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COISA JULGADA
A coisa julgada é uma situação jurídica que torna indiscutível e imutável a norma
jurídica concreta da decisão. O que foi discutido não pode ser novamente decidido de outra
maneira e será estabilizada a decisão.
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
1.Objeção
A objeção é matéria de alegação da parte, mas que deve ser reconhecida de ofício
pelo juiz. Tem caráter de preliminar de mérito e normalmente quando acolhida dessa forma
extingue o processo sem resolução de mérito.
Quando se repete ação já definitivamente julgada, operada pela coisa julgada, diz-
se que se está diante de uma objeção de mérito, que o juiz pode reconhecer de ofício. O
mesmo vale para casos de litispendência, quando se repete ação idêntica em curso,
cabendo objeção que pode ser verificada de plano pelo juiz.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos
limites da questão principal expressamente decidida.
§1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida
expressa e incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso
de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
§2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias
ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão
prejudicial.
São cinco os pressupostos para que a coisa julgada se estenda para as questões
prejudiciais incidentais:
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a) a questão prejudicial deve ser examinada expressamente pelo juiz (esse
pressuposto também se estende para a questão principal);
b) a solução da questão prejudicial deve ser o fundamento da questão principal -
deve ser toda questão que poderia ter sido objeto de uma ação declaratória (poderia ter
sido questão principal em outro processo). Ex.: existência ou inexistência de uma relação
jurídica ou falsidade ou autenticidade de documento. A utilidade dessa regra do CPC/15 é
impedir que a questão prejudicial incidental seja rediscutida em processo posterior (pelo
CPC/73 era possível que o réu condenado a pagar alimentos posteriormente ajuizasse ação
negatória de paternidade - não mais admitido pelo CPC/15).
c) existência de contraditório efetivo (ausência de revelia) - a revelia não impede a
coisa julgada da questão principal, mas impede a da prejudicial incidental;
d) o Juízo deve ser competente para decidir a questão como se ela fosse principal.
Ex.: se o juiz federal condena o INSS e pagar pensão por morte a uma mulher por entender
que ela vivia em união estável com o falecido contribuinte, a decisão sobre a existência de
união estável não faz coisa julgada porque o juiz federal não é competente para determinar
esse fato como forma principal;
e) as restrições probatórias eventualmente existentes não podem impedir o
aprofundamento da análise da questão principal - somente ocorrerá coisa julgada sobre a
questão prejudicial incidental se ela puder ter sido amplamente debatida. Ex.: ações como
Mandado de Segurança tem limitação de cognição, portanto as questões prejudiciais
incidentais nele discutida não abarcam a coisa julgada.
6. Relação continuada
As sentenças proferidas em situacões “rebus sic stantibus”, como o caso da ação de
alimentos, não fazem coisa julgada material. O mesmo ocorre nas relações de trato
continuado, nos termos do artigo 505, inciso I do CPC:
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8. Pressupostos da coisa julgada
8.1. Existência de uma decisão judicial
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11.1. Nas ações de desapropriação
O STJ entendeu que sentenças dessa natureza nem sempre transitam em julgado,
visto que haveria um interesse público afetado à sociedade em corrigir distorções que
causem prejuízo ao erário, autorizando questionamentos ao título. A formação da coisa
julgada é afastada em nome do interesse público.
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