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A CLASSIFICAÇÃO DAS PRISÕES SEGUNDO AS DIVERSAS ESPÉCIES

DE CRIMES

A prisão é o cerceamento da liberdade de locomoção, encarceramento. Pode


advir de decisão condenatória transitada em julgado, que é a chamada prisão
pena ou, ainda, ocorrer no curso da persecução penal, dando ensejo à prisão
sem pena, também conhecida por prisão cautelar, provisória ou processual.

A prisão em flagrante é a que resulta no momento e no local do crime. É uma


medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e caráter eminentemente
administrativo, que não exige ordem escrita do juiz, porque o fato ocorre de
inopino. Existem diversas modalidades de flagrante, tais como: próprio,
impróprio, presumido, compulsório ou obrigatório, facultativo, esperado,
preparado ou provocado, prorrogado, forjado e por apresentação.

A prisão preventiva é a de natureza cautelar mais ampla, sendo uma eficiente


ferramenta de encarceramento durante o inquérito policial e na fase processual.
A preventiva só se sustenta se presentes o lastro probatório mínimo a indicar a
ocorrência da infração, os eventuais envolvidos, além de algum motivo legal
que fundamente a necessidade do encarceramento. A decretação da preventiva
deve ser fundamentada na ideia de medida extrema, subsidiária, residual, que
só terá lugar quando não suficiente e adequada outra medida cautelar diversa
da prisão (art. 319, CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011), e
presentes os pressupostos gerais de decretação de medida cautelar, dispostos
no art. 282, do CPP (com redação dada pela Lei nº 12.403/2011).

A temporária é a prisão de natureza cautelar, com prazo preestabelecido de


duração, cabível exclusivamente na fase do inquérito policial ou procedimento
investigativo equivalente, objetivando o encarceramento em razão das infrações
seletamente indicadas na legislação. É essencial a presença do fumus commissi
delicti e do periculum libertatis para que a medida seja decretada, aplicando-se
o critério de proporcionalidade estampado nos incisos I e II, do art. 282, do
CPP.
Cabe ao juiz, pronunciando o réu, sendo o crime afiançável, arbitrar o valor da
fiança para concessão ou manutenção da liberdade provisória, sem prejuízo da
admissibilidade da liberdade provisória sem fiança e/ou com aplicação de outra
medida cautelar diversa da prisão (art. 319, do CPP).

Aqui foi definida a A prisão domiciliar é decretada em substituição da


preventiva, sempre por ordem judicial. Consiste no recolhimento do indiciado
ou do acusado em sua residência, só podendo dela se ausentar por ordem do
juiz. Para seu deferimento se exige prova idônea evidenciando a situação
específica que a autorize.

A prisão administrativa não encontra mais sede no Direito Processual Penal


brasileiro. Como advento da Lei nº 12.403/2011, os artigos 319 e 320, do CPP,
não cuidam mais desse instituto, mas da possibilidade de imposição de outras
medidas cautelares diversas da prisão.

A prisão decretada na esfera cível, ao que ocorre como inadimplente voluntário


e inescusável de alimentos e como depositário infiel (art. 5º, LXVII, CF), deve
ser cumprida em seção especial de Cadeia Pública, na forma do art. 201, da Lei
de Execução Penal. O juiz cível determinará as providências necessárias ao seu
cumprimento, requisitando, por mandado, à autoridade policial.

A prisão para averiguações caracteriza-se como um instrumento utilizado como


forma manifesta de constrangimento, implicava no arrebatamento de pessoas
pelos órgãos de investigação, que eram literalmente presas, para aferir a
vinculação das mesmas a uma infração, ou para investigar a sua vida
pregressa. Esta prisão para averiguação é de todo ilegal, caracterizando abuso
de autoridade.

O instrumento denominado “difusão vermelha” (red notice) – ou, mais


apropriadamente, “difusões vermelhas” (red notices) – designa providências
tendentes ao efetivo e imediato cumprimento de mandados de prisão emitidos
por autoridades nacionais ou internacionais, quando houver suspeita de que o
foragido migrou para país diverso daquele responsável pela ordem. No Brasil, a
iniciativa da “difusão vermelha” por autoridade judiciária só pode ser deflagrada
a partir do preenchimento de determinados requisitos, que ao cabo são
exigências da Interpol.

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