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A Segunda Vinda

Girando, girando, em círculos que de alargam,


O falcão já não a voz do falcoeiro;
Tudo se desmorona; o centro já não se sustém;
A anarquia anda à solta no mundo,
Desencadeia-se a maré de sangue e por toda parte
Afoga o espetáculo da inocência;
Os bons vêem-se privados de toda a convicção,
Enquando os maus se inflamam com apaixomada intensidade

Certo, é alguma revelação que se faz;


Sem dúvida, é o Segundo Advento…

Caem de novo as sombras; mas, agora, sei


Que vinte séculos de pesado sono
Se transformaram em pesadelo num berço oscilante,
E que besta feroz, cujo reino se aproxima,
Irá nascer, lá para os lados Belém?

William Butler Yeats

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