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SOCIEDADES POR AÇÕES - LEI 6.

404/76
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste resumo trataremos das Sociedades Anônimas. Cuidaremos da parte básica (Caracterização e
Capital), além de outras intermediárias e avançadas (Órgãos, transformações, dissolução, liquidação
e extinção).

1.1. Interpretação do Mapa da Lei 6.404/76

Prioridade

Alerta

Observação: Abaixo, temos a citação do artigo base, mas adicionamos outros no texto que abordam
o entorno dos dispositivos citados e podem ser cobrados no certame!

As hipóteses 1 a 15 tem alta prioridade em seu certame


1. (Artigos 1.º e 2º). Caracterização das Companhias.

2. (Artigo 4.º). Companhias Abertas e fechadas.

3. (Artigo 15). Espécies de Ações.

4. (Artigo 17). Ações preferenciais.

5. (Artigo 109). Acionistas e Direito de Voto.

6. (Artigo 122). Assembleia geral.

7. (Artigo 143). Órgãos de Administração.

8. (Artigos 161 e 163) - Conselho Fiscal.

9. (Artigo 154 - 158). Deveres e Responsabilidade dos Administradores.

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UTILIZAREMOS A CORUJA PARA AS PRIORIDADES E ALERTAS!

A CORUJA “ESTA CAI NA PROVA” SERÁ BASTANTE ÚTIL NESTA FUNÇÃO!

10. (Artigo 52). Debêntures.

11. (Artigo 110). Direito de Voto.

12. (Artigo 115). Abuso do Direito de Voto.

13. (Artigo 117). Abuso do Poder de Controle.

14. (Artigo 118). Assembleia geral.

15. (Artigos 220 e 229). (Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão) - Estudar tudo!

2 - SOCIEDADES ANÔNIMAS

As sociedades por ações comportam duas espécies. Temos as sociedades anônimas ou Companhias
e as Comandita por Ações. Inicialmente, vamos cuidar das sociedades anônimas ou companhias. Os
termos são sinônimos.

A legislação foi criada para que houvesse um tratamento diferenciado para companhias com
estrutura mais complexa. Vale lembrar que as companhias abertas utilizam-se da estrutura da Bolsa
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de Valores, o que por si só, justifica a tratativa em lei especial, seja a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades
Anônimas).

2.1. Caracterização

As características básicas apresentam-se no primeiros artigo da lei especial, a seguir:

Características e Natureza da Companhia ou Sociedade Anônima

Art. 1.º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a


responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas.

A) Capital dividido em ações: O capital da sociedade é fracionado. Cada ação corresponde a uma
parcela do capital da companhia. O investidor pode optar por adquirir uma ou diversas ações.

B) Responsabilidade limitada: A responsabilidade do acionista é limitada ao preço de emissão da


ação ou ações que tenha adquirido. Não há solidariedade entre sócios. O sócio acionista é
responsável somente pelo capital que integralizou. Cada acionista responde por sua parte, não há o
que se falar em solidariedade entre os sócios.

C) Sempre empresárias: São consideradas empresárias e isso independe da atividade praticada.

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Sociedades por
ações

Anônima Comandita por ações


→ denominação → firma ou denominação

Sócios são Utilizam as


Capital social São sempre
chamados de expressões S.A ou
dividido em ações empresárias
acionistas Cia.

As sociedades anônimas classificam-se em abertas e fechadas.

Art. 4.o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores
mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores
mobiliários.

As companhias abertas são aquelas que tem seus valores mobiliários negociados na Bolsa de valores.
Os fundadores integralizam uma parte do capital e esperam que investidores ao adquirir/subscrever
as suas ações integralizem o restante.

As companhias fechadas são aquelas que não tem seus valores mobiliários negociados na Bolsa de
valores. São criadas apenas para a utilização da estrutura da lei especial, mas sem a pretensão de
receber recursos de investidores na Bolsa de Valores.

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(TÉCNICO JUDICÁRIO - 2016). A sociedade anônima tem o capital social dividido em
quotas.

Gabarito: Errado.

A sociedade anônima tem o capital social dividido em ações, por isso seus sócios
são chamados de acionistas, conforme preceitua o artigo 1.º da Lei 6.404/76: “A
companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.”

(ANALISTA DE FOMENTO - 2019). Em relação às sociedades anônimas a companhia


é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou
não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. Gabarito: Certo.

A alternativa está correta, está nos exatos termos do artigo 4. o da lei 6.404/76:
“Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores
mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de
valores mobiliários.”

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3 - SOCIEDADES ANÔNIMAS - CONSTITUIÇÃO

A constituição de uma sociedade anônima segue as regras do art. 80, Lei 6.404/76 que exige a
subscrição (compromisso), de, no mínimo, duas pessoas. Essas pessoas as quais a lei denomina
acionistas fundadores, realizarão, como entrada, no mínimo, 10% (dez por cento) do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro.

Exemplo: Nesse momento, significa que se os acionistas pretendem criar uma companhia para a
fabricação de maquinários pesados para a construção de pontes, rodovias, túneis, entre mais, é
notório que precisarão de um bom capital.

Imagine que o capital social previsto seja de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Logo, cada um
dos 2 (dois) acionistas fundadores devem dispor, de, no mínimo, R$ 50.000,00, para que, juntos,
possam pagar o valor de entrada.

Os fundadores devem depositar a entrada no Banco do Brasil S/A., no prazo de 5 (cinco) dias do
recebimento dos valores. O depósito será realizado em favor da companhia e apenas será realizado
em outro banco, conforme orientação da CVM - (Comissão de Valores Mobiliários), conforme artigo
81 da Lei das Sociedades Anônimas, a seguir transcrito:

É válido ressaltar que, somente após a conclusão do processo de constituição é que será possível o
levantamento do valor do capital pela companhia. Além do que, caso não haja constituição no prazo
de 6 (seis) meses, os valores serão restituídos aos subscritores.

Observação: A comissão de valores mobiliários é um órgão com a responsabilidade de autorizar o


funcionamento das companhias, fiscalizá-las e orientá-las com as suas instruções, portarias e
circulares.

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O Nome Empresarial da companhia sempre será constituído por denominação:

Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões


"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas
vedada a utilização da primeira ao final.

3.1. Constituição das companhias fechadas (subscrição particular)

O processo para constituir uma sociedade anônima fechada é significativamente mais singelo que o
das abertas. A constituição das anônimas fechadas é também conhecida por subscrição particular,
já que, os seus fundadores se utilizarão de capital próprio (particular), e não de investidores (público).

Caso os fundadores cheguem a um consenso, passa a ser desnecessária a assembleia. A solução


pode chegar por uma escritura pública em cartório, conforme artigo 88 da Lei das Sociedades
Anônimas, a seguir:

Realizada a assembleia de fundação ou lavrada a escritura pública, os administradores devem


providenciar, nos 30 dias seguintes, conforme o artigo 36 da Lei 8.934/1994, o arquivamento dos
atos constitutivos na Junta Estadual em que se situa a sede da companhia.

Se a companhia houver sido constituída por deliberação em assembleia, serão arquivados junto com
a ata ou atas respectivas um exemplar do estatuto, a relação dos subscritores com nome,
qualificação, ações e entradas realizadas, além do recibo de seus depósitos bancários, conforme
artigo 95 da Lei das Sociedades Anônimas, a seguir:

De acordo com o previsto no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994, artigo 1º, § 2º), é condição de
validade do registro do ato constitutivo de qualquer pessoa jurídica o visto de advogado.

Arquivados os atos constitutivos, os primeiros administradores devem providenciar sua publicação


no jornal oficial do local da sede, nos 30 dias seguintes, levando depois à Junta Estadual um exemplar
dessa publicação, que também ficará arquivado.

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Assembleia de
Sociedade Constituição se dá fundação/
Anônima Fechada por subscrição lavratura de
particular escritura pública

Primeiros
Após, levar um Arquivamento dos
administradores
exemplar da atos constitutivos
devem
publicação na na Junta estadual,
providenciar
Junta estadual em 30 dias
publicação no
para
jornal oficial local,
arquivamento
em 30 dias

Inscrição da
sociedade no
Cadastro nacional
de pessoas
Jurídicas (CNPJ)

3.2. Constituição das companhias abertas (subscrição pública)

O processo para constituir uma sociedade anônima aberta depende do prévio registro da emissão
na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição apenas será possível com a intermediação de
uma instituição financeira.

Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio registro
da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá ser
efetuada com a intermediação de instituição financeira.

Os fundadores deverão contratar uma instituição financeira para que montem um processo
chamado “underwriting”, reunindo toda a documentação para ofertar as ações da companhia ao
público investidor.
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O pedido de registro que será realizado pela instituição bancária em comum acordo com os acionistas
fundadores reunirá um estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento, um
projeto do estatuto social e o prospecto.

Sanchez, o que é o prospecto? Trata-se de um documento com informações como capital da


companhia, valor de entrada, avaliação dos bens, etc., tudo conforme artigo 84 da Lei das
Sociedades Anônimas.

Além disso, os mesmos requisitos para a confecção de um contrato de sociedade também devem
ser preenchidos no caso da constituição de uma companhia, como a seguir:

Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a todos os requisitos exigidos para os
contratos das sociedades mercantis em geral e aos peculiares às companhias, e conterá
as normas pelas quais se regerá a companhia.

Em seguida, deve-se providenciar a inscrição no registro público de empresas mercantis, tudo por
intermédio de uma das Juntas Comerciais Estaduais.

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Constituição se dá
Sociedade Anônima por subscrição Assembleia de
Aberta pública fundação
(AUTORIZAÇÃO CVM)

Primeiros
Após, levar um
administradores Arquivamento dos
exemplar da
devem providenciar atos constitutivos na
publicação na Junta
publicação no jornal Junta estadual, em 30
estadual para
oficial local, em 30 dias
arquivamento
dias

Inscrição da
sociedade no
Cadastro nacional de
pessoas Jurídicas
(CNPJ) e em
cadastros estaduais
ou municipais etc.

4 - MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS


O mercado de valores mobiliários é um “espaço” ou “organização” onde é efetuado o encontro
entre a oferta e a procura de valores mobiliários ou de outros instrumentos financeiros, um
verdadeiro “mercado” com diversas opções para investimento.
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O funcionamento é de um “MERCADÃO”, mas nas prateleiras estão as ações das mais variadas
companhias (Vale, Petrobrás, Ambev, etc...). Os frequentadores desse mercado são os investidores
que contratam corretores para fechar os seus negócios.

No passado, os mercados de valores mobiliários funcionavam em grandes salas onde os corretores


transmitiam, com o auxílio de gestos e sinais, as ordens dadas pelos seus clientes, era uma
verdadeira bagunça.

Exemplo! A Bolsa de Valores, registrava as diversas ordens de compra e de venda, calculava a cotação
de cada valor mobiliário e dava como realizadas as operações, promovendo a sua liquidação.

Atualmente, a negociação realiza-se por meio de sistemas eletrônicos (os corretores atuam à
distância), introduzindo as ordens dadas pelos seus clientes nos sistemas informáticos de negociação
no mercado; quando se encontram duas ofertas de sentido inverso (uma de venda e outra de
compra).

O sistema realiza a operação de compra e venda, além de informar aos corretores que enviaram as
propostas de que as suas ofertas foram executadas.

O mercado de valores mobiliários é composto pela Bolsa de Valores e o Mercado de Balcão (bancos
e corretoras. Essas instituições negociam os principais ativos mobiliários do mercado de capitais, que
são:

Ações: títulos emitidos por sociedades anônimas, que representam fração do capital da empresa,
como explicaremos adiante. O investidor em ações é um sócio da sociedade anônima da qual é
acionista, participando dos seus resultados.

Títulos de financiamento: títulos emitidos para que a companhia possa se capitalizar, como um dos
recursos utilizados em um momento de crise ou mesmo de início de uma nova atividade ou até por
questão de suas atividades quotidianas.

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No caso acima, O investidor coloca o seu dinheiro na companhia e recebe um documento que
garante direito de crédito em relação à companhia.

Existem autores que acreditam se tratar de um título de crédito, mas preferimos classificar somente
como valores mobiliários, sendo o caso das debêntures, que veremos mais a frente. Aliás, esse é um
título curto, um título que o prepara para o que vem pela frente.

4.1. Bolsa de Valores e Mercado de Balcão

A Bolsa de Valores tem por objetivo principal permitir a realização de transações de compra e venda
de títulos no mercado secundário, proporcionando liquidez ao mercado por meio dos pregões
diários realizados em meio eletrônico. Costumo dizer que a Bolsa de Valores é um Hipermercado,
uma estrutura fantástica, e não é para menos, pois comporta transações com infinitos números de
zeros.

A Bolsa de valores do Brasil é a BMF&Bovespa, uma das maiores e mais modernas do mundo, que
permite que os investidores possam ter um ambiente mais bem estruturado para as negociações. A
Bolsa de Valores é de acesso apenas para as companhias abertas.

A estrutura chamada “Mercado de Balcão” é mais singela e comporta as transações efetuadas no


ambiente dos próprios bancos e corretoras.

Assim, gosto de dizer que, se a Bolsa de Valores é um hipermercado, o Mercado de Balcão é uma
quitanda. As companhias abertas e fechadas tem acesso ao chamado Mercado de Balcão (Bancos
e Corretoras).

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Valores mobiliários: Bolsa de
valores ou mercado de balcão

Abertas

Novos acionistas: Frações à


disposição do público

Anônimas
Valores mobiliários NÃO
negociados na Bolsa de valores

Fechadas

Fundadores não se interessam


por novos investidores vindos da
Bolsa de Valores

5 - CAPITAL DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

5.1. Formação do Capital Social

Como já observamos, a sociedade anônima pode obter recursos tanto no mercado financeiro
(bancos) como no mercado de capitais. Nesse último caso, por meio da emissão de valores
mobiliários e aquisição de ações por investidores.

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Para a formação do capital social, vinculam-se somente as contribuições que devem ser subscritas
pelos sócios. Ao subscrever uma ação, o sócio se compromete a pagar o preço de emissão nela
mencionado.

O capital social será formado por dinheiro ou quaisquer bens, desde que suscetíveis de avaliação
em dinheiro e fixados em moeda nacional. É possível integralizá-lo em créditos, sendo proibido em
nosso país falar em integralização por meio de serviços.

A avaliação dos bens é de suma importância e deve ser feita por 3 (três) peritos ou por empresa
especializada.

Capital social - formação

Por dinheiro

Por bens suscetíveis de avaliação em dinheiro e fixados


em moeda nacional

Estabelece a responsabilidade dos sócios que é limitada


ao preço de emissão de suas ações

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5.2. Obrigação de realizar o capital

Nas sociedades anônimas não há solidariedade entre os sócios para a realização do capital. Caso o
sócio não pague o capital de acordo com o compromisso assumido, ele poderá sofrer uma ação
executiva ou ter as suas ações colocadas novamente a venda no Mercado de Valores Mobiliários.

O sócio que não cumpre com a sua parte é chamado de acionista remisso. Se o Boletim de subscrição
informar o montante que deva ser pago, o acionista estará em mora tão logo ocorra o vencimento
sem o pagamento.

Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no


boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.

Caso não realize o pagamento nas condições acima, estará em mora e poderá sofrer a ação executiva
(cobrança judicial) ou terá as suas ações colocadas novamente a venda no Mercado, conforme §1.°
artigo 106 da Lei das Sociedades Anônimas:

§ 2° O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou


boletim, ou na chamada, ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando - se ao
pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que o estatuto determinar, esta
não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.

5.3. Ações

A ação é uma parcela do capital social e atribui a seu detentor a condição de sócio. Essa operação é
denominada “capitalização”. As ações são divididas em: ordinárias, preferenciais ou de fruição.

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Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus
titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.

5.3.1. Ordinárias

Oferecem direitos e vantagens comuns a todos os acionistas. São chamados direitos essenciais e
estão previstos no artigo 109 da Lei 6.404/1976

A ação ordinária é de emissão obrigatória.

“A ação ordinária sempre dará direito a voto.”

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia
- geral.

É válido tomar cuidado com a vedação ao voto plural como pergunta de prova!

§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

No Brasil a regra é: "one share, one vote"! Cada ação ordinária de uma companhia corresponde um
voto nas deliberações da assembleia-geral, preservando a proporcionalidade entre capital investido
e controle societário.

A Lei das Sociedades por Ações define, em seu artigo 115, que o voto abusivo é caracterizado como
aquele voto exercido com o fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas ou de obter,
para si ou para outrem, vantagem indevida e que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a
companhia ou para outros acionistas.

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O voto abusivo é o voto em interesse em direito extrassocial, ou seja, o acionista vota com a
finalidade de atender interesse diverso do interesse social.

§ 3º o acionista responde pelos danos causados pelo exercício abusivo do direito de voto,
ainda que seu voto não haja prevalecido.

De acordo com o parágrafo 3º do artigo 115, o acionista responde por danos causados pelo
exercício do direito de voto. O dever de indenizar reflete o princípio do artigo 927 do Código
Civil que determina que aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
reparar o dano causado.

5.3.2. Preferenciais: (artigo 17)

São aquelas que atribuem uma vantagem política e econômica ao seu detentor, como:

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir:

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou

III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.

As ações preferenciais, em regra, não atribuem o direito de voto a seu detentor. Contudo, o Estatuto
poderá conceder esse direito. Além disso, o preferencialista terá direito de voto em duas situações:

a) na assembleia de constituição (artigo 87, § 2º, da Lei 6.404/1976);

b) para eleição de um membro do Conselho Fiscal (artigo 161, § 4º, a, da mesma Lei).

Existe um número máximo previsto em lei de emissão de ações preferenciais sem direito de voto. O
artigo 15, § 2º, determina que companhia não pode emitir mais de 50% do capital social de ações
preferenciais sem direito de voto. A emissão de ações preferenciais é facultativa.

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6.3.3. Ações de fruição

O artigo 44, § 5º, da Lei das Sociedades por Ações determina que as ações integralmente
amortizadas, ou seja, que não tem mais nenhum valor econômico, possam ser substituídas por ações
de fruição, como a seguir:

§5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição,
com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia - geral que deliberar a
amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da companhia, as ações
amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não a
amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.

Vamos a um exemplo! Imagine que um acionista com muito tempo de companhia, resolva pedir o
reembolso, mas esteja com dor no coração por deixar as decisões e por deixar de participar das
reuniões?

Nesse caso, é possível mantê-lo na companhia com ações de fruição que garantam o direito de voz,
ainda que não garanta o direito de voto ou mesmo não haja valor econômico. Uma ação de fruição
já foi ordinária ou preferencial em algum momento!

5.3.4. Ações “Golden Share”

O artigo 17, § 7º, da Lei das Sociedades por Ações permite a emissão de ações de ouro para o caso
de desestatização. O caso que deu origem a tudo isso foi o da “Embraer”. A empresa foi desestatizada
e a preocupação do ente público estava na possibilidade de capital estrangeiro assumir o controle da
companhia.

As ações “Golden Share” poderiam resolver isso? Exatamente!

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Art. 17. [...] § 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação
preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o
estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às
deliberações da assembléia - geral nas matérias que especificar.

Em caso de desestatização, o ente desestatizante pode guardar para si o direito de veto em relação
às matérias que especificar nas ações. Exemplificando, e ainda no caso “Embraer”, foi possível ao
ente desestatizante vetar a transferência das ações com poder de controle para companhia de capital
estrangeiro.

5.3.5. “Tag Along”

Determina, ainda, a lei que, para que as ações preferenciais possam ser negociadas no mercado,
elas devem atribuir pelo menos uma das seguintes vantagens:

(1) direito de participar do dividendo, em pelo menos 25% daquele a ser distribuído;
(2) direito de recebimento de dividendos, pelo menos 10% superiores àqueles atribuídos à
ação ordinária;
(3) direito de participar do chamado Tag along (artigo 254 - A da Lei).

Quando esse acionista majoritário resolve alienar suas ações, estas possuem um sobrevalor, pois,
além de representar parcela do capital social, concedem ao adquirente o poder de controle da
sociedade anônima.

A legislação determina que o adquirente do poder de controle faça uma oferta pública de aquisição
de ações a todos os acionistas minoritários que possuam direito de voto, pagando, no mínimo, 80%
do valor pago ao acionista majoritário.

Poderá o adquirente do poder de controle oferecer aos acionistas minoritários o pagamento de um


prêmio equivalente à diferença entre o valor de mercado e o valor pago por ação integrante do bloco
de controle, desde que estes permaneçam na sociedade, conforme o artigo 254 - A, § 4º, da Lei
6.404/1976:

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§ 4o O adquirente do controle acionário de companhia aberta poderá oferecer aos
acionistas minoritários a opção de permanecer na companhia, mediante o pagamento de
um prêmio equivalente à diferença entre o valor de mercado das ações e o valor pago por
ação integrante do bloco de controle.

5.4. Classificação quanto à circulação

5.4.1. Nominativas (artigo 3º)

São representadas por um certificado, e sua transferência se opera por meio de registro em livro
próprio da S.A. (Livro de Transferência das Ações Nominativas). Essa espécie de ação não é mais
utilizada.

Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume - se pela inscrição do nome do
acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido
pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.

A transferência das ações nominativas opera - se por termo lavrado no livro de "Transferência de
Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos
representantes.

5.4.2. Escriturais

São transferidas por uma operação realizada por meio de instituição financeira, já que se dá como
uma espécie de transferência bancária.
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Diferentemente das nominativas, essas ações não possuem cautela (certificado de emissão). Quase
a totalidade das ações encontradas hoje no mercado é escritural.

Ações
De fruição: • emitidas em substituição das ordinárias ou preferenciais • oferecem direito de
gozo e fruição • totalmente amortizadas
Ordinárias:

• oferecem direitos essenciais do artigo 109

• emissão obrigatória

• Concedem direito de voto


Quanto à natureza dos direitos e
vantagens Preferenciais:

• oferecem vantagens políticas e econômicas

• Concedem direito de voto na assembleia de constituição


e para eleição de um membro do Conselho Fiscal

• emissão facultativa

• Até 50% do capital social


Escriturais:

• transferência se dá mediante operação realizada por


instituição financeira
Quanto à circulação
• não possuem certificação de emissão

Nominativas:

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• representadas por certificado

• transferência se dá por meio de registro em livro próprio

• não é mais utilizada

5.5. Acionistas

Os direitos essenciais dos acionistas estão reconhecidos no artigo 109 da Lei das Sociedades por
Ações, quais sejam: participação nos lucros; direito à participação no acervo social, em caso de
liquidação; direito de fiscalização; direito de preferência; e direito de retirada.

5.5.1. Direitos dos acionistas

Os direitos essenciais não devem ser concebidos pura e meramente como uma gama de direitos
importantes, pois muito embora sejam, não é esse o critério da essencialidade.

Os direitos essenciais são aqueles comuns a todos os acionistas. Note que o voto não é comum a
todos os acionistas, já que existem acionistas sem tal direito. Segue os direitos dos acionistas
conforme a lei das sociedades anônimas e o já citado artigo 109:

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos
de:

I - participar dos lucros sociais;

II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;

III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures


conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e
172;

V - retirar - se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

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5.5.2. Deveres dos Acionistas

Primeiramente, impõe-se a contribuição para o capital social, que pode incidir sobre bens ou
dinheiro, podendo ocorrer no momento da aquisição da ação ou posteriormente.

Na hipótese de acionista remisso, sendo aquele que não paga o capital subscrito, a sociedade pode
executá-lo ou promover a venda extrajudicial de suas ações, como já estudamos no tópico sobre a
obrigação de realizar o capital, e, além disso, a assembleia- geral pode suspender os seus direitos,
como a seguir:

Suspensão do Exercício de Direitos

Art. 120. A assembléia - geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que
deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo
que cumprida a obrigação.

Caso a sociedade não consiga fazê-lo integralizar suas ações, deve apropriar - se destas em razão
da decadência, já que o remisso decai de seus direitos decorrentes das ações.

Ao acionista impõe-se o dever de lealdade para com a sociedade, na medida em que não pode
exercer seus direitos em detrimento dos direitos da sociedade.

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Acionistas

• Contribuição para o capital social


Deveres
• Dever de lealdade para com a sociedade

• de participar dos lucros sociais


• de participar do acervo da companhia, em caso de
liquidação
Direitos • de fiscalizar, na forma prevista nesta lei, a gestão dos
negócios sociais
• de preferência
• de retirada

5.6. Poder de Controle

O artigo 116 da Lei das Sociedades por Ações define o acionista controlador como a pessoa, natural
ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por meio de acordo de acionistas ou sob controle
comum com a adição de determinadas prerrogativas.

O controlador precisa ter direitos de acionista que lhe assegurem de modo permanente a
preponderância nas deliberações sociais e, consequentemente, o poder de eleger a maioria dos
administradores, exercendo o domínio sobre o funcionamento da sociedade em função desse
poder.

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O artigo 117, § 1º, “a” da Lei das Sociedades Anônimas arrola como modalidade de exercício abusivo
de poder do acionista controlador como no quadro abaixo.

§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:


a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-
la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos
acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou
cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo
dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em valores mobiliários
emitidos pela companhia;
c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou
decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acionistas
minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores mobiliários emitidos
pela companhia;
d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus
deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua
ratificação pela assembléia - geral;
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha
interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;
g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou
deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada
suspeita de irregularidade.
h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao
objeto social da companhia. (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

5.7. Resgate, Amortização e Reembolso

5.7.1. Resgate

A companhia pode resgatar as suas ações com o objetivo de tirar as ações de circulação, conforme
§1ºdo Artigo 44 da Lei das Sociedades Anônimas:

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§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente
de circulação, com redução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será
atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às ações remanescentes.

5.7.2. Amortização

Trata-se da distribuição de quantias aos acionistas como forma de antecipar o capital social,
conforme §§2º e 3º do Artigo 44 da Lei das Sociedades Anônimas:

§ 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem


redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da
companhia.

5.7.3. Reembolso

O acionista que discorda de determinadas pautas como fusão e incorporação pode exercer o seu
direito de retirada, e, nesse caso, guarda o direito de reembolso de suas ações conforme artigo 45
da Lei das Sociedades Anônimas:

Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia
paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações.

6 - DEBÊNTURES
Para financiar iniciativas a médio e longo prazos, como ampliar uma fábrica, comprar uma nova linha
de maquinário ou trocar a frota de veículos, uma empresa precisa de recursos financeiros. Dentre as
alternativas disponíveis para levantar esses recursos está a emissão de um valor mobiliário.

Para emitir debêntures, a empresa deve ter seu capital representado por ações e ser uma sociedade
anônima. Sendo assim, a debênture tem uma característica especial em relação a outros títulos de
crédito: é uma alternativa de financiamento que precisa da aprovação dos acionistas, pois sua
emissão não pode ser decidida pela diretoria da empresa isoladamente.

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito
de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do
certificado.

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Somente companhias abertas podem emitir publicamente debêntures, devendo, então, seguir
alguns procedimentos, como a seguir:

Convocar uma Assembleia Geral dos acionistas para autorizar a emissão, elaborar uma escritura de
emissão registrada em cartório, efetuar o registro dessa emissão na Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), emitir e providenciar a negociação das debêntures no mercado comprador.

Além disso, a empresa emissora deve pagar aos investidores as debêntures no vencimento, na forma
prevista na escritura de emissão.

O artigo 58 da lei das Sociedades Anônimas as diferencia em vista da ordem de preferência,


privilégio ou a ausência de privilégios, conforme o quadro a seguir:

Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou
garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da
companhia.
a) Garantia Real
b) Flutuante § 1º A garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da
companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo.
c) Quirografária;
d) Subordinada:

Todas as emissões públicas de debêntures devem, obrigatoriamente, ser registradas na CVM. As


companhias de capital fechado só podem realizar emissões privadas com oferta a acionistas ou a
grupos restritos de investidores que atendam a requisitos previstos em lei e estatuto.

Assim, a debênture é usada pelas empresas para captar recursos. Como é uma dívida, a pessoa que
a compra passa a ser credor da empresa e, quando a empresa paga a dívida, paga também uma
remuneração adicional, que é o seu prêmio pelo empréstimo.

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7 - ÓRGÃOS SOCIETÁRIOS

7.1. Assembleia-geral

“Órgão obrigatório na sociedade anônima. É órgão deliberativo máximo.”

Todos os acionistas podem dela participar. O acionista preferencialista, privado do direito de votar,
tem direito de participar da assembleia, pois possui o chamado “direito de voz”.

Art. 122. Compete privativamente à assembleia geral:


I - reformar o estatuto social;
II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da companhia, ressalvado o
disposto no inciso II do art. 142;
III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações
financeiras por eles apresentadas;
IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59;
V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120);
VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital
social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e
liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar - lhes as contas; e
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.

A assembleia deve ser convocada mediante anúncio publicado nas condições previstas no artigo
124 da Lei das Sociedades Anônimas:

“A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 3 (três) vezes, no mínimo,


contendo, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma
do estatuto, a indicação da matéria.”

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§ 1o A primeira convocação da assembléia - geral deverá ser feita:
I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo, contado o prazo da
publicação do primeiro anúncio; não se realizando a assembléia, será publicado novo anúncio, de
segunda convocação, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias;
II - na companhia aberta, o prazo de antecedência da primeira convocação será de 15 (quinze) dias
e o da segunda convocação de 8 (oito) dias.

A instalação da assembleia pela mesa-diretora se dá nas condições previstas no artigo 125 da Lei das
Sociedades Anônimas:

"Quorum" de Instalação

Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléia - geral instalar - se - á,


em primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4
(um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda convocação instalar - se -
á com qualquer número.”

O quorum mais importante é para as deliberações. A maioria absoluta se dá com a maioria do capital,
nos termos do artigo 129 da Lei das Sociedades Anônimas:

"Quorum" das Deliberações

Art. 129. As deliberações da assembléia - geral, ressalvadas as exceções previstas em lei,


serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.”

Existem duas espécies de assembleias gerais: a ordinária e a extraordinária. A diferença entre


ambas é quanto à competência da matéria e ao quórum de votação.

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Assembleia Geral

Órgão deliberativo
máximo do qual
todos os acionistas
podem participar

Ordinária Extraordinária

Realizada uma vez por ano


• toma as contas dos administradores Realizada a qualquer momento, quando
• delibera sobre a destinação dos lucros necessário trata de matérias que não são
• ele administradores em membros do C.F.
de competência exclusiva da A.G.O.
• Aprova a correção monetária do capital
social

7.1.1. Assembleia - geral ordinária

A ordinária deve se realizar uma vez por ano, e tem competência para tratar dos seguintes assuntos:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social,
deverá haver 1 (uma) assembléia - geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;


II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

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7.1.2. Assembleia geral extraordinária

Aquilo que estiver afastado da competência exclusiva da assembleia geral ordinária deve ser
tratado na assembleia geral extraordinária. Esta pode se reunir em qualquer momento e quantas
vezes forem necessárias.

Reforma do Estatuto

Art. 135. A assembléia - geral extraordinária que tiver por objeto a reforma do estatuto
somente se instalará em primeira convocação com a presença de acionistas que
representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá
instalar - se em segunda com qualquer número.

"Quorum" Qualificado
I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem
guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto;
III - redução do dividendo obrigatório;
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
V - participação em grupo de sociedades (art. 265);
VI - mudança do objeto da companhia;
VII - cessação do estado de liquidação da companhia;
VIII - criação de partes beneficiárias;
IX - cisão da companhia;
X - dissolução da companhia.

Direito de Retirada

Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao
acionista dissidente o direito de retirar - se da companhia, mediante reembolso do valor
das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:

7.2. Conselho de Administração

É um órgão administrativo e deliberativo. Trata - se de órgão facultativo, mas obrigatório na S.A.


aberta, na S.A. de capital autorizado e na sociedade de economia mista.

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Conselho de Administração

Órgão administrativo e deliberativo

Órgão obrigatório na S.A. aberta, de capital autorizado e na


sociedade de economia mista

Composto por pessoas físicas, eleitos em Assembleia Geral


para gestão de 3 anos

Tem competência para fixar a orientação geral dos negócios


da sociedade, eleger ou destituir os diretores e fiscalizar a
sua gestão

Art. 140. O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos
pela assembléia - geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto
estabelecer:
I - o número de conselheiros, ou o máximo e mínimo permitidos, e o processo de escolha e
substituição do presidente do conselho pela assembléia ou pelo próprio conselho;
II - o modo de substituição dos conselheiros;
III - o prazo de gestão, que não poderá ser superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
IV - as normas sobre convocação, instalação e funcionamento do conselho, que deliberará por
maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações,
desde que especifique as matérias.

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O voto múltiplo é regulado pelo artigo 141 e seus parágrafos da Lei das Sociedades Anônimas,
Acionistas ordinarialistas que representem no mínimo 10% do capital social podem requerer a
adoção do voto múltiplo na eleição para membros do conselho de administração, mesmo que essa
faculdade não esteja prevista no Estatuto Social.

Mas o que é o voto múltiplo? Quem pode solicitá-lo? Para que serve? O voto múltiplo aumenta a
possibilidade de os acionistas minoritários ganharem representatividade no conselho de
administração. É uma forma de aumentar a democracia nos órgão deliberativos de uma companhia.

O prazo de gestão será de três anos, e a competência do Conselho de Administração é prevista no


artigo 142 da Lei. As suas principais atribuições são:

Competência
Art. 142. Compete ao conselho de administração:
I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar - lhes as atribuições, observado o que a
respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia,
solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos;
IV - convocar a assembléia - geral quando julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;
V - manifestar - se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;
VI - manifestar - se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de
subscrição;
VIII - autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não
circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros;
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.

7.3. Diretoria

É órgão de representação da sociedade por ações, sendo obrigatório, composto por dois ou mais
membros, pessoas naturais, acionistas ou não.
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Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a
qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembléia -
geral, devendo o estatuto estabelecer:

Devendo o ESTATUTO estabelecer:


I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;
II - o modo de sua substituição;
III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
IV - as atribuições e poderes de cada diretor.

São escolhidos pelo Conselho de Administração e, quando não houver um Conselho, pela Assembleia
Geral e são destituíveis a qualquer tempo por esses órgãos.

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Diretoria

Órgão obrigatório de representação da sociedade por ações

Composto por dois ou mais membros, pessoas naturais,


acionistas ou não

Escolhidos pelo Conselho de Administração ou Assembleia


Geral

Gestão de 3 anos, permitindo - se reeleição

8 - ADMINISTRADORES

8.1. Deveres

8.1.1. Dever de diligência:

Está previsto no artigo 153 da Lei das Sociedades por Ações; o administrador, no exercício das suas
funções, deve ter a diligência que todo homem ativo e probo tem na condução de seus próprios
negócios.

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8.1.2. Dever de lealdade:

O artigo 155 da Lei das Sociedades por Ações dispõe que o administrador não pode se valer de
informações que obteve em razão de seu cargo, em proveito próprio ou alheio, independentemente
de causar prejuízo ou não à sociedade.

Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre
os seus negócios, sendo - lhe vedado:

Sendo-lhe vedado:
I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as
oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;

II - omitir - se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de


vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da
companhia;

III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que
esta tencione adquirir.

8.1.3. Dever de informação:

O administrador tem o dever de informar à companhia se é acionista, quanto recebe de dividendos,


se possui ações em outras companhias, bem como tem o dever de informar o mercado sobre fatos
relevantes que possam influir na aquisição de valores mobiliários.

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Dever de
diligência

Dever de
Deveres
lealdade

Dever de
informação

Administradores
Dentro de suas
atribuições ou
poderes com
Responde dolo ou culpa
civilmente
quando proceder
Responsabilidades Violando a lei ou
Não responde o Estatuto
pessoalmente pelas
obrigações que
contrair pela
sociedade

8.2. Responsabilidade dos administradores

O administrador, em atos regulares de gestão, não pode ser pessoalmente responsável pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade; responderá civilmente, entretanto, pelos prejuízos
que causar quando proceder:

Da leitura do artigo 158 da Lei 6.404/1976, é possível visualizar duas hipóteses para a
responsabilização civil dos administradores.

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Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair
em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde, porém,
civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;

A primeira delas diz respeito aos eventuais prejuízos que possam ser causados por culpa ou dolo do
administrador, mesmo na hipótese de não ter havido a extrapolação de suas atribuições e poderes,
cabendo à sociedade comprovar a atitude culposa de seu gestor.

II - com violação da lei ou do estatuto.

Outra hipótese se configura na violação de lei ou mesmo do estatuto da companhia. Todavia, é


importante ressaltar o texto do artigo 158, que prevê que o administrador não poderá ser
pessoalmente responsável pelas obrigações contraídas em nome da companhia e em virtude de ato
regular de gestão.

Ainda, o § 2º do artigo 158 da Lei 6.404/1976 prevê que os administradores respondem


solidariamente por prejuízos que decorram do não cumprimento dos deveres legais.

Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude


do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento
normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles.

O fato de o estatuto da companhia não atribuir todas as responsabilidades a todos os


administradores não exime um administrador de responder solidariamente por algum dever não
cumprido que, contudo, não seja expressamente seu.

Vale ressaltar que, caso o administrador tenha conhecimento dos fatos de terceiros, contrários aos
deveres legais, e não tome nenhuma medida para impedir o ilícito, responderá solidariamente.

Da mesma forma, responderá caso seja conivente com os atos praticados por outro administrador,
ou, então, caso seja negligente ao descobrir os fatos já praticados ou na iminência de acontecer.

O § 1º do artigo 158 da Lei das Sociedades Anônimas traz a possibilidade para que, mesmo que o
administrador venha a ter conhecimento de fatos desvantajosos ou contrários à empresa, para que
possa se eximir de qualquer responsabilidade, registre uma objeção em reunião do órgão de
administração competente, levando o fato a conhecimento do conselho fiscal da assembleia geral.

§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo


se com eles for conivente, se negligenciar em descobri - los ou se, deles tendo
conhecimento, deixar de agir para impedir a sua prática. Exime - se de responsabilidade
o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do
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órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao
órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembléia - geral.

Vale considerar também que, mesmo estranho à administração da sociedade, caso venha a se
beneficiar em conjunto com um administrador, praticando ato que viole a lei ou o estatuto,
responderá solidariamente ao administrador por previsão constante no § 5º do artigo 158 da Lei
6.404/1976.

Responderá solidariamente com o administrador quem, com o fim de obter vantagem


para si ou para outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.

8.3. Ação de Responsabilidade

A ação de responsabilidade ganha um capítulo próprio a partir do artigo 159, que expressa:

Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia - geral, a


ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu
patrimônio.

O §1º do artigo 159 da Lei das Sociedades Anônimas vem para especificar que tanto a assembleia
geral ordinária como a extraordinária podem apreciar tal matéria, contudo, para que a apreciação
ocorra em assembleia geral extraordinária, ela deve ter sido prevista na ordem do dia ou então ter
sido consequência direta de algum assunto incluído na assembleia.

Existe, ainda, outra hipótese em que poderá um acionista, ou um conjunto que represente ao menos
5% do capital, formular o pedido de ação.

“Será legitimado, ainda, o acionista individualmente a propor a ação de responsabilidade


civil, no caso de recusarem os administradores a fazer constar da ordem do dia a
deliberação sobre a matéria, ou se, embora sendo consequência direta do assunto nela
incluído, negar - se a mesa a reconhecê-lo, trancando a discussão e deliberação a
respeito.”

São duas espécies de ações: a primeira delas seria aquela em que a companhia tem prioridade e,
somente caso não exerça essa prioridade, poderá ser substituída por qualquer acionista.

Ainda, uma segunda espécie de ação teria características de ação individual, passível de interposição
pelos acionistas, considerando a ação proposta pelo substituto como a mesma proposta pela
companhia, conforme a previsão expressa da segunda parte do §7º do artigo 159:

§7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao acionista ou terceiro
diretamente prejudicado por ato de administrador.
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Retomando a análise dos parágrafos do artigo 159 da Lei das Sociedades Anônimas, é justamente
no seu § 3º que se encontra a previsão da substituição da companhia por qualquer acionista para a
propositura da ação de responsabilidade contra o administrador.

§3º Qualquer acionista poderá promover a ação, se não for proposta no prazo de 3 (três)
meses da deliberação da assembléia - geral.

A regra é para que, diante de um prazo de três meses após a deliberação da assembleia, a
companhia não tomar as providências para que a ação seja proposta, poderá, então, qualquer
acionista formulá-la visando a garantia de seus direitos.

§4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por
acionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social.

Pouco importa a porcentagem do capital social que detém esse acionista. Caso um acionista,
individualmente, não detenha essa porcentagem mínima de ações da companhia, poderá ele, em
conjunto com outros acionistas, compor um litisconsórcio para que os 5% necessários sejam
atingidos.

§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem - se à companhia, mas esta


deverá indenizá-lo, até o limite daqueles resultados, de todas as despesas em que tiver
incorrido, inclusive correção monetária e juros dos dispêndios realizados.

A propositura da ação de responsabilidade, em face de um ou mais administradores de uma


determinada companhia, tem como objetivo restabelecer o seu bom funcionamento, voltando,
então, a buscar os fins para os quais ela foi constituída.

9 - TRANSFORMAÇÕES SOCIETÁRIAS

9.1. Espécies

As transformações societárias englobam as mudanças de tipos societários, assim como as


incorporações, fusões e cisões nas sociedades. Inicialmente, resolvemos exemplificar as mudanças
de tipos societários, a seguir:

Exemplo (1): A mudança de uma sociedade limitada para EIRELI – Empresa


Individual de Responsabilidade Limitada.

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Exemplo (2): A mudança de uma companhia de capital fechado para uma
companhia de capital aberto.

Em primeira conclusão, as transformações societárias são um gênero, mas ao mesmo tempo


também são espécies: (1) Transformações Societárias propriamente ditas; (2) Incorporações; (3)
Fusões; e, (4) Cisões.

9.2. Legislação aplicável

A Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76) é mais completa ao tratar dos temas desta aula. Em vista
deste motivo, será a nossa referência.

A lei 6.404/76 comumente é aplicada como fonte de solução de conflitos para as sociedades do
Código Civil, o contrário não ocorre. A razão disso está no fato de que a lei das sociedades anônimas
é mais completa. O seu uso se dá pelo recurso da analogia. A jurisprudência de nosso país confirma
esse entendimento.

(ADAPTAÇÃO - JUIZ ESTADUAL - 2017). No que se refere ao direito societário,


julgue o item a seguir. O Código Civil regula a fusão e a incorporação de sociedades,
mas não se aplica às sociedades anônimas nesse particular.

Comentários:

A disposições sobre incorporação, fusão e cisão previstas no Código Civil não tem
aplicação para as sociedades anônimas. No entanto, as disposições da Lei n.
6.404/76, aplicam-se, por analogia, às demais sociedades naquilo em que o Código
Civil for omisso”.

O item está correto.

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Finalmente, ainda que a lei de sociedades anônimas seja mais completa, sempre citaremos o
dispositivo de lei correspondente no código civil. Você poderá notar que a ideia é basicamente a
mesma. O estudo fluirá tranquilamente.

9.3. Transformações societárias propriamente ditas

A mudança de tipo societário independe de liquidação, o que significa que é desnecessário pagar
todos os credores, fazer partilha do restante com os sócios, ou até mesmo encerrar a sociedade,
conforme artigo 220, Lei 6404/76.

Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente


de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.

A transformação de um tipo de sociedade para outro, em regra, exige unanimidade conforme regra
contida no art. 221, Lei 6404/76.

Nada obsta, porém, que os sócios determinem um quorum diferente no contrato ou no estatuto.
Dessa maneira, os sócios poderão determinar, a título de exemplo, o quorum de maioria do capital
para a aprovação da transformação.

Deliberação

Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo
se prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito
de retirar-se da sociedade.

O sócio dissidente é aquele que discorda de determinada decisão. No caso em tela, o sócio discorda
da transformação, situação em que poderá exercer o seu direito de retirar-se da sociedade
recebendo a parte que lhe cabe na sociedade.

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A operação não prejudica os direitos dos credores, conforme artigo 222 da Lei das Sociedades
Anônimas, a seguir:

Art. 222. A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores, que
continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que
o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.

No caso de uma transformação de uma sociedade do código civil para uma sociedade anônima, é
necessário a aprovação da operação em ambas as sociedades.

Como já dito anteriormente, o código civil também tem legislação correspondente. Trata-se da
mesma ideia estudada acima, mas achei interessante transcrevê-la para que você siga com maior
segurança para a prova.

Correspondência no Código Civil.

Transformação (art. 1.113, CC): O ato de transformação independe de dissolução ou


liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e
inscrição próprios do tipo em que vai converter-se.

(ADAPTAÇÃO - AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - 2019). De acordo com o Código


Civil, em relação a transformação, incorporação, fusão ou cisão de sociedades,
é correto afirmar que a transformação societária prejudicará os direitos dos
credores, razão pela qual deverão ser notificados.

Comentários:

O item segue em sentido contrário ao artigo 1.115 do CC: “A transformação não


modificará nem prejudicará, em qualquer caso, os direitos dos credores. Parágrafo
único. A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação
aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares
de créditos anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará.”

O item está incorreto.

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Transformação
Societária

independe de
patrimônio da
dissolução ou
sociedade permanece
liquidação da
inalterado
sociedade

Consentimento de
todos os sócios, não poderá modificar
podendo o dissidente ou prejudicar os
exercer seu direito de direitos dos credores
retirada

Direito de Retirada

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Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do direito de
retirada, previsto no art. 137, inciso II, será contado a partir da publicação da ata que
aprovar o protocolo ou justificação, mas o pagamento do preço de reembolso somente
será devido se a operação vier a efetivar - se

9.4. Incorporação

Na incorporação societária, uma ou mais sociedades são absorvidas por outra. Tal hipótese opera-
se entre sociedades de tipos iguais ou diferentes, comportando a possibilidade de expansão
empresarial. O conceito está exposto no artigo 227, Lei 6.404/76, a seguir:

Incorporação

Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas
por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.

A Lei das Sociedades por Ações traz algumas exigências. Além de deliberação, a elaboração de um
protocolo, espécie de pré-contrato para que a operação seja realizada. Conversaremos sobre tudo
isso, a seguir.

9.5. O Processo da Incorporação

O processo da incorporação envolve, no mínimo, duas sociedades. O primeiro ato formal é a


deliberação em todas as sociedades envolvidas, levando em consideração o quorum de aprovação
para que seja possível alterar os respectivos atos constitutivos (contrato ou estatuto social).

Após a aprovação em cada uma das sociedades, vem a necessidade de promover a alteração dos
respectivos atos constitutivos mediante arquivamento no órgão registral, conforme artigo 223, Lei
6.404/76.

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Competência e Processo

Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos
iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos
respectivos estatutos ou contratos sociais.

Além de deliberação, o processo exige um processo que engloba os procedimentos de protocolo e


justificação. Tais regram aplicam-se também às fusões e cisões.

Enfim, gostaria que ficassem de olhos abertos nessas regras, pois tem sido utilizados inclusive nos
procedimentos de incorporação, fusão e cisão no código civil. Como já dito anteriormente, trata-se
da utilização do recurso da analogia.

9.5.1. Protocolo

Aprovada a incorporação, extingue-se a sociedade incorporada, momento em que todas as medidas


necessárias devem ser tomadas junto ao registro competente.

O protocolo realizar-se-á por meio de uma proposta de incorporação, além da justificação que
trataremos mais adiante. O artigo 224 da Lei 6.404/76 exige que o protocolo seja confeccionado com
as seguintes informações:

Protocolo
Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente
constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades
interessadas, que incluirá:
I - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios
que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição;

II - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;

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III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o
tratamento das variações patrimoniais posteriores;

IV - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas
por outra;

V - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das
sociedades que forem parte na operação;

VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados


para efetivar a operação;
VII - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.

9.5.2. Justificação

A justificação realizar-se-á por meio de uma verdadeira exposição de motivos para que a operação
se realize. O artigo 225 da lei 6.404/76 exige que a justificação traga o motivo da operação. Exige
também a finalidade e demonstração dos interesses da companhia, além de informações sobre a
nova composição de ações, como a seguir:

Justificação
Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da
assembléia-geral das companhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização;

II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus
direitos, se prevista;

III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das
companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir;

IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes.

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Correspondência no Código Civil.

Incorporação (Art. 1.116, CC): uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que
lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma
estabelecida para os respectivos tipos.

LTDA proposta de
incorporação

Incorporação Justificativa:
S.A Protocolo exposição de
Societária
motivos

COMANDITA limitada: necessário


POR AÇÕES projeto de reforma do
ato constitutivo

9.6. Fusão

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A fusão é a junção de duas ou mais sociedades formando uma nova, que lhes sucede em todos os
direitos e obrigações. Dessa operação surge uma nova pessoa jurídica, deixando de existir as
sociedades que participaram da fusão, conforme artigo 228, Lei 6.404/76.

Fusão

Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.

Primeiramente, há necessidade de elaborar um projeto sobre o futuro da fusão, com a distribuição


do capital social da nova companhia entre os sócios das sociedades fundidas.

Nas sociedades anônimas o quórum é de, pelo menos, 50% do capital votante, e, nas limitadas, 75%
do capital social.

Correspondência no Código Civil.

Fusão (Art. 1.119, CC): determina a extinção das sociedades que se unem, para formar
sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações.

Ltda
S.A

Comandita
por Ações

Fusão
Nova sociedade sucede Necessário projeto sobre o
as anteriores em todos futuro da fusão,
os direitos e obrigações perfazendo a distribuição 49
do capital social
49

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(ADAPTAÇÃO - AUDITOR FISCAL - 2015). Com base nas normas aplicáveis às
sociedades em geral, julgue o item que se segue.

Serão extintas duas sociedades que vierem a se fundir, assim como também serão
extintos todos os direitos delas.

Comentários: A afirmação está errada, uma vez que a fusão de duas ou mais
sociedades empresárias não extingue os direitos das sociedade fundidas, conforme
o disposto do art. 1.119 do Código Civil brasileiro: “A fusão determina a extinção
das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos
direitos e obrigações.”

O item está incorreto.

9.7. Cisão

Consiste no desmembramento total ou parcial da sociedade, que transfere seu patrimônio para
uma ou várias sociedades já existentes ou constituídas para esse fim, conforme artigo 229, Lei
6.404/76.

Cisão

Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio
para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo -
se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo - se o
seu capital, se parcial a versão.

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Sem correspondência no Código Civil.

Observação: As Sociedades do Código Civil devem utilizar as regras de sociedades anônimas


por analogia.

A cisão é total quando todo o patrimônio é transferido para outras sociedades, extinguindo-se a
sociedade cindida. Essa operação também é chamada de cisão pura, situação em que a sociedade
transfere todo o seu patrimônio para duas ou mais sociedades já existentes ou constituídas para esse
fim.

Em caso de cisão total ou absorção, a sociedade transfere seu patrimônio para duas ou mais
sociedades já existentes, até porque a transferência para uma única sociedade seria uma
incorporação. Na cisão parcial, apenas parte do patrimônio é transferida, subsistindo a sociedade
cindida.

(ADAPTAÇÃO - CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - 2018).

A reorganização societária é uma realidade presente no mundo empresarial por


diversos motivos, dentre os quais podem ser citados: a otimização de recursos, a
redução legal de carga tributária e a busca de sinergias. A operação pela qual uma
ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos
e obrigações é denominada cisão.

Comentários:

O conceito acima trata da incorporação, operação que se dá quando uma ou várias


sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos
tipos. A cisão é operação pela qual parte ou todo o patrimônio de uma sociedade
é transferido para outra ou outras sociedades, extinguindo-se a sociedade cindida.

O item está incorreto.

O §4.º do artigo 229, Lei 6.404/76 exige, finalmente, o arquivamento dos atos operacionais de
cisão. Na cisão integral ou pura, a incumbência é dos administradores. Na cisão parcial ou absorção,
esse dever será dos administradores da companhia cindida.

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§4.º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores
das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o
arquivamento e publicação dos atos da operação; na cisão com versão parcial do
patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que
absorver parcela do seu patrimônio.

As regras de incorporação devem ser observadas.

desmembrame
nto total ou
parcial da
sociedade
Absorção:
patrimônio transferência
transferido do patrimônio
para para outras
sociedades já sociedades
existentes

Cisão
pura:
patrimônio total: todo
transferido patrimônio é
para novas transferido
sociedades

parcial: parte
do patrimônio
é transferida

10 - DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de lei que podem fazer
a diferença na hora da prova. Lembre - se de revisá-los!

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Sociedades Anônimas

Características e Natureza da Companhia ou Sociedade Anônima

Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a


responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas.

Objeto Social

Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à
lei, à ordem pública e aos bons costumes.

§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do
comércio.

§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.

§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não
prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou
para beneficiar - se de incentivos fiscais.

Denominação

Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões


"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas
vedada a utilização da primeira ao final.

§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha
concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.

§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá


à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou
em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes.

Companhia Aberta e Fechada

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores
mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores
mobiliários.

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§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de
Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores
mobiliários.

§ 2o Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem


prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários.

Espécies

Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus
titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.

§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia


aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.

§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no


exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações
emitidas.

Ações Ordinárias

Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em
função de:

I - conversibilidade em ações preferenciais;

II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou

III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos


administrativos.

Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes,


se não for expressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os
titulares das ações atingidas.

Ações Preferenciais

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem


consistir:

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou


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III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.

§ 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital


com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao
exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores
mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou
vantagens:

I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25%


(vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de
acordo com o seguinte critério:

a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a,


no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e

b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as


ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário
estabelecido em conformidade com a alínea a; ou

II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por
cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou

III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições
previstas no art. 254 - A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações
ordinárias.

§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de


classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social
poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da
assembléia - geral nas matérias que especificar.

Emissões e Séries

Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão
pode ser dividida em séries.

Parágrafo único. As debêntures da mesma série terão igual valor nominal e conferirão a
seus titulares os mesmos direitos.

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Valor Nominal

Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de
obrigação que, nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em
moeda estrangeira.

§ 1o A debênture poderá conter cláusula de correção monetária, com base nos


coeficientes fixados para correção de títulos da dívida pública, na variação da taxa
cambial ou em outros referenciais não expressamente vedados em lei.

§ 2o A escritura de debênture poderá assegurar ao debenturista a opção de escolher


receber o pagamento do principal e acessórios, quando do vencimento, amortização ou
resgate, em moeda ou em bens avaliados nos termos do art. 8o.

Extinção

Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros próprios, as anotações referentes à
extinção das debêntures, e manterá arquivados, pelo prazo de 5 (cinco) anos, juntamente
com os documentos relativos à extinção, os certificados cancelados ou os recibos dos
titulares das contas das debêntures escriturais.

§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, caberá a este fiscalizar o cancelamento dos


certificados.

§ 2º Os administradores da companhia responderão solidariamente pelas perdas e danos


decorrentes da infração do disposto neste artigo.

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11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final da nossa aula!

Espero que goste, estou me esforçando para oferecer o melhor!

Se puder, agradeceria muito que preenchesse a “avaliação estrelas” e a correspondente pesquisa


de opinião no canto superior direito do “site”.

Um grande abraço.

Professor Alessandro Sanchez

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