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Contabilidade Avançada

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários

Salário
Data Variação
(R$)
Março / X3 10.000,00 -

Março / X5 12.000,00 20%  Aumento ???

Efeitos reais (situação em Março / X5)


Quanto deveria
Inflação Aumento de
ser o salário Efeito real Variação real
no período salário?
em 03/X5?
10% 11.000 Ganho de R$1.000 Sim 9,09% = 1.000 / 11.000

20% 12.000 Nenhum Não 0%

30% 13.000 Perdeu R$1.000 Não -7,69% = -1.000 / 13.000

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários

Entendendo o que ocorreu


Nova situação
Situação original Salário = $12.000
Salário = R$10.000
Média de preços dos produtos = R$ 2,00
Capacidade de compra = 5.000 unidades ($10.000 / $2,00)

Capacidade de Ganho ou
Inflação de Média de preços Variação
compra perda
03/X3 a 05/X5 dos produtos (em unidades)
(em unidades) (em R$)

10% R$ 2,20 5.454,55 (+) 454,55 (+) $1.000

20% R$ 2,40 5.000,00 0 0

30% R$ 2,60 4.615,38 (-) 384,62 (-) $1.000

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários

Inflação
• É caracterizada pela perda de poder aquisitivo da moeda
• É percebida pela alteração dos preços (para cima) no mercado
• Principal impacto: acarreta perda de referencial na economia (perde-se a
noção de valor do dinheiro)

Efeitos na economia
• Para as pessoas: menor capacidade de compra ao longo do tempo
• Nas empresas: ganhos ou perdas na atividade ao longo do tempo

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários
Receita de Quantidade Preço unitário
Mês
Vendas (R$) (unidades) de venda (R$)
Janeiro 1.000.000,00 100.000 10,000000
Março 1.020.000,00 100.000 10,200000
Junho 1.040.400,00 100.000 10,404000
Outubro 1.061.208,00 100.000 10,612080
Dezembro 1.082.432,20 100.000 10,824322
Total 5.204.040,20 500.000 -

Algumas constatações
• As quantidades vendidas foram exatamente iguais nos diversos meses, mas, pela contabilidade a
custo histórico, tem-se a impressão de que a empresa aumentou o volume de vendas durante o ano.
• Não ocorreu aumento de receita em função de demanda, mas apenas em função da alteração nos
preços de venda por causa da inflação.
• As vendas foram uniformes durante o ano, mas não é o que se observa na contabilidade a custo
histórico.
• O valor total das vendas do ano, em reais, corresponde à soma de valores expressos em moedas de
datas diferentes e com poder aquisitivo diferente.

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários

Informações para análise


Custo histórico Em moeda de 12/X2
Vendas em X1 Vendas em X2 Vendas em X1 Vendas em X2
Mês
(R$) (R$) (R$) (R$)
Janeiro 1.000.000,00 1.104.080,80 1.195.092,57 1.195.092,57
Março 1.020.000,00 1.126.162,42 1.195.092,57 1.195.092,57
Junho 1.040.400,00 1.148.685,67 1.195.092,57 1.195.092,57
Outubro 1.061.208,00 1.171.659,38 1.195.092,57 1.195.092,57
Dezembro 1.082.432,20 1.195.092,57 1.195.092,57 1.195.092,57
Total 5.204.040,20 5.745.680,84 5.975.462,85 5.975.462,85

Variação - 10,41% - 0%

Obs.: A empresa vendeu as mesmas quantidades em todos os meses de X1 e de X2. As


variações nos valores das receitas se devem apenas à correção dos preços em
função da inflação.

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Aspectos gerais sobre efeitos inflacionários

Questões

• Como fica a comparação de vendas de um ano para outro quando


estamos somando, em cada ano, valores expressos em moedas de
datas diferentes?
• O que pode concluir um analista ao comparar balanços e resultados
sem considerar os efeitos da mudança no poder aquisitivo da
moeda?
• Como a contabilidade pode resolver estes problemas e refletir estes
efeitos?

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Entendendo o efeito da inflação

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Entendendo o efeito da inflação nas empresas
Exemplo
Os balanços patrimoniais do Banco A e da Empresa B, em 31/12/X1 são os seguintes:
Em 02/01/X2 o Banco A empresta $10.000 para a Empresa B para ser recebido em 31/12/X3,
sendo que a Empresa B aplica o dinheiro na aquisição de Ativo Imobilizado. Os efeitos deste
exemplo são refletidos nos balancetes de 02/01/X2.

31/12/X1 02/01/X2
Banco A Empresa B Banco A Empresa B
Caixa e Equivalentes 10.000,00 - - -
Empréstimos - - 10.000,00 -
Imobilizado - 10.000,00 - 20.000,00
Ativo Total 10.000,00 10.000,00 10.000,00 20.000,00
Empréstimos a Pagar - - - 10.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00
Passivo Total e PL 10.000,00 10.000,00 10.000,00 20.000,00

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Entendendo o efeito da inflação nas empresas

Elaborar as Demonstrações do Resultado para o Banco A


e para a empresa B para o período de X2, considerando
que nem o Banco A e nem a Empresa B realizaram
qualquer transação durante o ano.

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Entendendo o efeito da inflação nas empresas

Hipótese 1
O Banco A não cobra juros nem correção monetária da Empresa B

Resultado apurado pelo custo histórico


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras - -
Despesas Financeiras - -
Resultado do período - -

Hipótese adicional: A inflação no ano de X2 foi de 10%

Resultados corretos: Banco A perdeu $1.000


Empresa B ganhou $1.000

Onde estão os resultados das duas empresas?


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Entendendo o efeito da inflação nas empresas

Hipótese 2
O Banco A cobra apenas a correção monetária da Empresa B

Resultado apurado pelo custo histórico


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras 1.000,00 -
Despesas Financeiras - (1.000,00)
Resultado do período 1.000,00 (1.000,00)

Hipótese adicional: A inflação no ano de X2 foi de 10%

Resultados corretos: Banco A não perdeu nem ganhou


Empresa B não perdeu nem ganhou

Os resultados apurados pelo custo histórico não correspondem à realidade

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Entendendo o efeito da inflação nas empresas

Hipótese 3
O Banco A cobra juros de 5% e correção monetária da Empresa B

Resultado apurado pelo custo histórico


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras 1.550,00 -
Despesas Financeiras - (1.550,00)
Resultado do período 1.550,00 (1.550,00)

Hipótese adicional: A inflação no ano de X2 foi de 10%

Resultados corretos: Banco A teve receita real de $550


Empresa B teve despesa real de $550

Os resultados apurados pelo custo histórico não correspondem à realidade

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Entendendo o efeito da inflação nas empresas

Identificação do problema: As demonstrações não apresentam os


efetivos resultados ocorridos.

Causa do problema: Não foram considerados os efeitos da inflação


e, portanto, os resultados não correspondem à realidade.

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Inflação: como refletir melhor nas demonstrações?

Hipótese 1 (com a correção integral)


Resultados corretos: Banco A perdeu $1.000
Empresa B ganhou $1.000

Resultado com a correção integral


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras - -
(-) Perdas em Empréstimos (1.000,00) -
Despesas Financeiras - -
(+) Ganhos em Empréstimos a pagar - 1.000,00
Resultado do período (1.000,00) 1.000,00

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Inflação: como refletir melhor nas demonstrações?

Hipótese 2 (com a correção integral)


Resultados corretos: Banco A não perdeu nem ganhou
Empresa B não perdeu nem ganhou

Resultado com a correção integral


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras 1.000,00 -
(-) Perdas em Empréstimos (1.000,00) -
Despesas Financeiras - (1.000,00)
(+) Ganhos em Empréstimos a pagar - 1.000,00
Resultado do período - -

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Inflação: como refletir melhor nas demonstrações?

Hipótese 3 (com a correção integral)


Resultados corretos: Banco A teve receita real de $550
Empresa B teve despesa real de $550

Resultado com a correção integral


Demonstração do Resultado Banco A Empresa B
Receitas Financeiras 1.550,00 -
(-) Perdas em Empréstimos (1.000,00) -
Despesas Financeiras - (1.550,00)
(+) Ganhos em Empréstimos a pagar - 1.000,00
Resultado do período 550,00 (550,00)

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Inflação: como refletir melhor nas demonstrações?

Conclusão
Os critérios adotados para a elaboração das demonstrações
contábeis com correção integral permitem identificar quais os
itens que geraram perdas ou ganhos para a empresa,
apresentando todos os valores do Balanço Patrimonial,
Demonstração do Resultado e outros relatórios em moeda de
uma mesma data base.

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Inflação: como refletir melhor nas demonstrações?

A correção Integral das demonstrações contábeis

 Os ativos e passivos devem ter seus valores expressos na moeda


da data do balanço de apresentação.
 As receitas e despesas devem ser apresentadas pelos valores
reais, e os ganhos ou perdas sobre itens monetários (em função
da inflação) devem ser apresentados destacadamente dentro da
demonstração do resultado.

 Os demais relatórios (DFC, DVA etc.) também devem ser


expressos na moeda da data do balanço de apresentação.

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A norma internacional
(IAS 29)

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IAS 29 - Evolução histórica

• Emitido pelo IASC em Julho de 1989


• Reformatado em 1994.
• Em 2001 o IASB (sucessor do IASC) determinou que todos os padrões
e interpretações continuariam em vigor até que novas alterações ou
exclusões fossem definidas.

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IAS 29 - Escopo do Pronunciamento

• Em economias hiperinflacionárias, as demonstrações contábeis


preparadas em moeda corrente, sem a correção dos valores
apresentados, não são úteis.
• A moeda perde capacidade de compra ao longo do tempo e a
comparação de quantias relacionadas a eventos que ocorrem em
momentos diferentes é enganosa.
• O pronunciamento não estabelece uma taxa absoluta que defina a
hiperinflação, mas apresenta características a serem analisadas para
caracterizá-la.
• Uma das características apresentadas é que a taxa de inflação
acumulada durante 3 anos seja aproximadamente 100%. (??????)

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IAS 29 - Atualização das demonstrações financeiras

• Em economias hiperinflacionárias as demonstrações preparadas com


base no custo histórico somente são úteis se forem expressas em
termos da moeda corrente do final do período.
• As demonstrações de períodos anteriores também devem ser
expressas em termos da moeda corrente do final do período.
• Os ganhos e perdas sobre a posição monetária líquida devem ser
apresentados na demonstração do resultado e evidenciados
separadamente.

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Contabilidade em
Moeda Constante

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Contabilidade em Moeda Constante - Conceitos

Itens monetários
• Correspondem aos itens do ativo e do passivo que serão realizados ou cumpridos por
um valor nominal conhecido ou que possa determinado por algum critério de cálculo
• São expostos aos efeitos da inflação
• Os Ativos geram perdas com a inflação
• Os Passivos geram ganhos com a inflação
Exemplos: Disponível, Aplicações Financeiras, Clientes, Contas a receber, Empréstimos,
Fornecedores, Contas a pagar etc.

Itens não monetários


• São os itens do ativo e do passivo que não serão realizados ou cumpridos por valor
nominal predeterminado. Normalmente são realizados na forma de bens ou serviços,
ou valores que serão definidos pelas condições de mercado no momento da
realização
• Não sofrem os efeitos da inflação pois apresentam valor específico (não definido) de
realização
• Independem da perda de capacidade da moeda no tempo
Exemplos: Estoques, Adiantamentos a Fornecedores, Despesas Antecipadas, Máquinas,
Edifícios, Investimentos, Adiantamentos de clientes, Patrimônio Líquido etc.

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Definições da IAS 29

Itens monetários
12. ...Monetary items are money held and items to be received or paid in
money.
(...Os itens monetários são o dinheiro detido e os itens a serem
recebidos ou pagos em dinheiro.)

13. Assets and liabilities linked by agreement to changes in price, such as


index linked bonds and loans, are adjusted in accordance with the
agreement in order to ascertain the amount outstanding at the end of
the report period. These items are carried at this adjusted amount in the
restated statement of financial position.
(Os ativos e passivos ligados por acordo às alterações de preços, tais
como índice de títulos vinculados e empréstimos, são ajustados de
acordo com o contrato, a fim de apurar o montante da dívida no final do
período de relatório. Estes itens são escriturados por esta quantia
ajustada na declaração atualizada da posição financeira.)

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Definições da IAS 29

Itens não monetários


14. All other assets and liabilities are non-monetary. Some non-monetary
items are carried at amounts current at the end of the report period,
such as net realisable value, so they are not restated. All other non-
monetary assets and liabilities are restated.
(Todos os outros ativos e passivos são não monetários. Alguns itens não
monetários são escriturados por quantias correntes no final do período
de relatório, como o valor realizável líquido, então eles não são
atualizados. Todos os outros ativos e passivos não monetários são
atualizados.)

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Definições da CVM e do CPC

Instrução CVM Nº 191/1992


Itens monetários (artigo 4º)
Consideram-se itens monetários os elementos patrimoniais compostos pelas
disponibilidades e pelos direitos e obrigações realizáveis ou exigíveis em
moeda, independentemente de estarem sujeitos a variações pós-fixadas ou
de incluírem juros ou correções pré-fixadas.

Itens não monetários (artigo 6º)


Consideram-se itens não-monetários:
I - os elementos do ativo permanente e do patrimônio líquido;
II - os estoques e os almoxarifados;
III - as despesas antecipadas e os resultados de exercícios futuros;
IV - os investimentos temporários em ouro e ações; e
V - os demais direitos e obrigações a serem saldados em bens e/ou serviços.

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Definições da CVM e do CPC

Deliberação CVM Nº 534/2008 e Pronunciamento CPC-02

Item 19 do Pronunciamento
19. A característica essencial de um item monetário é o direito de receber (ou a
obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de moeda. Os
exemplos incluem: pensões e outros benefícios a funcionários a serem pagos em
dinheiro; provisões a serem liquidadas em dinheiro; dividendos reconhecidos como
obrigações. Da mesma forma, um contrato para receber (ou entregar) um número
variável de instrumentos patrimoniais próprios da entidade ou uma quantidade
variável de ativos cujos valores justos a serem recebidos (ou entregues) são iguais a
um número fixo ou variável de unidades da moeda é considerado um item
monetário.

Por outro lado, a característica essencial de um item não-monetário é a ausência do


direito a receber (ou da obrigação a entregar) um número fixo ou determinável de
unidades de moeda. Os exemplos incluem: ativos intangíveis, estoques,
adiantamentos a fornecedores, ativo imobilizado, adiantamentos de clientes,
provisões a serem liquidadas com a entrega de um ativo não-monetário.
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Contabilidade em Moeda Constante - Conceitos

Itens Monetários - Classificação


Itens monetários “PUROS” (sofrem o efeito total da inflação)
Apresentam valor fixo no tempo e não têm qualquer mecanismo de defesa
contra a inflação.
Exemplos: Caixa, Depósitos Bancários não remunerados, Salários a pagar,
Dividendos a pagar, alguns Impostos a pagar etc..

Itens monetários “IMPUROS” (sofrem o efeito parcial da inflação)


Seus valores variam segundo algum critério (juros, índice de preços, variação
cambial etc.), mas serão realizados ou cumpridos em dinheiro. As variações
são perfeitamente identificadas ao longo do tempo e se caracterizam como
mecanismos de defesa contra a inflação, podendo ser suficientes ou não para
este objetivo.
Exemplos: Clientes, Fornecedores, Aplicações Financeiras, Empréstimos etc.

Prof. João
Guillermo
Domiraci
Braunbeck
Paccez 30
Inflação: como refletir nas demonstrações?

Legislação brasileira
 Os efeitos da inflação eram refletidos desde 1.958 com o nome de “Reavaliação”.
Era opcional e quem fizesse era tributado.
 Em 1.964 passou a ser obrigatória, sendo modificada em 1.968 e 1.973.
 Em 1.976 foi editada a Lei Nº 6.404 (Lei das S.A.) que implantou um critério
adotado até 1.995, quando foi extinta (após o Plano Real).

Critério adotado na Lei Nº 6.404/76 (até 1995)


 As contas do antigo Ativo Permanente (AP) e do Patrimônio Líquido (PL) eram
corrigidas, em contrapartida de uma conta de resultados chamada Correção
Monetária de Balanço ou Resultado de Correção Monetária.
Se AP > PL  Resultado de Correção Monetária tinha saldo credor (significava uma
receita, ou seja, ganho com a inflação).
Se AP < PL  Resultado de Correção Monetária tinha saldo devedor (significava
uma despesa, ou seja, perda com a inflação).

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Correção Monetária Integral:
Processo de elaboração

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Balanço inicial (ajustes)


• Os itens monetários que estão avaliados na data deste balanço não precisam
ser alterados.
• Os itens monetários que vencem no futuro (Clientes, Fornecedores etc.)
devem ser ajustados a Valor Presente para a data deste balanço, utilizando-se
a taxa de juros vigente na data da origem do direito ou obrigação.
• Os itens não monetários, após os ajustes a Valor Presente (se necessários),
devem ser corrigidos pela variação do índice de preços ocorrida entre a data
de registro de cada item pela contabilidade até a data do balanço inicial.
• As Reservas de Lucros são calculadas por diferença e absorvem todos os
ajustes efetuados nas demais contas. (Princípio da Equivalência Contábil)
• Após estes ajustes todos os valores obtidos (que estão na moeda da data do
balanço inicial) devem ser corrigidos para a moeda da data do balanço de
fechamento.

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Balanço final (ajustes)


• Os itens monetários que estão avaliados na data deste balanço não precisam
ser alterados.
• Os itens monetários que vencem no futuro (Clientes, Fornecedores etc.)
devem ser ajustados a Valor Presente para a data deste balanço, utilizando-se
a taxa de juros vigente na data da origem do direito ou obrigação.
• Os itens não monetários , após os ajustes a Valor Presente (se necessários),
devem ser corrigidos pela variação do índice de preços ocorrida entre a data
de registro de cada item na contabilidade até a data do balanço final.
• As Reservas de Lucros são calculadas por diferença e absorvem todos os
ajustes efetuados nas demais contas. (Princípio da Equivalência Contábil)
Obs.: O Patrimônio Líquido do balanço final deverá ser conciliado com o saldo do
Patrimônio Líquido do balanço anterior e com o resultado do período
atual, na moeda da data do balanço final.

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Demonstração do Resultado
Receitas e despesas relacionadas com ativos e passivos monetários
• As receitas e despesas realizadas à vista, relacionadas com ativos e passivos
monetários, devem ser corrigidas pela variação do índice de preços entre as
datas de suas ocorrências (competência) até a data do balanço final.
• As receitas e despesas realizadas a prazo devem ser ajustadas a Valor presente,
nas datas de suas ocorrências, utilizando-se as taxas de juros vigentes em cada
data. Os valores presentes obtidos devem, então, ser corrigidos pela variação
do índice de preços entre as datas de suas ocorrências (competência) até a
data do balanço final.

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Demonstração do Resultado
Receitas e despesas relacionadas com ativos e passivos não monetários
• As receitas e despesas, relacionadas com ativos e passivos não monetários
devem ser corrigidas pela variação do índice de preços entre as datas de
ocorrência de cada item não monetário (data de registro no balanço) até a
data do balanço final.
• As receitas e despesas, relacionadas com ativos e passivos não monetários que
haviam sido realizados a prazo, devem ser ajustadas a Valor presente, nas
datas de suas ocorrências, utilizando-se as taxas de juros vigentes em cada
data. Estas receitas ou despesas, após serem ajustadas a valor presente,
devem ser corrigidas pela variação do índice de preços entre as datas de suas
ocorrências (data de registro no balanço) até a data do balanço final.

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Demonstração do Resultado
Ganhos e perdas com itens monetários
• Devem ser calculados e apresentados individualmente os ganhos ou perdas
sobre cada item monetário (ativos e passivos).
• No caso de Receitas Financeiras, as perdas devidas à inflação reduzem a
Receita Nominal (contabilizada de acordo com as regras da contabilidade
societária), sendo apresentado apenas o valor líquido. (Receita Real)
• No caso de Despesas Financeiras, os ganhos devidos à inflação reduzem a
Despesa Nominal (contabilizada de acordo com as regras da contabilidade
societária), sendo apresentado apenas o valor líquido. (Despesa Real)
• Os efeitos da inflação sobre a conta Clientes são apresentados com a
nomenclatura Receitas Financeiras Comerciais.
• Os efeitos da inflação sobre a conta Fornecedores são apresentados com a
nomenclatura Despesas Financeiras Comerciais.

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Processo de elaboração
em moeda forte (UMC)

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Balanços Patrimoniais (em unidades de moeda “forte”)


• Os itens monetários, após os ajustes a Valor Presente necessários, devem ser
convertidos pelo valor do índice de preços da data do balanço.
• Os itens não monetários , após os ajustes a Valor Presente necessários, devem
ser convertidos pelo valor do índice de preços da data de registro de cada item
na contabilidade.
Demonstração do Resultado (em unidades de moeda “forte”)
• As receitas e despesas relacionadas com itens monetários , após os ajustes a
Valor Presente necessários, devem ser convertidas pelos valores dos índices de
preços das datas em que ocorrerem.
• As receitas e despesas relacionadas com itens não monetários , após os ajustes
a Valor Presente necessários, devem ser convertidas pelos valores dos índices
de preços das datas em que os ativos ou passivos correspondentes foram
contabilizados.

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Elaboração das demonstrações em moeda constante

Demonstração do Resultado (ganhos e perdas em “moeda forte”)


• Fazer a evolução de cada conta de item monetário em moeda corrente (Reais), partindo
do saldo existente no Balanço Inicial e conciliando com o saldo no Balanço Final. Devem
ser considerados pelo Valor Presente.
• O saldo de cada conta existente no Balanço Inicial (a Valor Presente) deve ser
convertido pelo valor do índice de preços da data deste balanço.
• Os valores das movimentações de cada conta (a Valor Presente) devem ser convertidos
pelos valores do índice de preços das datas em que ocorreram.
• O saldo de cada conta no Balanço Final (a Valor Presente) deve ser convertido pelo
valor do índice de preços da data deste balanço.
• Calcular o saldo que deveria existir para cada conta de item monetário em “moeda
forte” (Saldo Inicial +/- Movimentações). A diferença entre este saldo calculado (que
deveria existir) e o saldo que efetivamente existe no Balanço Final (em “moeda forte”)
representa o ganho ou a perda sobre o item monetário analisado.

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