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Perícia Contábil

em Matéria Financeira
(Contém 320 exemplos de quesitos)

4ª Edição: revisada e ampliada graças às recomendações


recebidas de colegas, peritos e professores,
aos quais agradeço sensibilizado.
REMO DALLA ZANNA
Graduado em economia e contabilidade, especializou-se em administração financeiras
na FGV e ISE, concluiu o mestrado em administração de negócios na Unicid. É autor da
Coleção PERÍCIA CONTÁBIL com três livros: Contabilidade Instrumental para Peritos;
Perícia Contábil em Matéria Financeira e Prática de Perícia Contábil. É Perito Judicial
e Extrajudicial; Avaliador Judicial e Extrajudicial; Consultor de Empresas e Professor.
É sócio das empresas: (a) RDZ Formação de Peritos Ltda. e (b) TRANSFORMAÇÃO –
Consultoria em Desenvolvimento Humano Ltda.
Introdução

A 3ª edição esgotou-se. As contribuições recebidas de pessoas que


a leram revelaram a necessidade de preparar esta 4ª edição. Em verdade,
as modificações não são muitas, mas o necessário para justificar a atua-
lização desta obra.
Os alunos da RDZ - FORMAÇÃO DE PERITOS LTDA. <www.
rdzpericias.com.br> (cursos pela internet) vêm contribuindo com seus
questionamentos, dúvidas e argumentações. Participantes de cursos de
pós-graduação e de mestrado usam esta obra para conhecer demandas
judiciais geradas por contratos bancários, por contratos de leasing e de
factoring.
As manifestações de apoio a esta obra têm me encorajado a con-
tinuar atento às alterações praticadas na vida bancária e, na medida das
necessidades, introduzir estes conhecimentos nos textos destinados aos
meus alunos.
Agradeço, pois, a todos que têm contribuído, peço-lhes que conti-
nuem me ajudando para que esta obra seja sempre algo verdadeiramente
útil e atualizado. Envio-lhes meus votos de saúde e sucesso profissional.
Desde já, o autor agradece as críticas e sugestões que poderão ser
enviadas para <rdzpericias@uol.com.br>.
REMO DALLA ZANNA
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.
NOTA: houve manifestação sobre o fato de esta obra não apresen-
tar a usual bibliografia. Esclareço que o nome dos autores consultados
e respectivas obras estão mencionados no curso do texto. Para escrever
este livro, vali-me muito mais de minhas próprias anotações feitas e
guardadas desde o curso de especialização em administração financeira
que frequentei na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Atuei como
auditor e fui gerente financeiro de empresas multinacionais. Fui control-
ler e procurador de empresas. Mantive relacionamento com instituições
financeiras nacionais e estrangeiras e guardei tudo que poderia facilitar
meu trabalho. Quando decidi atuar como perito-contador (pura paixão!),
esse material foi-me útil para atender às novas necessidades profissionais,
seja exercendo a função de perito judicial, seja a de assistente técnico.
Depois decidi colocar esse conhecimento em um livro para que fosse
acessível aos meus colegas. Muitas das informações aqui contidas estão
disponíveis nas agências bancárias e outras podem ser obtidas, de forma
corrente, com gerentes de bancos, segundo a especialidade de cada um.
Ousei entrevistar ex-diretores e ex-gerentes com os quais havia trabalhado
no passado. Logo, não há bibliografia a ser inserida em página apartada
porque os conhecimentos lançados nessa obra são de domínio público;
constam em normas do Banco Central do Brasil, no Código Civil e na
legislação que regula as atividades bancárias. O que fiz foi apenas ordenar
os vários assuntos que são objeto de ações judiciais começando, todavia,
com uma breve recordação de “matemática financeira”, no entanto, este
livro não é de “matemática financeira”.
Justificativa à 4ª edição

A inflação voltou a rondar os lares, as pessoas e a empresas no Brasil.


A primeira medida que o governo (o Banco Central) toma neste cená-
rio, como de praxe, é aumentar a taxa de juros que o Estado (o Tesouro
Nacional) paga aos que investem em títulos da dívida pública. Paralela-
mente, o sistema financeiro aumenta as taxas de juros e os empréstimos
e financiamentos ficam mais caros. Ressurge, então, o perigo da “ciranda
financeira” que assolou o nosso país no fim do século passado. A econo-
mia desaquece, ou seja, o consumo diminui provocando menor produção
de bens e de serviços. Numa situação em que o financiamento do capital
de giro fica mais escasso e mais caro e a produção diminui, surge a pos-
sibilidade de o devedor bancário não mais dispor de fundos para quitar
sua dívida. Ato contínuo: diante da impossibilidade de pagar seu débito e
considerando a nova realidade da economia, recorre ao Poder Judiciário
para renegociar seu contrato.
O Brasil é conhecido mundialmente como a nação que pratica as
mais elevadas taxas de juros do mundo. Excluem-se deste conceito os fi-
nanciamentos agrícolas, mas nem todos; e os financiamentos viabilizados
pelo BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Esta realidade é fonte permanente de controvérsias entre entidades do
sistema financeiro e tomadores de empréstimos, seja na modalidade de
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capital de giro para as empresas, seja na forma de empréstimos pessoais


e financiamento de dívidas com cartões de crédito para pessoas físicas.
Logo, os trabalhos periciais relacionados com contratos financeiros
continuam sendo muito requisitados tanto no meio forense como fora dele.
O nosso escopo continua sendo o de apresentar, de forma didática,
o que observamos no decorrer de nossos próprios trabalhos no campo da
perícia contábil em matéria financeira e aproveitar, para retransmitir aos
leitores, as experiências que nos foram cedidas por pessoas que conosco
colaboram em boa-fé.
Ficamos satisfeitos ao saber que estamos contribuindo com os
trabalhos de nossos colegas e, principalmente, com pessoas que neces-
sitam de orientação para tomar decisões antes de assumirem compro-
missos financeiros. Apreciamos ajudar aqueles que, já tendo assumido
responsabilidades perante financiadores e emprestadores, sentem-se
lesados em face do valor das prestações que têm a pagar e/ou do valor
dos juros que compõe cada parcela de suas dívidas porque, segundo
nosso pensamento, estamos contribuindo para melhorar a cultura fi-
nanceira no nosso país.
Tomando por base a filosofia de trabalho já expressada em nossas
aulas, em palestras e contatos que mantemos com os nossos colegas, qual
seja: que devemos manter absoluta equidistância das partes e apresentar
um bom e completo trabalho técnico, confirmamos nosso parecer geral
no sentido de que o laudo pericial contábil em matéria financeira deve ter
em vista as duas Partes segundo as seguintes colocações técnicas:
1. deve atender ao mutuário, seja ele pessoa física ou jurídica,
e, neste caso, o perito deve proceder aos cálculos completos
conforme teses jurídico-financeiras pugnadas pelos ilustres
advogados que representam seus interesses, tais como: (i) eli-
minar o anatocismo; (ii) aplicar juros simples; (iii) proceder à
capitalização dos juros uma vez por ano somente; (iv) nos casos
de financiamento habitacional, deduzir a parcela paga antes de
atualizar monetariamente o saldo devedor, etc.; e
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2. deve atender aos termos do contrato, ou seja, verificar e/ou


elaborar propriamente os cálculos em conformidade com as
cláusulas do contrato.
É certo que o adequado atendimento de ambos os itens acima de-
pende, basicamente, de dois elementos fundamentais que são:
a) a precisão e suficiência das provas documentais juntadas aos
autos do processo ou fornecidas ao perito judicial com base em
seu Termo de Diligência e/ou de Exibição de Documentos; e
b) a inteligência aplicada aos quesitos formulados por ambas as
partes.

Nota 1: Sobre a qualidade das provas e a adequacidade dos quesi-


tos, pede-se a gentileza de ler estes temas no nosso livro Prática de
Perícia Contábil, 4ª edição.

Assim procedendo, será revelada, no final, a diferença financeira


resultante da aplicação das duas alternativas (ou interpretações) técnico-
-jurídicas de maneira que o profissional prestará bons serviços à Justiça,
pois dará a conhecer o resultado financeiro de cada uma das duas posições
defendidas e fornecerá subsídios técnicos, de forma clara e completa, para
que o ilustre magistrado possa decidir o que for de direito.
Possuindo por base a filosofia de trabalho acima, este livro tem,
também, a pretensão de ajudar o profissional a escapar de armadilhas
emocionais que, enquanto ser humano, podem rondar seus pensamentos
a respeito do que seja a verdade que deve ser revelada com o seu laudo,
tais como:
a) emitir opiniões pessoais sobre os procedimentos das instituições
financeiras a respeito de juros, comissão de permanência, capi-
talização, etc. Para evitar esta armadilha, deverá responder aos
quesitos no estrito campo do que lhe foi perguntado e apenas isso;
b) estando no exercício da função de perito judicial, propor-se a
indicar qual seria a melhor solução para as partes. Para evitar
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esta segunda armadilha, deverá lembrar-se de que atua como um


auxiliar da Justiça e que cabe ao magistrado julgar. Então, para
bem servir à Justiça, deverá apresentar todas as alternativas de
cálculo solicitadas por ambas as partes: (i) segundo os desejos
de uma; e (ii) em conformidade com os termos do contrato,
ainda que sejam incoerentes com os princípios matemáticos.
Deixará para os assistentes técnicos a eventual tarefa de indicar
soluções que visem o interesse da parte para quem trabalham;
c) no final, com total clareza e simplicidade, deve informar o ma-
gistrado sobre o seu trabalho, apresentando os valores segundo
o conceito pacta sunt servanda, ou seja, conforme o que foi
contratado; e, segundo os critérios de cálculo solicitados pelo
mutuário, revelar a diferença entre ambos, para que o magistrado
tenha conhecimento da magnitude financeira das controvérsias
objeto da ação;
d) o seu texto deve ser simples, claro e conciso. Para tanto, usará
uma linguagem acessível aos que não entendem de matemática
e de contratos financeiros, pois a sua missão é esclarecer apenas
o que é necessário sem exibir erudição em matéria bancária ou
em matemática financeira. Sobre a melhor forma de redigir o
laudo, pede-se a gentileza de ler o capítulo seis do nosso livro
Prática de Perícia Contábil, 4ª edição.

Nota 2: Sobre a “verdade” técnica pericial vis-à-vis com a qualidade


das provas sobre as quais o perito contador se debruça, pede-se a
gentileza de ler este tema no nosso livro Prática de Perícia Contábil,
4ª edição.
Apresentação

Esta 4ª edição se destina a vários usuários, com destaque para: a)


profissionais que necessitem ampliar seus conhecimentos teóricos e prá-
ticos; b) estudiosos da perícia contábil aplicada aos contratos bancários;
e c) alunos e professores.
Os leitores encontrarão, de maneira organizada e numa sequência
congruente, quase tudo1 o que necessitam para seu trabalho; seja este tra-
balho, de cunho acadêmico ou de prestação de serviços. Modestamente,
pretende ser também uma fonte de consultas para outros profissionais
(engenheiros, economistas, operadores do Direito) e curiosos em geral.
Para atender às várias necessidades dos usuários, organizei os ca-
pítulos de forma didática e numa sequência de assuntos que permite um
conhecimento crescente e cumulativo. A sequência dos assuntos propostos
em cada capítulo objetivou: (i) tornar a leitura fascinante; (ii) facilitar o
entendimento das questões financeiras levadas aos tribunais; (iii) reduzir os
obstáculos do processo de aprendizagem mediante exemplos e exercícios;
e (vi) facilitar o trabalho do professor.

1. Pelo fato de ser o campo das finanças privadas, muito amplo, os assuntos tratados neste
livro têm por base as perguntas e as questões frequentemente levantadas pelos operadores
do Direito e pelos nossos alunos e, assim, cuida-se, nele, daqueles contratos que mais
comumente geram ações judiciais.
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O leitor encontrará orientações para atuar como perito judicial, como


assistente técnico, como consultor e como professor. No fim, no 15º Ca-
pítulo, o leitor encontrará 320 quesitos copiados ou adaptados de laudos
reais que poderão servir de exemplo para que possa elaborar os seus.
Para aumentar sua segurança técnico/profissional, recomendo, adi-
cionalmente, mormente para os que têm menor prática forense, a leitura
do nosso livro Prática de Perícia Contábil em sua 5ª edição.
Com o estudo e a interpretação dos quinze capítulos que compõem
este livro, o leitor sentir-se-á seguro e saberá como agir tanto para bem
servir à Justiça ou quando indicado para atuar como assistente técnico, e
também como professor.
Os capítulos abordam, principalmente, os seguintes temas:
01. JUROS EM GERAL, COMISSÃO DE PERMANÊNCIA, MULTA
e REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO, destacando: Juros Remuneratórios ou
Contratuais, Legislação, Jurisprudência e Prática. Juros Moratórios, Juros
Compensatórios ou Indenizatórios, Comissão de Permanência, Distinção
entre Correção Monetária, Comissão de Permanência e Multa, Regimes
de Capitalização e Orientação Técnica.
02. JUROS SIMPLES E CAPITALIZAÇÃO SIMPLES: Conceito
Comum de Juros, Juros Simples e Capitalização Simples, Exemplos e
Exercícios, Orientação Técnica, Exemplo de um Laudo Pericial Contábil
em Matéria Financeira com Juros Simples.
03. JUROS COMPOSTOS E CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA: Sobre
a Legalidade da Taxa de Juros, o Processo de Cálculo que Transforma
Juros em Capital, Juros Compostos & Anatocismo, Visão Contábil da
Renda Denominada Juro, Anotações Legais sobre Capitalização de Juros,
Exemplos e Exercícios, Orientação Técnica.
04. TAXA REAL, TAXA NOMINAL, TAXA EFETIVA, TAXA PRO
RATA E CONCEITO DE “DATA DE ANIVERSÁRIO”: Taxa Real, Taxa No-
minal, Taxa Efetiva, Taxa Pro Rata e “Dias Bancários”, Conceito de “Data
de Aniversário”, Exemplos e Exercícios, Orientação Técnica.
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05. SELIC, TR-TBF, TJLP E SPREAD: Selic (Sistema Especial de


Liquidação e Custódia), TR (Taxa Referencial) e TBF (Taxa Básica Finan-
ceira), TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e Orientação Técnica Pontual,
Spread e Orientação Técnica Pontual, Orientação Técnica.
06. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS E ATUALIZAÇÃO MONE-
TÁRIA: Conceito de Atualização Monetária; Conceito de Expurgo In-
flacionário; Estudo de Alguns Casos de Atualização Monetária Objeto
de Controvérsia: a) Plano Verão – janeiro de 1989; b) Plano Collor I
(março/1990) - MP nº 168, de 15.03.1990, convertida na Lei nº 8.204 de
13.04.1990; c) Plano Collor II (fevereiro/91) = Criação da primeira TR; d)
o efeito da URV nos salários de março a julho de 1994 (março, abril, maio,
junho e julho de 1994); e) o antigo caso do “Plano Bresser” - Decreto-Lei
nº 2.335/1987 de junho de 1987 e as Cadernetas de Poupança; Caderneta
de Poupança: Sobre a Responsabilidade do Agente Financeiro de Indenizar
o Depositante em ação de indenização; Exemplos e Orientação Técnica
07. MÉTODO HAMBURGUÊS, CONTA CORRENTE COM JUROS
e FINANCIAMENTO FLOOR PLAN: Conceito de Método Hamburguês
ou Conta Corrente com Juros; Conceito e Funcionamento da Conta Cor-
rente com Juros; Elementos de uma Conta Corrente; Conta Corrente com
Direito a “Crédito Rotativo” ou “Cheque Especial” ou “Conta Corrente
Garantida”; Justificativa Financeira para Lançar Juros Maturados a Débito
da Conta Corrente Garantida mesmo que não Exista Saldo para Serem
Quitados; A Conta Corrente Chamada Floor Plan; : O que Dizem Geral-
mente os que Criticam o Floor Plan?; Orientação Técnica; Procedimentos
Técnicos Periciais mais Usuais; Alguns Exemplos de Cálculos e Laudos.
08. CARTÕES DE CRÉDITO: Conceito de Cartão de Crédito; Capi-
talização dos Juros na Conta Corrente dos Cartões de Crédito; Orientação
Técnica, Exemplo de um Laudo, Respectivas Planilhas.
09. DESCONTO DE RECEBÍVEIS E FACTORING: Conceitos;
Motivos mais Comumente Alegados pelo Correntista para Agir, Judi-
cialmente, contra o Banco; Factoring ou Fomento Mercantil; Conceitos,
Finalidades e Características de Empresas de Fomento Mercantil; Motivos
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mais Frequentes que Levam as Empresas de Factoring e seus Clientes ao


Poder Judiciário; Exemplo de um Laudo sobre Operação de Factoring e
Respectivos Cálculos; Exemplos de Operações de Desconto de Títulos e
Exercícios; Orientação Técnica.
10. SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO ou TABELA PRICE,
SACRE, SAC e Sistema Americano de Amortização (SAA): Definição de
Tabela Price; O Fator de Capitalização; Outras Maneiras de Amortizar
Dívidas em Prestações Mensais - Sacre, SAC, Sistema Americano; Sistema
de Amortização Crescente (Sacre); Sistema de Amortização Constante
(SAC); Outros Sistemas de Amortização menos Usados; Orientação Téc-
nica; Exemplo de Laudo de Esclarecimentos Juntado aos Autos de um
processo cujo Laudo Pericial Contábil foi Criticado por quem Insiste em
Dizer que o Cálculo dos Juros com Base na Tabela Price é Feito como
se Fossem Juros Simples; Exemplo de Laudo Pericial Contábil em Ação
de Reintegração da Posse Promovida pela Construtora e Vendedora do
Apartamento.
11. LEASING ou ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO:
Conceito de LEASING Financeiro; Características Gerais das Operações
de LEASING; Custo Anual do Bem Arrendado x Depreciação Anual e o
Imposto de Renda; Coeficiente de Arrendamento (CA) e Taxa de Juros;
Outros Encargos Financeiros Presentes nos Contratos de Arrendamento
Mercantil; Motivos mais Comumente Alegados pelos Arrendatários para
Agir, Judicialmente, contra a Arrendadora e vice-versa, Leaseback, Exer-
cícios, Orientação Técnica, Um Caso em que se Estuda uma Operação de
Leasing contratada em Dólares Norte-americanos.
12. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH): Origens do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH); Sistemas de Financiamento Ha-
bitacional, Métodos de Amortização do Saldo Devedor e Controvérsias;
A Capitalização Anual de Juros; A Amortização Negativa; A questão do
Resíduo; Contratos Vinculados ao Plano de Equivalência Salarial (PES);
Contratos NÃO Vinculados ao PES; Plano de Comprometimento de Renda
(PCR); O Coeficiente de Equiparação Salarial (CES); Atualizar Mone-
PERÍCIA CONTÁBIL EM MATÉRIA FINANCEIRA
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tariamente o Saldo Devedor Antes ou Depois de Abater a Amortização


do Período?; A Alternativa de Amortização do Mútuo Habitacional pelo
Método (ou Sistema) Gauss; Pontos para Verificação do Perito; Orientação
Técnica; Um exemplo de Laudo sobre Contrato do SFH.
13. CONSÓRCIOS: Conceito, Regras Contábeis para o Funciona-
mento de um Grupo de Consórcio, Motivos mais Comumente Alegados
pelos Consorciados para Agir, Judicialmente, contra a Administradora e
vice-versa, Orientação Técnica, Dois Exemplos de Laudo em Ação que
cuida de Consórcio.
14. COOPERATIVA DE CRÉDITO: Conceito, Brevíssima Compa-
ração entre o Banco e a Cooperativa de Crédito, Os Empréstimos aos
Cooperados e as sobras, Orientação Técnica, Exemplo de Laudo em Ação
que Cuida de Cooperado e Cooperativa de Crédito.
15. 320 QUESITOS: Quesitos Relacionados com Demandas que
Envolvem a Conta Corrente Garantida, Cheque Especial, Capital de Giro
e Operações de Desconto, Quesitos Relacionados com Demandas que
Envolvem o SFH (Sistema Financeiro da Habitação), Quesitos Relacio-
nados com Operações de Leasing, Quesitos Apresentados em Operação
Financeira entre Pessoas Físicas Equivalente à Agiotagem, Quesitos
Apresentados em Operação Financeira com Cartão de Crédito, Quesitos
Apresentados em Ação em que se Cuida de Financiamento de Terreno,
Quesitos Apresentados em Ação em que a Autora Pede a Reposição dos
Expurgos Inflacionários Praticados em sua Caderneta de Poupança.
Sumário

CAPÍTULO 1
JUROS EM GERAL, COMISSÃO DE PERMANÊNCIA,
MULTA E REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO
1.1. Juros Remuneratórios ou Juros Contratuais.................................... 25
1.1.1. Conceito de juros................................................................. 25
1.1.2. Conceito de financiamento x conceito de empréstimo........ 28
1.1.3. Juros remuneratórios ou contratuais.................................... 29
1.1.4. Legislação, jurisprudência e prática..................................... 33
1.2. Juros moratórios ou juros de mora.................................................. 34
1.3. Juros compensatórios ou indenizatórios.......................................... 38
1.3.1. Orientação técnica sobre juros compensatórios ou indeni-
zatórios................................................................................. 40
1.4. Comissão de permanência................................................................ 41
1.4.1. Distinção entre correção monetária, comissão de perma-
nência e multa...................................................................... 43
1.4.2. Como conhecer o percentual da Comissão de Permanên-
cia ao mês............................................................................. 44
1.5. Multa contratual ou multa de mora................................................. 46
1.6. Regimes de Capitalização................................................................. 49
1.7. Orientação Técnica........................................................................... 50
REMO DALLA ZANNA
18

CAPÍTULO 2
JUROS SIMPLES E CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
2.1. Conceito comum de juro ................................................................ 53
2.2. Juros simples e capitalização simples .............................................. 55
2.3. Exemplos e exercícios ..................................................................... 57
2.4. Orientação Técnica ......................................................................... 60
2.5. Exemplo de laudo pericial contábil em matéria financeira com ju-
ros simples....................................................................................... 60

CAPÍTULO 3
JUROS COMPOSTOS E CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
3.1. Sobre a legalidade da taxa de juros.................................................. 77
3.2. O processo de cálculo que transforma juros em capital .................. 79
3.3. Juros Compostos & Anatocismo ..................................................... 82
3.4. Visão Contábil da Renda Denominada Juro .................................... 91
3.5. Anotações Legais sobre capitalização de juros ................................ 94
3.6. Exemplos e exercícios ..................................................................... 97
3.7. Orientação Técnica.......................................................................... 100

CAPÍTULO 4
TAXA REAL, TAXA NOMINAL, TAXA EFETIVA, TAXA PRO RATA
E CONCEITO DE “DATA DE ANIVERSÁRIO”
4.1. Taxa Real ......................................................................................... 107
4.2. Taxa Nominal .................................................................................. 111
4.3. Taxa Efetiva ..................................................................................... 112
4.4. Taxa Pro rata e “dias bancários” ...................................................... 117
4.5. Conceito de “data de aniversário” ................................................... 120
4.6. Exemplos e exercícios ..................................................................... 120
4.7. Orientação Técnica.......................................................................... 125

CAPÍTULO 5
SELIC, TR-TBF, TJLP E SPREAD
5.1. Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) ......................... 127
5.2. TR (Taxa Referencial) e TBF (Taxa Básica Financeira) e orientação
técnica pontual ................................................................................ 129
PERÍCIA CONTÁBIL EM MATÉRIA FINANCEIRA
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5.3. TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e orientação técnica pon-


tual .................................................................................................. 138
5.4. SPREAD e orientação técnica pontual ............................................. 139
5.5. Orientação Técnica.......................................................................... 145

CAPÍTULO 6
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
6.1. Conceito de Atualização Monetária ................................................ 149
6.2. Conceito de Expurgo Inflacionário ................................................. 150
6.3. Estudo de alguns casos de atualização monetária objeto de contro-
vérsia ............................................................................................... 152
6.4. Caderneta de Poupança: sobre a responsabilidade do agente finan-
ceiro de indenizar o depositante em AÇÃO DE INDENIZAÇÃO ... 180
6.5. Primeiro exemplo de um caso em que foram considerados expur-
gos inflacionários ............................................................................ 189
6.6. Segundo exemplo de um caso em que foram considerados expur-
gos inflacionários ............................................................................ 200
6.7. Orientação Técnica.......................................................................... 218

CAPÍTULO 7
MÉTODO HAMBURGUÊS, CONTA CORRENTE COM JUROS E
FINANCIAMENTO FLOOR PLAN
7.1. Conceito de Método Hamburguês ou Conta Corrente com Juros .. 221
7.2. Conceito e funcionamento da Conta Corrente com Juros .............. 221
7.3. Elementos de uma conta corrente ................................................... 225
7.4. Conta corrente com direito ao “crédito rotativo” ou “Cheque Espe-
cial” ou “conta corrente garantida” ................................................ 226
7.4.1. Os documentos objeto de perícia em casos de “cheque es-
pecial” ou “conta garantida” ............................................... 229
7.4.2. O contrato bancário de conta garantida é um contrato de
adesão ou um contrato por adesão? .................................... 234
7.4.3. Encadeamento de operações ............................................... 235
7.5. Do cálculo dos juros pelo Método Hamburguês ............................. 238
7.5.1. Quanto aos regimes ou modalidades das taxas de juros ..... 241
7.5.2. Relacionamento dos bancos com os clientes que têm conta
corrente garantida e o Método Hamburguês ....................... 242
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7.6. Justificativa financeira para lançar juros maturados a débito da


conta corrente garantida mesmo que não exista saldo para serem
quitados........................................................................................... 262
7.7. A Conta Corrente chamada Floor Plan ............................................ 264
7.7.1. Conceito .............................................................................. 264
7.7.2. Fluxo operacional do Floor Plan ......................................... 268
7.7.3. Inspeção do estoque do distribuidor/concessionário pelo
fabricante/montador ............................................................ 270
7.7.4. Extinção da dívida do distribuidor ou concessionário junto
ao fabricante/montador ....................................................... 270
7.7.5. Quanto à confiança e aos interesses recíprocos dos contra-
tantes ................................................................................... 270
7.7.6. Quanto ao cálculo dos acréscimos financeiros incidentes so-
bre o prazo decorrido da data da nota fiscal fatura de venda do
fabricante/montador, até a data da liquidação financeira
do bem pelo distribuidor ou concessionário ....................... 271
7.7.7. Floor Plan de usados ............................................................ 273
7.7.8. Quanto à origem dos fundos para o financiamento do Siste-
ma Floor Plan....................................................................... 273
7.7.9. Quando é que a rotatividade do Sistema Floor Plan para de
girar? .................................................................................. 274
7.7.10. O que dizem geralmente os que criticam o Floor Plan? ..... 275
7.8. Orientação Técnica.......................................................................... 276
7.8.1. Procedimentos técnicos periciais mais usuais ..................... 276
7.9. Alguns exemplos de cálculos e laudos ............................................ 293

CAPÍTULO 8
CARTÕES DE CRÉDITO
8.1. Conceito de Cartão de Crédito ........................................................ 473
8.2. Capitalização dos juros na conta corrente dos cartões de crédito ... 475
8.3. Argumentos dos advogados que questionam a atuação da adminis-
tradora de cartões de crédito ........................................................... 480
8.4. A respeito da abusividade na cobrança de encargos remuneratórios
e moratórios .................................................................................... 483
8.5. Orientação Técnica.......................................................................... 484
8.6. Exemplo de laudo e respectivas planilhas ...................................... 484
PERÍCIA CONTÁBIL EM MATÉRIA FINANCEIRA
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CAPÍTULO 9
DESCONTO DE RECEBÍVEIS E FACTORING
9.1. Conceito .......................................................................................... 523
9.2. Desconto de Cheques pré-datados .................................................. 525
9.3. Desconto de Nota Promissória e de Duplicata Comercial ou de
Prestação de Serviços....................................................................... 526
9.4. Cédula de Crédito Industrial e Cédula de Crédito Comercial (um
tipo de nota promissória) ................................................................ 529
9.5. Motivos mais comumente alegados pelo correntista para agir, judi-
cialmente, contra o banco ............................................................... 531
9.6. Factoring ou Fomento Mercantil ..................................................... 533
9.6.1. Conceitos, finalidades e características de empresas de
fomento mercantil ............................................................... 533
9.6.2. A questão da compra de recebíveis na condição pro soluto e
a revenda ............................................................................. 539
9.6.3. Garantia fiduciária em operações de factoring .................... 542
9.6.4. Como calcular o Fator de Compra (FC) e exemplo de cál-
culo para conhecer o percentual efetivo de custo de uma
operação de factoring ........................................................... 543
9.6.5. Contabilização de operação de fomento mercantil e tribu-
tos incidentes....................................................................... 548
9.6.6. Motivos mais frequentes que levam as empresas de facto-
ring e seus clientes ao Poder Judiciário ............................... 552
9.6.7. Exemplo de um laudo sobre operação de factoring e respec-
tivos cálculos ....................................................................... 554
9.7. Exemplos de operações de desconto de títulos e exercícios ........... 565
9.8. Orientação Técnica.......................................................................... 578
9.9. Um exemplo de laudo que cuida de duplicatas descontadas e res-
pectivas planilhas ............................................................................ 579

CAPÍTULO 10
SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO OU TABELA PRICE,
SACRE, SAC E SISTEMA AMERICANO DE AMORTIZAÇÃO
10.1. Definição de Tabela Price ................................................................ 619
10.2. O Fator de Capitalização ................................................................. 620
10.3. A argumentação de que a Tabela Price NÃO É um método de cál-
culo que capitaliza juros é um sofisma aritmético ......................... 623
REMO DALLA ZANNA
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10.4. Argumentar que a Tabela Price equivale a praticar anatocismo é


outro sofisma aritmético ................................................................. 628
10.5. Outras maneiras de amortizar dívidas em prestações mensais - Sa-
cre, SAC, Sistema Americano .......................................................... 638
10.5.1. Sistema de Amortização Crescente (Sacre) ......................... 638
10.5.2. Sistema de Amortização Constante (SAC) ......................... 644
10.5.3. Sistema Americano de Amortização (SAA) ......................... 651
10.5.4. Outros Sistemas de Amortização menos usados ................. 652
10.6. Orientação Técnica.......................................................................... 652
10.7. Exemplo de Laudo de Esclarecimentos juntado aos autos de um
processo cujo Laudo Pericial Contábil foi criticado por quem in-
siste em dizer que o cálculo dos juros com base na Tabela Price é
feito como se fossem juros simples ................................................. 655
10.8. Exemplo de Laudo Pericial Contábil em ação de reintregação de
posse promovida pela construtora e vendedora do apartamento .... 669

CAPÍTULO 11
LEASING OU ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO
11.1. Conceito de leasing financeiro ........................................................ 707
11.2. Características gerais das operações de leasing ............................... 708
11.3. Custo anual do bem arrendado x depreciação anual e o Imposto de
Renda............................................................................................... 713
11.4. Coeficiente de Arrendamento (CA) e taxa de juros ....................... 714
11.5. Outros encargos financeiros presentes nos contratos de arrenda-
mento mercantil .............................................................................. 719
11.6. Motivos mais comumente alegados pelos arrendatários para agir,
judicialmente, contra a arrendadora e vice-versa ............................ 719
11.7. Leaseback ......................................................................................... 723
11.8. Exercícios ........................................................................................ 723
11.9. Orientação Técnica.......................................................................... 725
11.10. UM CASO EM QUE SE ESTUDA UMA OPERAÇÃO DE LEASING
CONTRATADA EM DÓLARES NORTE-AMERICANOS ............... 727
11.11. observações e críticas do advogado sobre a inclusão de juros do
vrg no coeficiente de arrendamento ............................................... 744
PERÍCIA CONTÁBIL EM MATÉRIA FINANCEIRA
23

CAPÍTULO 12
SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH)
12.1. Origens do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ....................... 765
12.2. Sistemas de financiamento habitacional, métodos de amortização do
saldo devedor e controvérsias......................................................... 767
12.2.1. A capitalização anual de juros ............................................. 769
12.2.2. A amortização negativa ....................................................... 773
12.2.3. A questão do resíduo ........................................................... 793
12.3. Contratos vinculados ao Plano de Equivalência Salarial (PES) ...... 794
12.4. Contratos NÃO vinculados ao PES ................................................. 801
12.5. Plano de Comprometimento de Renda (PCR) ................................ 804
12.6. O Coeficiente de Equiparação Salarial (CES) ................................. 807
12.7. Atualizar Monetariamente o Saldo Devedor ANTES ou DEPOIS de
abater a amortização do período?.................................................... 811
12.8. A Alternativa de amortização do mútuo habitacional pelo Método
(ou Sistema) Gauss ......................................................................... 814
12.9. Pontos para Verificação do Perito ................................................... 822
12.10. Orientação Técnica......................................................................... 824
12.11. Um exemplo de Laudo sobre contrato do SFH .............................. 827

CAPÍTULO 13
CONSÓRCIOS
13.1. Conceito .......................................................................................... 875
13.2. Regras contábeis para o funcionamento de um Grupo Consortil ... 875
13.3. Motivos mais comumente alegados pelos consorciados para agir,
judicialmente, contra a administradora e vice-versa ...................... 877
13.4. Orientação Técnica.......................................................................... 877
13.5. Dois exemplos de laudo em ação que cuida de consórcio .............. 878

CAPÍTULO 14
COOPERATIVA DE CRÉDITO
14.1. Conceito .......................................................................................... 901
14.2. Brevíssima comparação entre o banco e a cooperativa de crédito... 903
14.3. Os empréstimos aos cooperados e as SOBRAS ................................ 900
14.4. Orientação Técnica.......................................................................... 904
14.5. Exemplo de laudo em ação que cuida de cooperado e cooperativa
de crédito......................................................................................... 906
REMO DALLA ZANNA
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CAPÍTULO 15
320 QUESITOS
15.1. Quesitos relacionados com demandas que envolvem a conta cor-
rente garantida, cheque especial, capital de giro e operações de des-
conto .................................................................................................... 923
15.1.1. Apresentados pelo cliente do banco, pessoa física ou ju-
rídica ............................................................................... 923
15.1.2. Apresentados pelo banco ..................................................... 933
15.2. Quesitos relacionados com demandas que envolvem o SFH (Siste-
ma Financeiro da Habitação) .............................................................. 934
15.2.1. Apresentados pelo Autor ou Embargante em ação executiva 934
15.2.2. Apresentados pelo réu ou embargado (o banco) em ação
executiva ............................................................................. 942
15.2.3. Apresentados pelo magistrado............................................. 945
15.3. Quesitos relacionados com operações de leasing ........................... 945
15.4. Quesitos apresentados em operação financeira entre pessoas físicas
equivalente à agiotagem .................................................................. 948
15.4.1. Quesitos apresentados pelo embargante/executado em ação
de embargos à execução ...................................................... 948
15.4.2. Quesitos apresentados pelo embargado/exequente na mes-
ma ação de embargos à execução ........................................ 949
15.5. Quesitos apresentados em operação financeira com cartão de cré-
dito .................................................................................................. 950
15.5.1. Quesitos apresentados pelo associado portador do cartão .. 950
15.5.2. Quesitos apresentados pela administradora do cartão ........ 950
15.6. Quesitos apresentados em ação em que se cuida de financiamento
de terreno ........................................................................................ 956
15.6.1. Quesitos da empresa requerente, a que vendeu o terreno
financiado por ela mesma.................................................... 956
15.6.2. Quesitos apresentados pelos adquirentes/financiados re-
queridos ............................................................................... 956
15.7. Quesitos apresentados em ação em que a Autora pede a reposi-
ção dos expurgos inflacionários praticados em sua caderneta de
poupança......................................................................................... 965
15.7.1. Quesitos da poupadora........................................................ 965
15.7.2. Quesitos do banco ............................................................... 967
CAPÍTULO 1

JUROS EM GERAL, COMISSÃO


DE PERMANÊNCIA, MULTA E
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO

1.1. JUROS REMUNERATÓRIOS OU JUROS CONTRATUAIS

1.1.1. Conceito de juros

Os juros podem ser vistos e entendidos por três ângulos: o econô-


mico, o político e o jurídico.
Juros sob o prisma econômico: nas relações de troca entre pessoas,
ocorre a antecipação de capitais (de giro ou de investimento) com o pro-
pósito de alavancar negócios ou antecipar o consumo de bens e serviços.
Quem empresta deseja receber um “aluguel” pelo dinheiro emprestado.
Chamamos a este “aluguel” de juros. Sob a ótica contábil, os juros po-
dem ser devedores, ou seja, quem tomou emprestado DEVE JUROS a
quem lhe fez o empréstimo; ou podem ser juros credores, ou seja, em
contrapartida, quem concedeu o empréstimo tem a HAVER JUROS pe-
rante o tomador. Os juros têm a função de remunerar o investidor pelo
fato de privar-se de seu dinheiro em favor de outrem, o tomador. O Sis-
tema Financeiro, mais precisamente o Sistema Bancário, funciona como
intermediário do processo de empréstimos, pois capta recursos de quem
REMO DALLA ZANNA
26

os tem sobrando (investidores) e, por isso, lhe paga juros; e concede em-
préstimos (mutuários ou tomadores) a quem deles necessita, dos quais
recebe juros. A diferença entre os juros que paga aos investidores, sem-
pre menores daqueles que recebe dos tomadores, chama-se spread. Essa
diferença é utilizada pelo Sistema Bancário para pagar suas despesas de
funcionamento, inclusive os impostos; fazer reservas para cobrir o risco
de eventuais inadimplências dos devedores; e gerar lucro aos acionistas.
No que tange ao percentual de juros (a taxa) que pode ser cobrado, ilus-
tres economistas têm se manifestado ao longo dos séculos. Por exemplo,
Karl Marx disse que juro é lucro e que, por ser um lucro de “aluguel” e
não do trabalho, deveria ser menor que o lucro gerado nas atividades pro-
dutivas, ou seja, nas atividades industriais e agrícolas. A verdade é que na
formação da taxa de juros entram dois elementos fundamentais que são:
(i) o “aluguel” do capital emprestado; e (ii) a “taxa de risco” para cobrir
eventual inadimplência do tomador. O elemento secundário que influen-
cia o percentual da taxa de juros é o prazo para devolução do empréstimo
e juros, se em parcelas mensais, semestrais e anuais ou se apenas no final
do prazo e outras variáveis de tempo como o prazo de carência, etc. Se-
gundo um dos autores mais consultados pelos peritos em seus trabalhos,
o economista e matemático José Dutra Vieira Sobrinho, em Matemática
Financeira, 2ª edição, Ed. Atlas, 1982, na página 15 diz:

“... Ao se dispor a emprestar, o possuidor de dinheiro, para avaliar a


taxa de remuneração para os seus recursos, deve atentar para os se-
guintes fatores:
1. Risco: probabilidade de o tomador do empréstimo não resga-
tar o dinheiro;
2. Despesas: todas as despesas operacionais, contratuais e tri-
butárias para a formalização do empréstimo e a efetivação da
cobrança;
3. Inflação: índice de desvalorização do poder aquisitivo da
moeda previsto para o prazo do empréstimo;
PERÍCIA CONTÁBIL EM MATÉRIA FINANCEIRA
27

4. Ganho (ou lucro): fixado em função das demais oportunidades


de investimentos (“custo de oportunidade”); justifica-se pela
privação, por parte do seu dono, da utilidade do capital.

Portanto, a receita de juros deve ser suficiente para cobrir o risco, as


despesas e a perda do poder aquisitivo do capital emprestado, além de
proporcionar certo lucro ao seu aplicador...”
Juros sob o prisma político: John Maynard Keynes foi adiante e
disse que a taxa de juros seria flutuante e que sua flutuação estaria rela-
cionada com a procura de capitais necessários ao desenvolvimento das
atividades produtivas. Ocorrendo a escassez de capitais, a taxa de juros
tende a subir e cair quando o contrário acontece. Considerando que a
taxa de juros é formada por duas variáveis independentes, a parte da taxa
que representa o “aluguel” do capital emprestado, no caso de escassez
de capitais, sobe e desce quando a oferta aumenta; mas a “taxa de risco”
pode andar em sentido inverso, ou seja, a redução da parte da taxa que
decorre do aumento da liquidez do mercado (da oferta de capitais) pode
ser anulada pelo aumento do risco de inadimplência. Hoje em dia, quem
controla a liquidez do mercado, ou seja, a disponibilidade de recursos
para empréstimos e financiamentos, tanto pela emissão de papel-moeda
como por outros mecanismos contábeis, é o Banco Central que, por via
de consequência, faz a política de taxas de juros básicos da economia
do país por meio da taxa Selic; cabe, então, aos bancos, gerenciarem
a parte da taxa de juros que se relaciona com a expectativa de risco de
inadimplência. Por óbvio, esta taxa de risco varia de banco para banco
e de tomador para tomador. A política das taxas de juros da economia
afeta, profundamente, tanto positiva como negativamente, o desenvol-
vimento das atividades econômicas, o desemprego, a receita tributária e
o endividamento do Tesouro Nacional, ou seja, da sociedade como um
todo. Comentaristas têm dito ao longo dos últimos 50 (cinquenta) anos
que a taxa de risco embutida na taxa de juros, em nosso país, é alta por
duas razões: (i) somos um povo ávido por consumir e investir e, assim,
assumimos endividamentos acima do razoável, gerando, de nossa parte,

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