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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

PREVIDENCIÁRIO DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE (CIDADE), SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE


(ESPECIFICAR)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA (ESPECIFICAR) DA SUBSEÇÃO


JUDICIÁRIA DE (CIDADE), SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE (ESPECIFICAR)

NOME DA PARTE AUTORA e qualificação, por intermédio de seu procurador, vem,


à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 57 da Lei nº 8.213/91, propor a
presente

AÇÃO DE CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO EM


ESPECIAL, contra

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, situado na (endereço) pelos


fatos e fundamentos jurídicos que ora passa a expor:

I – DOS FATOS

A parte autora recebe o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição –


NB (especificar), conforme carta de concessão em anexo

Durante a sua vida laboral urbana, a parte autora celebrou os seguintes contratos
de trabalho anotados na sua Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, cuja cópia
integral segue inclusa.

PERÍODO
LOCAL DE TRABALHO FUNÇÃO ENTRADA SAÍDA

A parte autora constatou que sempre exerceu atividade laboral em condições


prejudicais à sua saúde ou a integridade física, razão pela qual possui direito a aposentadoria
especial com 25 anos de tempo de trabalho.
No entanto, conforme já asseverado, é beneficiária da aposentadoria por tempo de
contribuição, onde há incidência do fator previdenciário e consequente prejuízo a sua renda
mensal inicial.

Considerando o direito a aposentadoria especial, a parte autora deveria receber a


remuneração mensal de (especificar), conforme simulação em anexo.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

1 - REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

Em (data do requerimento administrativo no INSS) a parte autora protocolou na


Agência de Previdência Social – APS de (cidade), pedido de aposentadoria por tempo de
contribuição, consoante se infere da cópia do processo administrativo nº (especificar) que junta
à presente ação.

Destaca-se que, o INSS após analisar o processo administrativo, deferiu o pedido de


aposentadoria por tempo de contribuição computando como tempo de contribuição 00 anos,
00 meses e 00 dias.

A decisão retro, reproduzida e o cálculo de tempo de serviço elaborado pelo INSS


demonstram que não foi reconhecido o tempo de serviço prestado pela parte autora em
condições insalubres nas seguintes empresas, funções e períodos:

PERÍODO
LOCAL DE TRABALHO FUNÇÃO ENTRADA SAÍDA

A parte autora também pretende cobrar as parcelas vencidas, devidas desde a data
da postulação administrativa do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (data
do agendando do requerimento administrativo).

2 - NORMAS LEGAIS QUE REGEM A FORMA DE COMPROVAÇÃO E CONVERSÃO DA


ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDIÇÕES PREJUDICIAIS À SAÚDE OU INTEGRIDADE FÍSICA

O beneficio de aposentadoria especial será devido ao segurado da Previdência


Social que tenha trabalhado com exposição a agentes nocivos durante quinze, vinte ou vinte e
cinco anos, conforme o caso.

O tempo de serviço especial é disciplinado pela lei vigente à época em que exercido,
passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. Desse modo,
uma vez prestado o serviço, o segurado adquire o direito à sua contagem pela legislação então
vigente, não podendo ser prejudicado pela lei nova. Nesse sentido, aliás, é a orientação
adotada pela Terceira Seção do Egrégio Superior Tribunal de Justiça (AGRESP 493.458/RS, Rel.
Min. Gilson Dipp, 5ª Turma, DJU 23/06/2003, e REsp 491.338/RS, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, 6ª Turma, DJU 23/06/2003), a qual passou a ter previsão legislativa expressa com a
edição do Decreto n.º 4.827/03, que inseriu o § 1º no art. 70 do Decreto n.º 3.048/99.

Para tanto, o art. 57 da Lei nº 8.213/91, em sua redação original, estabelecia as


condições em que o segurado faria “jus” ao benefício da aposentadoria especial, verbis:

Art. 57 - A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao
segurado que tiver trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme
a atividade profissional, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física.
(...)
§ 3º - O tempo de serviço exercido alternadamente em atividade comum e em atividade
profissional sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde
ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão, segundo critérios de equivalência
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, para efeito de qualquer
benefício.
§ 4º - O período em que o trabalhador integrante de categoria profissional enquadrada neste
artigo permanecer licenciado do emprego para exercer cargo de administração ou de
representação sindical, será contado para aposentadoria especial.

Tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina da


matéria, necessário definir qual a legislação aplicável ao caso concreto, ou seja, qual a
legislação vigente quando da prestação da atividade pela parte autora.

Tem-se, então, a seguinte evolução legislativa quanto ao tema sub judice:

a) no período de trabalho até 28/04/1995, quando vigente a Lei n.º 3.807/60 (Lei
Orgânica da Previdência Social) e suas alterações e, posteriormente, a Lei n.º 8.213/91 (Lei de
Benefícios), em sua redação original (arts. 57 e 58), possível o reconhecimento da especialidade
do trabalho quando houver a comprovação do exercício de atividade profissional enquadrava
como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legislação especial ou quando
demonstrada a sujeição do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova, exceto
para ruído, em que necessária sempre a aferição do nível de decibéis (dB) por meio de parecer
técnico trazido aos autos, ou simplesmente referido no formulário padrão emitido pela
empresa;

b) a partir de 29/04/1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento


por categoria profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e
05/03/1997, em que vigentes as alterações introduzidas pela Lei n.º 9.032/95, no art. 57 da Lei
nº 8.213/91, necessária a demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não
ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, por qualquer
meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresentação de formulário padrão
preenchido pela empresa, sem a exigência de embasamento em laudo técnico;

c) após 06/03/1997, quando vigente o Decreto nº 2.172/97, que regulamentou as


disposições introduzidas no art. 58 da Lei nº 8.213/91 pela Lei nº 9.528/97, passou-se a exigir,
para fins de reconhecimento de tempo de serviço especial, a comprovação da efetiva sujeição
do segurado a agentes agressivos por meio da apresentação de formulário padrão, embasado
em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. Sinale-se que é admitida a conversão de
tempo especial em comum após maio de 1998, consoante entendimento firmado pelo STJ, em
decisão no âmbito de recurso repetitivo, (REsp. n.º 1.151.363/MG, Rel. Min. Jorge Mussi,
Terceira Seção, julgado em 23/03/2011, DJe 05/04/2011).

Essa interpretação das sucessivas normas que regulam o tempo de serviço especial
está em conformidade com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1151363 /
MG, 3ª Sessão, Rel. Min. Jorge Mussi, publicado no de DJe 05/04/2011, EDcl no REsp
415.298/SC, 5ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 06/04/2009; AgRg no Ag
1053682/SP, 6ª Turma, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 08/09/2009; REsp 956.110/SP, 5ª Turma,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJ 22/10/2007; AgRg no REsp 746.102/SP, 6ª Turma, Rel.
Min. Og Fernandes, DJe 07/12/2009).

3 - PERÍODO DE ATIVIDADE ESPECIAL LABORADO PELA PARTE AUTORA

Os períodos laborados pela parte autora na empresa (especificar), devem ser


reconhecidos como prestados em condições prejudiciais à sua saúde, face a comprovação
dessas condições pelas informações prestadas pela empregadora na CTPS, no Perfil
Profissiográfico Previdenciário – PPP e no Laudo Técnico Pericial, conforme se demonstra a
seguir:

Períodos: 01/07/1975 a 05/07/1979


Empresa: Affonso Carlos Rutz - consultório odontológico
Função/Atividades: Auxiliar de Saúde 
Agentes Nocivos: Categoria profissional 
Enquadramento Códigos 2.1.3 do Quadro Anexo ao Decreto n.º 53.831/64, 2.1.3 do Anexo I
Legal: ao Decreto n.º 83.080/79. 
Provas: CTPS

Períodos: 29/04/1991 a 28/05/2013


Empresa: Serviço de Hemodinâmica Santa Cruz Ltda
Função/Atividades: Auxiliar de Enfermagem 
Agentes Nocivos: Radiações Ionizantes
Códigos 1.1.4 do Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64, 1.1.3 do Quadro I
Enquadramento do Anexo do Decreto nº 72.771/73, 1.1.3 do Anexo I do Decreto nº
Legal: 83.080/79, 2.0.3 do Anexo IV do Decreto nº 2.172/97 e 2.0.3 do Anexo IV
do Decreto nº 3.048/99.
Provas: PPP e laudos

Portanto, a prova técnica carreada aos autos demonstra plenamente o direito da


parte autora ao reconhecimento da especialidade dos períodos acima demonstrados, laborados
sob condições especiais na empresa (especificar), seja pela efetiva comprovação de sua
exposição a agentes nocivos, seja pela presunção do exercício de atividade regularmente
prevista.

III – DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Conhecer do presente feito determinando as diligências necessárias;

b) A citação do INSS, na pessoa de seu representante legal (Procurador Autárquico),


o qual pode ser encontrado (endereço), para, querendo, contestar a presente ação, sob pena
de revelia e confissão;

c) Deferir a produção de provas elencadas no art. 212 do Código Civil, notadamente


a prova pericial para comprovar a exposição da parte autora a agentes prejudicais a saúde ou a
integridade física no período (especificar) na empresa (especificar). Para tanto, a parte autora
impugna os laudos ambientais (PPP e laudo técnico – especificar) posto que não refletem as
reais condições de trabalho.

d) Julgar procedente a presente ação de conversão de aposentadoria por tempo de


contribuição NB (especificar) em aposentadoria especial, para:

I – DECLARAR, suficientemente comprovado o exercício de atividade (especificar)


como tempo especial, assegurando o direito ao recebimento da aposentadoria especial;

II – CONDENAR, por consequência, o INSS a conceder a parte autora o benefício de


aposentadoria especial e com início na data da postulação administrativa do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição (data);

e) Condenar o INSS a pagar a parte autora as prestações vencidas (data) e as


vincendas, relativas a conversão da aposentadoria por tempo de contribuição em especial,
corrigidos monetariamente, desde o vencimento de cada parcela até a data de sua efetiva
liquidação;

f) Pagar à parte autora os valores atrasados via RPV, respeitada a prescrição


quinquenal, com a correção monetária pelo IPCA desde o vencimento de cada parcela,
acrescida do índice integral da poupança (TR e juros), a contar da citação, conforme decidido
pela Primeira Seção do STJ, em julgamento submetido ao rito dos recursos repetitivos (Resp n.
1.270.439 - DJE 01-08-2013);

g) A condenação do INSS no pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios no valor de 30% (trinta por cento) da condenação, em face das peculiaridades do
presente caso, sua complexidade e trabalho despendido pelos advogados que subscrevem a
presente;

h) A concessão do benefício JUSTIÇA GRATUITA, por  não ter a parte autora como
arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento;

i) Requer-se, com base no art. 22, § 4º da Lei n.º 8.906/94, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor da parte autora, quando da expedição
da RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais (contrato de
honorário em anexo) sejam expedidos em nome do presente procurador, assim como os
eventuais honorários de sucumbência;
Dá-se à causa o valor de (art. 292,§ 1º e 2º do novo CPC).

Pede deferimento.

Data....

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