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Conceito27: é a entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer
reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como
elemento positivo (BALEEIRO, 2004, p.130 apud LEITE, 2016, p. 184).
OBS 1:
Ingresso = Todas as entradas, mesmo quando geram lançamento no passivo.
Receita = Apenas os ingressos que não geram lançamento no passivo.
Classificação:
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Receita é aquela arrecadada por ente de direito público. Esse conceito é restrito, pois pode ser também
uma pessoa de direito privado criada e controlada pelo Poder Público.
2. Quanto à afetação patrimonial:
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Art. 167, § 3º da CF/88
4.1. Preço Público:
Conceito: “Nada mais é do que a contraprestação paga pelos serviços pedidos ao Estado
ou pelos bens por ele vendidos e que constitui a sua receita originária”. (DEODATO,
1969, p. 49 apud HARADA, 2011, p. 43)
Espécies:
Preço quase-privado: finalidade lucrativa;
Preço público: simples cobertura dos custos;
Preço político: inferior aos custos.
Preço público X taxa X tarifa:
Preço Público: é uma receita originária referente ao pagamento de um serviço prestado
ou de um bem vendido no mercado.
Taxa: “A atuação estatal, no tocante às atividades essenciais e indelegáveis do Estado,
só pode ser desenvolvida pelo regime de direito público. No caso, teremos ‘serviço
público’ do ponto de vista material e formal, e, por conseguinte, a taxa”. (HARADA,
2011, p. 46)
Tarifa: é um preço privado, o poder público vai estabelecer regras para o seu
recolhimento, mas ela não representa receita.
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Classificação legal – Lei nº 4.320/64, em seu art. 11.
Receita tributária30:
Impostos;
Taxas; e Derivadas
Contribuições de melhoria
.
5.2. Capital: “Consistem nas receitas destinadas à aplicação e cobertura das despesas
(de capital) com investimentos e decorrem de um fato permutativo, ou seja, são
receitas por mutação patrimonial, exigem um ‘sacrifício patrimonial’ para ser
obtidas [...]” (JUND, 2006, p. 151, grifo nosso)
Exemplo: quando o Estado compra um veículo com seus recursos próprios.
Operações de crédito: Governo toma dinheiro emprestado31;
Alienação de bens: Governo vende patrimônio público, seja móvel ou imóvel;
Amortização de empréstimos: Governo emprestou dinheiro no passado e recebe Originárias
agora;
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Atualmente há cinco espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais), mas em 1964, com a Lei nº 4.320, eram reconhecidas apenas três
espécies (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
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No Direito Financeiro empréstimo compulsório não é receita tributária, e, sim, receita de capital, na
modalidade operação de crédito.
Transferências de capital: consistem em recursos recebidos de outras pessoas Originárias
jurídicas, independente de contraprestação em bens ou serviços, destinados a
atender às despesas de capital.
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Art. 50, §2o da LRF. A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão
central de contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
2. Lançamento/Formalização 33: “É o ato pelo qual se verifica a procedência do crédito
fiscal, a pessoa que lhe é devedora, e inscreve o débito desta”. (PASCOAL, 2006, p.
97)
Formalizar aquela cobrança, seria o ato tendente a tornar ou confirmar a obrigação
como certa, líquida e exigível;
Conjunto de providências concretas que vão formalizar aquela arrecadação.
OBS 3: Nem toda a receita é objeto de lançamento tributário. Outras receitas são
formalizadas por outros meios, tais como: contratos de prestação de serviços, venda de
mercadorias, empréstimos, entre outros, logo, o nome mais apropriado para esta fase seria
estágio de formalização da receita.
Transferências Constitucionais:
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Art. 142, do CTN. O procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência de fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso propor a aplicação da penalidade cabível.
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Art. 56, da Lei nº 4.320/64.
Basicamente o critério de rateio é a população e o PIB per capita. João Pessoa, por
exemplo, apesar de possuir uma população menor do que a de São Paulo, acaba recebendo
mais FPM, pois é mais pobre do que São Paulo.
Exemplo do ICMS → Quanto maior a arrecadação do ICMS naquele Município maior o
valor que esse Município recebe.
Exemplo do IPVA → Metade vai para o Município de origem do veículo, a outra metade
fica com o Estado.
d) Fundos regionais: criados para as regiões mais carentes do país (Norte, Nordeste e
Centro Oeste), servindo para o financiamento de atividades produtivas nessas regiões,
como o crédito produtivo com juros abaixo do mercado.
DESPESA PÚBLICA
Conceito: “Consiste no conjunto de gastos realizados pelo Poder Público para a
consecução de suas atividades principais, com o objetivo de financiar as ações do
governo, sempre com foco na satisfação das necessidades públicas” (LEITE, 2016, p.
259).
OBS 1: Nem sempre essa despesa será realizada por pessoa do direito público. A exemplo
das fundações de direito privado. No entanto, qualquer gasto realizado por uma entidade
estatal é despesa pública.
Classificação:
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Aquela despesa que no final não resulta em um bem de capital será uma despesa corrente.
Subvenções sociais 36 e econômicas37: são entes privados que recebem
auxílio do Estado, se a entidade que recebe tem fins lucrativos a subvenção
será econômica. Por outro lado, se a entidade recebedora não tiver fins
lucrativos, a subvenção será social. Para receber esses subsídios é preciso
obedecer aos critérios e preencher os requisitos.
OBS 2: Esse valor é destinado para ser usado com um gasto corrente.
Inativos e pensionistas: não estão trabalhando para o Estado, mas recebem
dele;
Salário-família ou abono: valor pago em forma de auxílio para pessoas
com filhos menores de 7 anos e que sejam de baixa renda, além de cumprir
uma série de exigências e pré-requisitos. É um valor incluído no salário do
servidor com a finalidade de auxílio e não necessariamente por um serviço
prestado em si.
Contribuição previdenciária: o valor é pago aqui pois é de interesse do
servidor (metade paga pelo desconto salarial e o restante pelo governo).
Juros da dívida: é o valor financeiro cobrado por aqueles que emprestam
dinheiro ao Estado. Os juros da dívida são somados com o valor de
amortização (valor recebido no empréstimo).
OBS 3: o pagamento da amortização não é uma despesa de fato, pois é
pego X e pago X. Já os juros que incorrem sobre esse valor (X) será tido
como despesa. Os juros é um encargo, no entanto não fica em custeio.
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Art. 16, da Lei nº 4.320/64. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão
de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional,
sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a esses objetivos, revelar-se mais
econômica.
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Art. 18, da Lei nº 4.320/64. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza
autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas
correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.
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Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
OBS 5: Obra não é a mesma coisa que reforma, reforma é manutenção.
Serviço em regime de programa especial: apesar de ainda constar na Lei nº
4.320/64, as portarias que atualizaram a lei não recepcionaram mais esses
serviços já que a contratação de um serviço não configura um bem de capital,
e sim um item de despesa corrente.
Material permanente: devem ser novos para serem tidos como investimento.
Constituição ou aumento do capital de empresas ou entidades agrícolas ou
industriais: a única diferença é que são as empresas agrícolas ou industriais
produzem novos bem, logo incrementam o PIB.
PE MP DP PJ PL
MPOG
UO
IFPB UFPB
UG CCSA CCJ
UA DDPub. DCJ
b) Funcional: diferentemente da institucional, essa classificação é padronizada para
todo o Brasil. Aqui o gasto público é classificado pela sua função, de saúde, educação,
legislativa etc.
c) Programática: assim como a institucional, essa classificação não é padronizada no
território nacional, pois cada ente varia o programa que irá desenvolver. Aqui há a
determinação legal de apresentar no orçamento quais programas irão ser operados e,
desse modo, para efetuar o gasto público deverá mostrar em qual programa será. Além
de facilitar o controle e aumentar a transparência, essa classificação garante uma
gestão mais eficiente, tendo em vista que permite uma maior riqueza de dados para
melhor alocar o dinheiro público e redirecionar o programa.
Espécies de empenho:
a) Ordinário;
b) Global: “É utilizado para os casos de despesas contratuais e outras, sujeitas a
parcelamento. Nesse caso, deve ser emitido o empenho global, deduzindo-se os
valores correspondentes nas respectivas quotas mensais, trimestrais, semestrais
etc.” (PASCOAL, 2006, p. 70).
Exemplo: aluguel, estradas, pontes, escolas etc.
c) Estimado: “Visa a realização de despesas cujo valor ou montante não seja
previamente determinado ou identificável e, geralmente, de base periodicamente
não homogênea” (JUND, 2006, p. 195).
Se a conta for maior será feita uma complementação de empenho;
Se for menor será feita uma anulação parcial.
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Art. 58, da Lei nº 4.320/64. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição
Exemplo: água, energia, gás, telefone etc.
4. Liquidação: “[...] consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por
base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito” (HARADA,
2011, p. 25).
OBS 10: Não é o pagamento, no sentido aplicado aqui é um atesto pela autoridade estatal
de que aquele valor deve ser pago.
Exemplo: Autoridade competente do poder público atesta que o serviço foi de fato feito
e que cabe ao Estado pagar.
5. Pagamento: “Último estágio na realização da despesa, o pagamento consiste na
entrega dos recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante ordem
bancária ou ordem de pagamento, caracterizado pelo despacho exarado por autoridade
competente (ordenador de despesas), determinando que a despesa seja paga [...]”
(JUND, 2006, p. 197).
Precatório:
Conceito: é uma requisição do Poder Judiciário ao Poder Executivo para que inclua na
LOA dotações40 específicas para fazer face aos débitos oriundos de condenações judiciais
contra a Fazenda Pública.
Cronologia: de acordo com o art. 100 da CF/88 “Os pagamentos devidos pelas Fazendas
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-
se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta
dos créditos respectivos [...]”.
a) Precatório Alimentar41: são os débitos da Fazenda Pública de natureza alimentícia,
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações etc. Eles serão pagos antes de todos os outros.
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A dotação será o somatório de todos os precatórios até 30 de julho, sendo incluída na LOA que será
enviada ao Legislativo até 31 de agosto.
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Art. 100. ........................................................................................
§1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão
pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
b) Precatório Alimentar Preferencial42: débitos alimentares cujos titulares sejam
idosos ou portadores de doenças graves, tendo preferência dentro da preferência (1º
de todos os precatórios). No entanto, independentemente do valor desse precatório,
ele só será pago até 3 vezes o valor da requisição de pequeno valor, sendo o restante
pago na ordem cronológica.
c) Requisições de Pequeno Valor: aqui não é preciso o precatório, sendo pago
diretamente pelo órgão. O RPV43 geralmente é definido por lei de cada ente público,
pois a capacidade de pagamento de cada um varia. No entanto o RPV não poderá ser
menor do que o valor de pagamento máximo do regime geral de previdência (R$
5.839,45).
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Art. 100. ........................................................................................
§2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data
de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos
com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o
restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
43
Art. 100. .............................................................................
§4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de
direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social.