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GOVERNANÇA
CORPORATIVA E RELAÇÕES COM
INVESTIDORES
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Sumário
7.1 Governança Corporativa .................................................................................................................2
Governança Corporativa: Conceitos; Segmentos Especiais da BMFBOVESPA; Índices IGC e ITAG ..2
Índice de Governança Corporativa (IGC) ......................................................................................5
Índice Tag Along (ITAG) ................................................................................................................6
7.2 Relações com investidores: princípios e práticas ...........................................................................7
1. Transparência................................................................................................................................7
2. Equidade .......................................................................................................................................8
3. Franqueza e independência ..........................................................................................................9
4. Integridade e Responsabilidade..................................................................................................10
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7.1 Governança Corporativa
Governança Corporativa: Conceitos; Segmentos Especiais da BMFBOVESPA;
Índices IGC e ITAG
De acordo com a CVM, a Governança Corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade
otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como
investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. As práticas de Governança
Corporativa envolvem, principalmente, transparência, equidade de tratamento aos acionistas e
prestação de contas.
A Governança determina o nível e as formas de atuação que os investidores podem ter na
companhia, possibilitando-lhes exercer influência no desempenho da empresa.
A B3 dividiu as empresas no que diz respeito às boas práticas de Governança Corporativa: Nível I,
Nível II e Novo Mercado.
Companhias com um sistema de governança que proteja todos os seus investidores tendem a ser
mais valorizadas, pois os investidores reconhecem que os retornos serão usufruídos de forma
igualitária.
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O Bovespa Mais possibilita a realização de captações menores se comparadas ao Novo
Mercado, mas suficientes para financiar o seu projeto de crescimento. As empresas
listadas no Bovespa Mais tendem a atrair investidores que visualizem um potencial de
desenvolvimento mais acentuado no negócio. As ofertas de ações podem ser
destinadas a poucos investidores e eles geralmente possuem perspectivas de retorno
de médio e longo prazo.
Esse segmento permite efetuar a listagem sem oferta, ou seja, você pode listar a sua
empresa na B3 e tem até 7 anos para realizar o IPO. Essa possibilidade é ideal para as
empresas que desejam acessar o mercado aos poucos. Você pode trabalhar na
profissionalização do seu negócio visando somente a listagem e depois terá mais tempo
para realizar a oferta pública de ações. Ao desvincular um momento do outro, o acesso
ao mercado tende a ser mais tranquilo e o nível de preparação da sua empresa mais
alto.
Empresas listadas no Bovespa Mais são isentas da taxa de análise para listagem de
emissores (cobrada pela B3 para listagem de companhias) e recebem desconto
regressivo na anuidade, sendo 100% no primeiro ano.
Bovespa Mais 2
O segmento de listagem Bovespa Mais Nível 2 é similar ao Bovespa Mais, porém com
algumas exceções. As empresas listadas têm o direito de manter ações preferenciais
(PN). No caso de venda de controle da empresa, é assegurado aos detentores de ações
ordinárias e preferenciais o mesmo tratamento concedido ao acionista controlador,
prevendo, portanto, o direito de tag along de 100% do preço pago pelas ações
ordinárias do acionista controlador.
As ações preferenciais ainda dão o direito de voto aos acionistas em situações críticas,
como a aprovação de fusões e incorporações da empresa e contratos entre o acionista
controlador e a empresa, sempre que essas decisões estiverem sujeitas à aprovação na
assembleia de acionistas.
▪ Nível II: exigências do Nível I, além de outras práticas de governança e de direitos adicionais
para acionistas minoritários. O segmento de listagem Nível 2 é similar ao Novo Mercado,
porém com algumas exceções. As empresas listadas têm o direito de manter ações
preferenciais (PN). No caso de venda de controle da empresa, é assegurado aos detentores
de ações ordinárias e preferenciais o mesmo tratamento concedido ao acionista
controlador, prevendo, portanto, o direito de tag along de 100% do preço pago pelas ações
ordinárias do acionista controlador.
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As ações preferenciais ainda dão o direito de voto aos acionistas em situações críticas, como
a aprovação de fusões e incorporações da empresa e contratos entre o acionista controlador
e a empresa, sempre que essas decisões estiverem sujeitas à aprovação na assembleia de
acionistas.
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o O conselho de administração deve contemplar, no mínimo, 2 ou 20% de
conselheiros independentes, o que for maior, com mandato unificado de, no
máximo, dois anos;
o A empresa se compromete a manter, no mínimo, 25% das ações em circulação (free
float), ou 15%, em caso de ADTV (average daily trading volume) superior a R$ 25
milhões;
o Estruturação e divulgação de processo de avaliação do conselho de administração,
de seus comitês e da diretoria;
o Elaboração e divulgação de políticas de (i) remuneração; (ii) indicação de membros
do conselho de administração, seus comitês de assessoramento e diretoria
estatutária; (iii) gerenciamento de riscos; (iv) transação com partes relacionadas; e
(v) negociação de valores mobiliários, com conteúdo mínimo (exceto para a política
de remuneração);
o Divulgação simultânea, em inglês e português, de fatos relevantes, informações
sobre proventos e press releases de resultados;
o Divulgação mensal das negociações com valores mobiliários de emissão da empresa
pelos e acionistas controladores.
O Índice de Governança Corporativa (IGC) é um indicador que apresenta o desempenho médio das
cotações dos ativos de empresas que possuem melhor governança de sua gestão, abrangendo as
empresas listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da B3.
O IGC foi criado pela com a finalidade de avaliar o desempenho de ações de companhias com níveis
de governança corporativa diferenciada. Esta análise é feita a partir de uma carteira teórica.
O índice abrange apenas as ações das empresas negociadas no Novo Mercado ou que têm
classificação nos Níveis 1 ou 2 da B3. É analisado o crescimento do valor destes papéis ofertados ao
mercado. Mas apenas as que estiverem abertas a negociação ou free-float.
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Índice Tag Along (ITAG)
O objetivo do ITAG é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de
empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação do
controle.
O ITAG é um índice de ações de retorno total, procurando refletir não apenas as variações nos preços
dos ativos integrantes do índice no tempo, mas também o impacto que a distribuição de proventos
por parte das companhias emissoras desses ativos teria no retorno do índice.
A carteira teórica de ativos do ITAG é composta de ações e units de ações de companhias listadas na
B3. Para compor o Índice Tag Along, as ações e units de ações devem atender aos seguintes critérios
de inclusão:
• Ter tag along superior à legislação vigente, ou seja: ações ordinárias com tag along superior
a 80%; e ações preferenciais com tag along em qualquer percentual. A mesma regra se aplica
a units formadas por ações ordinárias e preferenciais;
• Ter presença em pregão de 30% no período de vigência das 3 carteiras anteriores, ou desde
o início de sua listagem, se esta ocorreu dentro desse intervalo;
• Não ser classificado como ativo penny stock, cujo valor médio ponderado durante a vigência
da carteira teórica anterior ao rebalanceamento, desconsiderando-se o último dia desse
período, tenha sido inferior a R$ 1,00.
Para que sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, a composição da carteira teórica
do Ibovespa é reavaliada a cada 4 meses.
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7.2 Relações com investidores: princípios e práticas
A atividade profissional de Relações com Investidores possui um código de conduta pregado pelo
Instituto Brasileiro de Relações com Investidores.
Os princípios devem valer tanto perante o público externo, como nas atividades cotidianas dentro
da companhia, uma vez que o profissional de RI deve ser responsável por prover inteligência de
mercado para a alta administração, mantendo-a informada: (a) sobre o que é divulgado ao público,
para que todos estejam em sintonia com a consistência, tempestividade e melhores práticas, e (b)
sobre o que o mercado pensa da empresa em relação a cada um dos itens a seguir.
1. Transparência
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• Zelar pela exatidão, consistência e tempestividade na divulgação de informações,
financeiras ou não-financeiras, de maneira a permitir ao investidor uma avaliação bem
fundamentada de risco;
• Assegurar-se de que todas as informações e registros de que tome conhecimento e os
documentos que lhes dão suporte descrevam e reflitam fielmente as transações havidas,
sempre com base em critérios definidos que identifiquem o que é passível de divulgação
sem colocar em risco a estratégia e a operação da empresa;
• Cuidar para que os controles e procedimentos de informação e comunicação sejam
apropriados e passíveis de verificação e avaliação externa e independente;
• Empenhar-se em um diálogo aberto com todas as partes interessadas, mas ter o máximo
cuidado com as informações que envolvam projeções de resultados, solicitando da empresa
uma posição muito clara e explícita sobre esse tipo de comunicação.
2. Equidade
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3. Franqueza e independência
O profissional de RI deve zelar pela veracidade da informação que distribui, para que seja completa
e confiável, sem meias-verdades/distorções que enfatizem o lado positivo do fato ou que
soneguem/atenuem os aspectos menos favoráveis. Deve estar convicto de que a informação
completa e sincera só trabalha em favor da reputação da empresa, fortalecendo a credibilidade da
organização e do profissional. Em sentido inverso, deve o RI levar para a administração da empresa
todas as informações, críticas e avaliações que conseguir captar no mercado, para que sirvam de
ferramenta no processo decisório. Deve ter, ademais, no exercício de suas funções, a independência
necessária para comunicar aos demais órgãos da empresa, notadamente à Diretoria e ao Conselho
de Administração, qualquer descumprimento de disposições previstas em lei, na regulamentação da
CVM ou mesmo da política interna.
Deveres do profissional de RI segundo o princípio da franqueza e independência:
• Empenhar-se para que a franqueza seja parte integrante da cultura da empresa, na certeza
e na defesa de que todos têm a ganhar com um ambiente de confiança mútua e de
construção da credibilidade;
• Criar na empresa a convicção de que a franqueza – mesmo nas situações, como as de crise,
em que o silêncio parece mais cômodo – é fator de peso na construção de uma sólida
imagem interna e externa da organização, que é um de seus mais importantes valores
intangíveis;
• Zelar pela veracidade de qualquer informação que distribua, sob pena de tornar-se co-
responsável por distorções que venham a afetar o mercado;
• Assegurar-se de que sejam confiáveis as fontes das informações que venha a colher no
mercado sobre a empresa a que está vinculado. Se não tiver essa segurança, mesmo assim
deverá fazer chegar a informação à Administração, com ressalvas quanto à idoneidade das
fontes, se for o caso;
• Promover a cultura empresarial para que o relacionamento Empresa/Mercado seja
construído sobre o fundamento da franqueza, o que envolve a comunicação dos aspectos
positivos ou negativos, favoráveis ou desfavoráveis, sem omissões ou meias verdades, no
tempo devido;
• Acreditar firmemente que só terá benefícios em trabalhar numa empresa que tenha
conquistado uma reputação de plena credibilidade;
• Preservar um nível de independência profissional que lhe permita levar ao conhecimento
dos demais órgãos da Companhia, notadamente à Diretoria e ao Conselho de Administração,
eventual descumprimento de regras emanadas da lei, da regulamentação dos órgãos
reguladores e auto-reguladores ou mesmo da política interna.
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4. Integridade e Responsabilidade
O primeiro princípio a ser observado pelo RI é o respeito total pelas leis do País e pela
regulamentação oriunda dos órgãos que disciplinam seu mercado de trabalho (CVM, Banco Central,
Bolsa de Valores etc.). Nenhuma ação deve ser iniciada antes que a indagação sobre legalidade tenha
sido respondida afirmativamente. O uso de qualquer informação, para vantagem pessoal, configura
transgressão grave desse princípio. Embora profissionalmente vinculado à organização, o RI é o
maior responsável pelo seu próprio conceito profissional, o que equivale dizer que, em eventual
situação de conflito – ainda que aparente – entre os interesses da organização e sua reputação
profissional, deve prevalecer esta última.
Deveres do profissional de RI segundo o princípio da integridade e responsabilidade:
• Cumprir e fazer cumprir todas as normas legais e regulamentares que incidem sobre a
atividade da companhia, especialmente aquelas que tratam da elaboração e disseminação
de informações sobre os negócios sociais, zelando para que os demais colaboradores da
companhia façam o mesmo;
• Ficar atento às situações que possam afetar a integridade da informação, ato ou fato
relevante ocorrido, zelando para que esta, redigida de modo claro e preciso, seja elaborada
em tempo hábil para divulgá-la e comunicá-la aos órgãos fiscalizadores e ao mercado,
sempre que possível antes do início ou após o encerramento dos negócios em bolsa ou
balcão, seja no mercado doméstico ou no internacional. Em caso de incompatibilidade de
horários, deverá prevalecer o horário de funcionamento do mercado brasileiro;
• Solicitar, sempre simultaneamente às bolsas de valores e entidades do mercado de balcão
organizado, nacionais e estrangeiras, em que os valores mobiliários de emissão da
companhia sejam admitidos à negociação, a suspensão da negociação dos valores
mobiliários de emissão da companhia aberta, ou a eles referenciados, pelo tempo
necessário à adequada disseminação da informação relevante;
• Manter-se permanentemente informado e em contato com os participantes dos demais
órgãos da companhia (acionistas controladores, diretores, membros do Conselho de
Administração, do Conselho Fiscal e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou
consultivas) sobre a existência de fatos relevantes que devam ser objeto de divulgação;
• Manter rigoroso sigilo quanto à informação (ainda que incompleta ou em formação) sobre
os negócios da companhia, sendo-lhe terminantemente vedado utilizar, ou permitir que
terceiros utilizem, informação que ainda não tenha sido divulgada ao público;
• Evitar que ele próprio, integrante de sua equipe, ou outro colaborador da companhia, venha
a oferecer vantagem de qualquer natureza a terceiros;
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• Recusar-se a receber de terceiros vantagem de qualquer natureza, zelando para que os
integrantes de sua equipe adotem idêntico procedimento;
• Zelar para que sejam observadas, pelos integrantes dos diversos órgãos da companhia, a
política de divulgação de ato ou fato relevante e de negociação que tiver sido adotada por
deliberação do Conselho de Administração;
• Reportar para a alta administração se suspeitar ou reconhecer atos ilegais ou fraudulentos
na companhia;
• Esclarecer as dúvidas dos agentes do mercado; portanto, nunca induzir a tomada de decisão
do interlocutor;
• Zelar pela sua própria reputação profissional até o ponto de fazê-la prevalecer, em qualquer
decisão, caso se configure conflito de interesse entre seus deveres e os interesses da
empresa.
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