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A palavra tecnologia vem do grego e deve ser separada em duas partes: “téchne”, que
pode ser definido como arte ou ofício e “logia”, que significa o estudo de algo. Arte
nesse caso confunde-se com os conceitos de criatividade e define a tecnologia como a
busca criativa para que algo seja ensinado (ofício de transmitir) para alguém. O
simples aproveitamento de recursos naturais e a transformação do ambiente a sua volta
é capaz de ser considerado um movimento tecnológico. Tecnologia da educação é todo
e qualquer meio que se utilize para que distintos conceitos sejam passados e
assimilados dentro de um processo de ensino-aprendizagem de algo.
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Considerações sobre o Ensino das Artes nas Escolas de Ensino
Fundamental
O ensino das artes está contemplado pela BNCC em quatro distintas linguagens: Artes
Visuais, Dança, Música e Teatro. E dentro dessas linguagens temos as competências
específicas postuladas:
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Cada uma das linguagens pode estar associada a uma ou mais competências podendo
ainda existir diálogos entre as distintas linguagens. O terreno metodológico é fértil,
mas a pouca capacidade dos gestores em perceber e avaliar a amplitude desse trabalho
ocasiona muitas vezes em uma distância dos valores e das conquistas pessoais e
coletivas que podem ser conseguidas dentro de um desenvolvimento planejado e
adequado ao contexto e aos objetivos educacionais. Importante ressaltar que as artes
no ambiente educacional são um meio de aprendizagem e conhecimento integrado,
pois a experimentação sem objetivos definidos tendem a causar vazios e inseguranças,
tanto por parte dos professores quanto dos alunos.
A criação de uma tecnologia educacional para as artes deve pressupor uma linguagem
artística, podendo ser mais de uma, que envolva uma ou mais competências já
descritas. A inovação está justamente na forma de abordar o ensino-aprendizagem
dentro das competências desenvolvidas. O primeiro passo para esta construção será um
exercício do professor de lembrar e de resgatar memórias do que é feito em sala de
aula e que garantam um resultado prático satisfatório, ou não. Este resultado não está
ligado a um contexto de avaliação da obra de arte, mas do envolvimento do aluno em
todas as etapas até a finalização e exposição de uma prática artística.
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A construção de uma tecnologia educacional para as Artes dentro do
CESA
Será preciso unir todos os envolvidos dentro de um arcabouço teórico que se utilize de
princípios e valores das Artes dentro do Ensino Fundamental. Vamos trabalhar com os
valores relacionados ao desenvolvimento da Espontaneidade, Criatividade, Autonomia
e Narrativa, pois além de serem universais são capazes de unir facilmente os
professores da casa ao refletirem sobre suas aulas e seus métodos. São muitos os
profissionais que ministram aulas de arte em escolas de Ensino Fundamental. Os perfis
são distintos como também são os objetivos e as diretrizes oferecidas por diretores e
coordenadores escolares. A formação de arte-educadores é heterogênea até mesmo
para os que se dispõe a fazer uma graduação de nível superior. No entanto, mesmo
com todas as adversidades estamos acompanhando o crescimento do respeito e da
atuação das artes dentro do Ensino Fundamental e é nosso dever tirar o maior proveito
desse momento histórico. Este é um debate epistemológico.
Está no imaginário coletivo de que um professor entra em sala de aula para ensinar algo
que o aluno ainda não sabe, e este parâmetro não serve para o arte-educador, pois o seu
objetivo é conduzir os alunos dentro de uma experiência artística constituída de etapas e
destituída de certo e errado. As etapas serão os passos que serão dados até o que será
construído e os princípios que vão conduzir essas etapas serão: ideia, identidade,
história, estrutura, espaço e alcance. É este o caminho capaz de distinguir a prática da
arte como processo de formação e descoberta de potencialidades.
As ideias criam um diálogo entre a simplicidade e a complexidade, pois algo que está
na mente terá que se tornar real, pelo caráter prático e expositivo das artes. A tensão
criativa é reveladora e abre o espaço para a formação de outra característica, a
identidade, onde garantimos que novos conhecimentos podem ser obtidos de diferentes
pontos de vista. Ao trabalharmos as ideias e a identidade vem à tona a história, que é o
ponto de conexão com o mundo. A presença de uma história define pontos de partida
para o engajamento humano, bem como a percepção de que todos têm história e origem.
A estrutura e o espaço refletem tanto o ambiente convidativo com atividades
estimulantes quanto os desdobramentos que acontecem em outros ambientes de
convívio do jovem. O alcance diz respeito a uma característica das artes cênicas: precisa
de público para acontecer e garante a melhoria do convívio social, familiar e
profissional.
Dois aspectos importantes devem ser considerados como pontos fundantes de uma
metodologia artística. A primeira delas é o caráter libertador das artes, pois fornece
novas ferramentas de expressão, e com isso, novos caminhos para ideias e criação. O
que motiva um aluno a criar, é também parte da motivação que o público tem em
assistir: a compreensão de nós mesmos, das nossas emoções, das relações entre as
pessoas e o nosso lugar na natureza. As ciências e outras formas de investigação não
foram bem sucedidas ao lançar mão sobre esses assuntos, e por isso potencializar ações
como esta pode ser a ferramenta que falta para chegar a lugares novos de entendimento
sobre a formação e sobre a aprendizagem.
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Ao longo do Ensino Fundamental a criança/adolescente percorre um caminho de
construção dos valores e objetivos para a vida. Através dos acontecimentos, das
sensações e das percepções o aluno é transformado a cada nova experiência de
envolvimento emocional e é justamente isso que garante novas possibilidades.
Para começar a traçar esse caminho será preciso se debruçar em questões pragmáticas
definidas dentro de um plano de trabalho. Vamos substituir os horários dedicados à
sala de aula por este intensivo trabalho de estudo, construção e planejamento de uma
tecnologia educacional para as artes dentro do CESA. Serão quatro etapas, onde as três
primeiras vão acontecer remotamente e a última será presencial. Lembrando que a
última etapa só vai acontecer quando houver uma libração expressa por parte dos
órgãos de saúde. O envolvimento de todos é fundamental para a construção da
tecnologia e da segurança em sala de aula. É um caminho novo que pode ser avaliado
depois, mas que primeiro deve ser abraçado. Este processo coloca a todos na função de
co-criador desta tecnologia educacional para as artes.
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reverbera em sala de aula. Ao final ele discorre um pouco sobre as
etapas da pesquisa e que pode estimular o entendimento de que o
professor de artes está em constante trabalho de pesquisa.
Terceira Etapa – Escrita Coletiva dos passos a serem dados nas iniciativas
escolhidas com a participação de todos
Para esta etapa será enviado material específico para ser preenchido,
complementado e aprovado pelos professores que desenvolvem o trabalho. Este
material será elaborado a partir da segunda etapa.
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Questões para a Segunda Etapa:
Primeira Questão: Em que bases educacionais estão apoiadas os processos de ensino-
aprendizagem das Artes dentro do CESA? Quais dos princípios descritos abaixo estão
presentes em sua aula? De que forma eles estão representados parcial ou
integralmente dentro do trabalho desenvolvido? Importante se sentir livre na
construção desse raciocínio, pois um pensamento pode ser o complemento de outro
que venha de outro professor.
O ensino das artes está assegurado graças a Lei de Diretrizes e Bases da Educação –
Lei n° 9.394/1996, e o artigo 206 estabelece oito princípios nos quais o ensino deve
estar baseado. São eles:
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de
lei federal.
Terceira Questão: Quais os procedimentos adotados por você em sala de aula? Como
começa a aula? Como termina? Importante perceber que não queremos nessa resposta
um planejamento de aula que exista, pois sabemos que um planejamento sempre sofre
alterações no momento de sua aplicação. Descrevam o que de fato acontece relatando
algo que seja incômodo, se essa for a rotina. Existe algo que tenha sido criado por
você? Alguma regra? Alguma ferramenta? Como sabe que foi criado por você?
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Quarta Questão: Observe o quadro abaixo. Identifique o seu grupo de atuação e
responda de que forma são associados os valores sociais, os valores artísticos e os
objetivos dentro do trabalho que você desenvolve. Se achar que esses valores não
estão presentes indique quais os valores que voc~e identifica no lugar desses.
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Referências
De Pablo S Pons J. Visões e conceitos sobre a tecnologia educacional. In: Sancho,Juana, org. Para uma
tecnologia educacional. Porto Alegre: Editora Artes Médicas;1998. p. 50-71.
Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:Editora Paz e
Terra; 1996. (Col. Leitura).
Litwin E, org.. Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. Porto Alegre:Editora Artes
Médicas; 1997.
Minayo MCS, org. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: EditoraVozes; 1994.
Ramos MN. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? São Paulo:Editora Cortez; 2001
Santos M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EditoraHucitec; 1999.
308 p
Veiga IPA, org. Técnicas de ensino: por que não? São Paulo: Editora Papirus; 1996.
Profissional Responsável,
Fernanda Paquelet
Mestre em Teatro (PPGAC-UFBA e Doutoranda em Administração NPGA-UFBA)
fpaquelet@gmail.com