio-X: área cardíaca aumentada,
deslocamento do ápice; ECG.
o Tratamento
Antes história natural da doença: antes do início dos sintomas – mortalidade baixa;
apresentação dos sintomas – mortalidade de 10% nos primeiros seis meses.
Observação – pacientes ASSINTOMÁTICOS
Intervenção cirúrgica – pacientes com EA importante + sintomas ou + FEVE
(fração de ejeção do VE) < 50% ou que serão submetidos a outras cirurgias
cardíacas.
O tratamento clínico é pouco efetivo: diuréticos para alivio sintomático,
profilaxia para endocardite infecciosa e febre reumática.
INSUFICIÊNCIA AORTICA
A valva aórtica tem três folhetos semilunares que se coaptam e vedam o retorno de
sangue. Na insuficiência aórtica, temos um estado de incompetência dessa válvula, em
que há o refluxo de parte sangue a cada diástole do VE.
o Exame físico: a dilatação do VE leva ao desvio Ictus cordis para baixo e para a
esquerda, aumento da diferença de pressão sistólica e diastólica, sopro diastólico mais
audível em foco aórtico, pulsos “em martelo d’água”.
o Exames complementares: ECO transtorácico (mesmas funções do ECOt na EA).
o Tratamento: clínico também pouco efetivo. Esquema de tratamento semelhante ao da
EA, entretanto, faz-se uso de vasodilatadores para o alívio sintomático.
Indicações para tratamento cirúrgico (troca de valva): pacientes com IA importante
sintomática sempre são indicados para cirurgia; IA assintomáticos com FEVE < 50%;
IA importante com diâmetro diastólico final do VE (DDVE) >75mm ou diâmetro
sistólico final do VE (DSVE) > 55mm.
ESTENOSE MITRAL
o Exame físico
Ausculta revela: o fechamento da valva comprometida gera 1ª bulha hiperfonética, à
abertura da valva, temos estalido de abertura da valva mitral e ruflar diastólico (nada
mais é do que o som produzido pelo sangue ao passar pela valva de maneira
turbilhonada – sopro diastólico mais audível em foco mitral);
o Severidade
o Tratamento
Serão indicados para tratamento cirúrgico: Pacientes com EM moderada ou importante
sintomáticos ou assintomáticos com pressão sistólica de artéria pulmonar (PSAP) >
50mmHg.
INSUFICIÊNCIA MITRAL
Durante a sístole, a valva mitral saudável tem função de evitar o refluxo de sangue do
VE para o AE. Na insuficiência mitral, ou regurgitação mitral, a valva não se fecha
corretamente durante a sístole, permitindo que o sangue retorne ao AE, a causa mais
comum para essa doença é o prolapso de valva mitral.
o Exame físico
Pode haver desvio do Ictus para a esquerda;
Ausculta que revela sopro holossistólico em foco mitral que irradia para axila – tem
característica de mascarar as duas primeiras bulhas;
o Severidade
Quantificada pelo doppler colorido, pelo volume de sangue que fica retido no AE
durante a sístole.
o Tratamento
IM importante em pacientes sintomáticos, IM importante em assintomáticos com FEVE
< 60% ou DSVE > (ou igual) a 40mm.