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Universidade Licungo
Beira
2020
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Docente:
Dra. Dilsa Ho-Poon
Universidade Licungo
Beira
2020
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Índice
Capitulo I................................................................................................................................................. 4
1.Introdução ............................................................................................................................................ 4
2.3.Desenvolvimento e a socialização..................................................................................................... 7
3.Conclusão ........................................................................................................................................... 22
3.1.Bibliografia ..................................................................................................................................... 23
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Capitulo I
1. Introdução
Neste trabalho ira se abordar sobre Psicologia do desenvolvimento, visto que o
desenvolvimento é um processo contínuo que tem início desde a concepção, e tem
continuidade após a fecundação do óvulo, percorrendo a partir da subdivisão celular até que
milhões de células sejam formadas. À medida que as células assumem funções especializadas,
dá-se início a formação dos sistemas que dão base para a parte física do desenvolvimento.
Porém, o desenvolvimento físico, cognitivo, social, afectivo tem continuidade durante todas
as fases da vida de um sujeito e termina com a morte.
2. Conceito de desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento é o estudo científico das mudanças de comportamento
relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa. Este campo examina mudanças através de
uma ampla variedade de tópicos, incluindo habilidades motoras, habilidades em solução de
problemas, entendimento conceitual, aquisição de linguagem, entendimento da moral e
formação da identidade.
Desenvolvimento: é o conjunto de fases pelas quais o indivíduo passa ao longo do seu ciclo
de vida. É um processo multidimensional que engloba os aspectos físicos (crescimento);
fisiológicos (maturação), psicológicos (cognitivos e afectivos), sociais (socialização), e
culturais (aquisição de valores, normas).
Durante o arco da vida a personalidade vai adquirindo, através de processos evolutivos seja
biológicos que psicológicos, uma maior e mais eficiente harmonização das energias que se
dispõem, com uma crescente possibilidade seja de autonomia e de novos de compreensão seja
de participação afectiva e de socialização com o mundo.
Uma das consequências desta afirmação e que os seres humanos tornam-se sempre mais
complexos na medida em que se desenvolvem. Não só, mas se o Homem e uma criatura
admiravelmente complexa, não menos surpreendente o e também a pequena criatura, que e o
recém-nascido, desde os primeiros instantes em que vê a luz.
Hereditariedade
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Já vimos como este factor é importante para o crescimento biológico, mas é preciso entender
os aspectos genéticos como bagagem potencial herdado pelo indivíduo que pode vir a
desenvolver-se ou não, dependendo dos demais factores. Sabemos que a inteligência, por
exemplo, é uma capacidade que pode ser transmitida geneticamente, no entanto, essa
capacidade é potencial; ela pode desenvolver-se além ou aquém desse potencial, dependendo
das condições do meio.
Crescimento orgânico
Maturação neurofisiologia
Meio
2.3.Desenvolvimento e a socialização
2.3.1. DESENVOLVIMENTO
O meio ambiente tem que ser desafiador no objectivo de poder estimular a acção motora da
pessoa, bem como seu intelectual. Porém, somente oferecer estímulos para que a criança se
desenvolva normalmente não é suficiente, pois a eficiência da estimulação depende também
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do contexto afectivo em que esse estímulo se insere, a acção está directamente ligada ao
relacionamento entre o estimulador e a criança.
Sendo assim, o papel da escola na educação deve ser de sistematizar esses estímulos,
promovendo uma relação afectiva com o objectivo de transmitir valores e conhecimentos que
visam o desenvolvimento integral da pessoa.
Dentre essas teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é a referência deste nosso trabalho,
não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o
desenvolvimento do ser humano. No entanto, ela se destaca de outras pelo seu carácter
inovador quando introduz uma 'terceira visão' representada pela linha integracionista que
constitui uma tentativa de integrar as posições dicotómicas de duas tendências teóricas que
permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas
pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o
psíquico.
Introduzindo uma terceira visão teórica representada pela linha integracionista, as ideias de
Piaget contrapõem-se, conforme mencionamos mais acima, às visões de duas correntes
antagónicas e inconciliáveis que permeiam a Psicologia em geral: o objectivismo e o
subjectivismo. Ambas as correntes são derivadas de duas grandes vertentes da Filosofia (o
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idealismo e o materialismo mecanicista) que, por sua vez, são herdadas do dualismo radical
de Descartes que propôs a separação estanque entre corpo e alma, entre físico e psíquico.
Assim sendo, a Psicologia objectivista, privilegia o dado externo, afirmando que todo
conhecimento provém da experiência; e a Psicologia subjectivista, em contraste, calcada no
substrato psíquico, entende que todo conhecimento é anterior à experiência, reconhecendo,
portanto, a primazia do sujeito sobre o objecto (Freitas, 2000).
Pode-se dizer que o "sujeito epistémico" protagoniza o papel central do modelo piagetiano,
pois a grande preocupação da teoria é desvendar os mecanismos processuais do pensamento
do homem, desde o início da sua vida até a idade adulta. Nesse sentido, a compreensão dos
mecanismos de constituição do conhecimento, na concepção de Piaget, equivale à
compreensão dos mecanismos envolvidos na formação do pensamento lógico, matemático.
Procurando soluções para esse problema central, Piaget sustenta que a génese do
conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco
externo ao organismo mas é fundamentalmente construído na interacção homem-objecto.
Quer dizer, o desenvolvimento da filógina humana se dá através de um mecanismo autor
regulatório que tem como base um 'kit' de condições biológicas (inatas portanto), que é
activado pela acção e interacção do organismo com o meio ambiente - físico e social. Tanto a
experiência sensorial quanto o raciocínio é fundantes do processo de constituição da
inteligência, ou do pensamento lógico do homem.
Está implícito nessa óptica de Piaget que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que
o possibilita desenvolver o mental, no entanto, esse fato per se não assegura o
desencadeamento de factores que propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só
acontecerá a partir da interacção do sujeito com o objecto a conhecer. Por sua vez, a relação
com o objecto, embora essencial, da mesma forma também não é uma condição suficiente ao
desenvolvimento cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o exercício do
raciocínio. Por assim dizer, a elaboração do pensamento lógico demanda um processo interno
de reflexão. Tais aspectos deixam à mostra que, ao tentar descrever a origem da constituição
do pensamento lógico, Piaget focaliza o processo interno dessa construção.
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Em síntese, pode-se dizer que, para Piaget, o equilíbrio é o norte que o organismo almeja mas
que paradoxalmente nunca alcança (La Taille), haja vista que no processo de interacção
podem ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o estado de equilíbrio do
organismo, eliciando esforços para que a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo
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por novas formas de adaptação envolve dois mecanismos que apesar de distintos são
indissociáveis e que se complementam: a assimilação e a acomodação.
Vê-se nessa ideia de "equilibração" de Piaget a marca da sua formação como Biólogo que o
levou a traçar um paralelo entre a evolução biológica da espécie e as construções cognitivas.
É bom considerar, ainda, que, na medida em que toda experiência leva em graus diferentes a
um processo de assimilação e acomodação, trata-se de entender que o mundo das ideias, da
cognição, é um mundo inferencial. Para avançar no desenvolvimento é preciso que o ambiente
promova condições para transformações cognitivas, é necessário que se estabeleça um
conflito cognitivo que demande um esforço do indivíduo para superá-lo a fim de que o
equilíbrio do organismo seja restabelecido, e assim sucessivamente.
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No entanto, esse processo de transformação vai depender sempre de como o indivíduo vai
elaborar e assimilar as suas interacções com o meio, isso porque a visada conquista da
equilibração do organismo reflecte as elaborações possibilitadas pelos níveis de
desenvolvimento cognitivo que o organismo detém nos diversos estágios da sua vida. A esse
respeito, para Piaget, os modos de relacionamento com a realidade são divididos em 4
períodos, como destacaremos na próxima seção deste trabalho.
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados
"por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao
longo do seu processo de desenvolvimento. São eles:
Cada uma dessas fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que
possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia
(Coll e Gillièron, 1987). De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas 4 fases na
mesma sequência, porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em
função das características da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos
estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é
que "a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida", conforme
lembra Furtado.
De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de
equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade
adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do
ápice adquirido na adolescência, como enfatiza Rappaport "esta será a forma predominante de
raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de
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Para Piaget, existe um desenvolvimento da moral que ocorre por etapas, de acordo com os
estágios do desenvolvimento humano. Para Piaget (1977 apud La Taille 1992), "toda moral
consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito
que o indivíduo adquire por estas regras". Isso porque Piaget entende que nos jogos colectivos
as relações inter individuais são regidas por normas que, apesar de herdadas culturalmente,
podem ser modificadas consensualmente entre os jogadores, sendo que o dever de 'respeitá-
las' implica a moral por envolver questões de justiça e honestidade.
a) Anomia (crianças até 5 anos), em que a moral não se coloca, ou seja, as regras são
seguidas, porém o indivíduo ainda não está mobilizado pelas relações bem x mal e sim
pelo sentido de hábito, de dever;
b) Heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade), em que a moral é = a autoridade, ou
seja, as regras não corresponde a um acordo mútuo firmado entre os jogadores, mas
sim como algo imposto pela tradição e, portanto, imutável;
c) Autonomia, corresponde ao último estágio do desenvolvimento da moral, em que há a
legitimação das regras e a criança pensa a moral pela reciprocidade, quer seja o
respeito a regras é entendido como decorrente de acordos mútuos entre os jogadores,
sendo que cada um deles consegue conceber a si próprio como possível 'legislador' em
regime de cooperação entre todos os membros do grupo.
Para Piaget, a própria moral pressupõe inteligência, haja vista que as relações entre moral x
inteligência têm a mesma lógica atribuída às relações inteligência x linguagem. Quer dizer, a
inteligência é uma condição necessária, porém não suficiente ao desenvolvimento da moral.
Nesse sentido, a moralidade implica pensar o racional, em 3 dimensões:
Assim sendo, as relações inter-individuais que são regidas por regras envolvem, por sua vez,
relações de coacção - que corresponde à noção de dever; e de cooperação - que pressupõe a
noção de articulação de operações de dois ou mais sujeitos, envolvendo não apenas a noção
de 'dever' mas a de 'querer' fazer. Vemos, portanto, que uma das peculiaridades do modelo
piagetiano consiste em que o papel das relações inter-individuais no processo evolutivo do
homem é focalizado sob a perspectiva da ética (La Taille, 1992). Isso implica entender que "o
desenvolvimento cognitivo é condição necessária ao pleno exercício da cooperação, mas não
condição suficiente, pois uma postura ética deverá completar o quadro".
2.3.2. A SOCIALIZAÇÃO
Como processo pelo qual o sujeito aprende os elementos socioculturais do seu meio, a
socialização torna possível a manutenção da sociedade e a transmissão da sua cultura de
geração em geração. A socialização pode ser entendida como a interiorização das normas
sociais. Neste sentido, o indivíduo impõe a si mesmo as regras sociais pois elas fazem sentido
para si; o indivíduo é o sujeito do seu próprio constrangimento. A socialização pode também
ser concebida como um elemento essencial da interacção na medida em que as pessoas
desejam fazer valer a sua auto-imagem através da obtenção do reconhecimento dos outros.
Neste sentido, os indivíduos adoptam o ambiente social em que vivem sendo voluntariamente
objecto do constrangimento exercido pelos outros.
Numa primeira fase da vida de um ser humano, a socialização é levada a cabo pela família.
Numa segunda fase, a escola assume papel activo nessa socialização. Numa terceira fase,
como adulto, a socialização ocorre através da assunção dos papéis sociais que o indivíduo
desempenha.
A socialização, como já vimos acima, é o processo através do qual nós vamos interiorizando
hábitos e características que nos tornam membros de uma sociedade. A socialização é um
processo contínuo, que se inicia após o nascimento e se faz sentir ao longo de toda a nossa
vida, terminado apenas quando morremos porque o nosso cérebro deixa de funcionar.
Ao longo de toda a nossa vida estamos constantemente a ser postos à prova e a passar por
processos de socialização secundária. Cada nova situação que nos surge é uma nova
adaptação que sofremos.
Por este motivo, a socialização é o processo que permite a cada indivíduo desenvolver a sua
personalidade, permite a sua integração na sociedade. Se repararmos, dois indivíduos reagem
de forma completamente diferente perante a mesma situação, porque cada indivíduo é único e
a sua personalidade também.
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Como tal, resta apenas mencionar que é o facto de estarmos diariamente sujeitos a este
processo que nos torna seres integrados numa sociedade e nos torna aquilo que cada um é.
O processo de socialização Humana é processo pelo qual o indivíduo passa para adaptar-se as
regras impostas pelo meio social no qual está inserido.
Em sua fase primária, a socialização humana ocorre na infância, onde a criança por não ter
um mínimo de experiência de vida não tem a mínima condição de avaliar se tudo oque lhe
ensinam é verdadeiro ou não, é induzida a acreditar em tudo e em todos a sua volta sem fazer
qualquer tipo de questionamento, é a chamada aprendizagem incondicional ou aprendizagem
por imitação. Já a fase secundária da socialização humana ocorre na adolescência, onde o
indivíduo ainda não é totalmente um adulto mas já não é mais tão criança, por isto dispõe de
um mínimo de experiência de vida suficiente para ao menos tentar avaliar se tudo o lhe foi
ensinado e imposto como sendo certo, errado, bom, ruim, justo, injusto, ético, não ético,
moral, imoral, existe ou não existe, é realmente ou não certo. É a fase dos "Pôr que? Como?
Quando? Onde!".
Não é atoa que o adolescente (normalmente) é tão rebelde, isto é consequência dos conflitos
decorrentes do fato dele continuamente ser obrigado a reconhecer que nem tudo o que lhe
imporão como verdade realmente o são, a maneira como lhe ensinaram de como é a vida e
como ele tem que viver não tem coerência com a realidade que está a sua volta e mais
revoltado ainda o adolescente fica quando se vê obrigado a reconhecer que lhe fizeram de
bobo e boneco sem que ele tivesse a mínima noção de o quanto seus pais e as estruturas
sociais vigentes lhe manipulavam.
Dependendo do grau manipulativo que ele sofreu, acaba não sabendo mais distinguir quando
estão lhe dizendo a verdade ou o quanto estão lhe manipulando, a partir daí o adolescente
passa a buscar suas próprias respostas para as perguntas que a sociedade insiste em não querer
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lhe fornecer e quando fornece são respostas que não têm coerência com a realidade na qual
está inserida. Tal busca pelas respostas que a sociedade insiste em não responder e proíbe que
se tente respondê-las é justamente a fase terciária da socialização.
Os problemas que decorrem nesta discrepância, também fazem parte dos problemas que
quotidianamente o professor tem que enfrentar dentro da sala de aula com os seus alunos e
demais factores do complexo processo educativo e mesmo quem não seja professor e tenha
chegado á fase terciária do processo de socialização humana enfrenta problemas diversos
decorridos desta referida discrepância.
A influência de Jean Piaget (1896-1980) não tem andado longe da de Freud. Nascido na
Suécia, Piaget passou a maior a parte da sua vida dirigindo um instituto de desenvolvimento
infantil em Genebra. Publicou um número extraordinário de obras e trabalhos científicos, não
apenas sobre o desenvolvimento da criança, mas também sobre educação, história do
pensamento, filosofia e lógica, e manteve a sua prodigiosa produção até a data da sua morte
em 1980.
Embora Freud tenha dado tanta importância, nunca estudou directamente a criança. A sua
teoria foi desenvolvida a partir de observações feitas no decurso de tratamento de pacientes
adultos em sessões de psicoterapia. Piaget, pelo, contrario, passou, a maior parte da sua vida
observando o comportamento de bebes, crianças e adolescentes. Baseou-se muito do seu
trabalho em observações minuciosas de um número limitado de indivíduos, mais do que no
estudo de grandes amostras. Não obstante, defendia que a maioria das suas das suas principais
descobertas eram validas para o desenvolvimento das crianças de todas as culturas.
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Até uma idade máxima de quatro meses, um bebé não consegue diferenciar-se do que o
rodeia. O desaparecimento do objecto no campo visual da criança perde todo interesse por ele
(não existe/nunca existiu); por exemplo a criança não entende que são os próprios
movimentos que provocam o ranger do berço e não diferencia entre objectos e pessoas. A
actividade cognitiva é comportamental. Pensar é agir.
O bebé não tem noção de que existe algo fora do seu campo de visão. (Irreversibilidade).
Como demonstram alguns estudos, os bebés aprendem de forma gradual a, a distinguir as
pessoas dos objectos, começando a perceber que ambos têm uma existência independente das
suas percepções mais imediatas. Aos 6 meses de idade, a criança investida as características
do objecto. Procura o objecto escondido, continua a existir.
Piaget chama a este primeiro estádio sensório-motor, pois as crianças aprendem usando os
seus diferentes sentidos, sobretudo tocando objectos, manipulando-os e explorando
fisicamente o meio ambiente. De 1 ano e meio o pensamento da criança esta ligado a
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Foi aquele que Piaget dedicou grande parte da sua investigação. Nesta fase desenvolvem-se
outras estruturas cognitivas: a criança e capaz de distinguir o “eu” do objecto; adquire
noção de tempo e espaço. Tem início a reversibilidade. A criança já domina a linguagem e se
torna capaz de usar palavras para, de uma forma simbólica, representar objectos e imagens.
Uma criança de quatro anos, por exemplo, pode usar a mão em movimento para representar o
conceito de “avião”. Início da aquisição de noção de conservação da massa e volume
(quantidade).
Piaget apelida este estádio de pré-operacional, pois as crianças ainda não são capazes de usar,
de uma forma sistemática, as suas capacidades mentais em desenvolvimento. Na maneira de
ver o mundo, é característica destas crianças o egocentrismo, ela acredita que as pessoas vêem
o mundo exactamente como ela vê, p. Ex: ao contar um facto, omite pormenores importantes
“julgando” que os outros têm a mesma visão do facto. Este conceito não se refere a egoísmo
mas a tendência da criança interpretar o mundo exclusivamente em função da sua própria
posição. (ex. pedir explicação de uma ilustração enquanto o livro esta virado para si.
A criança não entende que o outro não vê); as crianças falam ao mesmo tempo mas não com a
outra, como os adultos fazem; não tem categorias de pensamento que os adultos tem, as
crianças não tem conceitos de causalidade, velocidade, peso ou numero (mesmo se a criança
observar alguém a deitar água num recipiente alto e estreito para o outro mais baixo e largo,
não entende que o volume continua o mesmo – mas conclui que há mais água no segundo
recipiente, porque o nível da água esta mais abaixo.
Existe um equilíbrio estável entre assimilação e acomodação. Durante esta fase as crianças
dominam noções lógicas e abstractas. São capazes de, sem grandes dificuldades, lidar com
ideias como a de causalidade. Uma criança nesta fase de desenvolvimento e capaz de
reconhecer o raciocínio falso implícito na ideia de que o recipiente mais largo continha menos
água do que o mais estreito, mesmo que os níveis da água sejam diferentes. Torna-se capaz de
efectuar operações matemáticas, como a multiplicação, a subtracção ou divisão. As crianças
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neste período são muito menos egocêntricas. Se perguntar a criança quantas irmãs tem ela dirà
uma, mas se perguntar quantas irmãs tem a tua irmã ela provavelmente dirá “nenhuma”
porque não e capaz de se colocar na posição da irmã, não e capaz de raciocinar em termos
hipotéticos.
De acordo com Piaget os primeiros três estádios de desenvolvimento são universais; mas nem
todos os adultos alcançam o estádio operacional formal. O desenvolvimento deste tipo de
pensamento esta dependente, em parte, dos processos de escolaridade. Os adultos com uma
educação limitada tendem a continuar a pensar em termos mais concretos e reter largos traços
de egocentrismo.
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Capitulo III:
3. Conclusão
Findo deste trabalho, conclui-se que a psicologia do desenvolvimento é uma área de estudo
que se articula com diversos saberes a fim de explicar por que as pessoas mudam durante suas
vidas, a partir das mudanças físicas e psicológicas do sujeito, desde a concepção até a morte.
Na contemporaneidade, novas teorias defendem a ideia de estudar o processo de
desenvolvimento de todo o ciclo vital tendo em vista que esse conhecimento possibilita
maiores benefícios para os estudos do desenvolvimento científico, uma vez que amplia a
discussão e fomenta a metodologia de estudo. Nessa perspectiva, no que concerne à produção
nacional acerca da temática, ainda encontra-se um pouco tímida. Ainda há um interesse em
concentrar os estudos somente no desenvolvimento da criança e do adolescente, sendo
necessário que novas pesquisas sejam realizadas a fim de produzir um impacto na produção
desse conhecimento e auxiliar na compreensão da complexidade do desenvolvimento
humano.
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3.1.Bibliografia
CHICOTE, Luísa Lopes; et all; Módulo de Psicologia Geral; 2007
https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/07/desenvolvimento-e-socializacao-
trabalho_22.html Acesso em 28 de Maio as 19:00
http://naescola.eduqa.me/desenvolvimento-infantil/qual-e-diferenca-entre-o-crescimento-e-o-
desenvolvimento-humano/ Acesso em 28 de Maio as 17:27