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O Romantismo no Brasil

  No século XIX a saturação dos modelos neoclássicos e a necessidade de uma   


literatura que expresse o país independente resultam no florescimento do
romantismo. O marco inicial do movimento é a publicação de Suspiros Poéticos
e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. 

O ideal romântico do nacionalismo é expresso pelos indianistas, dos quais se


destaca o poeta Gonçalves Dias (Primeiros Cantos).

O individualismo é representado pela geração ultra-romântica – Casimiro de


Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Álvares de Azevedo –, influenciada
pelo poeta inglês Lord Byron. O principal nome da poesia condoreira, que se
caracteriza pela grandiloqüência e pelo uso de antíteses e hipérboles, é Castro
Alves (Espumas Flutuantes), conhecido como o poeta dos escravos. Considerado
o fundador do romance nacional, José de Alencar é o autor de narrativas
indianistas (O Guarani), históricas (As Minas de Prata), urbanas (Lucíola) e
regionalistas (O Gaúcho).

Castro Alves 
  Poeta baiano. Um dos principais nomes do romantismo brasileiro, torna-se
porta-voz literário da Abolição da Escravatura.

  Antônio Frederico de Castro Alves (14/3/1847 - 6/7/1871) nasce em Muritiba e passa


parte da infância no sertão baiano. Muda-se para Salvador em 1852 e, depois, para
Pernambuco. Em 1864 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde se destaca como
orador e poeta. Dedica-se a temas sociais, em especial à abolição da escravatura. Escreve
uma única peça de teatro, Gonzaga ou a Revolução de Minas, encenada em 1867, em
Salvador. No mesmo ano se transfere para a Faculdade de Direito de São Paulo, onde
estreita laços com importantes opositores do regime imperial, como Joaquim Nabuco, Rui
Barbosa e Salvador de Mendonça, mas não conclui o curso. Nessa época, durante uma
viagem ao Rio de Janeiro, trava amizade com José de Alencar e Machado de Assis . Em
1870 fere o pé em um acidente de caça e, já doente, retorna à Bahia e publica Espumas
Flutuantes, o único livro que vê editado. Seus poemas mais conhecidos são Vozes d’África
e O Navio Negreiro. As obras A Cachoeira de Paulo Afonso, Os Escravos e Hinos do
Equador são publicadas somente após sua morte. É chamado de O Poeta da Abolição e, por
seu estilo hiperbólico e grandiloqüente, é considerado representante do condoreirismo,
corrente poética que se origina na poesia épica do escritor francês Victor Hugo . Morre
tuberculoso em Salvador, aos 24 anos.

José de Alencar
  Escritor cearense. Um dos principais nomes do romantismo brasileiro na prosa,
é considerado o fundador do romance de temática nacional.

  José Martiniano de Alencar (1º/5/1829 - 12/12/1877) nasce em Mecejana. Cursa direito


em São Paulo e em Olinda (PE), entre 1845 e 1850. Ainda estudante publica os primeiros
trabalhos na revista Ensaios Literários (1847-1848). Nesse período escreve uma novela
histórica, Os Contrabandistas, queimada em uma brincadeira de um companheiro de
quarto. Trabalha como advogado e jornalista. Em 1854 escreve crônicas no Correio
Mercantil e em 1856 é redator no Diário do Rio de Janeiro. Nesse jornal lança em
capítulos os primeiros romancetes – Cinco Minutos (1856) e A Viuvinha (1857). Torna-se
famoso com O Guarani, publicado em folhetim também de 1857, obra que expõe as raízes
formadoras da nacionalidade e a miscigenação do português com o indígena. Nesse
mesmo ano estréia como dramaturgo ao escrever a peça O Rio de Janeiro – Verso e
Reverso, encenada no Teatro Ginásio. Ingressa na política em 1861, sendo eleito
deputado-geral pelo Ceará por quatro legislaturas. Em Como e Porque Sou Romancista
(1874), Alencar diz: "O único homem novo e quase estranho que nasceu em mim e com
virilidade foi o político". Casa-se com Georgina Cochrane em 1864, com quem tem um
filho. Ocupa a pasta da Justiça no gabinete do visconde de Itaboraí, de 1868 a 1870.
Escreve cerca de oito peças de teatro e 20 romances. Entre os históricos estão O Guarani,
Iracema (1865), considerado uma alegoria da colonização do Brasil e de toda a América
pelos europeus, e A Guerra dos Mascates (1873). Sua obra regionalista inclui O Gaúcho
(1870) e O Sertanejo (1875). O principal marco dos romances de temática urbana é
Senhora (1875). Além do romance urbano, seus livros se dividem também entre os
históricos e indianistas e os regionalistas. Em 1877 viaja para a Europa, a fim de se tratar
de tuberculose. Morre vítima da doença no mesmo ano, no Rio de Janeiro.

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