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Os impostos ou taxas sobre vendas incidem sobre vendas e guardam proporcionalidade com o preço de
venda.
Por um lado, quanto maior for o montante de venda, maior será o montante de impostos ou taxas sobre
vendas. Por outro lado, se a empresa nada vender, não serão gerados impostos e taxas sobre vendas.
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – de competência da União (governo federal). A alíquota
(taxa) do IPI varia de acordo com o Produto, ou seja, tratando-se de produtos de primeira necessidade,
a alíquota é baixa ou até mesmo zero (produtos alimentícios, vestuário, calçado, matéria-prima básica
etc.); tratando-se de produtos supérfluos, a alíquota é elevada, podendo chegar, como é o caso de
cigarros, próximo dos 400%.
Outros produtos de alíquota elevada são: bebidas alcoólicas, perfumes, automóveis etc.
Não será dado tratamento mais profundo a esse imposto por ser gerado apenas em empresa
industrial e por ser a empresa comercial a preocupação principal deste livro.
VIII – os armazéns-gerais, em relação aos produtos a que derem saída e que tenham sido
recebidos do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, situado em outra Unidade da
Federação (Lei nº 4.502/64, art. 4º, e Decreto-lei nº 1.199/71, art. 5º, alt. 1ª);
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações – de competência dos Estados e do
Distrito Federal. Tem como fatos geradores os mencionados na sua denominação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior. É também chamado de Imposto Não Cumulativo
(Imposto sobre o Valor Agregado – IVA), porque, em regra geral, pode-se compensar o valor do
ICMS devido durante a venda, com ICMS sobre mercadoria adquirida para revenda. Alguns impostos
sobre vendas que eram de competência da União foram, com a Constituição de 1988, para o alcance
do ICMS (por exemplo: Imposto Único sobre Energia Elétrica, Imposto Único sobre Minerais,
Imposto sobre Combustíveis e Lubrificantes).
O ICMS incide, também, sobre a entrada de mercadoria importada, ainda que se trate de bens
destinados ao consumo ou ao ativo imobilizado das empresas.
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (também conhecido pela sigla ISS) – de competência
dos municípios e do Distrito Federal, por este não possuir municípios. As alíquotas variam de acordo
com as legislações municipais e de acordo com a natureza dos serviços.
Podem ser tributados pelo ISS os serviços não compreendidos no campo de incidência do
ICMS.
IVVC – Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis – também de competência dos municípios e
do Distrito Federal, foi criado com a Constituição de 1988.
PIS – Programa de Integração Social – quando calculado pela aplicação de uma alíquota sobre a soma
das receitas que entram no cálculo do lucro operacional (líquido), delas podendo ser excluídos alguns
valores, tais como: as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais,
o IPI, as reversões de provisões e recuperações de créditos (que não representem ingresso de novas
receitas), o resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial e os
lucros/dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição.
PASEP – Programa de Formação do Patrimônio Público – foi criado pela Lei Complementar Federal nº
8, de 3-12-70.
COFINS e PIS/PASEP
Para o regime de tributação lucro presumido, a alíquota é a de 3,0% (cumulativo); para o regime de
tributação lucro real, a alíquota é a de 7,6% (não cumulativo). Essas duas alíquotas apresentadas
estão de acordo com a Lei nº 10.833/03 para a COFINS. Mas, para o PIS, é diferente, ou seja, de
acordo com a Lei nº 10.637/02, referente ao regime de tributação lucro real, a alíquota é a de 1,65%
(não cumulativo).
Neste item serão abordados os aspectos contábeis do ICMS na compra, na venda e a apuração do ICMS a
recolher.
6.1.1 Na compra
De acordo com a legislação fiscal, deve ser excluído do custo de aquisição de mercadorias para revenda e
de matérias-primas o montante do ICMS recuperável, destacado em nota fiscal.
Tal procedimento implica registrar em conta própria de “ICMS a Recuperar” o montante desse imposto,
pago (ou a pagar) na aquisição de mercadorias e matérias-primas, em correspondência com os lançamentos no
livro de Registro de Apuração de ICMS. Dessa forma, os estoques já ficam despojados do ICMS.
A base de cálculo do ICMS é o preço da mercadoria revendida. Assim, se determinada empresa comercial
adquire uma mercadoria para revenda por $ 50.000, a nota fiscal terá os seguintes destaques:
Observe-se que o valor do ICMS integra a base de cálculo, o que, a rigor, favorece o fisco, já que a alíquota
real seria 21,95% (9.000.000 / 41.000.000) e não 18%.
A contabilização é:
O ICMS pago (ou a pagar) por ocasião da compra caracteriza-se como um adiantamento da empresa
adquirente, já que os impostos sobre vendas são cobrados do consumidor e não da empresa. Esta é apenas
depositária ou um veículo de arrecadação.
Dessa forma, a empresa tem o direito de recuperar o ICMS pago ao seu fornecedor. Tal recuperação se
dará por ocasião da venda da mercadoria adquirida.
6.1.2 Na venda
Quando a venda se realiza, a empresa comercial deverá também cobrar o ICMS do comprador da
mercadoria.
Suponha-se que esta mesma mercadoria seja vendida por $ 70.000 à vista. Na emissão da nota fiscal
haveria os seguintes destaques:
No momento da venda, ao contrário da compra, o ICMS (assim como os outros Impostos sobre Vendas)
comporá a Receita Bruta, devendo ser deduzido, em seguida, para apuração da Receita Líquida:
Na venda da mercadoria foi destacado o ICMS recebido do comprador da mercadoria de $ 12.600, que
deve ser recolhido ao Estado.
Todavia, quando da compra da mercadoria para revenda, foi adiantado um pagamento de ICMS.
Evidentemente, será descontada aquela quantia já paga, uma vez que o ICMS é um imposto não cumulativo
(imposto não cumulativo é aquele em que se abate, em cada operação, o montante de Imposto cobrado nas
anteriores). O lançamento mostra a “apuração do ICMS”.
Portanto, a empresa deve recolher aos cofres públicos $ 3.600, já que $ 9.000 foram pagos no momento
da compra ao fornecedor. Essa parcela será destacada no Passivo Circulante – ICMS a Recolher $ 3.600.
Se a empresa não vendesse a mercadoria adquirida (ou vendesse um montante menor que o adquirido),
haveria saldo na conta ICMS a Recuperar que comporia o Ativo Circulante como um direito.
Em resumo, a empresa recolherá ICMS sobre a parcela não tributada na operação: $ 20.000. Inicialmente,
foi pago ICMS sobre $ 50.000 (compra); como a mercadoria foi vendida por $ 70.000, a diferença ($ 20.000)
ainda não foi tributada → $ 20.000 × 18% = $ 3.600.
Quando o recolhimento (pagamento) dos $ 3.600 ocorrer, outros valores já poderão ter sido creditados na
conta ICMS a Recolher, decorrentes das vendas feitas no(s) período(s) seguinte(s).
Uma empresa comercial, quando adquire produtos de uma indústria, paga IPI, ICMS, PIS e COFINS,
recuperando apenas o ICMS, já que é cobrado do seu cliente. O PIS e a COFINS, durante a aquisição das
mercadorias, caracterizam custo; o IPI, durante as vendas de empresas comerciais, também caracteriza custo,
já que não é cobrado do cliente.
Em se considerando o valor de $ 13.000, para a aquisição de uma mercadoria, $ 10.000 são referentes ao
valor principal da mercadoria e $ 3.000 referem-se ao IPI. Destacam-se o valor de $ 1.800 de ICMS (alíquota
18%), PIS de $ 65,00 (alíquota 0,65%) e COFINS de $ 300,00.
Uma empresa comercial, quando adquire produtos de uma indústria, paga IPI, ICMS, PIS e COFINS,
recuperando o ICMS, PIS e COFINS, já que são cobrados do seu cliente. Como o IPI, normalmente, não é
cobrado pela empresa comercial, não há recuperação. Portanto, o IPI caracteriza custo para uma empresa
comercial.
Em se considerando o valor de $ 13.000 para a aquisição de uma mercadoria, $ 10.000 são referentes ao
valor principal da mercadoria e $ 3.000 referem-se ao IPI. Destacam-se o valor de $ 1.800 de ICMS (alíquota
18%), PIS de $ 165,00 (alíquota 1,65%) e COFINS de $ 760,00 (alíquota 7,60%).
Nessas circunstâncias, o comerciante pode tornar-se contribuinte do IPI e recuperar esse imposto pago por
ocasião de suas compras (Ativo Circulante), registrando o compromisso deste (Passivo Circulante) por ocasião
das vendas (esquema igual ao ICMS retro apresentado).
Esse mesmo caso se aplica também às cooperativas de produtores de álcool que vendam o produto recebido
simbolicamente dos seus associados.
O Programa de Integração Social (PIS) visa proporcionar a participação dos trabalhadores no lucro das
empresas, na forma de poupança individual.
Existiam diversas formas de cálculo da contribuição das empresas para o PIS, além de sobre a receita (uma
delas era denominada PIS-repique e a outra era calculada sobre o montante da folha de pagamento).
Agora, todavia, há uma modalidade única de cálculo, qual seja, sobre a soma das receitas que entram no
cálculo do lucro operacional bruto, conforme antes comentado. As poucas exceções a essa regra geral ficam
com as entidades sem fins lucrativos, com os condomínios e com as cooperativas, que calculam o PIS através
de um percentual aplicado sobre a folha de pagamento.
Além disso, existem aspectos particulares relativos à contribuição para o PIS por parte de empresas, tais
como imobiliárias, empreiteiras de obras, sociedades em conta de participação, comerciantes de combustíveis
e comerciantes de cigarros.
Como vimos no início do capítulo, nem todo o valor do PIS a ser recolhido ao Governo tem origem nas
receitas de vendas (de mercadorias, de produtos ou de serviços). Parte dele pode originar-se da aplicação da
alíquota sobre outras receitas que entram no cômputo do lucro operacional (líquido). Exemplo dessas últimas
são as“receitas financeiras”.
Em vista disso, somente o PIS calculado sobre as receitas de vendas (devidamente ajustadas pelo que for
permitido pela legislação) é que deve ser considerado como uma “dedução da receita operacional bruta”. A
outra parcela do PIS, calculada sobre as demais receitas, deve ser considerada como uma despesa operacional
(no grupo das “despesas administrativas”, por exemplo). Apesar desse alerta, em muitos trechos deste livro ou
do livro de exercícios não será a questão tratada nesse nível de detalhe.
Supondo que a Comercial Macali Ltda. apresentou as seguintes receitas operacionais no mês de fev./x1:
Supondo que, também em fev./x1, ela tenha concedido $ 480 de descontos incondicionais sobre
vendas, e tenha recebido $ 1.520 de vendas devolvidas e, supondo uma alíquota de 0,65%, vamos calcular o
valor do encargo com o PIS relativo a fev./x1:
Atualmente, para apurarmos o PIS e a COFINS, devemos observar, primeiramente, em que regime de
tributação a empresa se enquadra. Além disso, devemos verificar o ramo de atividade dessa empresa: se é do
ramo industrial, comercial ou prestadora de serviços.
Com o advento da Lei nº 10.637/02 e da Lei nº 10.833/03, foram criadas novas modalidades de apuração
do PIS e da COFINS.
Abaixo, demonstramos de forma clara e objetiva como apurar o novo PIS e a nova COFINS, obedecendo
às novas modalidades, tais como:
Se uma empresa opera no Regime de Tributação pelo Lucro Presumido, seja seu ramo de atividade
indústria, comércio ou serviço, as alíquotas do PIS e da COFINS permanecem no regime de tributação
anteriormente aplicado, ou seja, 0,65% para o PIS e 3,0% para a COFINS. Esses percentuais são aplicados
sobre as receitas de vendas e demais receitas financeiras, e denominam-se Regime Cumulativo.
Entretanto, se a empresa operar pelo Regime de Tributação pelo Lucro Real, o PIS e a COFINS são
considerados não cumulativos; suas bases foram majoradas de 0,65% para 1,65% para o PIS a partir do mês
de setembro de 2003, conforme Lei nº 10.637/02, e de 3,0% para 7,6% para a COFINS a partir de fevereiro de
2004, conforme Lei nº 10.833/03. Nesse regime de tributação, a pessoa jurídica poderá descontar créditos
calculados em relação a:
I – bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos
III e IV do § 3º do art. 1º da referida lei;
II – bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de
bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes;
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da
empresa.
A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) foi criada pelo governo federal com
a finalidade de angariar recursos para aplicação na área social. As empresas contribuem com a COFINS, que
é ônus delas.
Em termos gerais, as empresas têm como base de cálculo para a COFINS a receita operacional bruta,
deduzidas as vendas canceladas, devolvidas, e os descontos concedidos. Sua alíquota, atualizada para 2004
(sofre constantes variações), é multiplicada pela receita bruta das vendas de produtos/mercadorias e serviços
de qualquer natureza.
A contabilização, no final de cada mês, da COFINS é feita por meio do débito em conta de COFINS s/
faturamento e crédito de COFINS a recolher. A primeira conta pertence às “deduções da receita operacional
bruta” e a segunda, ao Passivo Circulante.