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PERGUNTAS E RESPOSTAS

DAS DÚVIDAS JURÍDICAS ENVIADAS VIA E-MAIL

BLOCO 03
Futuros Procuradores,
Visando o aprofundamento dos estudos, selecionamos neste arquivo as principais dúvidas enviadas
à nossa central (duvidaspgesp@aprovacaopge.com.br).
Acreditamos que isso facilitará e ajudará no estudo individual de cada aluno, uma vez que, muitas
vezes, a dúvida de um é a de muitos.
Ao longo da nossa preparação ficaremos elaborando materiais similares à estes.
Vamos juntos!

As dúvidas 01 até 44 constam nas compilações anteriores.

DÚVIDA 45

Prezados professores,

Bom dia!

Sobre a questão 03, pagina 185 do Simulado 02, Processo Civil:

03 - EXCLUSIVA @APROVACAOPGE – De acordo com o Novo Código de Processo Civil, ambos os


cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a um dos cônjuges ou de ato praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por ambos os cônjuges a bem da família, ou que tenha por objeto
o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os
cônjuges.
Estão corretos apenas:
a) I
b) II
c) I e III
d) II e III
e)Todos

A resposta apontada pelos senhores é letra A, ou seja, apenas o ítem I estaria correto. Contudo, ao
fazer a leitura do art. 73 do CPC 15 constatei que o ítem III também está correto, uma vez que
corresponde a texto literal do inciso IV do art. 73 do CPC.
Por favor, verifiquem se estou correta.... No caso a resposta seria letra C.
Obrigada!

Olá,
A assertiva III está equivocada.
É um detalhe difícil de perceber, mas questão letra de lei é assim mesmo.

Redação da assertiva: fundada em dívida contraída por ambos os cônjuges a bem da família.
Redação do NCPC: fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família.

DÚVIDA 46

Boa tarde!

Seria seguro dizer que, em se tratando do âmbito estadual, a assertiva da questão em anexo estaria errada,
tendo em vista a possibilidade de presidente do tj participar da sucessão provisória? Alguma jurisprudência
nesse sentido?

Att,

Olá,
A sua dúvida diz respeito à seguinte assertiva considerada correta pela FCC: "a disciplina normativa
sobre a sucessão no caso de vacância, nos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, cabe ser definida,
privativamente pelo Município, sendo lícita a adoção de regime diverso do adotado pela
Constituição Federal para a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
desde que a investidura do sucessor ocorra mediante processo eletivo."
Registro que essa questão da FCC é realmente polêmica, pois a restrição apontada (investidura do
sucessor ocorra mediante processo eletivo) não se extrai do precedente (leading casesobre o tema)
que nitidamente inspirou a assertiva, qual seja a ADI 3549.

Destaco a seguinte passagem conclusiva do voto da Min. Cármen Lúcia (relatora):


"Seguindo o quanto adotado nos precedentes deste Supremo Tribunal, é de se relevar, ainda, que a
norma questionada não se subsume ao princípio da simetria constitucional, revelado por meio da
obrigatoriedade de reprodução nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas municipais das
características dominantes no modelo federal. No caso, por se cuidar de matéria que envolve
preponderante interesse local, a constituição faculta aos Municípios estabelecer a ordem de
vocação sucessória nos casos de vacância dos cargos de prefeito e vice-Prefeito" (p. 9 do inteiro teor
da ADI 3549 - http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=492850).
Após a elaboração da questão mencionada, o STF voltou a analisar o tema em outro precedente,
que ficou assim ementado:
Agravo regimental no recurso extraordinário. Representação por inconstitucionalidade. Artigo 75
da Lei Orgânica do Município de Manaus-AM, que dispõe sobre os substitutos eventuais do prefeito
e vice-prefeito no caso de dupla vacância. Matéria que não se submete ao princípio da
simetria. Autonomia municipal. Entendimento não superado no julgamento do RE nº 317.574.
Precedentes. 1. A jurisprudência da Corte fixou-se no sentido de que a disciplina acerca da
sucessão e da substituição da chefia do Poder Executivo municipal põe-se no âmbito da
autonomia política do município, por tratar tão somente de assunto de interesse local, não
havendo dever de observância do modelo federal (ADI nº 3.549/GO, Relatora a Ministra Cármen
Lúcia, Tribunal Pleno, DJe de 31/10/07; ADI nº 678, Relator o Ministro Carlos Velloso, Tribunal
Pleno, DJ 19/12/02). 2. O precedente firmado no julgamento do RE nº 317.574 não teve o condão
de superar o entendimento jurisprudencial que lastreou a decisão agravada. Dentre os preceitos
reputados de reprodução obrigatória no mencionado precedente, não consta o art. 80 da
Constituição Federal, que estabelece as autoridades que entrarão no exercício da Presidência da
República na hipótese de impedimento ou vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da
República. Tal questão não foi sequer debatida no citado julgado. Tampouco é cabível se atribuir
interpretação extensiva ao citado precedente. 3. Agravo regimental não provido (RE 655.647 AgR,
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 11/11/2014).

A restrição apontada só aparece em um antigo precedente do STF analisando a Constituição do


Pará, na qual restou decidido pela impossibilidade de o Juiz de Direito figurar na linha sucessória do
prefeito. Mas perceba que o fundamento do STF para tanto se deu em razão de o Juiz de Direito ser
uma autoridade estadual que viria a substituir uma autoridade municipal, e não em razão da
ausência de "processo seletivo". Confira:
E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (...) SUCESSÃO E SUBSTITUIÇÃO DO
PREFEITO E DO VICE-PREFEITO DO MUNICÍPIO. - Não cabe, ao Estado-membro, sob pena de frontal
transgressão à autonomia constitucional do Município, disciplinar, ainda que no âmbito da própria
Carta Política estadual, a ordem de vocação das autoridades municipais, quando configuradas
situações de vacância ou de impedimento cuja ocorrência justifique a sucessão ou a substituição
nos cargos de Prefeito e/ou de Vice-Prefeito do Município. A matéria pertinente à sucessão e à
substituição do Prefeito e do Vice-Prefeito inclui-se, por efeito de sua natureza mesma, no domínio
normativo da Lei Orgânica promulgada pelo próprio Município. - Não se reveste de validade
jurídico-constitucional, por ofensiva aos postulados da autonomia do Município (CF, arts. 29 e 30)
e da separação de poderes (CF, art. 2º c/c o art. 95, parágrafo único, I), a norma, que, embora
inscrita na Constituição do Estado-membro, atribui, indevidamente, ao Juiz de Direito da
comarca, que é autoridade estadual, a condição de substituto eventual do Prefeito
Municipal. (ADI 687, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 02/02/1995).

Enfim, principalmente nessa fase pré-prova, o ideal é não se preocupar tanto com esses temas
muito controvertidos e com questões polêmicas de algumas bancas, pois isso pode lhe tomar
tempo precioso na preparação. Com raras exceções (como essa da FCC), as provas objetivas
geralmente cobram o básico (lei seca + jurisprudência recente de informativo) sem muito muito
aprofundamento e reflexão. Por isso é importante não tentar extrapolar muito nessa fase da
preparação, pois por mais interessantes que sejam as discussões, o edital é enorme e a cobrança
será, na esmagadora maioria das questões, do básico. O sucesso na prova objetiva depende dessa
consciência de que o examinador, via de regra, não irá te exigir nada além do básico, de modo que
você tem que saber MUITO bem o básico, mas só ele também, sem se preocupar tanto com o
aprofundamento em questões controvertidas.

Nesse contexto, para a prova da PGE-SP, recomendo duas providências simples:


1) seguir a literalidade do texto da Constituição Estadual sobre a ordem de sucessão em caso de
vacância do governador e do vice;
2) saber que a ordem de sucessão em caso de vacância do chefe do executivo estadual e
municipal não está sujeita ao princípio da simetria constitucional com a regra do artigo 80 da CF.
Fazendo isso, você estará blindado em eventual questão objetiva sobre o tema.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 47

Prezados:

Gostaria de saber se com a previsão do "pré-questionamento ficto" no art. 1.025 do CPC/15 a


súmula 211 do STJ está prejudicada?

Abs,

Olá,
Sim, predomina na doutrina o entendimento de que o artigo 1.025 do NCPC supera o
entendimento consolidado na súmula 211 do STJ.
No entanto, atente-se para a questão do direito intertemporal:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535
DO CPC/1973. ALEGAÇÃO GENÉRICA. ARGUMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF.
APLICABILIDADE. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO DAS MATÉRIAS INVOCADAS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 211 DO STJ. APLICAÇÃO DA REGRA PREVISTA NO ART. 1.025 DO CPC/2015.
PREQUESTIONAMENTO FICTO. INVIABILIDADE. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 2/2016.
APLICAÇÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DO CPC/1973. JULGAMENTO EXTRA
PETITA. BROCARDOS MIHI FACTUM DABO TIBI IUS E IURIA NOVIT CURIA. INTERPRETAÇÃO LÓGICO-
SISTEMÁTICA DA CAUSA DE PEDIR E PEDIDO. MODIFICAÇÃO DA CONCLUSÃO DO TRIBUNAL A QUO.
REEXAME DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7 DO STJ. (...) 2. Extrai-
se do acórdão recorrido que os dispositivos legais apontados como violados e as matérias a eles
correlatas não foram objeto de apreciação pelo Tribunal de origem, nem sequer implicitamente.
Desse modo, carece o tema do indispensável prequestionamento viabilizador do recurso especial,
razão pela qual não merece ser apreciado. Aplicação do óbice fundado na Súmula 211 do STJ.
3. O Superior Tribunal de Justiça possui precedente, fixado em caso semelhante a dos autos, no
sentido de que "não há se falar em prequestionamento ficto, nos termos do art. 1.025 do CPC/2015,
porquanto o acórdão combatido foi publicado na vigência do CPC/73. Incidência do Enunciado
Administrativo 2/2016, do STJ: "Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a
decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade
na forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça" (AgInt no AREsp 1.012.918/SP, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda
Turma, DJe 4/5/2017). (AgInt no AREsp 1063177/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 08/08/2017, DJe 15/08/2017)

Todavia, na jurisprudência, a questão é controvertida. Há jurisprudência defensiva do STJ pela


subsistência da Súmula 211 mesmo diante da regra do artigo 1.025, confira:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INVENTÁRIO. - LIQUIDAÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
LIMITADA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS PROPORCIONAIS ÀS COTAS INVENTARIADAS -
HERDEIROS SÓCIOS EM CONDOMÍNIO - CABIMENTO - PRESCRIÇÃO DO DIREITO - NÃO
OCORRÊNCIA. (...)
04. A admissão de prequestionamento ficto (art. 1.025 do CPC/15), em recurso especial, exige
que no mesmo recurso seja indicada violação ao art. 1.022 do CPC/15,
para que se possibilite ao Órgão julgador verificar a existência do vício inquinado ao acórdão, que
uma vez constatado, poderá dar ensejo à supressão de grau facultada pelo dispositivo de lei.
(REsp 1639314/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/04/2017,
DJe 10/04/2017).
Diante da controvérsia em torno do tema, não acredito em sua cobrança aprofundada na fase
objetiva.
Assim, recomendo a seguinte postura:
Caindo a literalidade do artigo 1.025, assinale correta.
Caindo a literalidade da Súmula 211, também assinale correta (ela não foi formalmente cancelada
pelo STJ).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 48

Prezados, por favor, surgiu uma dúvida referente ao prazo para resposta em procedimentos
administrativos, que segundo o material apresenta que é de 30 dias, segundo a lei 9484/95 (art. 49
e 59§ 1º)

Assim, esse prazo para resposta no âmbito do estado de SP seria o de 120 dias, conforme art. 33 da
lei 10177/98 ?

Att.,

Olá,
O seu raciocínio está correto.
Predomina o entendimento de que a Lei n. 9.784/99 se aplica apenas à esfera federal.
Assim, o processo administrativo estadual se regula pela Lei n. 10.177/98 e o prazo máximo para
decisão de requerimentos apresentados à Administração estadual será de 120 dias (art. 33).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 49

Boa noite!

Caso a casa revisora, no processo legislativo, realize alteração ao projeto de lei, essa poderá ser
rejeitada pela casa inicial independentemente do tipo de emenda, ou apenas se for substitutiva?
Att,

Olá,
A casa iniciadora pode rejeitar a emenda da casa revisora, independente da espécie de emenda.
Transcrevo trecho da doutrina que explica com detalhes a situação:
Terceira opção que pode ocorrer é, depois de aprovado na casa iniciadora, o projeto de lei é
emendado na casa revisora. São as chamadas emendas parlamentares, que podem adotar
características bem diversas: é possível emenda aditiva (que acrescenta dispositivos no
projeto); supressiva (que retira normas do projeto); emenda aglutinativa (que funde dispositivos
diversos do projeto); emenda substitutiva (substitui a norma por outra);emenda de redação (que
apenas altera a redação da norma, sem mudar substancialmente seu conteúdo). Nesse caso, feitas
emendas pela casa revisora ao projeto de lei aprovado pela casa iniciadora, o projeto de lei voltará
para a casa iniciadora para apreciação dessas emendas. É o que está disposto no artigo 65,
parágrafo único da Constituição Federal: “sendo o projeto emendado, voltará à Casa Iniciadora”.
Importante: na apreciação dessas emendas, prevalecerá a vontade da casa iniciadora. Assim, se a
casa iniciadora entender que as emendas da casa revisora são impertinentes, poderá rejeitar
todas elas.Nessa hipótese, o projeto de lei será aprovado sem a participação efetiva da casa
revisora. Por essa razão, como afirmamos anteriormente, no processo de elaboração de uma lei
ordinária (mas isso também se aplica para a maioria das outras normas, exceto a emenda
constitucional), a Casa Revisora tem poderes reduzidos, se comparados aos da casa iniciadora.
Como, em regra, o Senado é a casa revisora, tem ele, no processo legislativo ordinário, poderes
relativamente menores que os da Câmara, que costuma dar a palavra final na aprovação da lei
ordinária.
Por fim, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, se a emenda feita pela casa
revisora não alterar o conteúdo da norma, sendo uma mera emenda de redação, não será
necessário regressar à casa iniciadora, podendo partir para a próxima etapa (em se tratando de lei
ordinária, sanção ou veto presidencial). Nesse sentido: “O parágrafo único do art. 65 da CF só
determina o retorno do projeto de lei à Casa iniciadora se a emenda parlamentar introduzida
acarretar modificação no sentido da proposição jurídica” (ADI 2.238 MC, rel. Min. Ayres Britto).
(MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: editora RT, 2017).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 50

Bom dia Pessoal,

Em relação ao assunto da imunidade da música nacional, a mesma é considerada subjetiva ou


objetiva? No caso de um estrangeiro realizar uma obra de música nacional ele é imune?

Eu pesquisei o tema, mas acabei ficando com mais dúvida ainda.

Att,

Olá
São dois os requisitos para a imunidade em favor da produção musical:
- produção no Brasil; e
- conter obras de autoria brasileira brasileiros ou interpretadas por artistas brasileiros;

Assim, haverá imunidade na hipótese de um cantor estrangeiro interpretar uma musica de autoria
brasileira e a produção se der no Brasil.
Observo que, na sua pergunta, você omitiu um dos requisitos (produção no brasil). Então atente-se
a isso também.
Para a corrente majoritária, essa imunidade é objetiva, pois recai sobre a própria coisa
(os fonogramas e videofonogramas musicais, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais
que os contenha).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 51

Boa noite.
Estou com uma dúvida, na execução fiscal há prazo para que o ente público requeira a substituição
do bem penhorado assim como há para execução no CPC? Lendo o livro do Guilherme Freire não
percebi essa questão.
Caso não haja prazo, a substituição da penhora pode se dar a qualquer tempo?
Obrigada

Olá,
Não há prazo para que o ente público requeira a substituição com base no artigo 15, II, da LEF.
A partir da sua dúvida, me permita reforçar um ponto importante sobre o tema. Lembre-se que STJ
tem entendimento consolidado no sentido de que "Em sede de execução fiscal, o reforço ou
substituição da penhora não pode ser determinado de ofício pelo juiz, ao fundamento de
insuficiência do bem constrito".

No mais é isso. Reforço que, em tema de execução fiscal, é muito importante saber a literalidade da
LEF e a jurisprudência do STJ.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 52

Boa noite!

Qual seria a diferença prática entre embargos à execução fiscal e ação anulatória?

Os embargos permitem uma defesa mais abrangente?

Na ação anulatoria o efeito suspensivo pode ser concedido sem os requisitos da tutela de urgência?

Att,
Olá,
A diferença prática é o fato de os embargos terem como pressuposto de sua admissibilidade o
oferecimento de garantia à execução.
Por sua vez, tal pressuposto não existe na ação anulatória, na forma da Súmula Vinculante 28 do
STF: "é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário".
Em contrapartida, a ação anulatória não vai suspender a execução fiscal, salvo se for garantida a
execução, como deixa claro o seguinte precedente do STJ:
Ação anulatória. Execução fiscal. É de direito constitucional do devedor (direito de ação) o
ajuizamento da ação anulatória do lançamento fiscal. Esse direito pode ser exercido antes ou depois
da propositura do executivo fiscal, não obstante o rito da execução prever a ação de embargos do
devedor como hábil a desconstituir a obrigação tributária exigida judicialmente pela Fazenda. Os
embargos à execução não são o único meio de insurgência contra a pretensão fiscal na via judicial,
pois existe também a via ordinária, as ações declaratórias e anulatórias, bem como a via
mandamental. Porém, se a ação anulatória busca suspender a execução fiscal ao assumir o papel
dos embargos, é necessário que seja acompanhada do depósito integral do montante do débito
exequendo, pois, ao ostentar presunção de veracidade e legitimidade (art. 204 do CTN), o crédito
tributário tem sua exigibilidade suspensa nos limites do art. 151 do referido código. (REsp
1.030.631/SP, rel Min. Luiz Fux, j. 08.09.2009).
Sintetizando todo o explicado é o conteúdo da ementa deste julgado do STJ:
Execução fiscal. Anulatória. Prazo. Embargos. Cuida-se de recurso especial em que o município
recorrente aponta ser inadmissível o executado ajuizar ação anulatória após o transcurso do prazo
para oposição dos embargos à execução e ser impossível a aplicação da teoria da causa “madura”
porque a controvérsia dos autos demanda a análise de matéria de prova. Explica o Min. relator que
o ajuizamento da ação anulatória de lançamento fiscal é direito do devedor (direito de ação)
insuscetível, portanto, de restrição, podendo ser exercido antes ou depois da propositura da ação
exacional, não obstante o rito previsto nesses casos ser o da ação de embargos do devedor como
instrumento hábil à desconstituição da obrigação tributária, cuja exigência já é exercida
judicialmente pela Fazenda. Aponta que a diferença entre a ação anulatória e a de embargos à
execução é a possibilidade de suspensão dos atos executivos até seu julgamento. Assim, na ação
anulatória, para que haja suspensão do executivo fiscal, assumindo a mesma natureza dos
embargos à execução, é necessário o depósito do valor integral do débito exequendo (art. 151 do
CTN). Nesse caso, ostenta o crédito tributário o privilégio da presunção de sua legitimidade (art. 204
do CTN). Ressalta ainda que, no caso dos autos, o pedido de ação anulatória não teve a pretensão
de suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas de desconstituir lançamentos tributários
eivados de ilegalidade. Daí haver lícito exercício do direito subjetivo de ação. Por fim, o Min. relator
considerou que, quanto à controvérsia sobre a necessidade de produção probatória, que inviabiliza
a aplicação do art. 515, § 3.º, do CPC [1973], ela encontra óbice na Súmula 7 do STJ. Diante do
exposto, a Turma conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento (REsp
1.136.282/SP, rel. Min. Luiz Fux, j. 03.12.2009).
Quanto à sua última dúvida, a questão foi decidida pelo STJ em sede de recursos repetitivos, sendo
o posicionamento a ser seguido em provas:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO
CPC. APLICABILIDADE DO ART. 739-A, §1º, DO CPC ÀS EXECUÇÕES FISCAIS. NECESSIDADE DE
GARANTIA DA EXECUÇÃO E ANÁLISE DO JUIZ A RESPEITO DA RELEVÂNCIA DA ARGUMENTAÇÃO
(FUMUS BONI JURIS) E DA OCORRÊNCIA DE GRAVE DANO DE DIFÍCIL OU INCERTA REPARAÇÃO
(PERICULUM IN MORA) PARA A CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS DO
DEVEDOR OPOSTOS EM EXECUÇÃO FISCAL.
1. A previsão no ordenamento jurídico pátrio da regra geral de atribuição de efeito suspensivo aos
embargos do devedor somente ocorreu com o advento da Lei n. 8.953, de 13, de dezembro de 1994,
que promoveu a reforma do Processo de Execução do Código de Processo Civil de 1973 (Lei n. 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 - CPC/73), nele incluindo o §1º do art. 739, e o inciso I do art. 791.
2. Antes dessa reforma, e inclusive na vigência do Decreto-lei n.
960, de 17 de dezembro de 1938, que disciplinava a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda
Pública em todo o território nacional, e do Código de Processo Civil de 1939 (Decreto-lei n.
1.608/39), nenhuma lei previa expressamente a atribuição, em regra, de efeitos suspensivos aos
embargos do devedor, somente admitindo-os excepcionalmente. Em razão disso, o efeito
suspensivo derivava de construção doutrinária que, posteriormente, quando suficientemente
amadurecida, culminou no projeto que foi convertido na citada Lei n. 8.953/94, conforme o
evidencia sua Exposição de Motivos - Mensagem n. 237, de 7 de maio de 1993, DOU de 12.04.1994,
Seção II, p. 1696.
3. Sendo assim, resta evidente o equívoco da premissa de que a LEF e a Lei n. 8.212/91 adotaram a
postura suspensiva dos embargos do devedor antes mesmo de essa postura ter sido adotada
expressamente pelo próprio CPC/73, com o advento da Lei n. 8.953/94, fazendo tábula rasa da
história legislativa.
4. Desta feita, à luz de uma interpretação histórica e dos princípios que nortearam as várias
reformas nos feitos executivos da Fazenda Pública e no próprio Código de Processo Civil de 1973,
mormente a eficácia material do feito executivo a primazia do crédito público sobre o privado e a
especialidade das execuções fiscais, é ilógico concluir que a Lei n. 6.830 de 22 de setembro de 1980 -
Lei de Execuções Fiscais - LEF e o art. 53, §4º da Lei n.
8.212, de 24 de julho de 1991, foram em algum momento ou são incompatíveis com a ausência de
efeito suspensivo aos embargos do devedor. Isto porque quanto ao regime dos embargos do
devedor invocavam - com derrogações específicas sempre no sentido de dar maiores garantias ao
crédito público - a aplicação subsidiária do disposto no CPC/73 que tinha redação dúbia a respeito,
admitindo diversas interpretações doutrinárias.
5. Desse modo, tanto a Lei n. 6.830/80 - LEF quanto o art. 53, §4º da Lei n. 8.212/91 não fizeram a
opção por um ou outro regime, isto é, são compatíveis com a atribuição de efeito suspensivo ou não
aos embargos do devedor. Por essa razão, não se incompatibilizam com o art. 739-A do CPC/73
(introduzido pela Lei 11.382/2006) que condiciona a atribuição de efeitos suspensivos aos
embargos do devedor ao cumprimento de três requisitos: apresentação de garantia; verificação
pelo juiz da relevância da fundamentação (fumus boni juris) e perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação (periculum in mora).
6. Em atenção ao princípio da especialidade da LEF, mantido com a reforma do CPC/73, a nova
redação do art. 736, do CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 - artigo que dispensa a garantia como
condicionante dos embargos - não se aplica às execuções fiscais diante da presença de dispositivo
específico, qual seja o art. 16, §1º da Lei n. 6.830/80, que exige expressamente a garantia para a
apresentação dos embargos à execução fiscal.
7. Muito embora por fundamentos variados - ora fazendo uso da interpretação sistemática da LEF e
do CPC/73, ora trilhando o inovador caminho da teoria do "Diálogo das Fontes", ora utilizando-se de
interpretação histórica dos dispositivos (o que se faz agora) - essa conclusão tem sido a alcançada
pela jurisprudência predominante.
8. Superada a linha jurisprudencial em sentido contrário.
9. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ
n. 8/2008. (REsp 1272827/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 22/05/2013, DJe 31/05/2013)
Assim, em ambas os casos, para a concessão do efeito suspensivo, faz-se necessário apresentação
de garantia, fumus boni juris e periculum in mora.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 53

Boa tarde.

Qdo foi instituída a DPE foi dada a possibilidade dos procuradores optarem pela escolha em ficar na
PGE ou ir para DPE... Essa possibilidade de escolha é constitucional? Essa mudança não seria
vedada? Ou dada às atribuições até então exercidas pela PGE não haveria essa incompatibilidade
em razão de serem similares às atribuições da DPE?

Obrigada

Olá,
Essa questão foi enfrentada na ADI 3720, assim ementada:
DEFENSORIA PÚBLICA - PROCURADORES DO ESTADO - OPÇÃO. É constitucional lei complementar
que viabiliza a Procuradores do Estado a opção pela carreira da Defensoria Pública quando o
cargo inicial para o qual foi realizado o concurso englobava a assistência jurídica e judiciária aos
menos afortunados. (ADI 3720, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
31/10/2007, DJe-055 DIVULG 27-03-2008 PUBLIC 28-03-2008 EMENT VOL-02312-02 PP-00323
LEXSTF v. 30, n. 354, 2008, p. 109-130).
Não acho necessário para fins de prova objetiva, mas caso você queira se aprofundar na discussão
do tema e compreender o que aconteceu quando da criação da DPE-SP segue o link para o inteiro
teor do acórdão: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=516781 .
Em síntese, o STF entendeu que como o concurso para a PGE-SP englobava as atividades de
assistência jurídica, o desmembramento das carreiras seria possível sem que configurasse ofensa
ao princípio do concurso público.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 54

Pessoal, boa tarde,


Estou com uma dúvida de processo civil, e gostaria da ajuda de vocês.
Reza o artigo 331, pár. 2 do CPC:
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)
dias, retratar-se.
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
Mina dúvida é sobre o termo inicial da contagem de prazo para contestação nessa hipótese. Em
que pese o artigo claramente dizer que inicia-se o prazo da intimação do retorno dos autos, a
norma pressupõe também a observância do art. 334, que trata da necessidade da intimação para
audiência de conciliação ou mediação prévias.
Ocorre que, como regra, o prazo para contestação conta-se da audiência, quando ela ocorrer.
Como fica nesse caso, o réu vai contestar tendo como prazo inicial a intimação do retorno dos
autos ou a conciliação infrutífera? Ou ainda uma terceira hipótese: se não houver interesse pela
conciliação, conta-se da intimação, se houver interesse e essa for infrutífera, conta-se da audiência?
Esse artigo é muito confuso.
Aguardo o retorno.
Obrigado!

Olá,

A sua dúvida é pertinente e é respondida de maneira bem objetiva pela Tereza Arruda Alvim
Wambier, confira:
2.1. Se o Tribunal reformar a decisão, determinando que os autos retornem ao juízo a quo,
porque a inicial não deveria ter sido indeferida, o prazo para o réu responder começará a contar
do dia seguinte ao da intimação do retorno dos autos, mas deve-se ter em mente que, não
havendo manifestação expressa do autor e do réu, no sentido de que não desejam a
autocomposição, será marcada a audiência de conciliação e mediação. Neste caso, o prazo
começará a contar da última sessão de conciliação ou mediação, ou da audiência de
conciliação quando a parte não tiver comparecido ou, apesar de terem ambas comparecido, não
tiver havido acordo. 2.2. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado
da sentença (Primeiros comentários ao Novo Código de Processo Civil).
Ou seja, trata-se de terceira hipótese por você aventada.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 55

Boa noite! Qual o entendimento relativo às condições da ação que predomina após o NCPC, o de
que elas continuam existindo apesar de não serem mais nomeadas assim ou de que elas não
existem mais e se tornaram pressupostos processuais? A adoção de uma posição em detrimento da
outra tem alguma implicação prática? Obrigado

A doutrina é completamente dividida nesse tema. Não há posição que predomine.


O certo (e importante) é que, apesar de o NCPC não usar o termo "condições da ação", afirma-se
que para se postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade (art. 17).
Para fins de prova, o nome a ser dado a esses elementos (condições da ação, requisitos,
pressupostos etc) é irrelevante. O importante é saber que a ausência desses de um desses
elementos ensejará a extinção do processo sem análise do mérito, na forma do artigo 485, VI, do
CPC.
Obviamente, a sobrevivência ou não do instituto jurídico das condições da ação (e os argumentos
para cada lado) é um importante debate teórico travado pelos processualistas. Mas é uma
discussão a ser travada pela academia, sendo irrelevante para fins de prova diante de reduzida
probabilidade que alguma questão de concurso aborde um tema sem o menor consenso
acadêmico.
Assim, sugiro que o seu foco se limite a saber da existência da controvérsia (sem posição
majoritária ainda), da literalidade do artigo 17 e das consequências da ausência desses elementos
(art. 485).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 56

Bom dia!

Surgiu uma dúvida sobre estabilização dos efeitos da tutela.

Se por exemplo um juiz concede uma tutela em juizado especial civel, aonde nao cabe recurso de
decisao interlocutória, e posteriormente ele venha a extinguir o processo sem resolução do mérito,
sem contudo, se manifestar acerca da tutela, ela perde a eficácia ou ocorre estabilização se a outra
parte não tomar alguma providênvia?

Obrigado

Olá,
Justamente pela situação por você vislumbrada (inexistência de recurso de decisão interlocutória),
predomina o entendimento de que a estabilização é efeito incompatível com os juizados especiais.
É nesse sentido o enunciado 163 do FONAJE:
ENUNCIADO 163 - Os procedimentos de tutela de urgência requeridos em caráter antecedente,
na forma prevista nos arts. 303 a 310 do CPC/2015, são incompatíveis com o Sistema dos Juizados
Especiais.
(http://www.cnj.jus.br/corregedoriacnj/redescobrindo-os-juizados-especiais/enunciados-
fonaje/enunciados-civeis).

Não acho necessário se aprofundar no tema para a prova objetiva, pois, diante da polêmica, é
improvável a cobrança do assunto para além da literalidade das normas.
No entanto, caso tenha curiosidade, este artigo aborda bem as posições sobre o
assunto: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI240313,31047-
A+tutela+de+urgencia+em+carater+antecedente+no+sistema+dos+Juizados

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 57

Olá! Tenho duas dúvidas no que diz respeito ao cumprimento de sentença e o NCPC:
1) A súmula 517 do STJ ("são devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou
não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada") é aplicável à Fazenda Pública?

2) No material da semana 05 (rodada 29, referente ao Direito Administrativo) há um comentário do


"Dizer o Direito" em que se observa o seguinte: "Para que o devedor apresente impugnação é
indispensável a garantia do juízo, ou seja, é necessário que haja penhora, depósito ou caução? SIM.
A garantia do juízo constitui condição para a própria apresentação de impugnação ao cumprimento
de sentença, e não apenas para sua apreciação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.265.894-RS, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 11/6/2013 (Info 526)".

Gostaria de saber se esse entendimento ainda é aplicável, digo, se ainda é necessária a garantia do
juízo como condição para a apresentação da impugnação, tendo em vista que, nos termos do art.
525 do NCPC, observa-se que o executado terá o prazo de 15 dias, após o esgotamento do prazo
para pagamento voluntário, para, independentemente de penhora ou nova intimação, apresentar
impugnação. Pelo que eu entendi, no NCPC a garantia do juízo só se faz necessária quando do
pedido de suspensão do cumprimento de sentença (art. 525, § 6º), não se tratando de condição
para apresentação de defesa – por isso a minha dúvida no que diz respeito ao julgado acima.

Desde já obrigada,

Olá,
1) Não. A súmula não incide em razão do artigo 1-D da Lei n. 9.494/97 e do artigo 85, §7º, do NCPC,
que assim dispõem: "não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas
execuções não embargadas" e "não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra
a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada".
2) Há um erro no material. Parabéns pela atenção. Será elaborada uma errata no item. Com efeito,
no NCPC, não é necessária a garantia do Juízo para que o devedor apresente impugnação (art. 525).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 58

No que diz respeito à alternativa "a", não entendo que a mesma esteja totalmente errada. Isto
porque, o parágrafo único do art. 84, da CF, possibilita a delegação, pelo Presidente da República,
aos Ministros de Estado, PGR e AGU, dentre outras, da edição de "decretos autônomos", conforme
previsto no inciso VI, alíneas "a" e "b", do referido art. 84, da CF. Assim, por delegação do
Presidente da República, os Ministros de Estado podem sim, nas hipóteses delineadas no inciso VI,
art. 84, editar atos normativos de caráter primário.

Obrigada.

Olá,
O CESPE se inspirou no seguinte precedente do STF para considerar incorreta a assertiva A:
"O poder regulamentar deferido aos ministros de Estado, embora de extração constitucional, não
legitima a edição de atos normativos de caráter primário, estando necessariamente subordinado,
no que concerne ao seu exercício, conteúdo e limites, ao que prescrevem as leis e a CR. A
competência regulamentar deferida aos ministros de Estado, mesmo sendo de segundo grau,
possui inquestionável extração constitucional (CF, art. 87, parágrafo único, II), de tal modo que o
poder jurídico de expedir instruções para a fiel execução das leis compõe, no quadro do sistema
normativo vigente no Brasil, uma prerrogativa que também assiste, ope constitutionis, a esses
qualificados agentes auxiliares do chefe do Poder Executivo da União. As instruções
regulamentares, quando emanarem de ministro de Estado, qualificar-se-ão como regulamentos
executivos, necessariamente subordinados aos limites jurídicos definidos na regra legal a cuja
implementação elas se destinam, pois o exercício ministerial do poder regulamentar não pode
transgredir a lei, seja para exigir o que esta não exigiu, seja para estabelecer distinções onde a
própria lei não distinguiu, notadamente em tema de direito tributário." (ADI 1.075-MC, rel.
min. Celso de Mello, julgamento em 17-6-1998, Plenário, DJ de 24-11-2006.)

Eu entendo o seu argumento dos decretos autônomos e ele faz certo sentido, mas a questão está
blindada por ter sido baseada em precedente específico do STF afirmando o contrário.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 59

Boa Tarde Pessoal,


Em relação à instituição da previdência complementar para os funcionários do Estado de São Paulo,
e especialmente a questão do teto igual ao RGPS. No caso do servidor que entrou no serviço
público antes dos acordos assinados pelos poderes para dar viabilidade à Lei da previdência
complementar, mas que trocou de cargo por meio de concurso após a aplicação da previdência
complementar, como fica? Ele automaticamente entra no novo cargo com o limite de
aposentadoria do teto do RGPS e a opção da previdência complementar ou não, em razão de já
possuir vínculo estatutário antes?
Obrigado!

Olá,
A sua dúvida foi solucionada pelo TJSP na ADI 2165511-31.2014.8.26.0000 sobre o sistema de
previdência complementar do Estado de São Paulo. Confira:
1-artigo 38 da lei 14.653/2011 (inconstitucional frente ao artigo 126, parágrafo 14 da Constituição
Estadual). A vinculação do servidor ao sistema de Previdência complementar se dará a partir do
ato de instituição do respectivo sistema, quando então os planos de benefícios estariam
disponíveis (a partir da publicação dos convênios de adesão da SPPREVCOM com as respectivas
instituições estaduais, onde estariam estabelecidos os benefícios – 2013). 2- artigo 1, parágrafo 1
da lei 14.653/2011 (inconstitucional frente ao artigo 126, parágrafo 16 da Constituição
Estadual). Aplicabilidade do regime anterior (RPPS) aos servidores que ingressaram em outros
entes, antes da constituição do sistema, e que migraram para o serviço público do Estado de São
Paulo após a instituição do Sistema de Previdência Complementar (2013), pela observância do já
existente sistema de compensação das contribuições realizadas entre os diversos sistemas de
Previdência.
Ou seja, apenas quem se tornou servidor público (em qualquer ente) após os planos de benefícios
estarem disponíveis (2013) é que estão vinculados ao sistema de previdência complementar.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 60

Professores, uma dúvida sobre irretroatividade e fatos geradores pendentes: o 105 do CTN fala que
a legislação só se aplica pra fatos geradores futuros e pendentes, mas o Vade Mecum da Rideel fala
que esse artigo não foi recepcionado pela CF (art. 159, III, "a"). Afinal, essa questão da legislação se
aplicar aos fatos geradores pendentes está valendo?

A polêmica doutrinária está em saber o que são os fatos geradores pendentes.


Dependendo de o que cada doutrinador considera como sendo fato gerador pendente ele irá
entender pela recepção ou não do artigo 105 nessa parte.
Vou transcrever duas posições doutrinárias para você compreender a discussão:

Pela não recepção do artigo 105:


"A rigor, a norma do art. 105, que admite a aplicação da lei ao fato gerador pendente, não foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988, porque configura evidente hipótese de
retroatividade no que diz respeito aos elementos de fato já consumados" (MACHADO, Hugo de
Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 100).
Pela recepção do artigo 105:
"Fato gerador pendente é apenas fato sujeito a condição suspensiva que ainda não se deu; é fato
futuro. O artigo 105 do Código Tributário Nacional, não se aplica aos tributos de período (DERZI,
Misabel, em nota atualizadora de Aliomar Baleeiro).

Ou seja, a recepção ou não do artigo 105 depende da definição de o que é o fato gerador
pendente, conforme explica Leandro Paulsen:
"A questão do fato gerador pendente não se identifica com a problemática dos fatos geradores de
período (ou complexos) e de como se comportam frente ao princípio da irrretroatividade. De fato, o
próprio artigo 105 do CTN diz o que entende por fato gerador pendente, remetendo ao art. 116,
que, por sua vez, é complementado pelo artigo 117 do CTN, que esclarece quando se reputam
perfeitos e acabados os atos ou negócios jurídicos sujeitos à condição. (...) Entendêssemos que o art.
105 estivesse se referindo aos fatos gerados complexos, seria, efetivamente, inconstitucional, pois a
aplicação da lei nova a todo período já decorrido em parte é incompatível com o artigo 150, III, a, da
CRFB de 1988" (PAULSEN, Leandro. Constituição e Código Tributário Comentado. São Paulo:
Saraiva, 2017, p. 899).

Em conclusão, como se portar em prova de concurso diante da discussão? Adote a literalidade do


CTN.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 61
Bom dia Pessoal,
Aqui no Estado está uma celeuma sobre projetos de leis para tentar tirar o Estado do fundo do
poço e como concurseiro fica vendo perguntas de prova em tudo, questiono.

Uma Lei Estadual que vise isenção de ICMS para aquisição de veículos tipo ambulância para pessoas
jurídicas de direito público não seira inconstitucional, por necessitar de convênio da Confaz? Vi uma
decisão bem antiga do STF nesse sentido(informativo 289/2002)...Sei também que no Estado de
São Paulo já tem lei semelhante.
Obrigado antecipadamente :)

Olá,
Como você bem mencionou, o STF tem infinitos precedentes afirmando que somente mediante
convênio do CONFAZ podem os Estados conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais
relacionados ao ICMS, em razão do disposto no artigo 155, §2º, XII, g, da CF.
No entanto, há um precedente do STF, que é essencial se conhecer, no qual se permitiu a isenção
mesmo sem convênio do CONFAZ. Trata-se da ADI 3.421, assim ementada:
ICMS - SERVIÇOS PÚBLICOS ESTADUAIS PRÓPRIOS, DELEGADOS, TERCEIRIZADOS OU PRIVATIZADOS
DE ÁGUA, LUZ, TELEFONE E GÁS - IGREJAS E TEMPLOS DE QUALQUER CRENÇA - CONTAS -
AFASTAMENTO - "GUERRA FISCAL" - AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO. Longe fica de exigir consenso
dos Estados a outorga de benefício a igrejas e templos de qualquer crença para excluir o Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços nas contas de serviços públicos de água, luz, telefone e
gás. (ADI 3421, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 05/05/2010, DJe-096
DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-01 PP-00126 RDDT n. 180, 2010, p. 199-
201 RSJADV set., 2010, p. 42-44 LEXSTF v. 32, n. 378, 2010, p. 85-90 RT v. 99, n. 900, 2010, p. 150-
153).
No informativo 585 o julgado foi assim resumido:
Igrejas e Templos: Proibição da Cobrança de ICMS. O Tribunal julgou improcedente pedido
formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Governador do Estado do Paraná
contra a Lei 14.586/2004, da mesma unidade federativa, que “proíbe a cobrança de ICMS nas
contas de serviços públicos estaduais a igrejas e templos de qualquer culto”, desde que o imóvel
esteja comprovadamente na propriedade ou posse destes e sejam usados para a prática
religiosa. Salientou-se que a proibição de introduzir-se benefício fiscal, sem o assentimento dos
demais Estados, teria como objeto impedir competição entre as unidades da Federação e que isso
não se daria na espécie. Asseverou-se que, na hipótese, a disciplina não revelaria isenção alusiva
a contribuinte de direito, a contribuinte que estivesse no mercado, e sim a contribuintes de fato,
de especificidade toda própria, isto é, igrejas e templos, observando-se, ademais, que tudo
ocorreria no tocante ao preço de serviços públicos e à incidência do ICMS. Entendeu-se estar-se
diante de opção político-normativa possível, não cabendo cogitar de discrepância com as balizas
constitucionais relativas ao orçamento, sendo irrelevante o cotejo buscado com a Lei de
Responsabilidade Fiscal, isso presente o controle abstrato de constitucionalidade. Concluiu-se que,
no caso, além da repercussão quanto à receita, haveria o enquadramento na previsão da primeira
parte do § 6º do art. 150 da CF, que remete isenção a lei específica (“Qualquer subsídio ou isenção,
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual
ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.”).
Ou seja, a questão que você trouxe (isenção de ICMS para aquisição de ambulâncias por pessoas
jurídicos de direito público) é até bastante discutível. O caso é muito interessante porque envolve a
definição se isso seria ou não guerra fiscal, assim como se discutiu quando se permitiu a isenção na
venda de luz, telefone e gás a templos mesmo sem convênio (ADI 3421).
Mas essa é uma discussão pra ser feita na prática pelos operadores do Direito, e não em um
concurso público. De fato, a possibilidade dessa hipótese das ambulâncias ser abordada no
concurso é próxima de zero. Isso porque questões sem consenso doutrinário ou jurisprudencial não
podem ser objeto de concurso, pois o examinador não teria critérios objetivos para examinar qual a
resposta correta.
No entanto, se cair algo parecido, sugiro seguir a regra: isenção de ICMS somente com convênio do
CONFAZ.
Única exceção: a da ADI 3421.
Apesar dessa exceção, se cair uma afirmativa categórica: "somente por convênio do CONFAZ é
possível isenção de ICMS", considere a afirmativa correta, diante das dezenas de precedentes nesse
sentido.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 62

Súmula 383 - A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito
a interrompa durante a primeira metade do prazo.

Bom dia. É possível a explicação pratica desta súmula?

Olá,
Quem explica com melhor didática a Súmula 383/STF é o Leonardo Carneiro da Cunha, de quem
transcrevo a seguinte lição:
"Assim, a prescrição é interrompida pelo despacho que ordenar a citação, mas tal interrupção
retroage à data da propositura da demanda (CPC, art. 312), desde que o autor adote as
providências necessárias para a citação no prazo de 10 (dez) dias (CPC, art. 240, §§ 1º e 2º).

Se o processo vier a ser anulado ou extinto sem resolução do mérito, essa circunstância não
desfaz a interrupção da prescrição. Ordenada a citação, interrompe-se o prazo prescricional,
ainda que o processo venha a ser anulado ou extinto sem resolução do mérito. Diferentemente
do que estabelecia o art. 175 do CC/ 1916, o atual Código Civil não desconsidera a interrupção da
prescrição se a citação for nula ou vier a ser anulada. É que, contrariamente ao sistema antigo, a
interrupção da prescrição, a partir do atual diploma civil, não decorre da citação válida, mas sim
do despacho do juiz que a ordenar. Daí o art. 70 do Decreto 20.910/1932 estar revogado,
exatamente por se revelar incompatível com a nova sistemática introduzida pelo Código Civil de
2002, cujas regras, concernentes à prescrição, aplicam-se, no que couber, às pretensões
formuladas em face da Fazenda Pública.
Resta evidente, então, que a prescrição quinquenal das pretensões formuladas em face da
Fazenda Pública somente poderá ser interrompida uma vez. Obstada a prescrição, recomeça a
correr, pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do
respectivo processo.
Assim, paralisada a prescrição, recomeça a correr pelo prazo de dois anos e meio. Não é bem
assim, todavia.

No total do período, somando-se o tempo de antes com o posterior ao momento interruptivo,


não deve haver menos de 5 (cinco) anos. Essa, aliás, é a orientação ministrada na Súmula 383 do
STF, assim redigida: "A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e
meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular
do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo".
Assim, se o prazo transcorrido, antes do momento interruptivo da prescrição, tiver sido inferior a
dois anos e meio, a interrupção faz recomeçar o resto do lapso temporal pela diferença que
faltava para os 5 (cinco) anos. Tome-se como exemplo a hipótese em que a interrupção se operou
quando somente se tinha passado 1 (um) ano. Nesse caso, interrompida a prescrição, recomeça a
correr pelo prazo de 4 (quatro) anos, computando-se, no total, 5 (cinco) anos.

Caso, entretanto, a interrupção tenha ocorrido quando já ultrapassados mais de dois anos e
meio, recomeça a correr pelo prazo de dois anos e meio. Imagine-se, por exemplo, que, no
momento interruptivo, já se passaram 3 (três) ou 4 (quatro) anos. Nessa hipótese, a interrupção
faz com que se volte a correr a prescrição pelo prazo de dois anos e meio; haverá, no total, cinco
anos e meio, no primeiro exemplo, e seis anos e meio, no segundo exemplo.
No cômputo total do prazo prescricional, não haverá período inferior a 5 (cinco) anos, podendo
ocorrer lapso de tempo superior, caso a interrupção tenha se operado quando já ultrapassados
dois anos e meio.
Enfim, quando o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo, a prescrição
recomeça a correr pelo prazo restante, de forma que se totalizem os 5 (cinco) anos. Nem poderia
ser diferente, sob pena de se reduzir, injustamente, o prazo quinquenal, quando a interrupção se
operasse antes dos primeiros dois anos e meio, prejudicando o alegado credor diligente que
exerça, desde logo, sua pretensão" (A Fazenda Pública em Juízo. São Paulo: Forense, 2017, pp. 69-
70).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 63

Na pg. 13, semana 4 temos: DELEGAÇÃO: NÃO exige hierarquia.

E na pg. 33:
Além disso, cabe lembrar que a delegação é uma decorrência do poder hierárquico, em que
agentes
transferem temporariamente a competência para a realização de certos atos administrativos a
agentes de
mesmo nível hierárquico ou de nível inferior.
é possível diferenciar a não exigência de decorrência?

Ambas as afirmações estão corretas e devem ser entendidas em seu contexto.


Dizer que a delegação é uma decorrência do poder hierárquico é enfatizar a distribuição e o
escalonamento vertical próprio da organização administrativa, sem a qual não faria sentido a figura
de delegação.
Dizer que a delegação não exige hierarquia é permitir que a competência para a prática de um ato
seja delegada mesmo a quem não é subordinado hierarquicamente, como expressamente dispõe o
artigo 12 da Lei n. 9.784/99: "um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias
de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial".

Sobre o tema, ressalto a importância da Súmula 510 do STF, que dispõe ser da responsabilidade do
delegatário (e não do delegante) os atos praticados no âmbito da competência delegada.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 64

Bom dia,

Gostaria de saber sobre a constitucionalidade da "ACESSO E TRANSFERÊNCIA " no estatuto do


servidor, eles realmente são validos ? O art. 73 do estatuto de SP diz que o vereador será afastado
do seu cargo, sendo que CF permite acumular , esse deve prevaler a CF e considerar o artigo
inconstitucional ?

obrigada atenção

O Acesso e a Transferência são inconstitucionais, na forma da Súmula Vinculante 43 do STF:


"é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido".
Quanto aos vereadores,considere correta na prova a disposição da CF consagrada no artigo 38, III:
"investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior".

Equipe Aprovação PGE.

DÚVIDA 65

Bom dia. A lei complementar que alterou a idade da aposentadoria compulsória para 75 anos no
âmbito federal é uma lei nacional que se aplica aos servidores do Estado de Sp? Ao membros do
judiciário, MP e outros órgãos autônomos tb?
Olá,
Sim, a LC 152/2015 é uma lei nacional que, ao regular o artigo 40 da CF, aplica-se aos "aos
servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações".

A lei se aplica aos seguintes agentes públicos, conforme estabelece o seu artigo 2º:
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 66

Amigos,

Bom dia.
Uma dúvida (serve para reflexão): o Ministro do STJ pode cometer crime de responsabilidade?
O art. 2o da lei específica só fala dessa possibilidade para o Ministro do STF (Lei 1079/50).
O art. 52, I e II, da CR, fala em "Ministros de Estado" e "Ministro do STF", respectivamente; aqueles,
processados e julgados pelo STF, e este, processado e julgado pelo Senado.
É possível a interpretação ampliativa de "Ministros de Estado", passagem prevista na Constituição e
na lei própria, com a finalidade de conhecer também a possibilidade do cometimento de crime pelo
Ministro do STJ?
Eu acho que não, por algumas razões. Queria saber se voces conhecem algum debate sobre o
assunto. Não achei nada na internet..

É estranho porque os juizes de primeiro grau podem cometer crime de responsabilidade (pela
LOMAN).

Um Ministro do STJ não o poderia?

Além disso, não admitindo a possibilidade de cometimento do crime, ele, o Ministro do STJ, só
poderia ser destituído mediante a ação de destituição de cargo vitalício?

Sei que fiz várias perguntas, mas é que surgiu a dúvida. Nada melhor do que perguntar para
consolidar :)

Muito obrigado!
Olá,

Os crimes de responsabilidade devem estar previstos em lei ordinária da União (súmula vinculante
46).
A única lei sobre o tema é a 1.079/50, que tipifica os crimes de responsabilidade (infração política)
de diversas autoridades.
Com efeito, nem os ministros do STJ nem os juizes estão sujeitos, atualmente, a crime de
responsabilidade, em razão do princípio do nullum crimen sine lege. Não há lei que tipifique crimes
de responsabilidade para eles! Perceba que a LOMAN não tipifica os crimes de responsabilidade
para os juizes, apenas diz, genericamente, que estes perderão o cargo em caso da prática de crime
comum ou de responsabilidade! Mas nunca foi tipificado os crimes de responsabilidade de juízes! O
tema está sendo discutido atualmente no Congresso e está gerando muita repercussão negativa
(http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/520358-APROVADA-EMENDA-QUE-
SUJEITA-PROMOTORES-E-JUIZES-A-PUNICAO-POR-CRIME-DE-RESPONSABILIDADE.html).
Enfim, respondendo a sua pergunta de modo objetivo: não, ministro do STJ não comete crime de
responsabilidade por falta de tipificação legal, sem impedimento de que uma futura lei ordinária da
União promova a devida tipificação.

No mais, peço a liberdade de te dar uma dica que considero muito importante e o segredo para a
aprovação. O sua dúvida revela que você tem um raciocínio jurídico aguçado. A maioria dos alunos
não conseguiria desenvolver essa reflexão. Mas cuidado! As provas de concurso público são simples
e ter consciência disso é muito importante. Elas não exigem nenhum conhecimento aprofundado,
mas o básico de saber as leis principais e os julgados recentes dos informativos de jurisprudência. A
discussão que você propôs é muito interessante, mas tenha cuidado para não perder o foco nessas
discussões laterais de temas menos relevantes para o concurso e acabar negligenciando os
assuntos que realmente tem maior probabilidade de serem cobrados.
Muito dificilmente a prova vai te exigir saber dessa interessante discussão que você propôs, mas
certamente vai querer que você saiba a Súmula Vinculante 46 e o texto da constituição decorado
vírgula por vírgula. É importante manter o foco naquilo que é mais importante, pois o edital é
extenso, o tempo é curto e a nossa capacidade de assimilação de conteúdo é limitada.
Sempre que eu sentir que você se aprofundou além do necessário para o concurso (de modo que
isso pode te atrapalhar mais que beneficiar), eu vou te dando esse toque.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 67

Olá!
Estou com uma dúvida em relação à questão abaixo (pág. 190-191 da semana 05), que trata sobre o
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis de SP:

07 - 2015 - VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário


João, Escrevente Técnico Judiciário lotado em uma Vara Criminal, praticou ato de insubordinação
grave, em 20 de janeiro de 2012. Iniciou-se a apuração preliminar dos fatos de imediato, logo no
dia 22 de janeiro de 2012. Mas esta somente veio a ser concluída em dezembro de 2014,
concluindo pela prática da infração disciplinar consistente na insubordinação grave, com a ressalva
de que João sempre foi um servidor exemplar sem nunca ter sofrido qualquer penalidade
disciplinar anteriormente. Nesse caso, a conduta a ser adotada pela autoridade competente, na
data de hoje, nos termos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, é a
a) declaração da extinção da punibilidade pela prescrição, que, neste caso, em razão da natureza
menos
grave da insubordinação, ocorreu em dois anos.
b) decisão do processo pela aplicação da pena de demissão a bem do serviço público, face à
natureza grave do ato de insubordinação. (DÚVIDA)
c) aplicação imediata da pena de suspensão a João, pois esta é a penalidade cabível para ato de
insubordinação
d) instauração do processo administrativo disciplinar, assegurados o contraditório e a ampla
defesa, para que se decida acerca da penalidade aplicável (RESPOSTA APONTADA COMO
CORRETA)
e) aplicação imediata da pena de repreensão a João, pois esta é a penalidade cabível para ato de
insubordinação.

Não entendi porque a letra B está errada, tendo em vista que houve a apuração preliminar dos
fatos, restando concluída e constatada a efetiva prática de insubordinação grave, que rende ensejo
à demissão a bem do serviço público (art. 257, IV do Estatuto). A apuração preliminar, no caso, não
substitui a instauração do PAD?

Obrigada,

A situação é exatamente a que você percebeu no final da sua dúvida.

Veja só:
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativoquando a falta disciplinar, por sua natureza,
possa determinar a pena de:
1. Demissão;
2. Demissão a bem do serviço público;
3. Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
A razão disso é porque apenas no PAD o princípio do contraditório e da ampla defesa são
obrigatórios, e não se pode demitir um servidor sem a observância do procedimento regular. Enfim,
como você bem percebeu, a apuração preliminar não substitui o PAD.
Vamos juntos,

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 68

Professores,
Bom dia!
Podem explicar um pouco mais o comentário da questão 05 da rodada 30?
A referida questão teve como gabarito a letra A, como abaixo. Todavia, no resumo, pág. 53, consta
que no Estado de Sítio o controle é prévio.
O estado de sítio
a) será objeto de controle a posteriori pelo Congresso Nacional, com base em mensagem enviada
pelo Presidente da República, na qual serão especificadas as medidas adotadas e os sujeitos
atingidos.

Olá,
Essa é uma questão de nível de dificuldade elevado, mas que a resposta exige apenas a leitura
atenta do texto constitucional.

Realmente, para a decretação do Estado de Sítio, faz-se preciso prévia autorização do Congresso
Nacional, na forma do artigo 137: "o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
decretar o estado de sítio".
No entanto, as medidas adotadas e os sujeitos atingidos serão objeto de controle a posteriori, nos
termos do parágrafo único do artigo 141: "logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio,
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em
mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas,
com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas".
Assim, na questão proposta, correta a assertiva A.
Sobre o tema, para fins de prova, sugiro leitura atenta das normas constitucionais aplicáveis (art.
136 a 141).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 69

Bom dia! No paragrafo primeiro do art. 1013 diz que serão apreciadas todas as questoes relativas
ao capítulo da sentença impugnado. Minha dúvida é se o tribunal analisa fundamentos expostos
pela parte ainda que o recorrente não os renove na apelação ?

Olá,
Sim, dentro do capítulo impugnado, todos os fundamentos são devolvidos ao Tribunal por força de
lei, qual seja o §2º do artigo, veja só:
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um
deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
Essa norma diz respeito à profundidade do efeito devolutivo. O que a parte restringe no recurso é a
matéria impugnada, ou seja, a extensão do efeito devolutivo. Mas a profundidade ela é ampla,
podendo o Tribunal decidir pelos fundamentos que considerar adequados.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 70

Boa noite!
Recentemente, o STF decidiu que não há óbices para que o servidor efetivo aposentado
compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou que seja nomeado
para cargo de livre nomeação e exoneração. No entanto, pelo que eu entendi a a partir da
interpretação do art. 227 do Estatuto dos Servidores de SP, aplica-se a aposentadoria compulsória
inclusive aos ocupantes de cargo em comissão, em discordância ao entendimento do Supremo. É
realmente proibido o exercício, no Estado de São Paulo, de cargo em comissão por parte de
servidores aposentados compulsoriamente? A legislação infraconstitucional pode prever essa
espécie de exceção ou essa previsão na legislação bandeirante é inconstitucional?

Atenciosamente,

Olá,

Na leitura do inteiro teor do acórdão do RE 786540, julgado na sistemática da repercussão geral,


percebe-se que o STF considera inconstitucional que se obrigue servidor ocupante exclusivamente
de cargo em comissão a se aposentar em razão da idade.

Enfim, nas palavras do STF, "os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se
submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1o, inciso II, da Constituição
Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também,
qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão."

Então, a legislação bandeirante é inconstitucional e, na prova, deve-se seguir o posicionamento do


STF.

A única ressalva é se a questão vier blindada, trazendo a seguinte locução: "nos termos da
legislação bandeirante...", aí, nessa situação, deve-se considerar a literalidade da norma.

Mas não acredito que isso aconteça. Se o tema for abordado em prova, o provável é que se exija
conhecimento do precedente do STF.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 71

Prezados, me surgiu uma dúvida.

Pela EC 88 a idade para aposentadoria compulsória do servidor publico, passou de 70 para 75 anos.
Na constituição estadual de SP, consta em seu artigo 126, paragrafo 1º que a idade é de 70 anos.
Então não se aplica 75 aos servidores publicos em SP?
Obrigada,

Olá,
A LC 152/2015 é uma lei nacional que, ao regular o artigo 40 da Constituição Federal, aplica-se aos
"aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações".
A lei se aplica aos seguintes agentes públicos, conforme estabelece o seu artigo 2º:
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Enfim, após a EC 88 e a edição da LC 152, a aposentadoria compulsória de servidor público efetivo
em São Paulo passou a ser 75 anos, não havendo recepção da norma da Constituição de SP pela EC
88.
Sobre o tema, ressalto ser muito importa conhecer o precedente do STF que afirma que a
aposentadoria compulsória não se aplica a servidor que exerce cargo exclusivamente em comissão.

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 72

Prezados, boa noite.

Na questão 65, Item I, a redação da alternativa afirma que "A imunidade tributária recíproca veda a
cobrança de impostos, pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios, sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros. Conforme o
entendimento do STF, essa imunidade é extensiva aos Correios, desde que cumpridos os
requisitos previstos na Constituição Federal."

Entendo que a primeira parte está correta, porém fiquei com dúvida em relação a parte final, pois
não visualizei quais os requisitos constitucionais a serem cumpridos. Seria a condicionante do §2 do
artigo 150?

Obrigada.

Olá,
A sua dúvida é pertinente porque, de fato, a aplicação da condicionante do §2º do artigo 150 deve
ser feita com temperamentos em relação aos Correios, uma vez que o STF entendeu que mesmo
quando essa empresa pública realiza atividades não relacionadas com o serviço postal a imunidade
permanece em razão dos subsídios cruzados para a manutenção das atividades essenciais dos
Correios.
Enfim, a alternativa foi construída de modo genérico querendo significar tão somente que para a
incidência da imunidade há de se preencher os requisitos constitucionais. No entanto, as
condicionantes do §2º e §3º tiveram a sua aplicação rígida afastada exclusivamente em relação aos
Correios (por uma apertada maioria de 6x5) justamente pelas peculiaridades do serviço postal.
Para fins de prova, sugiro se ater à literalidade da ementa do leading case sobre o tema:
Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos. Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e
em concorrência com particulares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas.
Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da Imunidade do art. 150, VI, a da Constituição.
Condição de sujeito passivo de obrigação acessória. Legalidade. 1. Distinção, para fins de
tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas
exploradoras de atividade econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se
reconhecer a natureza pública dos serviços postais, destacando-se que tais serviços são exercidos
em regime de exclusividade pela ECT. 3. Nos autos do RE nº 601.392/PR, Relator para o acórdão o
Ministro Gilmar Mendes , ficou assentado que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a,
CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando relacionada às atividades em que a empresa não
age em regime de monopólio. 4. O transporte de encomendas está inserido no rol das atividades
desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar todos os lugares do Brasil, não
importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não há comprometimento do status de
empresa pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da atividade de
transporte de encomendas, de modo que essa atividade constitui conditio sine qua non para a
viabilidade de um serviço postal contínuo, universal e de preços módicos. 6. A imunidade
tributária não autoriza a exoneração de cumprimento das obrigações acessórias. A condição de
sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de previsão na legislação
tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento, reconhecendo
a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas. (RE
627051, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 12/11/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-028 DIVULG 10-02-2015 PUBLIC 11-02-2015)
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 73

Em relação à questão 68, alternativa B, o termo "será o único responsável" em: A responsabilidade
tributária pessoal é aquela atribuída unicamente a terceira pessoa, que será o
único sujeito passivo responsável pelo cumprimento da obrigação tributária como a
responsabilidade dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado
pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso
de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos", me fez recordar de uma discussão
acerca da subsidiariedade desta responsabilidade trazida pelo artigo 135, CTN. Se este
posicionamento se mantêm, seria a terceira pessoa pessoa a única responsável? Qual o
posicionamento atual?
Obrigada.

Olá,
Sobre o artigo 135, duas providências devem ser tomadas em provas:
1) considerar a literalidade da norma. Se a questão falar que a "responsabilidade é pessoal" de
quem agiu com excesso de poderes ou infração da lei, considere correto.
2) conhecer um importante precedente do STJ no qual se considerou um contrassenso a exclusão
da responsabilidade da pessoa jurídica nesses casos. Confira a ementa:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. EXECUÇÃO FISCAL.
DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO.RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA X
RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DA PESSOA
JURÍDICA. CUMULAÇÃO SUBJETIVA DE PEDIDOS/DEMANDAS.
1. Não se conhece do Recurso Especial em relação à ofensa ao art.
535 do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão
impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula 284/STF.
2. A controvérsia tem por objeto a decisão do Tribunal de origem, que determinou a exclusão da
pessoa jurídica do polo passivo de Execução Fiscal, em decorrência do redirecionamento para o
sócio-gerente, motivado pela constatação de dissolução irregular do estabelecimento empresarial.
3. Segundo o sucinto acórdão recorrido, "a responsabilidade prevista no art. 135, III, do CTN, é
pessoal, e não solidária nem subsidiária", de modo que, "com o redirecionamento, a execução fiscal
volta-se exclusivamente contra o patrimônio do representante legal da pessoa jurídica, a qual deixa
de responder pelos créditos tributários".
4. O decisum recorrido interpretou exclusivamente pelo método gramatical/literal a norma do art.
135, III, do CTN, o que, segundo a boa doutrina especializada na hermenêutica, pode levar a
resultados aberrantes, como é o caso em análise, insustentável por razões de ordem lógica, ética e
jurídica.
5. É possível afirmar, como fez o ente público, que, após alguma oscilação, o STJ consolidou o
entendimento de que a responsabilidade do sócio-gerente, por atos de infração à lei, é solidária.
Nesse sentido o enunciado da Súmula 430/STJ: "O inadimplemento da obrigação tributária pela
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente." 6. O afastamento da
responsabilidade tributária decorreu da constatação de que, em revisão do antigo entendimento
do Superior Tribunal de Justiça, a inadimplência não deve ser considerada ato ilícito imputável ao
representante da pessoa jurídica. No que concerne diretamente à questão versada nestes autos,
porém, subjaz implícita a noção de que a prática de atos ilícitos implica responsabilidade solidária
do sócio-gerente.
7. Merece citação o posicionamento adotado pela Primeira Seção do STJ no julgamento dos
Embargos de Divergência em Recurso Especial 174.532/PR, segundo os quais "Os diretores não
respondem pessoalmente pelas obrigações contraídas em nome da sociedade, mas respondem
para com esta e para com terceiros solidária e ilimitadamente pelo excesso de mandato e pelos
atos praticados com violação do estatuto ou lei".
8. Isto, por si só, já seria suficiente para conduzir ao provimento da pretensão recursal. Porém, há
mais a ser dito.
9. Ainda que se acolha o posicionamento de que a responsabilidade prevista no art. 135 do CTN -
por ser descrita como pessoal - não pode ser considerada solidária, é improcedente o raciocínio
derivado segundo o qual há exclusão da responsabilidade da pessoa jurídica em caso de dissolução
irregular.
10. Atente-se para o fato de que nada impede que a Execução Fiscal seja promovida contra sujeitos
distintos, por cumulação subjetiva em regime de litisconsórcio.
11. Com efeito, são distintas as causas que deram ensejo à responsabilidade tributária e, por
consequência, à definição do polo passivo da demanda: a) no caso da pessoa jurídica, a
responsabilidade decorre da concretização, no mundo material, dos elementos integralmente
previstos em abstrato na norma que define a hipótese de incidência do tributo; b) em relação ao
sócio-gerente, o "fato gerador" de sua responsabilidade, conforme acima demonstrado, não é o
simples inadimplemento da obrigação tributária, mas a dissolução irregular (ato ilícito).
12. Não há sentido em concluir que a prática, pelo sócio-gerente, de ato ilícito (dissolução
irregular) constitui causa de exclusão da responsabilidade tributária da pessoa jurídica, fundada
em circunstância independente.
13. Em primeiro lugar, porque a legislação de Direito Material (Código Tributário Nacional e
legislação esparsa) não contém previsão legal nesse sentido.
14. Ademais, a prática de ato ilícito imputável a um terceiro, posterior à ocorrência do fato gerador,
não afasta a inadimplência (que é imputável à pessoa jurídica, e não ao respectivo sócio-gerente)
nem anula ou invalida o surgimento da obrigação tributária e a constituição do respectivo crédito, o
qual, portanto, subsiste normalmente.
15. A adoção do entendimento consagrado no acórdão hostilizado conduziria a um desfecho
surreal: se a dissolução irregular exclui a responsabilidade tributária da pessoa jurídica, o feito
deveria ser extinto em relação a ela, para prosseguir exclusivamente contra o sujeito para o qual a
Execução Fiscal foi redirecionada. Por consequência, cessaria a causa da dissolução irregular, uma
vez que, com a exclusão de sua responsabilidade tributária, seria lícita a obtenção de Certidão
Negativa de Débitos, o que fatalmente viabilizaria a baixa definitiva de seus atos constitutivos na
Junta Comercial! 16. Dito de outro modo, o ordenamento jurídico conteria a paradoxal previsão de
que um ato ilícito - dissolução irregular - , ao fim, implicaria permissão para a pessoa jurídica
(beneficiária direta da aludida dissolução) proceder ao arquivamento e ao registro de sua baixa
societária, uma vez que não mais subsistiria débito tributário a ela imputável, em detrimento de
terceiros de boa-fé (Fazenda Pública e demais credores).
17. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (REsp 1455490/PR, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 25/09/2014).
Enfim, tudo depende de como a questão vier cobrando (de acordo com o CTN... x de acordo com o
STJ...).
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 74

- Da decisão que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência do réu, tanto absoluta quanto
relativa, não
cabe agravo de instrumento, por não estar previsto no rol do art. 1.015, do NCPC.

Bom dia, não seria o caso de ressalva diante do recente entendimento do STJ?

Att.

Olá,
Em relação a este tema, sugiro a seguinte postura em prova:
1) se o enunciado da questão disser: "de acordo com o NCPC", considere apenas a literalidade do
Código, o qual não traz essa hipótese no rol do art. 1.015.
2) se a questão disser "de acordo com o STJ", aí sim considere a posição adotada no REsp n.
1679909, em que se admitiu o cabimento de instrumento contra decisão interlocutória relacionada
à competência.
Enfim, tudo depende da forma como a questão abordar o tema.
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 75

Gostaria de saber se compete a justiça ordinária a competência para apreciar acidente de


trabalho...?? Vi isso na questão 25 da referida rodada e me causou dúvida, haja vista que ações
indenizatórias e patrimoniais decorrentes da mesma matéria pertence a Just. do Trab.

Obrigada,

Olá,

Diante do artigo 109, I, da CF, prevaleceu o entendimento de que as ações acidentárias (movidas
contra o INSS para discutir benefícios previdenciários com origem em acidente de trabalho) são
julgadas pela Justiça Estadual, na forma destes dois enunciados sumulares:

Enunciado 15 do STJ: "Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de


acidente do trabalho".

Súmula 235 do STF: "É competente para ação de acidente do trabalho a Justiça Cível comum,
inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora".

A sua dúvida decorre da súmula vinculante 22, mas perceba que esta não regula as ações
acidentárias (no conceito acima), senão as ações propostas por empregado contra o empregador.
Estas sim são da competência da Justiça do trabalho:

Súmula Vinculante 22: "A justiça do trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da emenda constitucional Nº 45/04".

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 76

Prezados, boa noite.

Gostaria de saber se compete a justiça ordinária a competência para apreciar acidente de


trabalho...?? Vi isso na questão 25 da referida rodada e me causou dúvida, haja vista que ações
indenizatórias e patrimoniais decorrentes da mesma matéria pertence a Just. do Trab.
Obrigada,

Olá,

Diante do artigo 109, I, da CF, prevaleceu o entendimento de que as ações acidentárias (movidas
contra o INSS para discutir benefícios previdenciários com origem em acidente de trabalho) são
julgadas pela Justiça Estadual, na forma destes dois enunciados sumulares:

Enunciado 15 do STJ: "Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de


acidente do trabalho".

Súmula 235 do STF: "É competente para ação de acidente do trabalho a Justiça Cível comum,
inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora".

A sua dúvida decorre da súmula vinculante 22, mas perceba que esta não regula as ações
acidentárias (no conceito acima), senão as ações propostas por empregado contra o empregador.
Estas sim são da competência da Justiça do trabalho:

Súmula Vinculante 22: "A justiça do trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da emenda constitucional Nº 45/04".

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 77

Olá,

Em relação ao excelente material sobre os julgados de 2017 do STF, tem uma referência na pág. 13,
logo abaixo:

"(...) Nesse contexto, concluiu que a educação pública religiosa universalista e não confessional é a
única apta a promover gerações tolerantes que possam viver em harmonia com diferentes crenças
na sociedade plural ética e religiosa brasileira." (Informativo nº 875)

A parte em negrito(não confessional) deverá ser mesmo levado em conta quanto ao resultado final
do julgamento, do qual, foi pela improcedência da ADI e dado seu caráter dúplice, pela
constitucionalidade da lei que autoriza o ensino religioso confessional?

Att,
De fato, no trecho por você mencionado (constante do INFO 875), tem-se referência ao argumento
de um voto vencido.
Realmente, o STF decidiu pela constitucionalidade do ensino religioso confessional, nos termos da
divergência inaugurada pelo Min. Alexandre de Moraes:
"Por não vislumbrar, nos dispositivos questionados na inicial, nenhuma ofensa aos ditames
constitucionais, JULGO IMPROCEDENTE esta ação direta, declarando constitucionais os artigos 33,
caput e §§ 1o e 2o, da Lei 9.394/1996, e 11, §1o, do Acordo entre o Governo da República
Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil,
e afirmando a constitucionalidade do ensino religioso confessional como disciplina facultativa dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental" (ADI 4439, voto do relator para
acórdão, Min. Alexandre de Moraes, p. 27).
Vamos juntos,
Caio Perona
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 78

Boa tarde, pessoal,

Antes de tudo, desejo a todos um ano de muitas alegrias e sucesso!

Bem... estou com uma dúvida em uma matéria que considero muito difícil: Substituição tributária.

Ocorre que fiz uma questão sugerida na rodada do dia 03.01 e fiquei em dúvida em relação à quem
pode pedir a restituição do indébito em caso de pagamento indevido. Segue a questão (logo após,
colacionei minha dúvida).

26 - 2016 - CESPE - TJ-AM - Juiz de direito Lei ordinária estadual do estado do Amazonas instituiu o
regime de substituição tributária do ICMS na fabricação de alimentos congelados, ficando a
entidade industrial responsável pelo tributo devido pelo varejista nas vendas ao consumidor final. A
indústria de congelados G Ltda. recolheu o valor devido por suas operações e pelas operações do
varejista, sendo o tributo correspondente a esta última etapa equivalente a R$ 0,50. Em razão de
prolongada falta de luz, o supermercado S Ltda. perdeu metade de seu estoque de alimentos
congelados, tendo sido, ainda, obrigado a vender o restante do estoque por metade do valor
arbitrado, como base de cálculo da substituição. Considerando essa situação hipotética, assinale a
opção correta acerca da substituição tributária.

a) Como o fato gerador não ocorreu ou ocorreu com valor menor que o presumido, é permitido ao
supermercado S pleitear a restituição do valor pago a maior, de modo que tanto as vendas
frustradas como as vendas com desconto lhe gerarão crédito, já que se trata de substituição
tributária subsequente.

b) Por se tratar de substituição tributária subsequente, a inocorrência do fato gerador ou a sua


ocorrência com valor menor que o presumido, permite à indústria G pleitear a restituição do valor
pago a maior, de modo que tanto as vendas frustradas como as em que houve desconto lhe gerarão
crédito.

c) Como em caso de substituição tributária subsequente, apenas a inocorrência do fato gerador


permite ao substituto, a indústria G, pleitear a restituição do valor pago a maior, não podendo
pleitear a restituição para os casos em que houve desconto.

d) Lei que trate de substituição tributária atribui a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, não podendo criar fatos geradores
presumidos, sob pena de tornar inválida a substituição tributária subsequente, como ocorre na
situação apresentada.

e) Por se tratar de substituição tributária subsequente, apenas a inocorrência absoluta do fato


gerador permitiria ao supermercado S, o substituído, pleitear a restituição do valor pago a maior,
não sendo possível pleitear-se a restituição para os casos de desconto.

Pois bem, eu sei que a jurisprudência foi alterada radicalmente em relação às hipóteses de
restituição, o que estou em dúvida é em relação à legitimidade para o pleito. Segue o raciocínio.

Regra: Impostos diretos - o subistituído será o legitimado, pq ele suporta o ônus financeiro.

Exceção: Impostos indiretos, pois o contribuinte de fato suportará o encargo financeiro.

Minhas dúvidas são:

1 - Como o ICMS é um tributo indireto, o legitimado para a repetição não seria a indústria ao invés
do supermercado?

2 - O julgado do STJ acerca da possibilidade do contribuinte do ICMS sobre energia elétrica pedir a
restituição vale também para os demais impostos indiretos, ou se aplica somente a esse caso
específico? Digo porque o artigo 166 do CTN não delimita a possibilidade apenas ao ICMS, mas sim
estende a todos os tributos indiretos.

Fico no aguardo da resposta.


Abraços!

Olá,
O tema é realmente complexo e a sua dúvida é pertinente, pois você está raciocinando com a regra
(suficiente para concursos em geral).
No entanto, em relação ao ICMS, há uma disposição especial na Lei Kandir (LC 87/96) que
possibilita ao Supermercado (substituído) realizar tal restituição:
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago
por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se
realizar
Em relação aos precedente do STJ em relação às concessionárias de serviços públicos contribuintes
do ICMS (REsp 1.299.303 - energia elétrica; e Responsabilidade 1.349.196 - água tratada), sugiro,
para fins de prova, que a conclusão dos julgados seja aplicada tão somente aos casos específicos
dos precedentes, pois a peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, as concessionários e o
consumidor foi que fez o STJ excepcionar a jurisprudência e permitir, somente nesses casos, que o
contribuinte de fato tenha legitimidade ativa para propor ação de repetição de indébito em relação
ao ICMS cobrado sobre os serviços públicos concedidos.
Para fins de prova, não sugiro estender essa ratio para outros casos ou outros tributos (ainda
que academicamente a tese seja bem defensável), pois essa conclusão é excepcional (contraria, de
certa forma, o artigo 166 e a jurisprudência tradicional da Corte). Com efeito, regra geral, o
contribuinte de fato, por não integrar a relação jurídico-tributária, não está autorizado a pleitear a
restituição do tributo pago pelo contribuinte de direito.
Enfim, de modo objetivo: se a questão trouxer o ICMS e concessionárias de serviço público (água ou
energia), o examinador quer que você responda com base nos precedentes específicos do STJ sobre
essa situação.
Se a hipótese de prova não for essa, é mais seguro seguir a linha tradicional da impossibilidade de o
contribuinte de fato pleitear a restituição (pois aí você está amparado no artigo 166 e na
jurisprudência clássica).

Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 79
Caros, boa tarde!

Fiquei com dúvida quanto à incorreção da assertiva a) da questão abaixo. Entendo que estaria
correta.

05 – 2015 – FCC - TJ-GO - Juiz de direito


Alexandre adquiriu, no corrente ano, um imóvel rural na região centro-oeste brasileira com 200
hectares
cobertos integralmente por vegetação nativa. Pretende converter a área de vegetação nativa em
área
agricultável. Segundo a Lei Federal no 12.651/2012 (Novo Código Florestal), Alexandre poderá
suprimir
a) a vegetação nativa existente no imóvel, salvo aquela considerada de preservação permanente e
a
considerada como Reserva Legal, podendo incluir no cálculo da Reserva Legal o cômputo das áreas
de
preservação permanente.

Olá,
A alternativa A está em desacordo com o artigo 15, I, do Código Florestal:

Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual
da Reserva Legal do imóvel, desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para o uso
alternativo do solo;

Uma vez que Alexandre pretende converter área de vegetação nativa em área agricultável (inciso I),
não é possível o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da
Reserva Legal do imóvel (caput).
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 80

Prezados,
No resumo do dia da rodada 18 (página 217) diz que o vínculo contratual dos agentes públicos
temporários é celetista. No entanto, na página 214 diz que esses agentes não são celetistas, visto
que se submetem a um regime especial de direito administrativo. De fato houve um equívoco ?

Grata pela atenção.

Olá,
O regime jurídico dos servidores temporários é matéria controvertida na doutrina.
No entanto, entendo que predomina a posição de que se trata de um regime jurídico
especial (nomenclatura utilizada por Marçal Justen Filho), que terá os contornos definidos pela lei a
que se refere o artigo 37, IX, da CF.
No ponto, parece-me majoritária a posição explicada por Odete Medauar:
Trata-se da possibilidade de contratar por prazo determinado (curto), para atender a necessidade
que difere das necessidades comuns, por ser qualificada como "de excepcional interesse público";
por exemplo, em casos de calamidade, epidemia, vacinação em massa. Para tanto, uma lei em cada
nível deve dispor a respeito. Segundo fixar a lei, o contrato poderá ser regido pela CLT ou a própria
lei estabelecerá o regime jurídico, podendo até determinar a aplicação, a tais servidores, de
preceitos do Estatuto correspondente. Em nível federal, a Lei 8.745, de 09.12.1993, com alterações
posteriores, dispõe sobre essa contratação, inclusive determinando, no art. 11, a aplicação, a tais
contratados, de vários preceitos do Estatuto Federal. Previamente à contratação, os entes públicos
realizam, em geral, processos seletivos simplificados, do que fornece exemplo, a referida Lei Federal
8.745/1993, que no seu art. 3.º, prevê o recrutamento mediante processo seletivo simplificado
sujeito a ampla divulgação, independendo de processo seletivo a contratação nos casos de
calamidade pública, emergência ambiental e emergências em saúde pública (art. 3.º, § 1.º, da Lei
8.745/1993).
Equipe Aprovação PGE

DÚVIDA 81
O entendimento abaixo se aplica aos concursos ou ainda há discussão? Qual devemos adotar?

A súmula vinculante 13 (nepotismo) não se aplica a nomeação de irmão de prefeito para cargo de
secretário de Estado, uma vez que a nomeação para esse cargo se trata de ato político?

obrigada.

Olá,
Não obstante um ou outro Ministro (em especial os Ministros Fux e Barroso) apontarem uma
tendência em rever esse posicionamento no futuro, atualmente ainda predomina
a inaplicabilidade da SV 13 aos cargos políticos. No entanto, há um temperamento no qual se exige
que, mesmo para esses cargos, haja a comprovação da qualificação técnica do nomeado.
Assim, por ser o cargo de Secretário de Estado um cargo político, é possível que o chefe do
executivo nomeie seu irmão, desde que este tenha a devida qualificação técnica para o
desempenho do cargo público.

Equipe Aprovação PGE

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