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TEOLOGIA DE UMBANDA

Desenvolvido por Rubens Saraceni


Ministrado por Alexandre Cumino

Aula Digitada 45 Parte 03


Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros
gramaticais mantendo a originalidade da origem.

Olá meus irmãos. Então, esse é o nosso terceiro bloco falando sobre Magia na Umbanda,
falando sobre ponto riscado. Então, o Guia pega a pemba na mão ele sabe o que ele está fazendo e
é isso que importa, o que ele faz ali não precisa estar escrito em algum livro, você pode ler livros
pra tentar entender o que ele faz, mas ele não está preso a dogmática e ao ensino de determinada
escrita mágica desse ou daquele livro. E eu estou dizendo isso de quem pratica e ensina a escrita
mágica do fogo. Então, para entender essa escrita mágica, pra entender a magia na Umbanda eu
recomendo que leia primeiro A Magia das Velas, eu recomendo que leia depois Iniciação à Escrita
Mágica e recomendo que faça a Magia do Fogo que é um curso presencial, fundamental para
praticar pegar a pemba na mão e saber o que fazer. Agora, mesmo que você não saiba o Caboclo
sabe o que está fazendo com uma pemba na mão. Ele risca um círculo que é um espaço mágico,
quando ele risca um espaço mágico é muito importante o que é que está na mente dele, ele
mentalmente determina de qual base ele vai usar para esse círculo, esse espaço mágico. Então, o
espaço mágico ele pode riscar uma estrela de cinco pontas em cima do círculo, no norte do círculo,
se ele riscar em baixo essa estrela já está num outro quadrante e diz respeito a um campo de
atuação de um outro Orixá. Então, esse círculo pode ser mentalmente dividido em sete, as sete
vibrações num círculo. Esse círculo pode ser mentalmente dividido em quatorze, então, se esse
círculo está dividido em quatorze está de forma implícita a presença dos quatorze Orixás na
circunferência, no círculo que é o todo, é Deus. Se ele risca uma estrela de cinco pontas em cima
está no campo de Oxalá e vai dando a volta, você pega o círculo e divide ele em quatorze pontos no
sentido horário, no primeiro ponto em cima que é o ponto do meio dia – do relógio, olhando um
relógio no ponto do meio dia – aqui em cima você tem Oxalá, então, vai fazendo o giro no sentido
horário, você terá Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluayê, Yemanjá aqui em baixo, então, o
próximo ponto Logunan – Logunan está no extremo oposto a Oxalá, Oxalá em cima, Logunan
embaixo, a zero graus aqui: Oxalá em cima, Logunan embaixo. Oxalá no meio dia, Logunan aqui
embaixo no ponto das seis, então, aqui doze e aqui seis: Logunan – e aqui vem, oposto a Oxum
Oxumaré, oposto a Oxóssi: Obá, o posto a Xangô: Egunitá, oposto a Ogum: Yansã, oposto a
Obaluayê: Nanã, oposto a Yemanjá: Omulu – lá em cima do lado de Oxalá – então, esse é o círculo.
Quando o Caboclo risca o círculo se isto está na mente dele ele coloca uma estrela em cima no
ponto de Oxalá, ele coloca uma estrela embaixo está no ponto de Logunan, o Caboclo coloca uma
estrela aqui na direita ele está no ponto de Ogum ou de Xangô, aqui na esquerda ele está no ponto
de Yansã ou de Egunitá. E se esta estrela estiver mais para dentro você começa a entender que o
círculo é uma circunferência e quanto mais para dentro está na vibração mais interna, mais para
fora na vibração mais externa dessa circunferência. Então, tem uma graduação, de dentro para
fora tem uma graduação e essa graduação pega as sete vibrações: fé, amor, conhecimento, lei,
justiça, evolução e geração de dentro para fora, então, de dentro para fora está ali olha, é, no
campo de Oxalá que é esta linha reta a zero graus, do doze ao seis do ponteiro do relógio, lá em
cima a primeira vibração, a vibração da fé, do amor, do conhecimento, justiça, lei, evolução e
geração. Então, aonde está esta estrela a zero graus com Oxalá na vibração da fé, da vibração do
amor, do conhecimento, da justiça; saiu um pouquinho para a direita está na vibração de Oxum,
saiu um pouquinho pra esquerda está na vibração de Omulu, mais pra cima está na vibração da fé,
no meio na vibração da justiça, mais aqui dentro vibração da geração. Então, Caboclo fez um
círculo riscou uma estrelinha lá dentro, esta estrela não está perdida lá dentro. Agora, quando ele
riscou o círculo na mente do Caboclo está aqui em cima o norte, embaixo é o sul, direita é a leste,
esquerda é oeste, então, ele vai trabalhar os mistérios do alto, do embaixo, da direita e da
esquerda da pessoa que ele está consultando, que o Caboclo está consultando. Então, ele risca a
estrela ou uma cruz ou uma flecha, em cima ele está trabalhando os mistérios do alto daquela
pessoa ali, risca uma estrela embaixo está riscando os mistérios do embaixo, da direita vai
trabalhar a direita dessa pessoa, a esquerda dessa pessoa. Então, esse círculo pode, o que está
dentro do círculo pode dizer respeito aos sete campos, aos sete sentidos, aos quatorze Orixás ou ao
alto, ao embaixo, a direita e a esquerda, quem está riscando sabe aonde está colocando cada
símbolo. Então, é uma magia muito mais profunda, muito mais complexa do que se imagina. O
Caboclo fez um círculo e colocou no centro dele uma estrela de cinco pontas, então, a partir do
eixo central dos sagrado do sagrado, do interno da criação, de Deus para fora, o Caboclo riscou ali
uma estrela de cinco pontas, uma estrela da fé; riscou uma estrela de seis pontas; riscou um
cruzeiro, colocou em cima uma cruz, o mistério do alto do pai Oxalá ele está chamando para a
evolução, embaixo é uma estrela, ele está pedindo descarga.
Então, dentro de um ponto riscado pode se trabalhar embaixo o que é para descarregar, na
direita o que é para trabalhar as virtudes, na esquerda o que é para trabalhar os vícios, no alto o
que é para trabalhar de natureza ancestral. Duas flechas cruzadas, quando essas duas flechas se
cruzam, você fala “Flecha é de Oxóssi”, mas elas se cruzaram com um ângulo de 90º graus, 90º
graus pertence a Xangô; elas estão com ângulo de 45º graus pertence a Ogum; elas estão com
ângulo de 60º graus pertence a Oxalá, então, cada Orixá tem um ângulo específico. Você corta o
círculo em seis e dá triângulos com 60º graus, então, quando divide um círculo em certo número,
divide um círculo em quatro tem uma cruz, cada quatro triângulos com 90º graus que é o ângulo
reto, esse ângulo pertence a Xangô. Você corta outra vez dá ângulos, mais uma vez você faz mais
quatro, mais quatro riscos dividindo esse triângulo, do centro para o em torno surgem triângulos de
45º graus pertence a Ogum. Então, tem muita coisa por trás da magia, muita coisa por trás da
escrita mágica e tem muito mais coisa que a gente desconhece, isso é um pouco do que a gente
conhece, é um pedacinho, chama isso de, é uma geometria sagrada, é uma magia riscada, é uma
magia de pemba. O Guia vai lá e risca o seu ponto, quando Guia risca um ponto pode ser o ponto
dele, mas pode ser um ponto de descarga, um ponto de firmeza, um ponto de corte de demanda,
ponto para várias coisas e aí dentro desse ponto ele coloca um copo da água, ele põe o seu
cachimbo, põe o charuto, põe o café, põe a pinga. Exu incorpora faz um ponto riscado e põe lá
dentro um copo de pinga, então, ele está usando os símbolos dos Orixás, dos mistérios de Deus, ele
está usando um elemento. A que divindade está ligado esse elemento? Ele coloca uma erva, coloca
uma flor, flor: a Pombagira risca um ponto e coloca uma rosa vermelha. A gente risca um ponto e
coloca palmas para Oxalá. Cada flor está ligada a uma divindade diferente. Eu posso pegar pela
cor, flores amarelas para Yansã, flores cor-de-rosa para Oxum, flores vermelhas para Ogum ou para
Pombagira ou Xangô, flores violetas para Obaluayê, flor lilás para Nanã Buroquê, flores brancas
para Oxalá. E eu tenho uma magia das sete flores sagradas, magia das sete pembas sagradas porque
o Caboclo usou pemba amarela, usou pemba verde, usou pemba roxa; magia das sete águas
sagradas porque usou uma água de cachoeira, usou uma água de mar, porque usou água de rio. O
Caboclo tirou a sua guia e colocou no ponto riscado, magia das sete guias sagradas. Por que magia
das sete águas? Por que eu estou falando magia das sete pembas? Porque cada magia tem um
mistério, cada elemento que entra no ponto riscado tem um mistério e aí o Caboclo abre aquele
mistério e com isso no ponto riscado ele abriu um portal, coloca você dentro do portal e só de você
estar lá dentro começa a ser limpo e descarregado de tudo quanto é energia negativa, isso é magia
de Umbanda. É linda, fascinante, encantadora, é simples e poderosa. Agora, quando você olha ela
tem uma simplicidade, mas entender não é algo tão simples. É simples de fazer, é simples de
riscar, é poderosa, mas a compreensão e o entendimento dessa magia implica uma profundidade de
saberes, de conhecimento, de conhecer os símbolos, os signos, as pedras, as ervas, as folhas, quais
são as cores, quais são as ondas, as vibrações, as energias de cada divindade, de cada Orixá, de
cada mistério. Como, quando e onde usar isso? Então, tem gente que é contra o estudo, mas você
acha que o Caboclo, é, aprendeu a fazer ponto riscado sem estudar. Nossos Guias não são nosso
exemplo? Será que o Preto Velho faz ponto riscado só de intuição? Não estudou? Não tem o
conhecimento para saber quando pedem pra você tomar um banho de erva, banho de erva também
é magia. Se o Preto Velho fala “Toma um banho de arruda, filha”, “Toma uma banho de guiné, meu
filho”, “Tome um banho de manjericão”, “Tome um banho de alfazema”, tem uma ciência, tem
um conhecimento, ele estudou para saber isso.
Então, estamos terminando o terceiro bloco da nossa aula de Magia na Umbanda, no próximo
bloco vou comentar um pouco sobre culto coletivo, está bem? Muito obrigado e até o próximo
bloco.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD

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