Astrea 021 PDF

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Claro que tudo isto teve um pre-

ço: ciúmes, invejas, oposições, atos


malévolos e, até, possuem, tentati-
vas de criação de Supremos Conse-
lhos regionais, em óbvia infringên-
cia ao Parágrafo III, do artigo V,
das Grandes Constituições e Re-
gulamentos que regem todos os Su-
premos Conselhos Regulares do
Universo. O qual dispõe:
“Não haverá senão um só
Supremo Conselho em cada
Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33° Império,
Soberano Grande Comendador Estado Soberano ou Reino da
Ásia, da África etc... etc...”
(os grifos são nossos)
Ora, o único Supremo Conselho
Meus Irmãos ção da Administração 2008 a 2013, Regular, reconhecido por todos se-
estão programadas a edificação dos res iguais no Universo Maçônico é

E
Templos das Lojas de Perfeição, Ca- o Supremo Conselho do Grau 33
is-nos iniciando mais um pítulo Rosa Cruz, Conselho de Ca- do Rito Escocês Antigo e Aceito da
ano de profícua administra- valeiros Kadosch, Consistório de Maçonaria para a República Fede-
ção do Supremo Conselho. Príncipes do Real Segredo e nobre rativa do Brasil, hoje por nós hon-
do Supremo Conselho. rosamente dirigido.
Terminaremos nosso se-
gundo mandato no dia 14 de mar- Adaptaremos o edifício da antiga se- Todas as tentativas de criação de Su-
ço próximo futuro. E o que realiza- de para funcionar como Museu do premo Conselho do R∴E∴A∴A∴,
mos? Rito Escocês Antigo e Aceito. portanto , estão destinadas à esteri-
Inicialmente desejo salientar o ex- Pretendemos edificar Templo pró- lidade, desde que somente um RE-
pressivo número de Irmãos ativos, prio para os Jovens DeMolay, Filhas GULAR pode existir em cada país
pois, ao iniciarmos o nosso primei- de Jó e Estrela do Oriente. soberano. E, como já explicitei li-
ro mandato, em março de 1998, ha- nhas atrás, este é o nosso, o vos-
Há, inclusive um projeto de um so Supremo Conselho do Grau
via pouco mais de 2000 (dois mil) Ir-
Templo Modelo para os Graus Sim- 33 do R∴E∴A∴A∴da Maçona-
mãos ativos reforçando as bases do
bólicos, no Rito Escocês Antigo e ria para a Republica Federativa do
R∴E∴A∴A∴regular em nosso país.
Aceito, sem preocupação de criação Brasil, com sede na Rua Barão nº
Hoje, este número ultrapassa a ci- de Loja Simbólica 1317/1359, Praça Seca, Jacarepa-
fra de 12.000 (doze mil) e continua guá, Rio de Janeiro, Brasil.
Quem viver verá!
em rápida ascensão. Acreditamos
que, até o final do próximo qüinqü- Mantivemos estrita observância dos Outros, serão irregulares, sem reco-
ênio atingiremos o expressivo con- prazos intersticiais, eliminando a nhecimento no Universo Maçôni-
tingente de 25.000 a 30.000 (vinte antiga crítica de favorecimentos. co; serão, simplesmente outros en-
e cinco a trinta mil) Irmãos ativos tre outros.
jurisdicionados ao Supremo Con- Prosseguimos em nosso trabalho de
estreitarmos os laços fraternos com A propósito, tivemos notícias de
selho. E este número ainda poderia que proposta de criação de Supre-
ser maior, caso não existissem tan- os Irmãos de todos os quadrantes
de nossa pátria, aproximando-nos mos Conselhos regionais (?), foram
tos Irmãos dispersos filiados a orga- exemplarmente rejeitados pelos Ir-
nismos maçônicos irregulares. das Grandes Lojas e de suas Admi-
nistrações, sem fazer conta dos pe- mãos presentes às Assembléias em
Neste segundo mandato consegui- rigos do caos aéreo e dos cansaços que foram elas apresentadas. Fica
mos ultimar e inaugurar o Auditó- das viagens. posta a pergunta: de que lado está a
rio, com cerca de 400 assentos; o maturidade maçônica, dos irrefleti-
novo prédio da Administração, mo- Fiéis aos nossos propósitos, enun- dos líderes ou dos valorosos e sábios
tivo de orgulho para todos nós e es- ciados no programa posto no início liderados?
tamos em vias de inaugurar a Entra- de nossos mandatos, desenvolve-
mos tudo aqui narrado, sem esmo- Alvíssaras, ainda há Maçons Livres
da Monumental da Sede do Supre- e Aceitos em nosso imenso Brasil.
mo Conselho, o que pretendemos recimento passo a passo, hora a ho-
ra, dia a dia, mês a mês, ano a ano.


fazer no próximo dia 18 de março Findo esta longa, porém necessária
deste ano; notáveis eventos. O G∴A∴D∴U∴ nos amparou e Mensagem, que não diz tudo, mas
iluminou nossos caminhos. busca esclarecer algo.
Neste terceiro mandato, que se ini-
ciará em 15 de março, com a elei- Feliz 2008, o G∴A∴D∴U∴ o proverá.
1 - Abertura da Sessão Conjunta pelos
Honoráveis Irmãos Ronald A. Sealle, 33º
(SGC Sul, EUA) E John W. McNaughton,
33º (SGC Norte, EUA).
2 - SGC Luiz Fernando Rodrigues Torres,
33º, ao lado (esquerdo) do SGC Francisco
J. Zentella Y Sasso, 33º (México), e um de
seus Membros Efetivos.

U
m evento maçônico histó- lho, 33º, também do Estado de São Luiz Fernando Rodrigues Torres,
rico! Algo inigualável e de Paulo, e João Alexandre Rangel de 33º, e sua comitiva, por parte dos
excepcional significado pa- Carvalho, 33º, Chefe da Secretaria SGCs Ronald Seale, 33º, e John
ra o Rito Escocês Antigo e Geral. McNaughton, 33º, e suas amáveis
Aceito em todo o mundo! Verda- A 1ª Sessão Conjunta teve a reno- esposas Saundra e Judy, respecti-
deiramente, um momento único mada liderança dos amigos Sobera- vamente. Também tivemos a feliz
e marcante que ficará na memória nos Grandes Comendadores Ronald oportunidade de ser recebidos em
de todos os mais de 3.600 partici- A. Seale, 33º, do Supremo Conselho dois distintos eventos: um coquetel
pantes que estiveram de 26 a 29 da Jurisdição Sul (Mãe do Mundo), de boas vindas oferecido pela Juris-
de agosto de 2007 em Washington, e John William McNaughton, 33º, dição Norte, quando estivemos sob
DC, capital norte-americana e que do Supremo Conselho da Jurisdição os cuidados de nosso amado Ir.’. Ri-
assistiram a 1ª Sessão Conjunta de Norte, que recepcionaram, nos qua- chard Burgess, 33º, Assistente do
ambos os Supremos Conselhos da- tro dias de reuniões, as delegações SGC para Assuntos Internacionais,
quele país, algo que jamais aconte- de 51 Supremos Conselhos, 48 Se- e sua simpática esposa Sue; e um
ceu em 200 anos de história do R\ reníssimos Grãos Mestres (sim, das jantar de confraternização ofereci-
E\A\A\. 50 Grandes Lojas, 48 estiveram re- do pelo Estado de Washington, atra-
Representando nosso respeitado presentadas por seus líderes máxi- vés do convite de nosso Il\ e Pod\
Supremo Conselho do Grau 33 do mos!), e chefes de diversas Organi- Ir\ William R. Miller, 33º, Mem-
R\E\A\A\da Maçonaria para a zações Maçônicas e para-Maçônicas bro Efetivo e nosso Grande Repre-
República Federativa do Brasil, que norte-americanas, como o Resp\ sentante junto ao Supremo Conse-
insistimos em informar ser o úni- Ir\Patton Ray Hart, PGM da Gran- lho da Jurisdição Sul, e sua adorável
co legitimamente reconhecido em de Loja do Kentucky e atual Gran- esposa Marylin.
todo o mundo, ativo membro da de Mestre Internacional da Ordem O ponto alto —ou melhor, nes-
Conferência Mundial dos Supre- DeMolay. ta especial e histórica ocasião —os
mos Conselhos Regulares, nosso Tudo foi realizado com extrema des- pontos altos foram, nada mais, na-
Soberano Grande Comendador Luiz treza e eficiência, além, é claro, da da menos, que as duas Cerimônias
Fernando Rodrigues Torres, 33º, e cordialidade, atenção e carinho fra- Magnas de Investidura do Grau 33


mais os IIl\ IIr\ Victor Conde do ternal dos nossos queridos Irmãos de ambos os Supremos Conselho
Nascimento, 33º, Grande Inspetor norte-americanos. Nesta parte, de- co-irmãos. No dia 27 de agosto,
Litúrgico da 5ª Região Litúrgica de vemos destacar a consideração que presenciamos a consagração de 177
São Paulo, João Antonio Aidar Coe- foi dada ao nosso Soberano Irmão Irmãos de todos os 15 Estados que
compõem a Jurisdição Norte, em
uma sessão teatral, repleta de as-
pectos filosóficos e simbólicos. No
dia seguinte, 28, foi a vez de aproxi-
madamente 400 Irmãos, membros
dos Corpos Filosóficos dos 35 Esta-
dos sob os auspícios da Jurisdição
Sul, chegarem ao ápice dos Graus
Escoceses, numa cerimônia bem
parecida ritualisticamente como a
que realizamos em nosso Supremo
Conselho.
Monumentais, assim podemos defi-
nir as duas sessões maçônicas!!!
Um Banquete de Gala, somente
sendo possível realizá-lo em um gi-
gantesco salão do Hotel Hilton Wa-
shington, encerrou as atividades.
Salientamos aos IIl\ IIr\, dedica-
dos componentes de nosso Supre-
mo Conselho e assíduos leitores de
nossa revista “Astréa”, que a gran-
deza de tal evento é prova incon-
teste da nobreza, do progresso, da
tradição e da universalidade do Ri-
to Escocês Antigo e Aceito, o mais
praticado em todas as Lojas Maçô-
nicas do mundo. E, é sim, motivo
de enorme orgulho fazer parte desta
Universal Família —a Família dos
Supremos Conselhos Regulares,
pois só quem é regular em nosso
glorioso Rito no Brasil poderá vir a
presenciar algo de tanto valor histó-
rico para a Ordem Maçônica.
O retorno de nosso Soberano Gran-
de Comendador Luiz Fernando Ro-
drigues Torres, 33º, e seus Irmãos
auxiliares ao “Lar, Doce Lar” Brasil
foi muito seguro, com a graça maior
do Grande Arquiteto do Universo,
com a certeza de mais uma vez ter
dignamente representado o Supre-
mo Conselho.

3 - Ir. João Alexandre, 33º, SGC Eugenio Labitoria, 33º


(Filipinas), SGC Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33º, e o Ir.
João Antônio Aidar Coelho, 33º.
4 - Ir. João Alexandre, 33º, SGC Jan Kvasnicka, 33º (República
Tcheca) e SGC Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33º.


5 - Ir. Victor Conde do Nascimento, 33º, SGC Luiz Fernando
Rodrigues Torres, 33º, SGC Miguel Atala Herrera, 33º (Peru)
e Ir. João Alexandre, 33º.
6 - Ir. João Alexandre, 33º, SGC Luiz Fernando Rodrigues
Torres, 33º, e o Ser. Gr. Mestre da Gr. Loja do Distrito de
Columbia, Robert B. Heyat.

Progresso,
Progresso,
Progresso!

João Alexandre Rangel


de Carvalho, 33º
Chefe da Secretaria Geral

Foram muitas, muitas Iniciações nos


Altos Graus do Rito Escocês Antigo
Pernambuco
e Aceito nos mais de 800 Corpos Investidura durante a XXXVI Assembléia Geral da
Filosóficos espalhados por todo o Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil –
Território Nacional. Uma enorme Recife, PE, em 21 de julho de 2007.
gama de dedicados Obreiros desen-
volvendo os seus conhecimentos so-
bre os inúmeros símbolos, sobre a
história e a filosofia de nosso Rito,
em particular, e da Ordem Maçô-
nica, como um todo.
Como não poderíamos, nestas pou-
cas páginas, retratar todas as Ini-
ciações realizadas, decidimos apre-
sentar aos Ilustres Irmãos algumas
fotos das Investiduras ao Grau 33 re-
alizadas no segundo semestre de
2007. Nosso Soberano Grande Co-
mendador Luiz Fernando Rodri-
gues Torres, 33º, consagrou, ao ma-
is Sublime Grau do R E A A ,
737 Irmãos, realizando a cerimônia Santa Catarina
ritualística, na grande maioria das ve-
zes, em suas cidades, com a partici- Investidura durante as Solenidades
pação dos Irmãos daquelas localida- Comemorativas do Dia do Maçom da M. R.
Grande Loja de Santa Catarina – Jaraguá do
des e, nas festividades públicas,
Sul, SC, em 18 de agosto de 2007.

Minas Gerais
Investidura durante a celebração


dos 80 Anos de Fundação da
M. R. Grande Loja Maçônica de
Minas Gerais – Belo Horizonte, MG,
em 22 de setembro de 2007.
São Paulo Mato Grosso
Investidura de 103 Irmãos promovi- Investidura promovida pela
da pela 5ª Região Litúrgica do Inspetoria Litúrgica do Estado do
Estado de São Paulo – Santos, SP, Mato Grosso – Cuiabá, MT, em 6
em 29 de setembro de 2007. de outubro de 2007.

Mato Grosso do Sul


Investidura durante as comemora-
ções do 45º Aniversário de Fundação
da M. R. Grande Loja Maçônica do
Estado do Mato Grosso do Sul –
Campo Grande, MS, em 24 de no-
vembro de 2007.

Sergipe
Investidura durante as comemora-
ções do 24º Aniversário de Fundação
da M. R. Grande Loja Maçônica de
Sergipe e realização do V Fórum dos
SSer Grão-Mestres das Grandes
Lojas da Região Nordeste – Aracaju,
SE, em 16 de novembro de 2007.
São Paulo
Investidura promovida pela 1ª
Região Litúrgica do Estado de São
Paulo – São Paulo, SP, em 08 de
dezembro de 2007;

Rio de Janeiro
Investidura celebrando os 178
Anos de Instalação de nosso
Supremo Conselho, em sua sede

 administrativa na cidade do Rio


de Janeiro, RJ, em 20 de no-
vembro de 2007.
com a importante participação das
famílias dos Irmãos investidos.
Queremos destacar, em especial, a
efetiva e relevante participação dos
Sereníssimos Grãos Mestres de nos-
sas Respeitáveis Grandes Lojas, líde-
res máximos do Simbolismo, numa
real demonstração de apoio ao Rito
e ao Supremo Conselho. A eles, nos-
sa sincera gratidão.
Desejamos congratular os nossos
Membros Efetivos, Grandes
Maranhão
Inspetores Litúrgicos, os zelosos in- Investidura promovida pela
centivadores do Rito nas várias Inspetoria Litúrgica do Estado
Regiões Litúrgicas em todo o Brasil, do Maranhão – São Luís, MA,
aos Delegados e Presidentes dos em 1º de dezembro de 2007.
Corpos Subordinados e todos, to-
dos os Irmãos, sem exceção, que fi-
zeram deste ano que passou um
ano de Progresso, Progresso e
Progresso.
PARABÉNS !!! Rio Grande do Sul
Investidura promovida pela
5ª Região Litúrgica do Estado
do Rio Grande do Sul – Santa
Maria, RS, em 27 de outubro
de 2007.

Paraná
Investidura promovida pela 5ª
Região Litúrgica do Estado do


Paraná – Maringá, PR, em 15 de
dezembro de 2007.
São João Batista,
Patrono da Maçonaria
Ir. Anibal Silva, 33º
Membro da Academia Goiana Maçônica de Letras

curado pela multidão. O honrado


carpinteiro de Nazaré entendia que
receber tal mensagem de João signi-
ficava reconhecê-lo como enviado
de Deus. E sua passagem pela água
seria confissão pública de mudança

D
de compromisso e evidente símbolo
esde as primitivas inicia- tivos que justificaram a escolha do
de libertação.
ções, aquelas realizadas às profeta João Batista como patrono
margens dos rios sagrados da Maçonaria. As mensagens de João centravam-
Nilo, Iliso e Tibre, foram se no julgamento e na prevenção ao
Filho de pais justos, irrepreensíveis,
instituídas as festas solsticiais. E castigo iminente quando ele denun-
corretos cumpridores da Lei de Moi-
desde a Idade Média, a Maçonaria ciava a prática de injustiças que as
sés e ligados ao ambiente sacerdotal,
passou a celebrar duas grandes fes- autoridades, tanto romanas quando
pois o casal Zacarias e Isabel, além
tas em homenagem a seus santos judaicas, realizavam contra o povo
de exemplar fidelidade, era obedien-
padroeiros: no solstício de verão, no de Israel. Suas críticas, muitas ve-
te às tradições judaicas, João Batis-
hemisfério norte, a 24 de junho, de- zes contundentes, não eram vistas
ta herdou vasta sabedoria que lhe
dicada a São João Batista, e outra, pela multidão como um simples re-
deu horizontes na execução de suas
no solstício de inverno, no hemisfé- sultado de uma visão sócio-religio-
idéias tão positivas. Seu nascimen-
rio sul, a de 27 de dezembro, dedica- sa-política do momento, mas consi-
to e missão foram anunciadas pelo
da a São João Evangelista. deradas como sendo algo inspirado
Anjo Gabriel (Lc 1, 5-25). Apresen-
e querido pelo Mestre Jesus.
É oportuno ressaltar que solstício tado pelos demais evangelistas co-
é a época em que o sol passa pela mo precursor do Messias, era seis É importante observar que a integri-
maior declinação, boreal ou austral, meses mais velho que Jesus. dade de João Batista ia de encontro
e durante a qual cessa de afastar-se às tramas, concessões, infidelida-
Pregando sempre à beira do rio Jor-
do esquadro. Esse fenômeno acon- des, corrupções e outras ações imo-
dão, ele assim fazia descrevendo fi-
tece nos dias 22 ou 23 de junho, na rais praticadas pelo governo de He-
guras apocalípticas, exortando a to-
maior declinação boreal, e nos dias rodes Antipas. O profeta incomo-
dos à penitência dos pecados atra-
22 ou 23 de dezembro, na maior de- dava seriamente o libertino rei, que
vés do batismo pela água, vez que
clinação austral. São fases em que fez calar de vez a voz que gritava no
entendia ser esta uma das formas
a Natureza patenteia transforma- deserto.
para purificar os fiéis e fazê-los re-
ções, contrastes notáveis e opostos, nunciar ao mundo de injustiças. Por não concordar com a vida fa-
ensejando serem comemoradas por miliar do rei Herodes, em adultério
vários religiões, cultos e outras ins- A imersão na água era um rito de
com sua cunhada Herodíades, João
tituições, sob diversas formas e ale- purificação e de mudança de esta-
foi preso, encarcerado na floresta de
gorias. do de vida da pessoa e também um
Maqueronte e, mais tarde, degolado
símbolo utilizado tanto na vida re-
A Maçonaria, cujos princípios basi- para satisfação da esposa adulteri-
ligiosa como na vida civil. Basica-
lares baseiam-se nos fenômenos na- na do rei vingador. O martírio de
mente um processo de limpeza es-
turais, sobretudo nos solares, ado- João confirma a originalidade de sua
piritual, significava deixar um pas-
tou os dois santos como padroeiros, profecia e atesta o seu compromisso
sado e começar uma vida nova,
tendo em vista os altivos exemplos com a justiça.
diferente. Por este batismo, João
deixados por eles, cujos ensinamen- “criava” um sistema capaz de reu- Jesus admirava imensamente o
tos se coadunam com os próprios nir pessoas santificadas, livres e de comportamento de João Batista, a
postulados filosóficos da Ordem. bons costumes, capazes de resistir ponto de relacioná-lo com a nova
A impoluta integridade moral, a fir- às injustiças que tinham suas raízes era do Reino de Deus que chegava.
me reprovação do vício, a sublimi- no poder, fosse esse sagrado ou pro- E foi assim que o Mestre afirmou:
dade da pregação em prol do arre- fano, religioso ou político. “Em verdade vos digo que, entre os


pendimento e da virtude, a intensa nascidos de mulher, não surgiu ne-
Sabendo das atividades proféticas
aversão às práticas de injustiças e a nhum maior do que João, o Batista,
de João, Jesus saiu de sua cidade ao
defesa do batismo pela água como e, no entanto, o menor no Reino de
norte da Palestina e foi até o rio Jor-
sinal de purificação são alguns mo- Deus é o maior do que ele. Quem
dão para receber o batismo tão pro-
tem ouvidos, ouça!”
Nota do Tradutor

Príncipe do Tabernáculo No texto que Pike reservou para o 24º Grau pra-
ticamente ele esgotou tudo o que se sabia a res-
peito dos antigos mistérios em seu tempo. Ine-
Grau 24 (5ª parte – final) gavelmente, foi uma tour de force. Confesso que
pareceu-me por vezes exaustiva sua peregrinação
sobre a prática dos antigos mistérios, embora re-
Tradução livre de J.W. Kreuzer Bach conhecesse nela uma demonstração de imensa
erudição. Porém, se tinha alguma dúvida da va-
lia desse conhecimento nos dias de hoje, o ve-

S
lho Pike deu-me uma lição de humildade frente
imilares àqueles eram os durante as calendas de maio e, de à antiga sabedoria, ao terminar esta quinta e úl-
Mistérios de Bona Dea, a acordo com Plutarco, muito do ce- tima parte com estas palavras: “Lembrai, quan-
boa deusa, cujo nome, afir- rimonial assemelhava-se ao dos do estudardes os símbolos, que os antigos tinham
mam Cícero e Plutarco, não Mistérios de Baco. um sentido mais profundo dessas maravilhas do
era permitido a homem algum co- Os Mistérios de Vênus e Adônis que nós. Para eles, as transformações da lagarta
nhecer. Eram celebrados em Ro- vieram da Síria e da Fenícia, pas- constituíam-se em maravilha ainda maior que as
ma desde os seus primórdios, [...] sando para a Grécia e a Sicília. Vê- estrelas no céu. Daí o porquê do pobre e insigni-
nus, ou Astarté, era a grande divin- ficante escaravelho ser sagrado para eles. Assim,
dade feminina dos fenícios, como sua fé foi condensada em símbolos ou explicita-
Hércules, Melkarth ou Adoni era da em alegorias que eles compreendiam muito
seu deus maior. Adoni, chamado bem, mas nem sempre eram capazes de explicar
Adônis, pelos gregos, era o aman- através da linguagem. Porque há pensamentos e
te de Vênus. Morreu devido a um idéias que nenhum idioma jamais escrito pelos
ferimento na coxa durante uma ca- homens tem palavras para expressar.”
çada, inflingido por um javali sel- Sábio Grande Comendador!
vagem. De seu sangue derrama- J.W.K.B.
do brotou a flor chamada anêmo-
na. Vênus recobrou o cadáver e
recebeu de Júpiter a graça de ter a pranteavam a cada ano, sentadas às
companhia de seu amante por seis portas de suas moradas.
meses do ano, devendo ele, nos ou- Estes mistérios, como os demais,
tros seis meses, passar com Prosér- eram celebrados no equinócio da
pina no Reino das Sombras, uma primavera, quando ele voltava à vi-
descrição alegórica da presença do da e o Sol (Adon – senhor ou mestre)
Sol nos dois hemisférios. Naqueles estava no signo de Touro, o domicí-
mistérios, sua morte era represen- lio de Vênus. Adônis era represen-
tada e lamentada, após o que sua tado com chifres – o hino de Orfeu
ressurreição e ascensão aos Céus em sua honra o denomina “o deus
era anunciada. de dois chifres”. Coincidentemen-
Ezequiel fala dos festivais de Adônis te, em Argos, Baco era representado
sob o nome de Tamuz, uma divin- com patas de touro. Para Plutarco,
Adônis e Baco eram a mesma divin-


dade assíria, por quem as mulheres
dade, baseando sua opinião na gran-
de similaridade em muitos aspectos
O Rapto de Prosérpina, escultura de dos mistérios destes dois deuses.
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680)
Os Mistérios de Baco eram conhe- Os Iniciados nesses
cidos como festivais sabazania- mistérios preservaram
nos(50), órficos ou dionisíacos. Re- o ritual e as cerimônias
montavam à mais remota antigui- com a simplicidade das
dade entre os gregos e eram atribuí- idades mais remotas
dos por alguns ao próprio Baco e por e os costumes dos pri-
outros a Orfeu. Nos cerimoniais, meiros homens. As re-
as semelhanças entre as observân- gras de Pitágoras eram
cias ritualísticas em honra a Osíris seguidas, aqui. Do
no Egito e a Baco na Grécia; as tra- mesmo modo que os
dições mitológicas dos dois deuses; egípcios, para quem a lã
e os símbolos usados nos festivais era impura, eles jamais
de ambos amplamente provam sua enterravam um Inicia-
identidade. Nem o nome de Baco do com vestes de lã.
nem a palavra orgia aplicavam-se a Abstinham-se de sacri-
estas festas. Tampouco as palavras fícios de sangue, viven-
sagradas usadas em seus mistérios do de frutas, vegetais
eram gregas, mas sim de origem es- ou coisas inanimadas.
trangeira. Baco era uma divindade Imitavam a vida das
adorada no Oriente. Suas orgias seitas contemplativas
eram lá celebradas muito antes que do Oriente, aproximan-
os gregos a adotassem. Nos tempos do-se assim da tranqüi- Baco, quadro de Michelangelo Merisi da Caravaggio
mais remotos, ele era adorado na lidade dos homens pri- (1573-1610), mestre do barroco italiano.
Índia, na Arábia e na Báctria(51). mitivos, que viviam no
Baco era adorado na Grécia em festi- seio de uma paz profunda, livres de envolvera, preparando seu espírito
vais públicos e em mistérios, alguns ameaças e crimes. Uma das vanta- para receber as verdades sublimes
simples, outros mais sofisticados, de gens mais preciosas prometidas por e misteriosas da primitiva filosofia.
acordo com o local onde eram pra- sua iniciação era colocar o homem Esta era assim uma morte simbóli-
ticados. Isto porque seu culto veio em comunhão com a divindade ao ca, de onde ele se regenerava, daí ser
de diferentes lugares e épocas. As purificar sua alma de todas as pai- chamado renascido. Enquanto con-
pessoas que celebravam as versões xões que interferem com tal bên- finado em sua cela, podia escutar a
mais complicadas dos mistérios ig- ção. [...] Um dos graus da inicia- encenação de Tífon perseguindo o
noravam o significado de muitas das ção era o estado de inspiração que corpo mutilado de Osíris, enquanto
palavras que usavam e dos símbolos se dizia alcançarem os adeptos. Os Rea ou Ísis buscavam recuperá-lo.
que reverenciavam. Nos festivais sa- Iniciados nos Mistérios do Cordei- [...] Finalmente, anunciava-se que o
bazanianos (de Saba-Zeus, um nome ro, na Frigia(53), diziam-se inspira- corpo havia sido encontrado e o aspi-
oriental da divindade), por exemplo, dos. Suas almas, por meio daque- rante era liberado, em meio gritos de
as palavras evoi e saboi, não gregas, las cerimônias religiosas, purifica- alegria e contentamento.
eram usadas. Uma serpente de ou- das de todas as nódoas, podiam ver
Ele então passava por uma repre-
ro, atirada sobre o peito do Iniciado, os deuses ainda nesta vida e, certa-
sentação do Inferno e do Elísio.(54)
aludia à fábula da ligação de Júpiter mente, depois da morte.
Nas palavras de um antigo escritor,
com Prosérpina, na forma de uma Os portões do templo sagrado, on-
“então os iniciados eram entretidos
serpente, que gerou Baco, o touro. de eram realizadas as cerimônias
com hinos, danças e apresentados às
Vem daí a enigmática afirmativa, re- de iniciação, eram abertos apenas
doutrinas do conhecimento sagrado.
petida aos iniciados, de que um tou- uma vez por ano, e nenhum estra-
[...] E assim, iniciados e tornados per-
ro gerou um dragão ou uma serpen- nho podia entrar. Realizados sob o
feitos, eram livres e sem restrições.
te, e que a serpente, por sua vez, ge- véu da noite, seus augustos misté-
Coroados e triunfantes, podiam an-
rou o touro, que se tornou Baco. Seu rios não podiam ser revelados a nin-
dar entre os abençoados, conversar
significado era de que o Touro [...] e a guém. Lá, os sofrimentos de Baco
com os homens santos e celebrar os
Serpente, outra constelação, ocupa- eram representados. Como Osíris,
sagrados Mistérios”. Eram-lhes en-
vam posições no céu tais que, quan- ele morreu, desceu aos infernos e
sinados a natureza e os propósitos
do uma aparecia, a outra se punha e retornou à vida novamente. Carne
dos Mistérios e os meios para que se
vice-versa. crua era distribuída aos Iniciados,
fizessem reconhecer, quando então
A serpente era um símbolo familiar obrigados a comê-la em memória
recebiam o nome de Epopts e eram
nos Mistérios de Baco. Os Iniciados da morte da divindade, cortada em
instruídos na natureza da Divindade
as seguravam com as mãos, como pedaços pelos Titans. [...]
e na doutrina de um futuro estado.
Ofiúco(52) faz com o globo celes- Naqueles mistérios, encenados por E eram dados a conhecer a unidade

10 tial e o Orfeu-telestes, ou purifica-


dor, fazia o mesmo, gritando evoi,
saboi, hies, atté, atté, hies!
três dias e três noites, o aspirante era
mantido em temor e escuridão. [...]
Em solidão, deveria meditar profun-
da e seriamente naquilo em que se
e os atributos do Grande Arquiteto
do Universo e do verdadeiro signifi-
cado das fábulas a respeito dos deu-
ses do paganismo: a grande Verdade
em que “Zeus é a fonte primitiva de Adonis foi amado pelas
todas as coisas; há apenas um Deus, deusas Afrodite e Persédone.
um poder e uma lei sobre todos os Morto por um javali, foi
outros”. [...] ressucitado por Zeus a pdido
Entre os emblemas usados esta- de Afrodite, devendo passar os
va o bastão de Baco. Dizia-se que meses de verão com Afrodite
o deus o havia jogado ao solo e ele na terra e os meses de inverno
se tornara uma serpente. Em outra com Perséfone no reino das
ocasião, ele bateu com o bastão nos
sombras. Esta história simbo-
rios Orontes e Hidaspes para que
pudesse atravessar sem molhar os liza o ciclo natural de morte e
pés. Também obtinha-se água du- renascimento da Natureza.
rante as cerimônias batendo com o
bastão numa rocha. Os adoradores
de Baco coroavam suas cabeças com
serpentes e carregavam-nas em va- de outra forma e com ou-
sos e cestos. E nas representações, tros nomes.
quando era achado o corpo de Osí- Cibele era adorada na Sí-
ris, eles atiravam uma serpente viva ria sob o nome de Rea.
sobre o candidato. [...] Como ela, era repre-
Os Mistérios de Átis(55) e de sua sentada ladeada por leões,
amante, a deusa Cibele, encena- levando um tambor e coroada de sacrificadas e onde adivinhava-se o
dos na Frigia, assemelham-se muito flores. De acordo com Varro, Ci- futuro olhando as entranhas ainda
aos de Adônis, Baco, Osíris e Ísis. bele representava a terra. [...] Seu palpitantes das vítimas. Aparece-
[...] Mais do que qualquer outro po- sumo sacerdote vestia uma túnica ram com mais força que nunca sob
vo, os frísios misturavam alegorias púrpura e uma tiara dourada. [...] o imperador Cômodo, que sacri-
com seus cultos religiosos e foram As cerimônias dos Mistérios de ficou uma vida a Mitras com suas
os grandes inventores das fábulas. Átis eram alegóricas e, de acordo próprias mãos. E foram mais prati-
Muitas eram suas tradições sacras, com o imperador Juliano, algumas cados ainda sob Constantino e seus
como as de Cibele e Átis. [...] Su- coisas podiam ser explicadas, mas sucessores, quando sacerdotes de
as festas ocorriam nos equinócios, muito permanecia envolto por um Mitras podiam ser encontrados por
com lamentos, gritos e pranto pela véu de mistério. Desta forma, os todo o império romano, até mesmo
morte de Átis, terminando com jú- símbolos sobreviveram às próprias na Grã-Bretanha.
bilo por sua restauração à vida. explicações. A ignorância e a negli- As cavernas eram consagradas a Mi-
Não falarei das diferentes versões gência substituíram os significados tras e decoradas com muitos símbo-
da lenda de Cibele e Átis. [...] Bas- originais por outros, como aconte- los astronômicos. E provas cruéis
ta dizer que basicamente se resume ceu com muitos símbolos na Ma- eram exigidas dos Iniciados.
no seguinte: Cibele, uma princesa çonaria. [...] Os persas não construíam templos.
frigia, que inventou danças e ins- A adoração do Sol sob o nome de Faziam seus cultos nos cumes das
trumentos musicais, enamorou-se Mitras pertenceu à Pérsia, de onde colinas ou em locais rochosos. Abo-
do jovem Átis; este ou mutilou-se veio o nome e os símbolos eruditos minavam imagens e fizeram do fo-
num acesso de loucura ou foi muti- do culto. Para os persas, adoradores go e do Sol emblemas da divindade.
lado por ela, num acesso de ciúmes. do fogo, o Sol era a energia fecun- Os judeus tomaram deles este con-
Átis morreu e depois, como Adônis, da que dava vida à terra e circulava ceito. Por isto representaram Deus
voltou à vida. É a mesma lenda do em todo o Universo, do qual ele é a aparecendo a Abraão dentro de uma
deus-sol na versão fenícia, expressa própria alma. Este culto passou da chama e a Moisés como fogo, nos
Pérsia à Armênia, à Capadócia e à montes Horeb e Sinai.
Cilícia, antes de ser conhecido em Para os persas, Mitras, representado
Roma. Na cidade imperial, os Mis- como o Sol, era a divindade invisí-
Cibele em seu carro puxado por leões
térios de Mitras eram mais conhe- vel, o Progenitor do Universo, o Me-
vai de encontro ao amante Átis cidos que qualquer outro e come- diador. Na caverna da iniciação zo-
çou a prevalecer roastriana, o Sol e os planetas eram
sob o imperador representados no teto, em gemas
Trajano. Foram preciosas e ouro, como também o
depois proibidos zodíaco. O Sol aparecia emergindo
pelo imperador das costas do Touro. Três grandes
Adriano por causa

11
pilares, Eternidade, Fecundidade e
das cruéis cenas Autoridade, suportavam o teto, o
neles representa- todo constituindo um emblema do
das, onde vidas Universo.
humanas eram
Relevo romano de duas faces, datado do terceiro século A.D. e preservado no
Museu do Louvre. Em um lado, mostrado no número anterior, Mitra, o deus persa,
sacrifica o touro sagrado sob o olhar do Sol e da Lua, uma das imagens mais
repetidas em publicações maçônicas sem que se cite origem. No outro, Mitra
divide o banquete com o deus-sol. Notemos a serpente sagrada, o caduceu,
o barrete frígio na cabeça dos personagens, os bastões empunhados pelas
divindades e o caduceum a vara com dias serpentes enroscadas.

tadores, nos quais as trevas eram a verdadeira natureza do Ser Supremo,


principal característica. Ele assistia Criador de Ormuz e Arimã, a Cau-
a uma representação dos infernos até sa Primeira e Absoluta, denominada
finalmente emergir para a luz. Rece- Zeruane Akherene.
bido num lugar que representava os Na iniciação mitríaca havia diversos
Campos Elísios, em meio a uma bri- graus. O primeiro, diz Tertuliano, era
lhante assembléia de iniciados presi- o de Soldado de Mitras. A cerimônia
dida pelo arquimago, este vestido de de recepção consistia em apresentar
azul, o iniciado assumia os votos de uma coroa ao candidato, apoiada em
segredo e recebia as Palavras Sagra- uma espada. Era colocada perto de
das, das quais o Nome Inefável de sua cabeça e ele devia recusá-la, di-
Deus era a principal. zendo “Mitras é minha coroa!” para
Aí, então, todos os incidentes de sua que fosse então declarado soldado de
iniciação eram explicados, sendo-lhe Mitras, tendo o direito de convocar
dito que estas cerimônias o aproxi- às armas os demais iniciados, sol-
maram da Divindade e que ele devia dados como ele ou companheiros de
adorar o fogo consagrado à Divinda- armas. Daí o título de Companheiro
de, um presente dela aos homens e no Grau de Maçom do Real Arco do
sua residência visível na terra. Ele Rito Americano(57).
aprendia os caracteres sacros, conhe- Segundo Porfírio, o candidato passa
Zoroastro, como Moisés, dizia ter cidos apenas pelos iniciados, e era então ao Grau do Leão, referência
conversado face a face, de homem instruído sobre a criação do mundo, à constelação do Leão, domicílio do
para homem, com a Divindade. E sobre o sentido filosófico – oculto na Sol e símbolo de Mitras, encontrada
dizia ter recebido Dele uma forma mitologia vulgar, especialmente a em seus monumentos. [...]
pura de cultuar para ser comunicada lenda de Ormuz e Arimã – e o sig-
Daí ele passava a um grau superior,
apenas aos virtuosos e àqueles que nificado simbólico dos seis Amshas-
onde os iniciados eram chamados
se dedicassem ao estudo da Filosofia. pands(56) criados por Ormuz: Bah-
Perses ou crianças do Sol. Acima
Sua fama espalhou-se pelo mundo e man, o senhor da luz; Ardibehest, o
deles estavam os Pais, cujo chefe ou
pupilos de todas as partes vieram ter gênio do fogo; Shariver, o senhor do
patriarca era chamado Pai dos Pais,
com ele, incluindo Pitágoras. esplendor e dos metais; Stapando-
ou Pater Patratus. [...]
mad, a fonte da fecundidade; Khor-
O candidato entrava na caverna da A pequena ilha de Samotrácia era,
dad, o gênio da água e do tempo; e
iniciação e era recebido na ponta de desde há muito, o centro de augus-
Amerdad, protetor do mundo vege-
uma espada que o feria levemente no tos mistérios. Muitos vinham de
tal e a causa principal do crescimen-
peito esquerdo nu. Preparado com todas as partes da Grécia para serem
to. Finalmente, a ele era ensinado a
uma coroa de ramos de oliveira e un-
gido com bálsamo e benjoim, ele era
purificado com fogo e água e passa-
va por sete estágios de iniciação. O
símbolo desses estágios era uma es-
cada com sete degraus. Neles, o can-
didato passava por testes amedron-

Ahura Mazda, o deus persa, em relevo


de Persépolis (onde hoje está o Iraque),
datado do século V a.C.

12
lá iniciados. [...] Os Dioscuri(58), a margem oposta em
junto com Vênus as divindades tu- segurança. A morte
telares dos navegadores, eram invo- de Hu(61) era narra-
cados nos Mistérios de Samotrácia. da em voz alta, com
A constelação Auriga ou Feton(59) sua carga de tristeza,
foi também lá homenageada com para que o candidato
solenes cerimônias. Quando da pudesse ouvir quando
expedição dos Argonautas, Orfeu, ainda envolvido pela
um iniciado nestes mistérios, ao escuridão. Ele encon-
ver aproximar-se uma tempestade, traria muitos obstácu-
aconselhou seus companheiros a los e tinha que provar
aportar em Samotrácia. Assim o fi- sua coragem, expondo
zeram e a tormenta cessou. Então, sua vida contra ini-
eles foram iniciados nos mistérios e migos armados, e re-
navegaram novamente, assegurados presentando diversos O selo real de Dario mostra uma caçada ao leão sob
de uma viagem afortunada, sob os animais. Finalmente, a proteção de Mitra.
auspícios dos Dioscuri, patronos de atingindo finalmente
marinheiros e navegadores. a luz, era instruído pe-
lo arqui-druida nos mistérios e no te. [...] As partes mais sublimes e
Porém muito mais do que isso era secretas eram reservadas aos epopts,
prometido aos iniciados. Os Hiero- significado moral da Ordem, sendo
instado a agir com bravura na guer- que contemplavam a Verdade em to-
fantes da Samotrácia tinham algo da sua nudez, enquanto, os mistes
de infinitamente maior como obje- ra e a não negligenciar seus deveres
para com a divindade, adotando a olhavam-na como que através de um
tivo de suas iniciações: a consagra- véu, mais para aguçar sua curiosida-
ção dos homens à divindade, fazen- prática de uma rígida moralidade e
evitando a preguiça, a discórdia e a de do que para satisfazê-la. [...]
do-os dedicarem-se à virtude a as-
segurando-os das recompensas que imprudência. Quando finalmente admitido ao
a justiça dos deuses reservam aos O aspirante recebia apenas os co- Grau da Perfeição, o iniciado era co-
Iniciados após a morte. Isto, aci- nhecimentos exotéricos nos dois locado face a face com a Natureza e
ma de tudo, tornava augustas essas primeiros graus. O terceiro era ob- aprendia que a alma era o todo do
cerimônias, inspirando um respeito tido apenas por uns poucos e, mes- homem; que a terra era apenas o lo-
imenso por elas em toda parte e o mo assim, depois de longa purifica- cal de seu exílio; que o Céu era seu
desejo de nelas ser admitido. Isto ção e do estudo, por nove meses e local de origem; que, para a alma,
levou a ilha a ser denominada sagra- em solidão, de todas as artes e ciên- nascer é realmente morrer e que,
da e a ser respeitada por todas as na- cias conhecidas pelos druidas. Esta para ela, morrer era renascer para
ções. Os romanos, quando senho- era a concepção da morte simbólica uma nova vida. Aí, então ele pe-
res do mundo, deixou-a em liberda- naqueles mistérios. netrava no santuário. Mas ele não
de e com suas próprias leis. Era um recebia todas as instruções de uma
A viagem em mar aberto num pe- vez. Ela continuava por de muitos
asilo para os desafortunados, um queno bote coberto de pele, na tar-
santuário inviolável. Lá, se não co- anos, avançando através de graus
de de 29 de abril, era a última das separados por espessos véus. [...]
metido em um templo, os homens provas. Se ele declinasse de fazê-la,
poderiam ser absolvidos até do cri- era dispensado com desprezo. Acei- Os mistérios gregos eram celebra-
me de homicídio. tando-a e tendo sucesso, era deno- dos por nove dias, de acordo com as
Crianças em tenra idade eram ini- minado nascido três vezes e tornado melhores referências. No primeiro
ciadas lá, investidas com a veste elegível a todos os postos e a receber dia, os iniciados se encontravam,
púrpura e a coroa de oliveira. (60) a completa instrução nas doutrinas na lua cheia do mês de boédromion,
filosóficas e religiosas dos druidas. ao final do signo de Áries, perto das
[...] Plêiades. No segundo dia, aconte-
As principais características dos Também as características das ini- cia uma procissão no mar, para pu-
mistérios druídicos lembram as do ciações entre os godos eram simila- rificação pelo banho. O terceiro era
Oriente. As cerimônias começavam res a de todos os mistérios. [...] ocupado em oferendas, sacrifícios
com um hino ao Sol. Os candidatos Havia uma distinção entre os misté- expiatórios e outros ritos religiosos,
eram arrumados em filas de três, rios maiores e os menores [de Elêu- incluindo jejum, lamentos, absten-
quatro e sete, de acordo com suas sis]. Era necessário ser admitido ções, etc. Um peixe era imolado e
qualificações, e conduzidos nove ve- nos mistérios menores por alguns feitas oferendas de grãos e animais
zes em torno do santuário, do Les- anos. [...] Os candidatos nos misté- vivos. No quarto dia, eles carrega-
te para Oeste. O candidato passava rios menores eram conhecidos como vam em procissão o buquê místico
por muitas provas, uma das quais mistes, isto é, iniciados; nos misté- de flores, representando aquele que

13
tinha relação direta com a lenda de rios superiores, como epopts, isto é Prosérpina deixara cair quando rap-
Osíris. Ele era colocado em um bo- áugure ou adivinho. De acordo com tada por Plutão e a coroa de Ariadne
te e mandado só para o mar, con- um antigo poeta, os primeiros eram nos Céus (62), levada em um carro
fiando apenas em suas habilidades como sombras imperfeitas dos últi- puxado por bois e seguido por mu-
e presença de espírito para alcançar mos, tal como o sono o é da mor- lheres portando urnas místicas en-
voltas em pano púrpura, contendo Lembrai, quando estudardes os deuses gregos. Segundo a versão mais acei-
grãos de sésamo, biscoitos, sal, ro- símbolos, que os antigos tinham ta da lenda, a deusa enamorou-se de Átis e
mãs, a serpente misteriosa, e, talvez um sentido mais profundo dessas fez dele seu sacerdote. Este, antes de pres-
o falo místico. No quinto dia, havia maravilhas do que nós. Para eles, tar seu juramento, teve um envolvimento
uma procissão de tochas, comemo- as transformações da lagarta consti- com uma ninfa. Cibele, furiosa, provocou
rativa da procura de Prosérpina por tuíam-se em maravilha ainda maior nele um acesso de loucura, durante o qual
sua mãe, a deusa Ceres. [...] que as estrelas no céu. Daí o por- ele emasculou-se. Ao voltar à sanidade, quis
O sexto dia era consagrado a Íaco(63), quê do pobre e insignificante escara- suicidar-se, mas Cibele transformou-o num
o jovem deus da luz, filho de Deme- velho ser sagrado para eles. Assim, pinheiro.
ter, criado nos santuários e responsá- sua fé foi condensada em símbolos (56) Amshaspands era a denominação cole-
vel por carregar a tocha do deus-sol. ou explicitada em alegorias que eles tiva dos seis atributos de Ormuz ou Ahura
Aristófanes, em um de seus coros, o compreendiam muito bem, mas Mazda (Ahura significa senhor e Mazda, sa-
denomina como “a estrela brilhan- nem sempre eram capazes de expli- bedoria), a luz das luzes, entidade máxima
te que ilumina a iniciação noturna”. car através da linguagem. Porque há dos zoroastrianos.
Ele era trazido do santuário com a ca- pensamentos e idéias que nenhum (57) Aqui Pike equivoca-se. O título Com-
beça coroada por um ramo de mur- idioma jamais escrito pelos homens panheiro, dado aos Maçons do Real Arco,
ta e conduzido pela via sacra desde o tem palavras para expressar. não tem origem persa, mas é latina. Vem
portão do Cerâmico(64) até Elêusis, de compania, do latim vulgar, aquele que
acompanha. No Real Arco, seu significado
em meio a danças, canções sacras e Notas vem de cum panis, iesto é, com o pão, aquele
manifestações de alegria, entre elas o
(50) “Sabazios, Sabaoth ou Sabbat, o deus com quem se divide o pão. O Rito “America-
grito de Íaco! Íaco!
dom planeta Saturno, era mais conhecido no” ao qual ele se refere é o Rito Inglês Antigo
O sétimo dia era dedicado a exercí- como Baco ou Dionísio e também chama- ou de York, preservado nos Estados Unidos
cios de ginástica e lutas, cujos ven- do, nas regiões semíticas, como Yao ou Ya- sem as modificações realizadas na união das
cedores eram coroados e recompen- va. Seu culto era mais ou menos associa- duas Grandes Lojas rivais inglesas em 1813,
sados. O oitavo dia era a festa de do e identificado com o da Grande Mãe, sob que originaram o Rito Inglês Moderno, dos
Esculápio. No nono dia, eram fei- várias designações e caracterizado por pro- quais o Emulação é um dos rituais aceitos.
tas as famosas libações dedicadas cissões, danças, lamentações pela divindade (58) Os Dioscuri eram os deuses gêmeos
às almas dos que se foram. Os sa- morta e vigília noturna [...]”. Este é um tre- Cástor e Pólux, como já observado anterior-
cerdotes, segundo Ateneu, enchiam cho de Alexander Wilder em sua tradução mente.
dois vasos e colocavam um no Leste comentada de Teurgia ou Sobre os Mistérios (59) Auriga significa cocheiro, condutor de
e outro no Oeste, voltados para os do Egito, de Iâmblico, realizada em 1911. bigas. Feton era o filho de Apolo que pediu
portões, e os entornavam, pronun- disponibilizada por Joseph H. Peterson, jun- ao pai para dirigir a carruagem do Sol como
ciando preces misteriosas. Assim to com outros antigos autores para aqueles prova de que era filho do deus. O nome da
invocavam a Luz e as Trevas, os dois capazes de ler em inglês, em www.esoteri- constelação faz referência a essa lenda.
grandes princípios da Natureza. carchives.com. (60) Em seqüência, Pike faz uma longa des-
Durante estes dias, ninguém podia (51) Báctria era o nome antiga de uma re- crição dos mistérios na Índia, China e Ja-
ser preso nem acusações feitas, sob gião do Afeganistão setentrional, um territó- pão que fogem aos objetivos desta tradução
pena de morte ou, no mínimo, de rio plano entre o rio Oxus e as montanhas (JWKB).
pesada multa. E não era consentido do Hindu Kush. Foi província do império (61) Hu, ou Hu Gadarn (Hu, o poderoso, no
a ninguém demonstrar riqueza de persa. idioma galês), o deus do submundo era con-
modo a rivalizar com as pompas sa- (52) Segundo a Wikipedia, Ofiúco corres- siderado um personagem mítico, porém legi-
cras. Tudo era para a religião. ponde a Asclepio, filho do deus Apolo e da timado por lendas galesas, ao tempo de Pike.
Estes eram os Mistérios e estes o An- ninfa Corônides. A ele era se atribuído o Entretanto, parece ter sido resultado da cria-
tigo pensamento, tal como chegaram poder de ressuscitar os mortos. Preocupa- ção fantasiosa de um certo Edward Willia-
até nós em fragmentos dispersos. A do, Hades, o deus dos infernos, pediu a Zeus ms (1747-1826), cujo amor pelas lendas ga-
mente humana ainda especula sobre que o eliminasse. Zeus, entretanto, reco- lesas levou-o a adulterá-las, iludindo até um
os grandes mistérios da Natureza e nhecendo seu valor, colocou-o no firmamen- dos maiores e mais sérios mitólogos, Robert
ainda descobre que suas idéias foram to “rodeado por uma serpente, símbolo da vi- Graves (1895-1985).
antecipadas pelos antigos, cujas di- da que se renova”. (62) A Coroa de Ariadne é uma constela-
vagações mais profundas devem ser (53) A Frígia situava-se onde hoje é a Tur- ção.
vistas não em seus aspectos filosófi- quia central, centro de um grande império (63) Íaco, o portador da tocha nos Misté-
cos, mas em seus símbolos, através de língua indo-européia no milênio antes de rios de Elêusis, onde era considerado filho de
dos quais eles tentarem expressar os Cristo. Foi parte do império persa, anexada Zeus e Demeter, pode ser um epíteto para
grandes temas, o grande ciclo dos fe- ao império de Alexandre e mais tarde, parte Baco ou uma divindade separada.
nômenos – nascimento, vida, mor- da província da Ásia, do império romano. (64) Cerâmico é o nome de uma praça e um
te ou decomposição, e nova vida a (54) Na mitologia grega, após a morte, as al- subúrbio de Atenas. Deve seu nome a ter si-
mas dos homens bons e virtuosos iam para

14
partir da morte ou da decomposição do o distrito dos oleiros (kerameus, em gre-
– que em vão se tentou expressar em os Campos Elísios, ou Elísio (Elysion pedion, go, de keramos, argila). No Cerâmico eram
palavras. em grego), para um feliz repouso, ao contrá- enterrados os soldados mortos nas guerras.
rio dos maus, a quem era destinado o Tárta- Bacchus and Ariadne, quadro de Ticiano Oil
........................................
ro ou Inferno, lugar de terríveis sofrimentos. on canvas, 1520-23, National Gallery, Lon-
(55) Decididamente de origem frigia, Cibe- don.
le e Átis foram incorporados ao panteão dos
Os Hospitalários atraindo doações de Reis e nobres plários, embora, como militares, es-
Mercadores italianos da cidade de de todas as partes. tes tenham a primazia. Não tardou
Amalfi(44) haviam fundado, por vol- “O habilidoso Gerard estava empe- que os Hospitalários criassem seu
ta de 1080, um hospício, quer dizer, nhado em grandes empreitadas, não braço armado. Mas ambas as voca-
asilo ou abrigo, dedicado a S. João, e apenas abrigando os peregrinos em ções, hospitalária e militar, convive-
administrado por monges Benediti- Jerusalém, mas estabelecendo uma riam para sempre lado a lado.
nos, encabeçados por um dinâmico grande rede de viagens da Europa
Irmão Gerard. À atividade hospedei- Ocidental para a Terra Santa.”(45) O choque de civilização
ra somou-se a hospitalar. Neste mesmo ano, 1113, a bula pa- Esse íntimo contato com as civiliza-
O Irmão Gerard, administrador in- pal Pie postulato voluntatis dava re- ções muito mais evoluídas do Orien-
cansável e sempre atento às opor- conhecimento à Ordem, transfor- te Médio transformaria os cavalei-
tunidades, é uma figura cercada de mando os Beneditinos da Abadia de ros. Esses guerreiros brutais, sujos,
muitas lendas. O trabalho piedo- Santa Maria nos Hospitalários de S. iletrados, de mentalidade estreita,
so dos Hospitalários, enriquecido João, a primeira das grandes Ordens oriundos de feudos insignifican-
por essas lendas, fizeram sua fama, medievais. Como Ordem religiosa, tes, espantaram-se ao conhecer ou-
os Hospitalários antecedem os Tem- tros povos, crenças diferentes, novos
conceitos de vida e hábitos mais civi-
lizados – de higiene, inclusive!
Naturalmente, para aqueles que per-
maneceram no reino de Outremer,
os costumes mudaram e eles pas-
saram a “uma forma de vida muito
mais agradável do que aquela que
tinham em suas terras de origem.
[...] Os castelos tinham refinamen-
tos muito além dos da Europa. Os
Bizantinos, que haviam construído
suas casas seguindo as técnicas e
tradições dos gregos e romanos que
os precederam, foram imitados pe-
los muçulmanos, que, por sua vez,
foram copiados pelos cruzados resi-
dentes. Havia um sistema de esgo-
tos eficiente – coisa desconhecida na

15
Europa medieval – água encanada
em diversas cidades e, nas áreas on-
de a água era escassa, grandes cister-
nas subterrâneas asseguravam que,
mesmo no verão longo e abrasador,
Os brasões das Reppubliche marinare
(repúblicas marítimas) italianas,
rivais no domínio do comércio do
Mar Mediterrâneo até que a queda
de Constantinopla levou Portugal e
Espanha a buscar outro caminho para
as riquezas do Oriente

cidadãos e soldados não ficassem


sem água potável. [...] As casas bri-
lhavam com belos objetos de vidro.
[...] Algumas cidades ainda tinham
banhos públicos, relíquia dos tem-
pos romanos, e nas casas particula-
res dos ricos ou da nobreza, banhos
eram quase lugar comum”.(46)

A Vocação Hospitaleira
Esses refinamentos foram de utilida-
de para os Cavaleiros de S. João. Em
seus castelos e fortalezas, tinham
muito mais conforto do que a reale-
za européia. Eles se aperceberam de
quanto eram benéficos “os princípios
de higiene e sanitização que tinham dos Hospitalários, uma saudável mis- mente, para facilitar a comunica-
desaparecido de suas terras com a tura de piedade religiosa cristã e cor- ção), que eram Provence, Auvergne,
queda do Império Romano do Oci- tesia árabe. “Além dos cavaleiros, ha- França, Aragão, Castela, Itália, In-
dente. Servir os doentes em pratos via médicos e cirurgiões assalariados glaterra e Alemanha. Em estrutu-
de prata indubitavelmente originou- [...] Pacientes eram muito bem ali- ra e hierarquia, os Hospitalários as-
se durante esses anos. [...] De valor mentados, comendo carne três vezes semelhavam-se aos Templários. Os
inestimável para os Hospitalários, no por semana. Havia galinha para os Grandes Oficiais ou Bailios incluí-
seu tratamento dos doentes, foi o fa- muçulmanos ou judeus, como alter- am o Mestre (único vitalício), elei-
to de que – na Síria, especialmente nativa à carne de porco.”(48) to da mesma forma como faziam
– as tradições da medicina grega so- os Templários, o Grande Preceptor
Em campanha, os Hospitalários ti-
breviveram aos séculos. As obras de de Jerusalém (também chamado
nham um corpo médico, que tratava
Galeno iriam prover os médicos da Grande Comendador), o Tenente-
dos feridos em combate e daqueles
Ordem de S. João de uma base ex- Comendador, o Tesoureiro, o Mare-
vitimados pelo calor intenso, acon-
celente para seu estudo e prática da chal, o Drapier ou Intendente Geral
tecimento comum na Palestina.
medicina”.(47) e o Turcopolier, que comandava tro-
Em 1130, o Papa determinou que pas nativas.
Um monge alemão que visitou Jeru-
a Ordem conduzisse um estandar-
salém, por volta de 1187, conta que o O Rito Escocês Antigo e Aceito, co-
te vermelho com uma cruz branca.
hospital da Ordem tinha 1.000 leitos erentemente, conservaria boa parte
Em 1248, os Hospitalários adota-
para ambos os sexos em onze alas. desta nomenclatura em seus Grandes
ram uma túnica negra, usada sobre
Contrastando vivamente com a into- Oficiais nos Graus ditos Filosóficos.
a cota de malha, adornada com uma
lerância dos Cruzados, muçulmanos Como soldados, os Hospitalários
cruz branca. Em 1259, trocaram o
e judeus também recebiam cuidados nada deviam aos Templários.
negro pelo vermelho para os com-
batentes, mas conservaram o negro Além de servos dos doentes e dos
para os hábitos monásticos. pobres, os Cavaleiros de S. João se-
Os Hospitalários estavam organi- riam, cada vez mais, Soldados de
zados em Langues (línguas, literal- Cristo. Até os derradeiros momen-
tos da presença cristã na Terra San-
ta, seu destino estaria ligado ao de
A obra de Cláudio Galeno, médico seus companheiros de luta (e quase
grego dos séculos II e III, foi traduzida sempre rivais), os Templários. Mas,
por serem Hospitalários, seriam
para o árabe por Hunayn ibn Ishaq

16
sempre vistos com mais simpatia
em meados do século IX, moldando o do que os Templários banqueiros.
racional da medicina islâmica. Levá- Afinal, o bolso é o lugar mais sensí-
la de volta à Europa seria um dos vel do corpo humano...
serviços prestados pelos cruzados.
Ordem dos Cavaleiros Teutônicos do Hospital de
Santa Maria de Jerusalém, Ordem Teutônica A Ordem Teutôni-
ca voltar-se-ia para
uma outra Cruzada,
desta vez contra as
tribos pagãs do Leste
europeu.

Os Cavaleiros
de S. Lázaro
Esta foi a terceira
das ordens militares
nascidas em Jerusa-
lém. Acredita-se que
a Ordem dos Hospi-
talários de S. Lázaro
tenha origem num
antigo hospital pa-
ra leprosos, dirigido
por gregos e armê-
nios, ainda antes da
Primeira Cruzada,
adquirindo status in-
dependente depois
de 1120. Diz uma
Os Cavaleiros Alemães e transformou a organização numa tradição que os primeiros mestres
A terceira das grandes Ordens tam- ordem religiosa, transformada de- desta Ordem eram leprosos, do-
bém nasceu na Terra Santa. Duran- pois em ordem militar. Em 1198, ença terrível, particularmente co-
te o cerco de Acre pelo Rei Ricardo o Patriarca e o Rei de Jerusalém, mum na Palestina.(49) As regras
Coração de Leão, em 1190, merca- acompanhados pelos Mestres dos dos Templários e dos Hospitalá-
dores alemães de Bremen e Lübeck Templários e dos Hospitalários, rios estabeleciam que um cavaleiro,
montaram um hospital de campa- celebraram a criação dos Cavalei- contraindo a doença, deveria trans-
nha na praia. Diz a tradição que ros Teutônicos do Hospital de San- ferir-se para a Ordem de S. Lázaro,
foram ajudados por integrantes do ta Maria de Jerusalém (Hospitale envergando um manto negro e sem
Hospital de Santa Maria dos Ale- Sancte Marie Theutonicorum Jero- adorno.(50)
mães, que teria sido fundado em solitanum), segundo a organização “Os Cavaleiros de S. Lázaro nunca
Jerusalém em 1127. O Duque Fre- das duas Ordens anteriores. Seu foram muito numerosos e tinham
derico, da Suábia, colocou seu cape- manto era branco, com uma cruz apenas um punhado de cavaleiros
lão, Conrado, para dirigir o hospital negra. Como suas predecessoras, não leprosos para proteção, embo-
era também dividida em províncias ra, sem dúvida, em tempo de crise,
e tinha hierarquia semelhan- os cavaleiros portadores da doença
te: Grão-Mestre (Hochmaeis- também pegassem em armas.”(51)
ter, Magister), Comendador
nacional (Landmeister), Co- Um pequeno contingente lutou
mendador provincial (Lan- bravamente na desastrosa batalha
dkomtur), e Comendador de Gaza, em 1244. Após a queda
local (Komtur, Preceptor). de Acre, em 1291, a Ordem de S.
Da mesma forma, os postos Lázaro abandonou suas atividades
mais altos eram eleitos por militares, continuando com sua
um capítulo geral. função hospitaleira até 1342.
Mas, diferente dos Templá- Depois disso, teriam uma existência
rios e Hospitalários, nem te- apagada até o período da Renascen-
ve muitas propriedades na ça, quando foi revivida na França. O
Terra Santa nem envolveu-se ramo francês, denominado Ordem
nas intrigas locais. E tam- de Nossa Senhora do Monte Carme-
bém não era tão cosmopo- lo e de São Lázaro, foi incentivado
lita como as outras, sendo por Louis XIV, o Rei Sol, chegando
seus membros, na maioria, a ter mais de 140 comendadorias.

17
de descendência alemã. Mas Nessa Ordem o célebre Michael An-
tornar-se-ia igualmente rica drew Ramsay foi feito Chevalier, en-
e poderosa. vergando a túnica branca, bordada
com uma cruz púrpura e verde.
Os Irmãos da Espada brecha e o combate renhido foi tra-
Esta Ordem foi criada em vado de rua em rua.
1204, com o nome de Fratres Morreram em luta todos os Cava-
Militiae Christi, por Albrecht leiros Teutônicos, de S. Lázaro e de
von Buxhövden, fundador da S. Thomas. Gravemente ferido, o
cidade de Riga, hoje capital da Mestre Hospitalário foi evacuado,
Letônia. Destinava-se a com- bem como o Mestre dos Cavaleiros
bater os povos pagãos da região Teutônicos.
do Mar Báltico e a defender a No dia 28, aconteceu o assalto fi-
cidade recém-fundada. Os Ir- nal. Os Templários, muitos já ido-
mãos da Espada, Schwertbrü- sos e todos feridos, repeliram assal-
der, como eram conhecidos, to após assalto. Finalmente, dois
nunca foram muitos, mas ba- mil mamelucos atacaram e foram
teram-se valorosamente con- igualmente recebidos à espada. As
tra inimigos muito mais nu- muralhas e as paredes, enfraque-
merosos. Acabaram por jun- cidas por minas e pelo constante
tar-se aos Cavaleiros Teutô- bombardeio das catapultas, ruíram
nicos, embora mantivessem sobre defensores e atacantes, sepul-
sua identidade. Usavam um tando-os todos.
manto branco, com uma es- O reino dos Cruzados desaparece-
pada e uma cruz vermelha no ra. Outremer, a douce Syrie, não
ombro esquerdo. mais existia. Não nos espanta que
os Monges Guerreiros tenham per-
As Ordens menores Adeus à Terra Santa dido Jerusalém e suas possessões
Duas outras ordens foram ainda “Acre, com seus trinta mil ou mais no Oriente Médio. Espanta-nos, is-
fundadas na Terra Santa. (184 D) habitantes, suas quarenta magní- to sim, é que os tenham conserva-
Os Cavaleiros de Nossa Senhora de ficas igrejas, seus palácios-caste- do por tanto tempo, com tão poucos
Montjoie(52) datam de 1176, basea- los e sua dupla linha de muralhas, cavaleiros.
dos no castelo deste nome, numa co- era a mais esplêndida das cidades
lina fora das muralhas de Jerusalém. de Outremer. [...] Era um caos de A Reconquista Espanhola
Seu criador foi um fidalgo espanhol, dezessete diferente jurisdições, as No extremo ocidental da Europa, os
Conde Rodrigo, que cedeu à Ordem comunidades italianas e os magna- árabes haviam cruzado o Estreito de
terras suas situadas em Castela e tas locais – incluindo o Mestre dos Gibraltar, tomando quase toda a Pe-
Aragón. Foi incorporada aos Tem- Hospitalários – cada um governan- nínsula Ibérica. Aqui aconteceu a
plários, em 1224. Usavam manto do um quarteirão. Era uma cidade, história da Palestina às avessas, a re-
branco com uma cruz vermelha, não no dizer de Gibbons,(53) de muitos tomada pelos cristãos de territórios
se sabendo de que formato. soberanos e nenhum governo, e os
A Ordem dos Hospitalários de St. foragidos de uma ala encontravam
Thomas of Canterbury, foi fundada asilo à vontade nas outras.”(54)
pelo capelão do diácono da igreja de Em 1289, só restava Acre em mãos Cavaleiros teutônicos em gravura do
St. Paul, na Inglaterra, quando os dos cristãos. Em 18 século XIX.
Cruzados cercavam Acre, de 1189 de abril de 1291, com
a 1191. Comovido pelo sofrimento um imenso exército,
dos soldados ingleses, começou so- o Sultão al-Ashraf in-
corrê-los. Depois da captura da ci- vestiu contra Acre.
dade, ajudado por Ricardo Coração Mais de 200.000 ho-
de Leão, construiu uma pequena ca- mens contra 14.000
pela e fundou um hospital. Tornou- soldados a pé e 800
se uma Ordem militar em 1228. cavaleiros, entre os
Também chamada de St. Thomas quais contavam-se
Acon, sempre foi pouco numerosa. Templários, Hospi-
Seu Mestre e nove de seus cavalei- talários, Teutônicos
ros pereceram heroicamente quan- e Cavaleiros da Or-
do Acre foi retomada pelos sarra- dem de S. Lázaro e
cenos. Usavam um manto negro, de S. Thomas. De-
adornado por uma cruz pátea, parti- pois de seis semanas

18
da de vermelho e branco. de assédio, onde são
muitas as passagens
de incrível bravura,
os muçulmanos con-
seguiram forçar uma
tomados pelos muçulmanos. A Re- 1397, a Ordem adoto como insígnia o Islã. O grito de guerra, herança
conquista duraria mais de 700 anos. uma cruz vermelha – inicialmente da Reconquista, permanece ainda
“Durante o século XII, algumas das uma cruz florenciada, mas poste- hoje com as forças armadas espa-
ordens militares-religiosas, funda- riormente as pétalas da flor-de-lis nholas.
das na Terra santa após a Primeira foram torcidas para trás, até tocar
Cruzada, começaram a estabelecer- os braços, para formar o M de Ma- A Ordem de Alcântara
se na Península Ibérica, buscando ria. [...] De 1400 adiante, os cava- Um pouco antes de 1170, ainda
recrutas e obtendo terras dos Reis leiros usavam uma túnica preta ou outra hermangilda, denominada
ibéricos a ajudando-os na Recon- cinza escuro, com a cruz vermelha Cavaleiros de San Julián de Pedre-
quista. O exemplo dos Templários no peito esquerdo, mas [...] usavam ro, lutava na fronteira de León e
e Hospitalários de S. João devem ter o manto branco quando no claus- Castela com os mouros. Em 1176,
sido uma influência decisiva no sur- tro.”(58) o Rei Ferdinando II de León cedeu-
gimento das primeiras Ordens ibé- lhes terras e o Papa Alexandre III
ricas, criadas com o mesmo ideal A Ordem de Santiago reconheceu-os como ordem religio-
cristão.”(56) “Uma hermangilda perto de Cá- sa. Logo depois, o Papa Lúcio III
Embora sujeitos a inúmeras incur- ceres [...] ofereceu-se para defen- deu a seu líder, Gomez Fernandez,
sões, os pequenos reinos ibéricos der os peregrinos em viagem para o título de Maestre. Em 1187, pre-
do Norte, que os árabes não tinham Santiago de Compostela. Há mui- cisando do apoio de uma institui-
conseguido dominar, mantiveram a to tempo assaltantes de estrada ção mais forte, colocaram-se sob
ferro e fogo sua independência. molestavam os devotos viajantes a proteção da Ordem de Calatra-
ao longo da via sacra. De guardar va, adotando regras similares e um
Muito foi devido às pequenas con-
uma rota de peregrinos a lutar con- manto branco.
frarias armadas, profundamente re-
tra os mouros foi uma transição ló- O Rei Alfonso de León, em 1217,
ligiosas, chamadas hermangildas,
gica.”(59) deu a cidade de Alcântara aos Cava-
embriões das Ordens espanholas.
A esses Cavaleiros de Cáceres foi leiros de Calatrava e estes, no ano
A Ordem de Calatrava dada a cidade de Uclés, na fronteira seguinte, cederam a cidade e todas
de Castela, para defender. O Papa as suas propriedades no Reino de
Em 1147, as forças de Alfonso VII
Alexandre III também os reconhe- León à Ordem de S. Julián, que pas-
de Castela tomaram aos mouros a
ceu em 1175, com o nome de Or- sou a denominar-se Ordem dos Ca-
fortaleza de Calatrava e entregaram-
dem Militar de Sant’Iago da Espa- valeiros de Alcântara. Os cavalei-
na aos Templários para defendê-la.
da. Seu primeiro Maestre, Frey Pe- ros passaram a envergar um manto
Dez anos depois, frente à ameaça
dro Fernandez de Fuente Escalato, branco, sem adornos. Por volta de
de nova ofensiva árabe, estes julga-
foi morto em combate, no cerco de 1400, já usavam a cruz de Calatra-
ram a fortaleza indefensável e infor-
Cáceres em 1184. va, só que em verde. Em 1234, já
maram ao Rei Sancho III que iriam
A Ordem prosperou em Espanha e eram 600 cavaleiros e 2000 infan-
evacuá-la. O Abade do mosteiro de
Portugal. Os cavaleiros também fa- tes.(60)
Santa Maria de Fitero, em Navarra,
Ramón Sierra, e o monge Diego Ve- ziam os votos de pobreza, castida-
lasquez ofereceram-se para defendê- de e obediência, mas podiam
la, com a ajuda de seus monges e de casar. Embora fizessem re-
soldados de Navarra. Em 1164, os tiros durante épocas como
monges voltaram para o mosteiro de a Quaresma e o Advento, ti-
Fitero. Os cavaleiros e os soldados nham vida normal com suas
leigos elegeram seu primeiro Maes- esposas.
tre, Don Garcia, solicitando filiação Os cavaleiros usavam hábito
à Ordem dos Monges Cistercianos. branco, com a cruz vermelha
Foram aceitos como legítimos Sol- característica, de braço infe-
dados de Cristo e, naquele mesmo rior afilado, como a lâmina
ano, obtiveram do Papa Alexandre de uma espada. Sua divi-
III o status de ordem religiosa. A sa era Rubet ensis sanguine
grande diferença dos Cavaleiros de Arabum (Possa a espada ficar
Calatrava era sua característica na- vermelha de sangue árabe) e
cional: embora tecnicamente sujei- seu grito de guerra Santriago
tos aos Cistercianos, juravam leal- y cierra España! (São Tiago e
dade aos soberanos de Castela. avante, Espanha!).
Usavam uma túnica branca, com O apelido Matamoros (mata
capuz. Mais tarde, adotaram túni- mouros) dado a São Tiago,

19
cas cinza. Em serviço, usavam um patrono da Ordem, foi da-
longo manto, sem mangas, como os do pelo Rei Alfonso, conver-
Templários, e sem adorno. As ar- tendo o Apóstolo em símbo-
maduras eram sempre negras. “Em lo da luta espanhola contra
O fim da Espanha aos tapas com seus vizinhos cris-
tãos de Castela.
Moura
Portugal surgira do pequeno Conda-
Em torno de 1120, motiva-
do Portucalense, confiado a um ca-
dos pelo movimento almôa-
valeiro de Borgonha, D. Henrique,
da, doutrina religiosa funda-
em 1097. Com seu filho, D. Afonso
mentalista, os bérberes mon-
Henriques, nasce um Portugal inde-
taram um estado teocrático,
pendente de Castela e disposto a
sediado em Marrakesh, e to-
conquistar os territórios ao Sul, no
maram as regiões muçulma-
que os Monges Guerreiros teriam
nas da Espanha, substituindo
destacada atuação.
a política tolerante dos Cali-
fas de Córdoba por um regi-
me intolerante, que provocou A Ordem Militar de Avis
o êxodo de muitos judeus e Um pequeno grupo de cavaleiros
moçárabes cristãos.(61) portugueses, os Irmãos de Santa
Em 1212, os espanhóis, lide- Maria, milícia criada por volta de
rados pelo Rei Alfonso VIII, 1162, dizem, pelo primeiro Rei de
enfrentou o exército bérbe- Portugal, D. Afonso Henriques, pa-
re, muito mais numeroso, ra defender a recém recapturada ci-
na planície de Las Navas de dade de Évora. Em 1187, tornou-se
Tolosa. O centro era coman- uma Ordem, sob os cavaleiros espa-
dado pelo Rei de Castela, a nhóis de Cala-trava, com o nome de
direita pelo Rei de Navarra, Milícia de Évora da Ordem de Cala-
Ordens Menores Espanholas trava. O Rei D. Afonso II cedeu-lhes
Sancho VIII, e a esquerda, onde es-
As três pequenas Ordens que se se- tavam as Ordens, pelo Rei Pere II, a cidade de Avis, que fortificaram e
guem, criadas em Aragón, acaba- de Aragón. Foi uma batalha terrí- tomaram como sede em 1244. Daí
ram formando uma única. vel, sangrenta, onde muitos cava- por diante, a Ordem seria conhecida
Os Mercedarianos foram fundados leiros perderam a vida, sustentan- por Ordem de Avis.
em 1233, em Aragón, por um nobre do suas posições, até a carga decisi- Por volta de 1249, a reconquista de
de Provence, Père Nolasco. Seu obje- va das forças do Rei Sancho.(62) Portugal e Algarve estava completa.
tivo era resgatar escravos cristãos sem A espinha do poder mouro na Es- Mas, devido ao estado de guerra la-
recursos. A Ordem acabou tendo um panha fora quebrada. Embora a Re- tente entre Portugal e Castela, o Rei
braço militar, ainda que pouco nume- conquista só fosse terminada com D. Diniz quis que Roma reconhe-
roso. Em 1317, passou a ser apenas a queda de Córdoba, em 1492, os cesse como independentes a Ordem
religiosa, embora continuasse a no- mouros nunca mais voltaram à de Avis e também o ramo português
mear cavaleiros honorários. Seus ca- ofensiva. da Ordem de Santiago.(63) Claro,
valeiros usavam o hábito branco, com Castela protestou. Uma longa dis-
o brasão de Aragón pendente em uma puta continuou nos bastidores, mais
corrente ao pescoço.
A Reconquista em Portugal acirrada ainda quando um Príncipe
Os portugueses também tiveram bastardo, Mestre da Ordem de Avis,
A Ordem de Nossa Senhora de Mon-
que retomar boa parte de sua ter- foi proclamado Rei de Portugal, em
tesa, fundada em 1326, para suceder
ra aos mouros. E, para manter-se 1385, como D. João I. A conse-
aos Templários na Espanha, tomou
independentes, muitas vezes foram qüente invasão castelhana foi des-
seu nome do preceptorado Templá-
rio em Valência. Seu primeiro Ma-
estre, Frey Guillen d’Eril, e seus pri-
meiros cavaleiros vieram da Ordem
de Calatrava, absorvendo os cava-
leiros Mercedarianos, cuja institui-
ção tinha cessado suas atividades
militares. Pobre e nunca muito nu-
merosa, veio a fundir-se, em 1400,
com a Ordem de S. Jorge de Alfama,
também pequena, que havia sido
fundada por volta de 1200. Os ca-
valeiros de ambas usavam o hábito
e a cruz dos Templários.

20 Este afresco da Catedral de Siena, de


Pintoricchio (1454-1513), artista renas-
centista italiano, mostra um Cavaleiro
de S. João em sua prece.
l’Isle Adam pediu um armistício. (47) Ernle Bradford, op. cit.
Suleiman, impressionado pela bra- (48) Desmond Seward, op. cit.
vura dos cavaleiros, concedeu – “na (49) A lepra, ou hanseníase, é uma doen-
noite de 1º de janeiro de 1523, um ça infecciosa, cujo bacilo causador foi des-
clarim solitário tocou e, então, para coberto pelo médico norueguês Armauer
Gerhard Henryk Hansen, em 1874. O
surpresa dos sitiantes, os cavaleiros tratamento com êxito seria conseguido
marcharam em formação, armadu- apenas em meados do século XX, com a
ras polidas, bandeiras ao vento, ao utilização das sulfonas.
som de tambores. Então eles em- (50) No século XVI, receberia uma cruz
barcaram [...] Na galé do Grão-Mes- verde.
tre, desfraldada a meio pau, tremu- (51) Desmond Seward, op. cit.
lava uma bandeira da Virgem Do- (52) Montjoie, ao pé da letra monte ale-
lorosa, com o corpo do Filho morto gre, era um castelo numa colina perto de
em seus braços, e com a inscrição Jerusalém, no caminho dos peregrinos. O
nome deriva das exclamações de alegria
Afflictis tu spes unica rebus (Em tu- daqueles que pela primeira vez avistavam
do que nos aflige és nossa única es- a Cidade Santa.
perança)”.(65) (53) Edward Gibbons (1737-1794), histo-
Por alguns anos, os Hospitalários riador inglês, é o autor de uma obra de fô-
lego, História do Declínio e Queda do Im-
viveram no exílio, até que Carlos V pério Romano, um clássico monumental
cedeu-lhes as três ilhas do arquipé- de 5 volumes.
lago de Malta, de onde eles continu- (54) H.J.A. Sire, op. cit.
aram sua guerra contra os turcos. (55) Mameluco, termo que significa es-
Em 1565, Suleiman ainda gover- cravo, inicialmente usado para designar os
nava. Só fora derrotado uma vez, soldados da guarda pessoal dos governan-
baratada na decisiva batalha de Al- tes muçulmanos, passou a designar os há-
jubarrota, no mesmo ano. A união em 1529, em Viena. Só Malta de- beis mercenários turcos que, em 1254, for-
feliz de D. João I com Filipa de Lan- safiava o Crescente do Islã no Me- maram sua própria dinastia no Egito.
caster, mulher enérgica e decidida, diterrâneo. Quando os Hospitalá- (56) Ordem Militar de Sant’Iago da Espa-
daria rebentos notáveis, uma gera- rios tiveram a audácia de apresar da, José Vicente de Bragança, 1998
ção de magníficos Príncipes – D. um navio carregado de mercado- (57) Dicionário dos Santos, Donald At-
Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. rias pertencente ao eunuco-chefe e twater, Círculo do Livro, 1983
Fernando – conhecida para a poste- às concubinas do harém do velho (58) Terence Wise, op. cit.
ridade como a ínclita geração. Sultão, este encheu-se de fúria. De (59) Desmond Seward, op. cit.
uma vasta armada de 200 navios, (60) Terence Wise, op. cit.
Cavaleiros e Corsários desembarcaram mais de 30.000 ho- Legendas The Hospitalier Maréchal Ma-
mens, a elite do exército turco, para thieu de Clermont defending the walls.
Depois da queda de Acre, os Hos-
atacar a pequenina Malta, guarne- Siege of Acre, 1291. Versailles.
pitalários foram para a ilha de Chi-
cida por 600 cavaleiros, 1.200 sol- The St. John’s Co-Cathedral built by the
pre e depois tomaram a ilha de Knights of Malta in Valetta, Malta.
dados italianos, espanhóis e italia-
Rhodes, perto da costa turca, en- La bataille de Dorylée (Histoire d’Outremer,
nos e 3.000 homens da milícia dos
tão um ninho de piratas, em 1307. XIVe siècle, BN MS Fr. 352 f. 49)
cidadãos de Malta, comandados pe-
Lá montaram seu quartel general La bataille de Dorylée (Histoire d’Outremer,
lo Grão-Mestre Jean de La Valette,
e transformaram-se eles mesmos, XIVe siècle, BN MS Fr. 352 f. 49)
ainda um valoroso combatente aos
por mais de dois séculos, em poder Saladin victorieux
seus 70 anos.
naval digno de respeito, espalhan- Des croisés en prière (Naples, Dôme de
do o terror nos navios turcos. Os Notas & Referências Saint-Janvier, XIVe siècle)
Hospitalários defenderam-se com (44) Em ambos as costas da península ita- Ce site est maintenu par: Marc Carrier (c-
sucesso do crescente poderio turco liana floresceram cidades cuja prosperidade vitae) Avec la collaboration de: Yves Grav-
em 1444 e 1480, mas, “em 1520, o dependia fundamentalmente do comércio. elle et Bernard Chaput
Sultão otomano Selim, o Taciturno Amalfi, Pisa, Gênova e Veneza constituí- Copyright © 2007 Marc Carrier, tous
am as famosas Repubbliche Marinare (re- droits réservés (droits d’auteur)
[...] morreu quando estava reunin- públicas marítimas), principais responsá-
do um exército para destruir o ‘ni- Grand maître de l’Ordre des Chevaliers
veis pela entrada das especiarias, da seda e
teutoniques
nho de víboras cristãs’. Foi sucedido de tudo o que vinha do Oriente, antes que
por seu filho único, Suleiman, des- os portugueses descobrissem o caminho Eminence grise de l’empereur Frédéric II
marítimo para as Índias e deslocassem o de Hohenstaufen 
tinado a tornar-se o maior dos go-
eixo comercial. Ainda que freqüentemen- Château de Marienburg 
vernantes da história turca [...] te- te lutassem entre si por causa da rivalidade This is one of the earliest printed editions
mido e, ao mesmo tempo, admirado comercial, foram, por muito tempo, prati- of Galen. Nine editions of his works were
em toda Europa como Suleiman, o camente a única resistência no Mediterrâ- published by a single printer in Venice be-
neo Ocidental às incursões muçulmanas.

21
Magnífico”.(64) tween 1541 and 1625. Three hundred years
A cruz que hoje conhecemos como de Mal- later Galen was still being retranslated (in
Em 26 de junho de 1522, duzen- ta vem do brasão da cidade de Amalfi, de 20 volumes). By 1551 the need for an in-
tos mil turcos desembarcaram em onde se originaram os fundadores da Or- dex stimulated the production of a concor-
Rhodes. A luta desigual iria durar dem dos Cavaleiros Hospitalários. dance, and the handwritten annotations in
seis meses. Em 20 de dezembro, (45) The Knights of Malta, H.J.A. Sire, many surviving copies shows the detailed
o Grão-Mestre Philippe Villiers de Yale University Press, 1996 way they were read and interpreted as the
(46) The Knights of the Order, Ernle Brad- overriding authority in medical science.
ford, Barnes & Noble, 1972
“... Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado;
alegraram-se, pois, os discípulos ao verem o
Senhor. Ele disse-lhes novamente: A paz seja
convosco. Assim como o Pai me enviou, também
eu vos envio a vós.” João 20: vers 20/21

Salvemos a Paz
Geraldo Souto de Almeida, 33º
Gr\ Insp\ Lit\ de Honra – 6ª Região - Bahia

ligiosa iugoslava radicada na Índia,


que pela da prática da caridade rece-
beu o Prêmio Internacional da Paz

C
om esta máxima, Cristo, constituía na busca incessante da no ano de 1971; e também o papa
o ser mais iluminado, mas Paz interior por meio da plena sa- João XXIII. Todos estes se destaca-
notável que já habitou nes- bedoria. ram como proeminentes defensores
ta terra, indiscutivelmen- da Paz, opositores ferrenhos da dis-
Na época contemporânea, muitas córdia e adeptos da caridade, pois
te se constitui no maior vivencia- outras personalidades da história
dor da Paz entre os homens e, po- bem sabemos, que fora da caridade
mundial, como o Mahatma Gan- não há salvação.
tencialmente, o grande apologista dhi, grande líder nacionalista india-
do Amor, Verbo divino, Luz da Vi- no, apologista da “não violência”, Exemplos do cultivo da Paz, que nos
da, testificador inconteste de fé no que dedicou toda a sua vida lutan- foram legados por todas essas per-
Espírito Santo de Deus. Apregoa- do pela Paz e Justiça social de seu sonalidades, oriundas de tão lon-
dor conducente da Paz e da Concór- povo; Madre Tereza de Calcutá, re- gínquas eras, ainda não foram su-
dia, destacou-se pela excelência dos ficientes para que o homem se afas-
Seus ensinamentos e testemunhos te definitivamente dos princípios
de Amor ao Criador dos mundos e a que obstaculizam a Paz e se ajuste
todos os homens, indistintamente. à concórdia, rejeitando a insensa-
Grandes vultos da história, que an- tez dos belicosos, a ignorância dos
tecederam a Cristo, colaboraram prepotentes e daqueles desajustados
para o aperfeiçoamento espiritu- com a razão e distantes da Paz. En-
al de toda a humanidade – embora fim, percebe-se que os inconseqüen-
esta, parece-nos, não ter assimilou tes que desprezam a Paz, tal como
tais ensinamentos, considerando- animais embrutecidos, se distan-
se o altíssimo índice de violência ciam cada vez mais da máxima lar-
que campeia por todo o planeta – a gamente exaltada por Cristo: “A paz
exemplo de Confúcio, filósofo chi- esteja convosco”.
nês que defendia a moralidade so- Temos escalado culminâncias. Pos-
cial, religiosa e todos os aspectos suímos cultura e riqueza, bens ma-
culturais centrados na Paz da raça teriais, dinheiro abundante, boas
humana; de Siddartha Gautama, o casas, grandes latifúndios, títulos
Buda, apregoador incansável da Paz, de destaque na sociedade ou insti-
que ensinava ao seu povo como vi- tuições em que vivemos, mas, não

22 ver virtuosamente através do Amor


entre todas as criaturas; e de tantos
outros que se notabilizaram exem-
entendemos por que o homem não
conseguiu ainda definitivamente,
viver em Paz! Por que despreza va-
plarmente, cuja filosofia de vida se lores da moralidade e se deixa levar
por vantagens ilusórias, desprezíveis Homens de boa vontade, aliem-se
aos olhos de Deus, traindo sempre num movimento de salvação es-
a sua consciência em troca de va- piritual que busque sensibilizar as
lores efêmeros, mergulhando cada massas. Um movimento que atin-
vez mais no abismo por ele mesmo ja todas as latitudes, convencendo a
criado. E a sua consciência, como todos do perigo a que estamos ex-
é que fica, mesmo sabendo que ela postos, com a belicosidade de nos-
é o maior tribunal do mundo? Se sas próprias e assustadoras ações e
não damos importância a isso, e as até mesmo pelo previsível incêndio
contas que iremos prestar a Deus? de todo o planeta, conforme registro
Seremos pesados na mesma balança na Escritura Sagrada.
que aqui pesamos... Existem forças benéficas no mundo,
Por que o homem moderno ignora grandes idealistas, capazes de dar
tanto a realidade da vida? Por que outros rumos aos tenebrosos acon-
se encanta com os avanços da ciên- tecimentos da atualidade. Existem,
cia, da fascinante tecnologia atual, mas necessitam ser mobilizadas.
priorizando-a e muitas vezes apli- Forças que amam a Paz, porque sa-
cando-a em serviço oprobioso, ofus- bem que a civilização, construída
cando a verdade, tornando-se pau- a duras penas, está cada vez mais
pérrimo de caráter, instransparen- ameaçada de desaparecer se não fo-
te e espiritualmente insensível ao rem contidos os pilotos da destrui-
Amor ao próximo e conseqüente- ção. Destroem-se florestas, rios,
mente se afastando cada vez mais lagos, animais; a vida de seres hu-
de Deus e ausentando-se cada vez manos vem sendo cada vez mais co-
mais da Paz? E a Paz que Cristo vardemente ceifada e banalizada por
sempre defendeu, por que despre- homens insensatos que têm o crime
zá-la? E o sacrifício de Sua morte como profissão!
na cruz para nos salvar e difundir a Entendemos que há cabimento para
Paz, porque continuamos ignorando um movimento mundial mais con-
esses valores? sistente, com base na elevação mo-
Quantativamente crescem os ho- ral e espiritual dos homens. Que
mens na terra; intelectual e cienti- sejam levantadas, em todos os qua-
ficamente desenvolvem-se a olhos drantes da terra, forças definidas
nus. A ciência, aliada à técnica, pela Paz, e que essa Paz, em espe-
possibilita a riqueza material, de cial, seja estendida a toda família
modo a confundir o desatento ho- maçônica. E que não fique encerra-
mem. da necessariamente no interior dos
Contudo, para aquele que cuida ne- Templos, efêmera como as flores,
cessariamente de amparar e garantir que fenecem no mesmo dia em que
as conquistas de modo equilibrado e desabrocham, mas que seja plena e
natural, propiciando a toda a huma- eterna. E que se espalhe por todo
nidade uma vida fecunda, com base universo. Porque se assim não for
na harmonia, no respeito, no enten- feito, imprevisível será o futuro de
dimento e na Paz, de seus esforços nossa civilização, que não está sa-
brotarão preciosos frutos de Amor e bendo criar meios para superar os
Progresso. seus próprios vícios e imperfeições
e que neles mergulhou para – quem
É evidente, que não somos contra os
sabe – não mais emergir.
avanços da ciência e do fascínio das
novas tecnologias, mas entendemos Será o fim de um ciclo histórico,
que não podemos priorizá-las como que assim se findará lugubremente,
regras básicas de todas as nossas levando consigo os seus autores e o
ações, assim como fazemos com o saldo negativo de suas ilusões e seus
Livro da Lei. atos nefastos.
Será preciso, urgentemente, que “Pagarão os justos pelos pecadores”.
forças inspiradas no Amor a Deus, Mas, ainda há tempo. Salvemos a
movidas e orientadas sob as luzes Paz !

23
do Senhor Jesus Cristo, decidam-se
a erguer o mundo do caos em que se
encontra.
Supremo Conselho Grau 33º
do Rito Escocês Antigo e Aceito
da Maçonaria para a
República Federativa do Brasil
Membros Efetivos
Venâncio Pessoa Igrejas Lopes (12/11/1972)
Geraldo de Souza (12/11/1972)
Luiz Fernando Rodrigues Torres (04/03/1975)
Administração Licínio Leal Barbosa (14/08/1980)
Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33 º Adélman de Jesus França Pinheiro (12/03/1988)
Soberano Grande Comendador
Francisco Antônio Gonçalves Dias (12/03/1988)
Venâncio Igrejas, 33º
Ex-Soberano Grande Comendador, Membro Efetivo Francisco Bezerra de Araújo Galvão Neto
(24/09/1991)
Geraldo de Souza, 33º
Lugar Tenente Comendador Jorge Luiz de Andrade Lins (24/09/1991)
Jorge Luiz de Andrade Lins, 33 º Joaquim Takao Tano (12/03/1993)
Grande Ministro de Estado José Ebram (12/11/1993)
Adélman de Jesus França Pinheiro, 33º Atyla Quintães Freitas Lima (22/09/1998)
Grande Secretário do S
I
José Linhares de Vasconcelos Filho (21/09/1999)
Carlos Antonio de Almeida Deveza, 33º
Grande Secretário do Interior do S
I Cyrilo Leopoldo Carvalho da Silva Neves
(21/09/2000)
Francisco Antônio Gonçalves Dias, 33º
Grande Tesoureiro do S
I José Alves de Alencar (10/03/2001)
Joaquim Alves Barbosa, 33º† Carlos Roberto Roque (21/06/2001)
Grande Chanceler G
dos Selos Carlos Antonio de Almeida Deveza (12/08/2002)
Francisco “Bonato” Pereira da Silva (24/09/2002)
SGCs de Honra
Rubens Marques dos Santos (15/11/2003)
Venâncio Igrejas, 33º
Wilson Filomeno (11/09/2004)
Geraldo de Souza, 33º Nelson Gonçalves Correlo (11/09/2004)
Ballo Geay Yacouba, 33º Paulo Fernandes Silveira (11/09/2004)
Costa do Marfim José Francisco Ribeiro Lopes, 33º (30/9/2006)
Jean Sicinsky, 33º
Polônia
Carlos Reyes Geenzier, 33º
Panamá
Henri L. Baranger, 33º
França

Diretor Presidente Criação e Produção


IrLuiz Fernando Rodrigues Infinity Editorial
Torres, 33º, Soberano Grande e Promocional
Comendador Rua São Vicente, 127 - Tijuca
20620-140 Rio de Janeiro RJ
Redator Chefe
Tiragem desta Edição: 13.000
IrGeraldo de Souza, 33º, OJB 0065 exemplares
Revista Astréia Diretor e Jornalista Responsável
Órgão Oficial do Supremo Conselho IrJosé Fernando Miranda
Salgado, OJB 1102 – 99
Correspondência
Grau 33º do Rito Escocês Antigo

24
e Aceito da Maçonaria para a Revista Astréia
Redatores Adjuntos
República Federativa do Brasil. Rua Barão, 1317 - Jacarepaguá
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21321- 620 Rio de Janeiro RJ
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Telefone: (21) 3390-3000
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Fundada em 1º de janeiro de1927, Editor Fotográfico secretaria@sc33.org.br
pelo IrMario Behring, 33º Ir Antônio Sodré Brandão Os artigos publicados nesta revista
são de inteira responsabilidade de
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