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Será analisada cada característica individualmente para, a seguir, tratar-se da codificação e estruturação de
um plano de contas para empresa comercial.
Na tentativa de classificar empresas conforme o seu tamanho, encontram-se, normalmente, quatro divisões
distintas: micro, pequena, média e grande empresa.
Ao planejar uma Contabilidade para uma microempresa (bar, farmácia, mercearia etc.), através de um
plano de contas, sabe-se, antecipadamente, que com muito pouco (ou quase nada) a contabilidade poderá
contribuir para a administração da empresa. O próprio Fisco isenta as empresas de reduzida receita do Imposto
de Renda e dispensa-as da contabilidade. Vale lembrar que o Código Civil, em seu art. 1.179, traz uma nova
disposição quanto à escrituração e responsabilidade para o contador.
Assim, uma pequena farmácia poderia englobar numa única conta de salários a sua folha de pagamento e
incluir o pró-labore dos proprietários e os encargos sociais, enquanto uma indústria farmacêutica média
destacaria, para melhorar a qualidade das informações, diversas contas para evidenciar a remuneração do seu
quadro de pessoal e diretores: pessoal de fábrica, pessoal de vendas, pessoal administrativo, honorários de
diretores etc., todos com destaque dos encargos sociais.
Já uma grande empresa pode estar interessada em abrir uma conta para o pessoal de fábrica que trabalha
diretamente com a produção e outra para supervisores, pessoal de manutenção etc. Poderia, considerando suas
diversas unidades, abrir conta de pessoal por filiais ou departamentos.
Assim, também, não há necessidade de constar no plano de contas de um bazar, no grupo Realizável a
Longo Prazo, a conta “Empréstimos Concedidos a Coligadas”, quando dificilmente haverá a participação em
outras sociedades.
A contabilidade de uma pequena mercearia poderia ser útil com uma única conta de estoque de mercadoria,
enquanto um grande magazine necessitaria de uma conta de estoque por departamento ou setor.
Sem dúvida, quanto maior o tamanho da empresa, maior a necessidade de detalhar a contabilidade através
do plano de contas.
4.2 Ramo de atividade
O plano de contas será elaborado de acordo com o objetivo de cada empresa, as características do seu ramo
ou setor de atividade.
Dessa forma, dificilmente se encontra a conta “Estoque de Mercadorias” numa empresa prestadora de
serviços e que comumente não comercializa produtos. Assim, também não se destacará a conta “Mão de obra”
numa empresa comercial, já que tal nomenclatura se refere a pessoal de fábrica (indústria).
Também não é comum encontrar a conta “Imposto sobre Serviços” em uma empresa de natureza industrial.
Uma agropecuária, além de evidenciar a conta “Estoques Vivos”, incluirá no seu Ativo Circulante as
“Culturas Temporárias”, bem como, no Ativo Não Circulante, a conta “Culturas Permanentes”. A construção
civil destacará no Ativo a conta “Imóveis em Construção” e assim sucessivamente.
O sistema manual, praticamente em desuso no Brasil, depende de instrumentos bem simples, de valor
reduzido e abundantes no mercado, como canetas, livros ou fichas a serem escriturados etc. Nesse caso, o
plano de contas deve ser reduzido ao menor número possível de contas (em virtude da morosidade da
escrituração) e não há necessidade de codificação.
O sistema mecanizado caracteriza-se por máquinas contábeis especiais. Com o tempo, o computador
(sistema eletrônico) superou também o sistema mecanizado.
Com rapidez e precisão maiores que os três sistemas anteriores, permitindo um detalhamento maior de
contas, mas necessitando de codificação para melhor controle, conferência e arquivamento, surge o
sistema eletrônico, que, por sua vez, pressupõe o uso do computador, o qual, hoje, deixou de ser algo
misterioso e caro (como era no passado), para ser entendido como uma calculadora muito mais rápida, com
memória e precisão. Em virtude da velocidade incrível desse processo e da facilidade para obtenção de
relatórios em várias modalidades, recomenda-se detalhar ao máximo o plano de contas, inclusive por
departamentos, seções, produtos etc. A codificação é imprescindível nesse processo, pois facilita
sensivelmente o trabalho de digitação (alimentar a máquina“com os dedos”).
Atualmente, o rápido avanço tecnológico tem sido responsável pela maior utilização do sistema eletrônico
e pela não utilização dos demais sistemas (manual, maquinizado e mecanizado), uma vez que seu custo é cada
vez mais baixo e é cada vez mais simples sua utilização.
Um proprietário de uma microloja de sapatos, mesmo sem recursos materiais e humanos adequados,
poderia reivindicar da sua contabilidade, para melhor tomada de decisão, os estoques a valores de reposição
(o quanto custaria para repor seu estoque), enquanto um banqueiro que concede crédito à empresa poderia
desejar saber o estoque a valores de custo. Daí a necessidade de atender a ambos simultaneamente já na
estruturação do plano de contas.
Os acionistas de uma grande S.A. estão preocupados em conhecer, além de outras coisas, o destino (fluxo)
do lucro da empresa.
Dessa maneira, pode-se citar um sem-número de situações em que os usuários desejam informações “sob
medida”, havendo necessidade de ajustar o plano de contas a esses interesses.
CODIFICAÇÃO
O plano de contas, apresentado a seguir, foi codificado da seguinte maneira:
• Inicia-se com a unidade ① para todas as Contas do Ativo; com a unidade ② para todas as contas
do Passivo e do Patrimônio Líquido, e ③ para todas as contas de Resultado (Receitas, Deduções de
Receitas, Custos, Despesas, Participações etc.).
• Em seguida, adiciona-se um segundo número que representará o grupo de contas do Ativo, do
Passivo, e assim por diante. Desse modo, ao se observar o código 1.1, tem-se o Ativo Circulante (o
primeiro 1 é Ativo, o segundo 1.1 é o Ativo Circulante); 1.2 – Ativo Não Circulante; 1.2.1 – Ativo
Realizável a Longo Prazo; 1.2.2 – Investimentos etc.; 2.1 – Passivo Circulante; 2.2 – Passivo Não
Circulante; 2.3 – Patrimônio Líquido etc.
• O terceiro dígito significa a conta do grupo. Assim, ao se observar o Código 1.1.1, tem-se:
1. Ativo
Ressalta-se que não é necessário, e muitas vezes é inconveniente, destacar os títulos de grupos de contas
no plano de contas. Quando se registra, por exemplo, uma conta a pagar, cujo vencimento será daqui a 15
meses, faz-se uso no Exigível a Longo Prazo. Entretanto, na data do levantamento do balanço, se faltar menos
de 12 meses para sua liquidação, tal conta deverá ser reclassificada no Passivo Circulante. O ideal seria não
considerar o prazo e, no levantamento do balanço, classificar a conta a pagar dentro dos grupos de contas
adequados.
Será admitida uma empresa comercial média que vende a prazo e também compra a prazo. A empresa
vende dentro e fora do Estado. Tem coligadas, desconta duplicatas e também contrai financiamento a longo
prazo. Inclusive é uma empresa S.A. com planos de expansão e de abertura de capital.
1.00.00.00.00.00.00 ATIVO
1.01.01.00.00.00.00 DISPONÍVEL
1.01.02.00.00.00.00 CRÉDITOS
1.01.03.05.06.00.00 IR e CS a Restituir/Compensar
1.01.04.00.00.00.00 ESTOQUES
1.01.04.01.04.00.00 Matérias-primas
1.01.04.01.06.00.00 Almoxarifado
1.02.01.01.00.00.00 Clientes
1.02.02.00.00.00.00 INVESTIMENTOS
1.02.03.01.01.00.00 Terrenos
1.02.03.01.03.00.00 Instalações
1.02.03.01.06.00.00 Ferramentas
1.02.03.01.08.00.00 Veículos
1.02.03.02.02.00.00 Instalações
1.02.03.02.05.00.00 Ferramentas
1.02.03.02.07.00.00 Veículos
1.02.03.05.00.00.00 Intangível
1.02.03.05.03.00.00 Marcas
1.02.03.05.04.00.00 Patentes
1.02.03.05.03.00.00 Marcas
1.02.03.05.04.00.00 Patentes
2.00.00.00.00.00.00 PASSIVO
2.01.01.00.00.00.00 Fornecedores
2.01.01.01.00.00.00 (–) Ajuste a Valor Presente
2.01.04.06.00.00.00 IR a Pagar
2.01.04.08.00.00.00 CS a Pagar
2.01.08.00.00.00.00 Provisões
2.01.08.01.00.00.00 Provisões Fiscais, Previdenciárias, Trabalhistas e Cíveis
2.02.03.00.00.00.00 Provisões
2.02.04.00.00.00.00 Refis
3.01.01.02.02.00.00 Abatimentos
3.01.01.02.05.00.00 IPI
3.01.01.02.06.00.00 ICMS
3.01.01.02.07.00.00 ISS
3.01.01.02.09.00.00 COFINS
3.01.03.01.00.00.00 DE VENDAS
3.01.03.01.01.00.00 Pessoal
3.01.03.01.01.02.00 Pró-labore
3.01.03.01.01.04.00 INSS
3.01.03.01.01.05.00 FGTS
3.01.03.01.01.06.00 Férias
3.01.03.01.02.00.00 Ocupação
3.01.03.01.03.05.00 Reproduções
3.01.03.01.04.08.00 Cartorarias
3.01.03.01.04.09.00 Quilometragem
3.01.03.01.04.10.00 Medicamentos
3.01.03.01.04.13.00 Brindes
3.01.03.01.04.15.00 Eventuais
3.01.03.02.00.00.00 ADMINISTRATIVAS
3.01.03.02.01.00.00 Pessoal
3.01.03.02.01.02.00 Gratificações
3.01.03.02.01.03.00 Pró-labore
3.01.03.02.01.04.00 INSS
3.01.03.02.01.05.00 FGTS
3.01.03.02.01.06.00 Férias
3.01.03.02.02.00.00 Ocupação
3.01.03.02.03.05.00 Reproduções
3.01.03.02.04.00.00 Honorários
3.01.03.02.04.01.00 Diretoria
3.01.03.02.05.08.00 Cartorarias
3.01.03.02.05.09.00 Quilometragem
3.01.03.02.05.10.00 Medicamentos
3.01.03.02.05.11.00 Instruções Técnicas
3.01.03.02.05.13.00 Assinaturas
3.01.03.02.05.14.00 Doações
3.01.03.02.05.16.00 Brindes
3.01.03.02.05.18.00 Estagiários
3.01.03.02.05.21.00 Eventuais
3.01.03.02.06.01.00 Auditoria
3.01.03.02.07.01.00 IPTU
3.01.03.02.07.02.00 IPVA
3.01.03.02.07.03.00 IOF
3.01.03.02.07.04.00 CPMF
3.01.03.02.07.05.00 ITR
3.01.03.02.07.08.00 PIS/PASEP
3.01.03.02.07.09.00 COFINS
3.01.04.01.03.02.00 (–) Reversão de Ajuste a Valor Presente de Clientes, Líquido de suas Perdas
Monetárias
3.01.04.01.03.04.00 (–) Reversão de Ajuste a Valor Presente de Clientes, Líquido de suas Perdas
Monetárias
3.01.05.09.01.00.00 Debêntures
3.01.05.09.02.00.00 Empregados
3.01.05.09.03.00.00 Administradores