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1. NOÇÕES GERAIS
A liberdade de locomoção é um dos direitos mais sagrados do ser humano, direito este
que não pode sofrer quaisquer restrições e/ou limitações, senão as previstas em lei. Para
assegurar tal direito, de maneira célere e eficaz, a Constituição Federal outorga a qualquer
pessoa, nacional ou estrangeira, a garantia do habeas corpus.
No Título referente aos direitos e garantias fundamentais - Título II -, a Carta Magna
prevê que “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder” (CF, art. 5o, LXVIII). Em termos semelhantes, consta do CPP que “dar-se-á habeas
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação
ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar” (art. 647).
Como se percebe, trata-se, o habeas corpus, de ação autônoma de impugnação, de
natureza constitucional, vocacionada à tutela da liberdade de locomoção. Logo, desde que
a violência ou coação ao direito subjetivo de ir, vir e ficar decorra de ilegalidade ou abuso
de poder, o writ of habeas corpus servirá como o instrumento constitucional idôneo a
proteger o ius libertatis do agente.
2. NATUREZA JURÍDICA
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No entanto, embora possa, vez por outra, ser utilizado como verdadeiro recurso, o
habeas corpus não tem essa natureza jurídica. São vários os motivos pelos quais se pode
afirmar, categoricamente, que o habeas corpus não é um recurso, a saber:
a) um recurso pressupõe a existência de um processo. Diversamente, o habeas corpus
pode ser impetrado independentemente da existência de processo penal em curso;
b) o recurso é um instrumento de impugnação de decisões judiciais; o habeas corpus
pode ser impetrado contra decisões judiciais e contra atos administrativos ou de
particulares;
c) o recurso funciona como instrumento de impugnação de decisões judiciais não
definitivas, ao passo que o habeas corpus pode ser utilizado inclusive após o trânsito em
julgado, objetivando a rescisão da coisa julgada, desde que ainda subsista constrangimento
ilegal à liberdade de locomoção;
d) dentre vários pressupostos de admissibilidade recursal, deve ser aferida a
tempestividade do recurso, sendo certo que, operada a preclusão temporal, tal impugnação
não poderá ser conhecida. Em sentido diverso, desde que subsista constrangimento ilegal
à liberdade de locomoção, o habeas corpus poderá ser utilizado a qualquer momento,
inclusive após o trânsito em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria.
e) dentre vários pressupostos de admissibilidade recursal, deve ser aferida a
legitimidade do recurso, sendo certo que, interposto por parte ilegítima, tal impugnação não
poderá ser conhecida.
Por outro lado, embora sua finalidade seja beneficiar o paciente, ou seja, aquele que
sofre ou se acha ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
uma ordem de habeas corpus pode ser requerida por ele mesmo ou por qualquer do povo
(CPP, art. 654, caput).
Se o habeas corpus não é um recurso, no sentido técnico da expressão, qual é, então,
sua natureza jurídica? Doutrina e jurisprudência são uníssonas em afirmar que o habeas
corpus funciona como verdadeira ação autônoma de impugnação, de natureza
constitucional, vocacionada à tutela da liberdade de locomoção, que pode ser ajuizada por
qualquer pessoa.
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3. INTERESSE DE AGIR NA AÇÃO DE HABEAS CORPUS – O
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Para que o habeas corpus possa ser utilizado, o texto constitucional exige que alguém
sofra ou se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção
em virtude de constrangimento ilegal.
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência
de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de
punição disciplinar.
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3.1. Quando não houver justa causa (art. 648, I, CPP)
Há justa causa para uma coação quando estiver prevista em lei e quando observados
seus requisitos. A expressão deve ser compreendida como a necessária presença de
substrato fático e de direito para a deflagração da persecução penal contra alguém,
englobando tanto aspectos materiais quanto processuais.
3.2. Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei
(art. 648, II)
3.3. Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo
(art. 648, III)
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3.4. Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (art. 648,
IV)
3.5. Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que
a lei autoriza (art. 648, V)
A previsão legal tem em vista hipótese de prisão por crime afiançável, não sendo,
porém, arbitrada fiança em favor do paciente. Aqui, a impetração do habeas corpus não
visa a sua liberação, mas, unicamente, o arbitramento da fiança, conforme se vê do art.
660, § 3º, do CPP ao dispor que, "se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente
admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante
ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos
do inquérito policial ou aos do processo judicial".
Assim como no inciso anterior, esta modalidade de habeas corpus também possui
efeito específico, vale dizer, não visa diretamente à liberdade do paciente, mas sim a
anulação total ou parcial do processo e, se for o caso, sua renovação.
Esse habeas corpus poderá ser impetrado inclusive após o trânsito em julgado de
sentença condenatória ou absolutória imprópria, porém, nesse caso, há de se ficar atento
à espécie de nulidade. De fato, em se tratando de nulidade absoluta, é sabido que sua
arguição pode ser feita a qualquer momento. Todavia, na hipótese de nulidade relativa,
caso esta não seja arguida oportunamente (CPP, art. 571), dar-se-á preclusão temporal e
consequente convalidação da nulidade.
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3.7. Quando extinta a punibilidade (art. 648, VII)
SÚMULA 695, STF - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena
privativa de liberdade.
O remédio constitucional do habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo de
outras ações judiciais, notadamente naquelas hipóteses em que o direito-fim não se
identifica com a própria liberdade de locomoção física.
a) Persecução penal referente à infração penal à qual seja cominada tão somente a
pena de multa: o não pagamento de multa não autoriza mais a conversão em pena privativa
de liberdade (CP, art. 51, com redação dada pela Lei n° 12.964/2019, reforçando que a
multa se trata de dívida de valor e se submete ao rito da execução fiscal para cobrança).
Logo, na medida em que não é possível a conversão em prisão, não há risco à liberdade
de locomoção, revelando-se inadequada a utilização do habeas corpus.
SÚMULA 693, STF - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena
de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada.
SÚMULA 695, STF - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de
liberdade.
SÚMULA 694, STF - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena
de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.
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e) Apreensão de veículos: considerando-se que o objeto do habeas corpus é a tutela
da liberdade de locomoção, direito fundamental do ser humano, é evidente que a apreensão
de veículo não autoriza a impetração do writ.
i) Visita a detento: por não haver efetiva restrição ao status libertatis, o habeas corpus
é meio inidôneo para discutir direito de visita a preso.
m) Custas processuais.
SÚMULA 395, STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto
seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a
liberdade de locomoção.
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SÚMULA 692, STF - Não se conhece de habeas corpus contra omissão de
relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
Tabelão do amor:
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penal à qual seja cominada tão somente Maria da Penha que restrinjam a liberdade
pena de multa. de ir e vir.
Não cabe o HC quando já tiver havido o
cumprimento da PPL.
Não cabe o HC contra exclusão de militar,
perda de patente ou de função pública.
Não cabe HC contra o efeito extrapenal de
perda do cargo advindo de sentença
condenatória transitada em julgado.
Não cabe HC contra a apreensão de
veículos
Não cabe HC contra a suspensão do direito
de dirigir.
Não cabe HC para eventual pedido de
reabilitação do paciente.
Não cabe HC para assegurar a
preservação da relação de
confidencialidade entre cliente e advogado.
Não cabe HC para pleitear a extração
gratuita de cópias de processo criminal
Não cabe HC para afastar pena acessória
de perda de cargo público - STJ.
Não cabe HC para requerimento de
aditamento da denúncia a fim de incluir
outro acusado.
Não cabe HC contra a perda de direitos
políticos.
Não cabe HC para discutir a reparação civil
fixada na sentença condenatória criminal.
Não cabe HC para discussão
de mérito administrativo de prisão em
punições disciplinares militares.
6.1. Paciente
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favor de pessoas jurídicas. Isso porque, por definição constitucional, o writ destina-se à
proteção da liberdade de locomoção violada ou ameaçada, o que não acontece com relação
à pessoa jurídica.
6.2. Impetrante
Trata-se da pessoa que impetra o habeas corpus, podendo ser qualquer pessoa do
povo em favor de outrem e, inclusive, o próprio paciente em seu favor. É possível que
impetrante e paciente sejam a mesma pessoa. Porém, quando isso não ocorrer, haverá
verdadeira substituição processual, já que o impetrante estará agindo em juízo, em nome
próprio, na defesa de interesse alheio.
Para a impetração do habeas corpus, não se exige a presença de advogado. Basta ver
que a Lei 8.906/1994, no seu art. 10, § 1º, estabelece que "não se inclui na atividade
privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal".
É nesse sentido, aliás, o teor do art. 654, caput, primeira parte, do CPP, que prevê que
o habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem. Na
mesma linha, o CPP estabelece que a petição de habeas corpus conterá a assinatura do
impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a
designação das respectivas residências.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor
ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1o A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o
de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de
coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não
puder escrever, e a designação das respectivas residências.
É aquele que tem por paciente uma coletividade determinada ou, ao menos
determinável, não apenas de modo a otimizar a tramitação de tais demandas, mas também
com o objetivo de conferir uma tutela jurisdicional mais célere e eficiente.
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Para tanto, todos os requisitos constitucionais e legais para a impetração do habeas
corpus deverão ser observados. De maneira semelhante ao que ocorre em outras ações
coletivas, há necessidade de adequada delimitação do grupo favorecido, por meio da
especificação de uma questão objetiva de natureza comum, demonstrando que todos estão
em uma situação fática e jurídica semelhante, o que, em tese, autorizaria uma decisão
unitária da lide
A pessoa jurídica também pode impetrar ordem de habeas corpus, ainda que não esteja
regularmente constituída.
O Ministério Público também tem legitimidade para impetrar ordem de habeas corpus
(CPP, art. 654, caput). Se não há dúvidas quanto à legitimidade do Ministério Público para
a impetração de habeas corpus, é bom ressaltar que essa legitimação não afasta a
necessidade de se demonstrar o interesse de agir do Parquet em favor da liberdade de
locomoção do paciente.
Igual faculdade, porém, não assiste ao delegado de polícia e ao juiz de direito, em
relação aos quais, na qualidade de titulares dos cargos mencionados, não se reconhece
legitimidade para impetração do writ em favor de terceiros - nada impedindo,
evidentemente, que o façam na condição de pessoas físicas.
6.3. Coator
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apenas a autoridade pode abusar do poder que detém ou lhe é delegado, por outro a
ilegalidade pode ser cometida tanto pela autoridade quanto pelo particular.
É aquele que se volta contra ordem ilegal ou abuso de poder já perpetrados, cuja
coação concretizou-se (ou está em vias de se concretizar). Concedida a ordem de habeas
corpus, o juiz ou tribunal devem determinar a cessação da coação: se o paciente estiver
preso, deve ser expedido alvará de soltura, restaurando-se o direito de ir, vir e ficar, salvo
se por outro motivo deva o agente ser mantido na prisão; se o mandado de prisão ainda
não tiver sido cumprido, deve ser expedido contramandado de prisão.
Art. 660.
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se
por outro motivo dever ser mantido na prisão.
Art. 660.
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência
ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
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liberdade de locomoção já consumado ou à ameaça iminente de que ocorra esse
constrangimento, mas sim a potencialidade de que este constrangimento venha a ocorrer.
8. COMPETÊNCIA
Esquematizando:
COMPETÊNCIA PARA PACIENTE/COATOR PREVISÃO
JULGAMENTO CONSTITUCIONAL
Quando forem pacientes: Art. 102, I, d
- Presidente da República
- Vice-presidente da
República
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- Membros do Congresso
Nacional
- Ministros dos Tribunais
Superiores
- Procurador-Geral da
República
- Ministros de Estado
SUPREMO TRIBUNAL - Comandantes das Forças
FEDERAL Armadas
- Ministros do TCU
- Chefes de missão
diplomática
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- Membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos
Municípios
- Membros do Ministério
Público da União que
oficiarem perante Tribunais.
Quando for coator tribunal Art. 105, I, c
sujeito à jurisdição do
Superior Tribunal de
Justiça, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha,
do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a
competência da Justiça
Eleitoral
TRIBUNAIS REGIONAIS Quando for coator Juiz Art. 108, I, d
FEDERAIS Federal
Compete-lhes julgar Art. 109, VII
habeas corpus em matéria
criminal de sua competência
JUÍZES FEDERAIS ou quando o
constrangimento provier de
autoridade cujos atos não
estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição
Além da competência É posição consolidada no
ordinária para o julgamento âmbito do STF que compete
do habeas corpus, incumbe- ao Tribunal de Justiça do
TRIBUNAIS DE JUSTIÇA E lhes também o julgamento Estado e aos TRFs
TRIBUNAIS REGIONAIS do writ impetrado contra ato processar e julgar habeas
FEDERAIS de Turma Recursal dos corpus emanados das
Juizados Especiais Turmas Recursais do JEC.
criminais. Superada, assim, a Súmula
690 do STF.
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judiciária em cujos limites estiver ocorrendo a violência ou coação ilegal à liberdade de
locomoção.
Especial atenção deve ser dispensada à hipótese em que a autoridade coatora é órgão
do Ministério Público. Nesse caso, tem prevalecido o entendimento de que o habeas corpus
deve ser processado e julgado pelo Tribunal no qual o membro do Ministério Público tem
foro por prerrogativa de função.
9. PROCEDIMENTO
Requisitos:
a) O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação;
b) O nome de quem exerce a violência, coação ou ameaça, caso o constrangimento
seja perpetrado por particular, ou a função, em caso de autoridade pública;
c) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de
coação, as razões em que funda o seu temor: a peça acusatória deve demonstrar a
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ilegalidade da violência ou a iminência da coação à liberdade de locomoção por meio de
prova pré-constituída, porquanto vedada a dilação probatória no procedimento sumaríssimo
do habeas corpus. Além disso, na hipótese de habeas corpus preventivo, é indispensável
que a ameaça de constrangimento ao ius libertatis seja iminente e plausível. Isso porque,
não demonstrados atos concretos que possam causar, direta ou indiretamente, perigo ou
restrição à liberdade de locomoção de um paciente, mas apenas num plano hipotético (v.g.,
writ impetrado contra lei em tese), será inviável a utilização do habeas corpus.
d) A assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não
puder escrever, e a designação das respectivas residências.
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deverá ser concedida, ainda que não haja requerimento do impetrante nesse sentido. Afinal,
se aos juízes e tribunais é dado expedir de ofício ordem de habeas corpus (CPP, art. 654,
§ 2º), é evidente que podem conceder a liminar independentemente de provocação do
impetrante.
Essa regra, todavia, não é absoluta. De fato, de acordo com os próprios Tribunais
Superiores, o entendimento constante da súmula n° 691 do STF pode ser mitigado no caso
de flagrante teratologia, ilegalidade manifesta ou abuso de poder.
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A despeito dessa faculdade outorgada ao juiz, na prática é muito mais comum que o
juiz ou o tribunal solicitem informações por escrito à autoridade coatora (CPP, art. 662).
Esse pedido de informações, que pode ser dispensado quando o constrangimento ficar
evidenciado de plano, consiste em verdadeira contestação da autoridade coatora à suposta
ilegalidade ou abuso de poder.
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poderão ser interpostos contra decisões denegatórias e/ou concessivas da ordem de
habeas corpus.
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Referências:
Avena. Norberto Cláudio Pêncaro. Processo penal: esquematizado. 7.ª ed. Rio de
Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO, 2015.
Lima, Renato Brasileiro de Manual de processo penal: volume único - 7. ed. rev., ampl.
e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2019.
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