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2015

Densitometria Óssea

Curso Técnico em Radiologia

Maria do Carmo Berriel


BERRIEL, MC
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SUMÁRIO

1 – A DENSITOMETRIA MINERAL ÓSSEA (DMO)......................................................3,4,5

2 – A ANATOMIA ÓSSEA.............................................................................................6 a 9

2.a – A CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS QUANTO À FORMA......................................9,10

3 – AS PATOLOGIAS DOS OSSOS........................................................................11,12,13

4 – FATORES DE RISCO.............................................................................................14,15

5 – OS EQUIPAMENTOS DE DMO...........................................................................16 a 25

6 – AS TÉCNICAS DA DMO......................................................................................26 a 42

7 – A PREVENÇÃO....................................................................................................42 a 45

8 – PROCEDIMENTOS DE ROTINA.........................................................................45 a 58

9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................59
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1 – A DENSITOMETRIA MINERAL ÓSSEA (DMO)


Foi desenvolvida por John Cameron e James Sorenson em 1963, Estados Unidos da
América.
O primeiro densitômetro comercial da história foi desenvolvido na Universidade de
Wisconsin – Madison USA em 1972, sob a tutela de Richard B. Mazess, Ph. D. fundador
da Lunar Corporation. O aparelho chegou ao Brasil em 1989.
O DMO, Densidade Mineral Óssea, obtém resultados absolutos (a densidade e a
quantidade de cálcio em gramas por cm2), mas o diagnóstico é relativo, pois é
comparado a um cálculo sobre a média obtida entre a população de pessoas do mesmo
sexo, mesma raça e mesma média etária. Também serve para analisar a massa
muscular e o percentual de gordura do corpo humano.
O exame de Densitometria Óssea institui-se como um método eficiente, simples, rápido
e não requer nenhum preparo especial e nem estar em jejum para se medir a densidade
mineral óssea, e comparar com padrões para idade e sexo, além de detectar o grau da
osteoporose, indicar a probabilidade de fraturas e auxiliar no tratamento médico. Um
aliado indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose, osteopenia e de
outras possíveis doenças que possam atingir os ossos e é o único método para um
diagnóstico seguro da avaliação da massa óssea e conseqüente predição do índice de
fratura óssea. Indicado para todos os indivíduos com mais de 65 anos.

A condição indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose e de


outras possíveis doenças que possam atingir os ossos é que a densidade mineral óssea
seja comparada com padrões para idade e sexo.
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Os aparelhos hoje utilizados conseguem aliar precisão e rapidez na execução dos


exames, a exposição à radiação é baixa, tanto para o paciente como para o próprio
técnico. Cumpre lembrar que, de acordo o Artigo nº 32.4.4 da Norma NR-32 da CNEN,
grávidas não podem trabalhar com radiação ionizante em serviços de saúde,
independentemente do nível de exposição à radiação.

As partes mais afetadas na osteoporose são: o colo do fêmur, coluna, a pelve e


o punho. As partes de interesse na obtenção das imagens para diagnóstico são o fêmur e
a coluna vertebral, mas outras estruturas podem ser prescritas, caso seja necessário,
como o antebraço, o punho e os pés.

Sabe-se que hoje a densitometria óssea é o único método para um diagnóstico seguro
da avaliação da massa óssea e conseqüente predição do índice de fratura óssea.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, a osteoporose é definida como


doença caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da micro-arquitetura do
tecido ósseo.

O objetivo de se fazer uma densitometria óssea é avaliar a existência de Osteopenia


e/ou o grau da Osteoporose, indicar a probabilidade de fraturas e auxiliar no tratamento
médico. O paciente não necessita de preparo especial e nem de jejum.

O exame leva aproximadamente entre 10 e 15 minutos. A osteoporose pode ser


controlada com base nos resultados obtidos com a densitometria.

A sua utilização vem crescendo gradativamente:


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2 – A ANATOMIA ÓSSEA

O osso é um tecido conectivo especializado que forma, juntamente com a cartilagem, o


sistema esquelético. Esses tecidos cumprem três funções:

a) Mecânica;

b) Protetora de órgãos vitais e da Medula Óssea (produtora do sangue);

c) Metabólica com reserva íons principalmente cálcio e fósforo, para a manutenção da


homeostase sérica, essencial à vida.

Como em todos os tecidos conectivos, os componentes fundamentais do osso são


células e a matriz extracelular. Esta ultima é particularmente abundante e esta constituída
por fibras colágenas e proteínas não-colágenas. Diferentemente de outros tecidos
conectivos, a matriz do osso, a cartilagem e os tecidos dentários têm a capacidade
singular de calcificar-se.

Apesar de seu aspecto simples, o osso possui funções bastante complexas e vitais para
a manutenção e equilíbrio do corpo humano.
Ele é formado a partir de um processo conhecido como ossificação, esta pode ser
intramembranosa (dentro das membranas do tecido conjuntivo) ou endocondral (formação
sobre um molde de cartilagem). Contudo, ambas as formas seguem os mesmos
princípios: o osso é formado a partir de membrana de tecido conjuntivo
(periósteo). Observe as figuras:
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Os ossos têm vital importância pois, além de serem o arcabouço dos órgãos internos, é
na Medula Óssea que o sangue é produzido. Faz continuamente o intercâmbio de
substâncias vitais:
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O Tecido Ósseo:

Portanto:
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- Periósteo: camada óssea externa (que reveste o osso);

- Veias e vasos circulam no interior dos ossos, além de inúmeros canais,


trabéculas, lamelas e etc.:

2.a – A CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS QUANTO À FORMA


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Anatomicamente, podem-se distinguir três tipos de ossos no esqueleto: planos


(exemplos: crânio escapula mandíbula e esterno), longos (tíbia, fêmur, úmero etc.) e
curtos (sem dimensão, exemplo: rótula). Esses três tipos derivam de duas fontes
diferentes durante o desenvolvimento, intramembranoso e endocondral, respectivamente,
embora durante o crescimento e desenvolvimento de ossos longos intervenham ambos os
processos.

O osso longo apresenta duas extremidades mais largas (as epífises), uma porção mais
ou menos cilíndrica (o eixo médio ou diáfise) e uma zona de crescimento interposta (a
metáfise). Em um osso longo em crescimento, as epífises e as metáfises, originadas em
dois centros de ossificação independentes, estão separadas por um revestimento
cartilaginoso epifisário (placa de crescimento).

Desse revestimento de células proliferativas e matriz cartilaginosa em expansão provem


o crescimento longitudinal do osso que, ate o final do período de crescimento, calcifica-se
por completo, sendo remodelado e substituído por osso.

A parte externa dos ossos é formada por um revestimento grosso e denso de tecido
calcificado, a cortical (osso compacto), que, na diáfise, contém a cavidade medular, onde
se aloja a medula óssea hematopoiética. Em direção á metáfise e a epífise, a cortical
adelgaça-se progressivamente e o espaço interno é ocupado por uma rede de trabéculas
calcificadas, finas, denominada osso esponjoso ou trabecular.

Os espaços limitados por essas finas trabéculas também contem medula óssea
hematopoiética e estão em continuidade com a cavidade medular da diáfise. As
superfícies ósseas das epífises que formam parte da articulação estão recobertas por
uma camada de cartilagem articular que não se calcifica.

O osso apresenta duas superfícies ósseas em contato com os tecidos moles: uma
externa (periosteal) e uma interna (endosteal). Ambas são revestidas de células
osteogênicas organizadas em camadas, o periósteo e o endósteo.

O osso cortical e o trabecular são compostos pelas mesmas células e elementos da


matriz, porem mostra diferenças estruturais e funcionais.

Os ossos longos, planos e curtos são de interesse nos Procedimentos de Densitometria


Óssea por suporte ao peso corporal e, conseqüentemente, equilíbrio e desenvoltura nos
movimentos.
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3 – AS PATOLOGIAS DOS OSSOS

Há uma variedade de doenças ósseas, como: câncer, degenerações ósseas diversas,


fraturas, etc., mas, para a DMO, a Osteoporose e a Osteopenia são as mais importantes –
a sua descoberta precoce possibilita um tratamento preventivo para possíveis fraturas
irreversíveis.

Através da DMO as células ósseas são analisadas: sua degradação é submetida a um


controle rígido, retendo a evolução do quadro.

Os Osteócitos são células sanguíneas que atuam como uma rede viva de comunicação
dos ossos onde as substâncias protéicas e minerais trafegam pelo seu interior. Os
Osteoclastos são responsáveis pela degradação da matriz óssea (surgem a partir da
perda de massa óssea que, conseqüentemente, destrói os Osteócitos) e os Osteoblastos
são células construtoras que entram em ação após a destruição das células velhas (no
caso da regeneração óssea).

A avaliação é feita anualmente ou de seis em seis em caso de Osteoporose, e as partes


de interesse na obtenção das imagens para diagnóstico são o fêmur e a coluna vertebral.
O fêmur proximal e a articulação coxofemoral são de interesse por serem as estruturas de
maior densidade óssea do esqueleto humano e a coluna lombar por ser formada pelas
maiores vértebras, condutora da medula óssea vermelha, a qual produz as células
vermelhas do sangue. Os demais ossos do corpo humano possuem no seu interior a
medula óssea amarela. Suas estruturas celulares são analisadas e comparadas com um
padrão médio entre indivíduos do mesmo sexo, faixa etária e raça.

Se houver degradação celular, esta será classificada em três níveis: normal


(representado pela cor verde), Osteopenia (degradação parcial, fator de alerta,
representado pela cor azul marinho) ou Osteoporose (degradação acentuada, fator de
risco, representado pela cor vermelha). Fora da normalidade todas as duas
classificações são cabíveis de um rigoroso tratamento. Observe a figura:
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Osteopenia: indica a diminuição da densidade mineral dos ossos, patologia óssea


predecessora da osteoporose. Caracteriza-se osteopenia quando a massa óssea é menor
que 10 a 25% da considerada normal, maior do que esse valor é considerada como
osteoporose.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, a Osteoporose é definida como


doença caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da micro-arquitetura do
tecido ósseo e as partes mais afetadas na osteoporose são: o colo do fêmur, coluna, a
pelve e o punho.

Fratura óssea: decorrente da osteoporose ocorre quando há perda da continuidade


óssea, normalmente com separação de um osso em dois ou mais fragmentos após um
traumatismo.

Osteoporose: atinge mais as mulheres da cor branca caucasiana a partir dos 50 anos.

Resultado das últimas pesquisas:


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Estimativas:

A Osteoporose:
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4 – FATORES DE RISCO

A Osteoporose é considerada grave doença degenerativa dos ossos e suas


conseqüências são, além das fraturas, depressão, aleitamento e perda de mobilidade.

Alguns fatores de risco são considerados justificativos para a avaliação, tais como:
antecedentes genéticos (caucasianos, orientais, mulheres de qualquer raça apresentam
maior incidência de fraturas); riscos ambientais (baixa ingestão de cálcio, baixo peso,
dietas de restrição calórica, alcoolismo, excessos de sódio e proteína animal, consumo de
cigarro, sedentarismo, longos períodos de imobilização); doenças crônicas
(hipertiroidismo, hipercortisolismo, insuficiência renal crônica, hepatopatias, doença
pulmonar obstrutiva crônica, doenças de má absorção intestinal, hipercalciúria idiopática e
artrite reumatóide) e o uso de drogas.

As recomendações para ajudar a tratar ou evitar a osteoporose são: dieta rica em cálcio
(leite e seus derivados e verduras verdes); evitar carne vermelha, refrigerantes, sal,
álcool, café e cigarro e praticar exercícios como andar, correr.

E a rotina diária não precisa ser alterada (a alimentos, bebidas ou medicamentos


ingeridos), exceto por medicamentos que contenham cálcio, que deve ser evitados por 24
horas antes do exame de DMO e as atividades podem ser retomadas normalmente. Veja
as imagens com as causas primárias, secundárias e de risco:
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Seqüelas da doença:
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5 – 0S EQUIPAMENTOS DE DMO

Primeiro Densitômetro: possuía uma mesa de controle a parte - USA em 1972.

HOJE - Há dois tipos de equipamentos:

a) Equipamento de DMO (Linear) para ossos do corpo, exceto os do pé – para exames


de coluna lombar, fêmur proximal e articulação coxofemoral e antebraço. É composto por
corpo com mesa de exame e mesa de comando que integra o próprio equipamento. São
utilizados diversos acessórios para o posicionamento do paciente: suporte para
posicionamento do fêmur, para angulação dos pés e para apoios diversos. Seu manuseio
é simples, pois a radiação é fixa. Como é feito o exame? Por prescrição ou por
controle. O paciente é deitado em uma mesa de exame e um braço emissor/detector, em
movimentação linear e através da utilização de Raios-X, capta as imagens de forma
semelhante ao exame de Raio-X, analisando sua densidade mineral óssea. Em todos os
pacientes são examinados a coluna lombar e o quadril ou conforme prescrição médica.
Veja as fotos:
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b) Equipamento de DMO para os ossos dos pés – o pé, esquerdo ou direito é colocado
sobre o aparelho (sem cremes nem pós, e seco) para analisar a Densidade Mineral
Óssea dos ossos do pé. Observe:
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Mesa e outros acessórios de DMO

Posicionamentos:

Controle:
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DMO
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Posicionando o paciente e conduzindo o exame

Imobilização dos pés Linha central


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Posição para DMO de fêmur: membros inferiores fletidos em “L”


sobre o apoio.

Observe:

Luz sagital do lazer sobre a linha sagital


do corpo
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Posicionamento para DMO de Antebraço:

- Paciente sentada (o) ao lado e em paralelo à mesa de exame, deitando o Antebraço


sobre a prancha (de acrílico denso) de exame, acomodada sobre a mesa de exame. Mão
em PA (posição em póstero anterior), dedos recolhidos ou estendidos (se for
recomendado pelo médico). Linha horizontal do lazer a dois centímetros abaixo da
articulação ulnar, posicionando a estrutura óssea dentro do retângulo demarcado na
prancha crílica. São estabelecidos sítios para o antebraço e para o punho. Observe as
imagens:

Mão com dedos recolhidos e em posição PA.

Linha horizontal do lazer, anterior à articulação Ulnar.

Linha vertical do lazer no centro da mão.

Posicionamento para ossos dos pés:


 Pé, esquerdo ou direito, encaixado no equipamento, na posição
“imóvel” (sem movimentos).
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Posicionamento do pé: com a planta do pé sobre a prancha de apoio (no corpo do


equipamento), limpo, sem pó ou outras substâncias, com a perna imóvel.

Osteoporose:
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6 – AS TÉCNICAS DA DMO

É, principalmente, usada para diagnosticar quadros de osteopenia ou de osteoporose,


doenças nas quais a densidade e a quantidade de minerais são baixas, e o risco de
fraturas é alto. A osteopenia é uma afecção óssea na qual os ossos perdem estes
minerais e têm menor densidade, o que os torna mais frágeis. Quando a perda óssea é
grave, a afecção se chama osteoporose. Há os casos de patologias ósseas em crianças,
adolescentes e adultos antes dos 60 anos.

O método ou técnica utilizada para o procedimento de DMO é chamado DEXA:


sistema de dupla energia través dos Raios-X por absorciometria (determinação de
coeficientes de absorção). Quando é analisado mais de um sítio em uma determinada
estrutura óssea o DEXA será o somatório dos sítios.

As estruturas utilizadas como base de avaliação são: a coluna lombar, o fêmur e


articulação coxofemoral, o antebraço e o pé. Em cada uma dessas estruturas são
escolhidos um ou mais sítios, a critério médico e/ou profissional. Conforme o
densitômetro haverá evidência do(s) sítio(s) com que apresente substancial perda
de massa óssea - há densitômetros que apresentam os DEXA’s das estruturas
analisadas. Exemplos:

- Quando o Densitômetro apresenta os sítios com maior perda óssea:


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- Quando o Densitômetro apresenta os DEXA’s das estruturas analisadas:


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Os objetivos do exame são: avaliar o grau de osteopenia ou osteoporose, indicar a


probabilidade de fratura, possibilitar a obtenção da curva de perda óssea através do
tempo (quando a avaliação é feita periodicamente), analisar a ocorrência de patologias
ósseas e auxiliar no tratamento médico.

O exame está indicado em mulheres em fase de pré-menopausa, menopausa, pós-


menopausa, em regime de reposição com hormônios estrógenos, e também nos
indivíduos em uso de hormônios tireoidianos, corticosteróides, e medicamentos
anticonvulsivantes.

Nas crianças, está indicado quando há necessidade de acompanhamento do


desenvolvimento ósseo, em doenças osteometabólicas, e ocasionalmente em regimes
dietéticos para emagrecimento.

Caso a paciente acredite estar grávida, ela deve notificar seu médico. A rotina diária
antes deste teste não precisa ser mudada, seja em relação a alimentos, bebidas ou
medicamentos ingeridos, exceto por medicamentos que contenham cálcio. Estes
medicamentos devem ser evitados por 24 horas antes do exame de densitometria óssea.

O paciente não deverá ter se submetido a exame de Medicina Nuclear previamente (72
horas) e não deverá ter realizado exame radiológico com uso de contraste (aguardar pelo
menos 5 dias).
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No dia do teste, o paciente deverá comparecer com roupa sem metais (zíper, botões,
broches, jóias, bijuterias, etc).

Em crianças e adolescentes o que se identifica é o comprometimento da fisiologia e do


metabolismo mineral e ósseo determinando uma baixa massa óssea considerada crítica
quando menor do que dois desvios padrão comparativamente com um grupo de pessoas
jovens de mesma idade, sexo e altura, ou seja, o Z-score igual ou inferior a -2.0,
definido como “abaixo da faixa de variação esperada para a idade”. A baixa massa
óssea vai comprometer o pico da massa óssea do adulto que seria alcançado ao atingir
os 30 anos de idade. Os 65% do pico da massa óssea é obtido na adolescência com a
puberdade, daí a necessidade de identificar na criança e adolescente a baixa massa
óssea e tratar prevenindo a osteoporose e evitando que este jovem seja mais um da
estatística dos portadores da osteoporose no futuro. Portanto: é notório afirmar que este
procedimento pode ser realizado por pessoas em qualquer idade – “depende
da prescrição.”

Doenças associadas com baixa massa óssea: Osteogênese Imperfeita, Artrite juvenil
idiopática, Lupos, Síndrome nefrótica, uso de glicocorticóides, Mal-nutrição, Anorexia
nervosa, Osteoporose Idiopática.

Outro paradigma apresentado é o uso do exame de densitometria no homem,


determinando um significativo aumento do seu uso para o diagnóstico da Osteoporose
masculina.

Vinte por cento dos homens nos Estados Unidos acima de 65 anos são portadores de
Osteoporose e se espera que nos próximos 10 anos, 50 % dos homens acima de 65 anos
venham sofrer de osteoporose sendo importante o diagnóstico, sobretudo, para prevenir
as fraturas do idoso e as suas conseqüências como a imobilização por períodos
prolongados, a invalidez, e a elevada morbidade e a mortalidade, alem da necessidade de
qualidade de vida do paciente vez que é freqüentemente encontrado associado, o
hipogonadismo como nos casos dos pacientes em tratamento de Ca de próstata, do
paciente com insuficiência renal crônica, e naqueles casos de pacientes com andropausa
que se instala lentamente, e, que se acomoda junto com a menopausa da parceira, daí a
necessidade do diagnóstico e o tratamento hormonal, e, ou medicamentos anti-
osteoporóticos.
É freqüente encontrar associado à osteoporose, o hipogonadismo, condição em que a
avaliação endócrina mostra níveis de testosterona abaixo de 300ng/ml e a reposição
hormonal resulta numa significativa melhora da qualidade de vida. Vamos acabar com o
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estigma de que velho morre de queda. Vamos prevenir as fraturas do individuo idoso
provocado pela Osteoporose não diagnosticada.

Outro paradigma apresentado que é mais uma recomendação aos médicos e


profissionais envolvidos com a densitometria e o tratamento da osteoporose, clínicos,
ginecologistas, urologistas, nefrologistas, reumatologistas, pediatras, geriatras,
endocrinologistas é efetuar uma rigorosa advertência aos pacientes em tratamento da
osteoporose para a importância da continuidade do uso da medicação.
A taxa de não adesão e descontinuidade ao tratamento da osteoporose ultrapassa 50%
decorrente de negligencia, contenção de despesa, e o fato do grande número de casos de
osteoporose se apresentar silenciosa, assintomática, sendo o paciente surpreendido com
a fratura óssea e suas conseqüências o internamento hospitalar, a imobilização
prolongada, a invalidez e a elevada taxa de morbidade e mortalidade.

Atualmente, a técnica padrão para determinar a densidade óssea é chamada


densitometria por DEXA (dual-energy X-ray absorptiometry). A densitometria por DEXA
é simples e indolor, e leva de dois a quatro minutos para ser realizada. A máquina mede a
densidade óssea detectando a extensão na qual os ossos absorvem fótons, que são
gerados por níveis baixos de Raios-X (Fótons, partículas atômicas sem carga
considerável). Portanto: o DEXA refere-se ao somatório dos valores de DMO de cada
sítio examinado – coluna lombar + fêmur proximal e/ou braço (quando prescrito
na solicitação para o procedimento).

A área ou região de interesse é chamada sítio, portanto: a coluna lombar é um sítio,


como também o fêmur (preferencialmente: a articulação coxofemoral, região com maior
densidade mineral óssea do corpo humano), os antebraços ou os pés. Quando não
consta na prescrição médica uma estrutura, a coluna lombar e o fêmur proximal são
as estruturas escolhidas, assim como os seus referidos sítios.

As medidas da densidade mineral óssea são geralmente reportadas na concentração


média de cálcio, nas áreas escaneadas pelo aparelho. A densidade óssea é mais
comumente medida no quadril, do que na coluna ou punho.

A densitometria óssea da coluna também pode ser medida, observa-se, entretanto, que
a densitometria óssea de coluna em idosos pode ser enganosa, pois pode apresentar
valores maiores que os reais, devido à compressão das vértebras por alterações
secundárias a quadros de artrite. Por isso, as medidas de densidade podem se
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apresentar como normais ou elevadas, mas os pacientes podem estar sob risco de
fratura.

O exame fornece o valor absoluto da densidade mineral óssea, da área estudada, em


mg/cm2. A osteoporose é diagnosticada quando a densidade óssea cai ao ponto onde
fraturas acontecerão com um leve estresse local.

A osteoporose é determinada pela medida da densidade óssea e comparando o


resultado com as referências. Deve ser notado que índices baixos de densidade óssea
não são muito específicos em determinar o risco de fraturas, sem se considerar outros
fatores de risco para ocorrência de fraturas.

Em geral, são seguidos os seguintes passos para determinar a osteoporose:

A Densidade Mineral Óssea (Bone Mineral Density – BMD, no dicionário inglês) é


medida geralmente no osso do quadril, usando a densitometria óssea.

Em geral, são seguidos os seguintes passos para determinar a osteoporose:

No idioma português, no Brasil, a BMD é chamada DMO (Densitometria Mineral


Óssea). As medidas de BMD são dadas em mg/cm2. Esta é a concentração média de
mineral ósseo nas áreas escaneadas. Em geral, o osso está normal se os resultados são
maiores que 833 mg/cm2. Uma baixa densidade óssea (osteopenia) está em valores
entre 648 e 833 mg/cm2. A osteoporose é diagnosticada com resultados abaixo de 648
mg/cm2.

Estas medidas ainda não se correlacionam com o real risco de fratura, devendo também
ser estimados os fatores de risco e outras considerações. O próximo passo é comparar a
BMD do paciente com a densidade óssea normal, que é definida como a média de BMD
em quadris de mulheres caucasianas pré-menopausa.

Devido ao fato das referencias serem baseadas em mulheres caucasianas, elas não
necessariamente se aplicam a homens ou a mulheres não caucasianas. Por exemplo, os
homens têm um menor risco de fratura no mesmo desvio padrão que mulheres.
Pesquisadores estão tentando estabelecer protocolos de risco também para estes grupos.

Após o exame, os pacientes podem retomar as suas atividades imediatamente.

A Densitometria Óssea para avaliação da composição corporal total apresenta uma


excelente acurácia comparativamente com outros métodos tornando-se uma referencia
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para o estudo da composição corporal avaliando diretamente os três compartimentos


corporais: massa óssea, massa gordurosa, massa magra (músculos).

Atualmente existem inúmeras aplicações clínicas do estudo da composição corporal,


particularmente na Medicina Esportiva, Academias de Fitness em Endocrinologia no
estudo da Obesidade, Anorexia, Caquexia, Reabilitação motora de doenças
neuromusculares, renais, edema, e em avaliações nutricionais. Outras aplicações incluem
a monitorização das alterações de massa magra e de gordura esperadas nos pacientes
em uso de hormônio de crescimento, corticosteróides, esteróides sexuais e nos
transplantados em uso de imunossupressores e nas academias na monitorização da
perda da gordura e aumento da massa magra, ou seja, o aumento de formação da massa
muscular total e regional.

Outro quadro clínico a se considerar é a Sarcopenia, a diminuição da massa magra


(massa muscular), que vai diminuindo gradualmente com a idade. A sarcopenia está
associada a alterações metabólicas e distúrbios funcionais do organismo.

O conceito de Sarcopenia é definido como a diminuição da massa magra com o


envelhecimento com a idade avançada dos músculos esqueléticos.

O termo vem do grego e significa a perda de massa muscular que ocorre


fisiologicamente com o envelhecimento. É considerada patológica e integra a síndrome da
fragilidade do idoso e está associada à diminuição da capacidade funcional. Com a idade,
e a partir dos 40 anos, aproximadamente, perde-se cerca de um terço da massa muscular
e em torno de 0.5 a 1.0 % a cada ano até os 65 anos, e um pouco mais rápido a partir daí.
A prevalência da sarcopenia aumentou de 13 a 24% em pessoas abaixo de 70 anos a
mais de 50% em pessoas acima de 80 anos. A sarcopenia está associada a
incapacidade física tanto no homem quanto na mulher independente da cor, idade,
morbidade, obesidade, e rendimento.

O aumento da expectativa de vida da população e conseqüentemente da população


idosa tornou a sarcopenia uma questão de saúde, bastante relevante no mundo
desenvolvido, pela perda da massa e da força muscular e a conseqüente redução do
equilíbrio e perda da agilidade, possibilidade de queda e fraturas aliado ao baixo IMC,
baixa massa óssea e osteoporose.

A densitometria óssea de corpo total (DXA) é capaz de avaliar a composição corporal


total e segmentar informando a massa magra e a massa gordurosa em gramas e o
percentual de gordura de corpo total relacionado com o IMC – Índice de Massa
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Corporal, o índice ginóide/andróide, além do score de cálcio obtido pela visualização de


calcificação presente na parede da aorta abdominal, na altura das quatros primeiras
vértebras da coluna lombar, que caminham junto com a osteoporose, significando novos
fatores de risco cardiovascular que, quando positivo, requerem uma avaliação
cardiovascular mais cuidadosa do paciente.

O SPINE é ato de percorrer os sítios para exame, portanto o Spine é o procedimento


propriamente dito. Veja as figuras a seguir:

NORMAL

OSTEOPENIA

OSTEOPOROSE
34

Pontuação por fatores de risco (total médio de 13 pontos):

Exemplos de resultados:
35
36

Na Imagem “A” a DMO está normal, na Imagem “B” a DMO apresenta Osteoporose:

A DMO de Fêmur:
37
38
39

A DMO de coluna:
40
41

A DMO de outros ossos do corpo:

Observe e analise a imagem e o

T-SCORE obtido neste


procedimento de DMO:
42

7 - A PREVENÇÃO

Sem nenhuma dúvida que a prática de atividades físicas, precocemente, reduz em 50 %


o risco de adquirir Osteoporose ou Osteopenia. Associar uma alimentação rica em cálcio
é aconselhável. O exercício físico também complementa o tratamento reparador.

As fraturas
43

Exemplo de diagnóstico:
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A densitometria óssea deve ser indicada como exame preventivo a partir da


menopausa. Antes, só se houver um fator de risco importante, como o encontrado nas
pessoas com dificuldade para ingerir cálcio, que sofreram cirurgia no estômago ou
submetidas a tratamento prolongado com cortisona. Com base no resultado de
densitometria óssea pode-se fazer um diagnóstico mais acurado.
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8 – PROCEDIMENTOS DE ROTINA

O que é DMO?
É um exame indolor, simples, seguro e não invasivo, que usa uma fonte de raio X de
baixa intensidade radioativa para captar e analisar por computador o teor de cálcio e de
outros minerais contidos nos ossos. Analisa a massa mineral óssea, a massa muscular e
o percentual de gordura do corpo humano. Utiliza a Técnica ou Método denominado
DEXA – dupla energia través dos Raios-X por Absorciometria (determinação de
coeficientes de absorção). O procedimento também tem aplicação em pediatria, para
acompanhar o crescimento da criança e do adolescente. Os pediatras pedem a
densitometria para avaliar a massa óssea e quanto de massa magra e massa de gordura
o paciente tem, funcionando como um complemento à avaliação clássica da idade óssea
do Raio-X de mãos e punhos. Em crianças e adolescentes até 20 anos, os sítios usados
são coluna e corpo inteiro (o fêmur ainda está em crescimento e não é avaliado). Nesse
grupo, compara-se a massa óssea do paciente com crianças da mesma idade e não
usamos o termo osteoporose como nos adultos.
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Como é feito?

A densitometria óssea pode ser feita por um técnico/tecnólogo em radiografia ou médico


capacitado em densitometria óssea. No momento do exame, você será solicitado a trocar
sua roupa por uma vestimenta do hospital, própria para fazer exames. O técnico irá pedir
para você retirar todo e qualquer metal e se deitar na mesa de exame, acolchoada, e irá
posicionar suas pernas em um suporte de esponja ou com as pernas estendidas e com
rotação interna de 25° ou 30°, alinhando sua pelve e a coluna vertebral em linha reta, no
centro do retângulo, utilizando a luz do lazer (linha horizontal sobre as cristas ilíacas e
linha vertical no meio do corpo. Quando a estrutura for o antebraço: sentar o paciente ao
lado e em paralelo com a mesa de exame, apoiando o antebraço sobre a prancha acrílica
(acessório de apoio), no centro do retângulo, demarcando com a linha horizontal do lazer
– dois centímetros abaixo da articulação ulnar e a linha vertical – no centro do antebraço,
fixando-o com as fitas elásticas, de forma a imobilizar a estrutura de interesse.

Há também os exames específicos para os ossos dos pés, utilizando-se o equipamento


único para esse procedimento onde o paciente é sentado em uma cadeira, colando um
dos pés dentro do aparelho, mantendo a perna imóvel (sem movimentos) durante o
procedimento. O laser do aparelho passará em zique-zague sobre as estruturas
(lateralmente) a serem analisadas e irá digitalizar seus ossos e medir a quantidade de
radiação que eles absorvem como também a sua densidade mineral óssea.

Em todos os procedimentos, independente da estrutura de interesse, a anaminese


deve ser conferida pelo Profissional das Técnicas Radiológicas, pois a mesma
influenciará substancialmente sobre o diagnóstico. Exemplo: um paciente que não tenha
idade para indicação da DMO e que enumere fatores de risco, tendo a prescrição do
exame, deverá fazer um controle anual através desse procedimento – no mesmo
densitômetro inicial.

O teste de densitometria óssea deverá ser feito em pelo menos dois ossos diferentes,
de preferência o quadril e coluna vertebral. No caso das crianças, é feito o scanner do
corpo inteiro e coluna. A densitometria óssea não causa dor. Se você tem dor nas costas,
pode ser desconfortável ficar parado durante a verificação. O paciente é deitado em uma
máquina que capta as imagens de forma semelhante ao exame de raio X. Em todos os
pacientes são examinados a coluna e o quadril. Quando em exame de DMO de pés, o pé
do paciente é colocado sobre o equipamento (limpo: livre de cremes ou pós).
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Posicionando e imobilizando o paciente:

Duração do exame?

A densitometria óssea dura em média dez minutos para coluna e fêmur e quinze minutos
para corpo total.

Contra-indicações?

Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez, por conta da radiação.

Pessoas que fizeram exame com contraste de iodo ou bário não podem fazer a
densitometria óssea durante uma a duas semanas a depender do contraste utilizado
(tempo para que seja eliminado do corpo), pois este interfere no resultado. Outros exames
radiológicos como os de cintilografia devem ter um intervalo de eliminação determinado
pelo médico.

Por ingestão de cálcio: só após 24 horas.


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Por ingestão de cafeína: 24 horas.

Por ingestão de hormônio ou cortisona/corticóides: após 48 horas.

Cirurgia ortopédica extensa ou prótese extensa na região avaliada: no caso de pessoas


que tem próteses em um fêmur, é feita a avaliação do outro. Para pessoas que tem
prótese na coluna, é feita uma análise do fêmur e outra do antebraço.

Obesidade grave: a maioria dos aparelhos para a densitometria óssea suporta até 120
kg. Alguns aparelhos suportam até 200 kg, mas deve-se ter cautela quanto ao peso
máximo suportado pela mesa de exame.

Periodicidade?

A densitometria óssea é feita a cada um ou dois anos, a depender do controle da


osteopenia/osteoporose determinado pelo médico assistente. Intervalos mais curtos
podem ocorrer em casos de rápida perda óssea, como em pessoas que em determinados
fatores de risco, exemplo: tabagismo, uso de cortisona/corticóides, etc.

Recomendações pós-exame?Não há nenhuma recomendação especial após o exame


de densitometria óssea. A pessoa pode sair do laboratório e prosseguir normalmente com
as suas atividades.

Valores de referência:
Para adultos, isto é, homens com 50 anos ou mais e mulheres a partir de 40 anos
(período de transição menopausal) ou mulheres na menopausa. Sítios usados: coluna,
fêmur ou antebraço:

Normalidade: T-Score de 0 a -1,0 DP (Desvio Padrão) para todos os ossos exceto coluna
lombar;

Osteopenia: T-Score de - 1,0 a -2,4 DP;

Osteoporose: T-Score de -2,5 ou menos.

Para adultos jovens (Homens entre 20 e 49 anos e mulheres dos 20 aos 40 anos com
ciclos menstruais normais) utilizamos o Z-score. Sítio usados: coluna, fêmur ou
antebraço:

Z-Score igual ou inferior a -2,0 DP é considerado abaixo dos padrões para a idade. Acima
disso, os valores são considerados dentro dos padrões para idade. Esses valores
relativos foram calculados para etnia americana, onde a mulher branca caucasiana tem,
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por sua natureza, menor densidade mineral óssea. Já a mulher negra tem, por sua
natureza, maior densidade mineral óssea. Concluímos a partir desses conceitos, que
todos os densitômetros utilizados no Brasil, oriundos de países onde a miscigenação
racial não é acentuada, deveriam, obrigatoriamente, serem reconfigurados – por esse
motivo, é necessário que o controle e tratamento de patologias ósseas sejam realizados
sempre no mesmo equipamento.

Para crianças (Homens e Mulheres dos 5 aos 19 anos). Sítios usados: coluna e corpo
total.

Z-Score igual ou inferior a -2,0 DP são considerados abaixo dos padrões para a idade.
Acima disso, os valores são considerados dentro dos padrões para a idade.
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Observe as imagens:
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9- REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

I. BONTRAGER, Kenneth L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica, 6ª


edição.

II. ABC. MED. BR, 2012. Densitometria óssea: quem deve fazer este exame? Para
que serve? Disponível em <http://www.abc.med.br/p/exames-e-
procedimentos/328000/densitometria-ossea-quem-deve-fazer-este-exame-para-que-
serve.htm>. Acesso em: 12 jul. 2014.

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