Você está na página 1de 21

REVIT 2018

VIABILIDADE TÉCNICA E ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETOS DE ARQUITETURA

Autora:
Claudia Vasques - Arquiteta

www.construir.arq.br
Abril de 2017
Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Sumário
Agradecimentos............................................................................................................................................. 1

Sobre a autora ............................................................................................................................................... 2

Introdução ..................................................................................................................................................... 3

1. Atividades Técnicas e Etapas do Projeto de Arquitetura ........................................................................... 5

2. As Primeiras Etapas de Elaboração do Projeto de Arquitetura ................................................................ 8

3. Estudo de Viabilidade (EV) x Viabilidade Técnica ..................................................................................... 9


3.1. Índices Urbanísticos ...............................................................................................................10
3.1. Viabilidade Técnica do Terreno ..............................................................................................12
3.2. Viabilidade Técnica do Empreendimento ...............................................................................13

4. Desenvolvimento das Etapas de Projetos de Arquitetura pelos Conceitos BIM ....................................13


4.1. Visão Geral sobre BIM ............................................................................................................13
4.2. Níveis de Desenvolvimento (LOD/ND) e de Detalhamento ....................................................15
4.3. Correlacionando Etapas de Projetos e Níveis de Desenvolvimento .......................................16

5. Template Revit Construir_EV_EP: uma nova metodologia de modelagem ............................................18

Considerações finais ...................................................................................................................................18

Referências consultadas .............................................................................................................................19

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VAQUES


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Agradecimentos

A Deus, por tudo que nos tem proporcionado!!


Aos nossos pais, pelo sacrifício que permitiu nossa formação profissional.
Aos nossos esposos e filhos, pelo amor e apoio incondicional.
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros.

Aos nossos queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, nosso trabalho não teria sentido!!
Obrigada, obrigada e obrigada!!

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 1


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Sobre a autora

A professora paulistana Claudia Vasques é arquiteta e urbanista formada pela UFRRJ. Atuou como docente de AutoCAD, Desenho
Arquitetônico, Desenho Geométrico, Instalações Prediais e Tecnologia de Materiais em cursos técnicos em Edificações no estado do Rio de
Janeiro. Lecionou também sobre Revit e Sketchup para alunos de graduação em Arquitetura e Urbanismo e Engenharia. Entusiasta da
utilização de tecnologias digitais no desenvolvimento de projetos do setor de construção civil, atualmente integra a equipe de professores
desenvolvedores de conteúdo EAD para o portal Cursos Construir.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 2


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Introdução

As etapas de desenvolvimento de Projetos Arquitetônicos, conforme estabelecidos e definidos pelas normas ABNT NBR 13531:1995 – Elaboração de projetos
de edificações – Atividades técnicas e ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, além de permitirem a compreensão e o entendimento sobre uma determinada edificação, estabelecem ainda uma sequência lógica e
organizada para a realização das tarefas referentes à cada uma delas, facilitando e agilizando a comunicação entre os diversos agentes envolvidos no processo
de concepção projetual como um todo.

Os conceitos e tecnologias BIM (Building Information Modeling) permitem que o fluxo de informações entre tarefas, etapas e equipes de colaboradores atinjam
um nível ainda mais apurado e sofisticado de organização, tanto de ordem documental quanto de representação gráfica do projeto. Quando bem
compreendidos e adequadamente aplicados, promovem, sem dúvida alguma, um grande avanço em relação às formas tradicionais de elaboração de projetos
arquitetônicos baseados em sistemas CAD. Porém, para que esta nova forma de trabalho resulte em eficiência e eficácia, faz-se necessário não apenas o
conhecimento sobre o funcionamento da ferramenta escolhida (software BIM), mas inclusive e de maneira indissociável, o entendimento dos conceitos BIM
e conhecimentos técnicos referentes à natureza dos projetos em seus mais diversos aspectos.

Assim sendo, este e-book tem como objetivo principal apresentar um roteiro prático, conceitual e de fácil entendimento sobre o conteúdo e a metodologia
inédita e exclusiva apresentada no curso Revit 2018 – Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura, elaborado e desenvolvido pela
equipe do portal Cursos Construir.

No Capítulo 1 são apresentadas as definições e caracterizações das etapas de desenvolvimentos do projeto arquitetônico de acordo com as normas ABNT NBR
13531:1995 e ABNT NBR 13532:1995.

No Capítulo 2 são conceituadas as primeiras etapas de elaboração de um projeto de arquitetura, as quais constituem o conteúdo do curso, a saber:
Levantamento (LV), Programa de Necessidades (PN), Estudo de Viabilidade (EV) e Estudo Preliminar (EP).

No Capítulo 3 serão esclarecidas as diferenças entre os conceitos de Estudo de Viabilidade (EV) e Viabilidade Técnica, conceituados os Índices Urbanísticos e
relacionadas as informações necessárias e a serem obtidas para efeitos de análise de viabilidade técnica do terreno e do empreendimento a ser modelado no
curso.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 3


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

No Capítulo 4 são apresentados os conceitos BIM, de forma generalizada e resumida, e como estes traduzem o sequenciamento e o conteúdo das etapas de
desenvolvimento do projeto arquitetônico.

Por fim, no Capítulo 5, apresenta-se a versão do Template Revit Construir para as etapas de Estudo de Viabilidade e Estudo Preliminar, estruturado com base
nos conceitos BIM.

Então, vamos começar?

Bons estudos e sucesso!

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 4


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

1. Atividades Técnicas e Etapas de Projetos de Arquitetura


Por definição da ABNT NBR 13531:1995, a elaboração de um projeto de edificações (arquitetura, engenharia, hidráulica, elétrica, etc.) baseia-se no
levantamento de informações que são obtidas através de atividades técnicas principais e complementares. O subitem 2.3.1 da referida norma lista as
principais, a saber:

a) Topografia (TOP);
b) Sondagens de reconhecimento do solo (SDG);
c) Arquitetura (ARQ);
d) Fundações e estruturas (EST);
e) Instalações elétricas (ELE);
f) Instalações mecânicas (MEC);
g) Instalações hidráulicas e sanitárias (HID);
h) Luminotécnica (LUM);
i) Comunicação visual (CMV);
j) Paisagismo (PSG);
k) Arquitetura de interiores/decoração (INT);
l) Impermeabilização (IMP);
m) Outros.

As complementares são listadas no subitem 2.3.2:

a) Conforto térmico;
b) Conforto acústico;
c) Higiene;
d) Segurança contra incêndios;
e) Segurança contra intrusão e vandalismo;
f) Ergonomia;
g) Informática e automação predial;
h) Outras.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 5


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Estas atividades técnicas são realizadas através de etapas sucessivas de desenvolvimento, visando a organização do processo de concepção projetual, e são
definidas no item 2.4 da ABNT NBR 13531:1995 como sendo as seguintes:

a) Levantamento (LV);
b) Programa de necessidades (PN);
c) Estudo de viabilidade (EV);
d) Estudo preliminar (EP);
e) Anteprojeto (AP) e/ou pré-executivo (PR);
f) Projeto legal (PL);
g) Projeto básico (PB)(opcional);
h) Projeto executivo (PE).

Para o caso específico dos projetos de arquitetura, a ABNT NBR 13532:1995 – item 3.3 estabelece a sigla ARQ para identificar essas etapas, conforme abaixo:

a) Levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ);


b) Programa de necessidades de arquitetura (PN-ARQ);
c) Estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ);
d) Estudo preliminar de arquitetura (EP-ARQ);
e) Anteprojeto de arquitetura (AP-ARQ) ou de pré-execução (PR-ARQ);
f) Projeto legal de arquitetura (PL-ARQ);
g) Projeto básico de arquitetura (PB-ARQ) (opcional);
h) Projeto de execução de arquitetura (PE-ARQ).

Para uma melhor compreensão da ordem de cumprimento e da correlação entre as etapas de atividades técnicas, o Anexo A da ABNT NBR 13531:1995
apresenta um fluxograma bastante elucidativo e útil, o qual é ilustrado na Fig.01 abaixo enfatizando as etapas referentes aos projetos de arquitetura.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 6


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Simbologias Atividades técnicas Etapas do projeto


TOP Topografia EQP Equip. incorp. à constr. LV Levantamento
Início ou término do projeto
LEGENDAS

SDG Sondagem PSG Paisagismo PN Programa de necessidades


ARQ Arquitetura CMV Comunicação visual EV Estudo de viabilidade
Atividade técnica
EST Estrutura INT Arq. de interiores EP Estudo preliminar
ELE Inst. Elétricas AUT Automação predial AP Anteprojeto
Avaliação do contratante
LMT Luminotécnica ORÇ Orçamento de obra PL Projeto Legal
MEC Inst. Mecânicas CRO Cronograma de obra PB Projeto básico
Avaliação do poder público
HID Inst. Hidr. e Sanit. PE Projeto executivo

Fig.1 – Fluxograma exemplo de Projeto de Edificação. Fonte: Edição da autora com base no Anexo A da ABNT NBR 13531, ABNT.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 7


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

2. As Primeiras Etapas do Projeto de Arquitetura


O conteúdo do curso Revit 2018 – Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura abrange a modelagem de um complexo misto contendo
uma torre comercial baixa, uma torre de escritórios, um hotel e edifícios multifamiliares com foco nas etapas de Estudo de Viabilidade (EV) e Estudo Preliminar
(EP).

Porém, e como foi visto no capítulo anterior, como as etapas são sucessivas e complementam-se, faz-se necessário considerar também a etapa de
Levantamento (LV). A etapa de Programa de Necessidades (PN) é puramente conceitual e textual.

Considerando-se a sequência de ocorrência destas etapas que o curso abrange, seguem as devidas definições, de acordo com a ABNT NBR 13531:1995:

1) Levantamento (LV): destina-se à coleta de informações referenciais que representem as condições preexistentes e de interesse para a conceituação do
projeto, o que pode incluir dados:

a) Físicos; b) Técnicos, legais e jurídicos;


a. Planialtimétricos; c) Sociais, econômicos e financeiros;
b. Cadastrais; d) Outros.
c. Geológicos, hídricos;
d. Ambientais, climáticos, ecológicos;
e. Outros.

2) Programa de necessidades (PN): compreende a definição das necessidades específicas dos usuários quanto à edificação a ser construída, de forma a
atender às expectativas de uso, funcionalidade e desempenho. Por exemplo, no caso de uma residência, quantos pavimentos, dormitórios, banheiros,
adaptações para portadores de necessidades ou mobilidade reduzida, etc.

3) Estudo de Viabilidade (EV): etapa onde se analisam e avaliam as alternativas referentes à concepção da edificação, de seus elementos, instalações e
componentes para fins de recomendações e seleção das soluções a serem adotadas para o projeto. Compreende a fase de elaboração de croquis volumétricos
para os estudos de partido arquitetônico pensados para uma determinada edificação ou conjunto de edificações.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 8


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

4) Estudo Preliminar (EP): nesta etapa é onde se desenvolve o conjunto de desenhos e informações técnicas iniciais e aproximadas que permitam as primeiras
configurações para a compreensão da edificação. Utiliza como base os dados obtidos nas etapas anteriores. Os croquis evoluem no sentido de agora
representarem paredes, pisos, aberturas, coberturas e afins de forma tal que se possa demonstrar compartimentações setoriais iniciais, áreas e alturas.

Especificamente quanto aos projetos de arquitetura, o item 4 da ABNT NBR 13532:1995 especifica que, cada uma das etapas de elaboração dos mesmos,
devem sempre ser orientadas por informações de referência para a obtenção de informações e documentos técnicos, os quais, por sua vez, de acordo com o
subitem 4.4.1.2 da referida norma, podem ser apresentados na forma de:

a) Desenhos;
b) Textos (memoriais, relatórios, relações e listagens);
c) Planilhas e tabelas;
d) Fluxogramas e cronogramas;
e) Imagens, fotografias;
f) Maquetes;
g) Outros meios de representação.

3. Estudo de Viabilidade (EV) x Viabilidade Técnica


Uma vez identificadas e definidas as etapas de projeto a serem abordadas no curso, é necessária a compreensão da diferença entre os termos Estudo de
Viabilidade (EV) e Viabilidade Técnica.

O Estudo de Viabilidade (EV) é uma etapa do processo de elaboração de um projeto de edificação (ou empreendimento), e como tal, compõe-se de um
conjunto de informações iniciais de naturezas textual, técnica e de desenho que representem uma primeira ideia do “todo” projetual, ou seja, terreno,
condições climáticas, volumetrias e etc., etc., etc.

Já o termo Viabilidade Técnica aplica-se às partes deste “todo”. Compreende o resultado obtido através das análises técnicas preliminares necessárias para
avaliação do que se pode ou não parcelar ou edificar, de acordo com as legislações e normas aplicáveis para a construção em um determinado local. Desta
forma, pode (e deve!) ser realizado para a avaliação de uma gleba, de um terreno, de um edifício, de um complexo, de um sistema, e afins.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 9


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Assim sendo, a etapa de Estudo de Viabilidade (EV) resulta em relatórios e representações gráficas que contém as avaliações obtidas através das análises de
Viabilidade Técnica iniciais das partes que compõe a proposta do que se pretende construir.

Considerando-se então os propósitos do curso, serão estudadas as Viabilidades Técnicas do terreno e do empreendimento a serem modelados no Revit.
Para isto serão necessárias informações referentes à Zona urbana de localização e aos respectivos e necessários Índices Urbanísticos municipais.

3.1. Índices Urbanísticos


Os índices urbanísticos são parâmetros regulatórios de construção estipulados e definidos nos Planos Diretores Estratégicos (PDE) dos municípios,
regulamentados pelas respectivas Leis de Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) e cujo atendimento quanto aos seus valores mínimos e máximos são exigidos
pelos Códigos de Obras municipais (COE) para fins de aprovação de projetos e emissão de alvarás.

No caso do município de São Paulo, cujas legislações são as utilizadas neste curso, os índices urbanísticos são listados e conceituados no Quadro 1 A do PDE-
SP (Lei no. 16050 de 31 de julho de 2014), o qual pode ser obtido no site http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/arquivos/

Já os valores dos mesmos, são estipulados nas tabelas dos quadros da LPUOS-SP (Lei no. 16402 de 22 de março de 2016) de acordo com a Zona urbana. Estes
quadros podem ser obtidos no site http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/urbanismo/legislacao/zoneamento/index.php?p=214281

Antes de se apresentarem os índices que serão considerados para as análises de viabilidade técnica do terreno e do empreendimento a ser modelado, faz-se
necessário conceituar alguns parâmetros que devem ser calculados para tal finalidade:

P1) Área Total do Terreno (ATT) – é a área em projeção do terreno, ou seja, a área que foi encontrada pelo levantamento planialtimétrico.

P2) Área Total Projetada (ATP) – corresponde à área de toda a edificação em projeção horizontal, ou seja, sobre o terreno, logo não considera a quantidade
de pavimentos.

P3) Área Construída Computável (ACC) – é a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação que são consideradas para o cálculo do
Coeficiente de Aproveitamento (CA) (índice que será definido mais à frente). O COE de cada município lista as áreas computáveis.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 10


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

P4) Área Construída Não Computável (ANC) – soma das áreas cobertas de uma edificação que não são consideradas para o cálculo do CA, como, por exemplo,
os abrigos para carros (ver aplicações na LPUOS do município), a área de lazer comum de prédios (piscina, churrasqueira), guarita, apartamento do zelador
(até 60m², no caso da cidade de São Paulo).

P5) Área Total Construída (ATC) ou Área Total Edificada (ATE) – é a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos da edificação, sendo consideradas tanto
as áreas computáveis e não computáveis.

P6) Área Impermeável (AIMP) – é aquela ocupada por edificação ou pavimentação não drenante.

P7) Área Permeável (AP) – é aquela que permite a infiltração da água no solo, livre de qualquer edificação ou pavimentação não drenante. Nas áreas com
concregrama deve ser considerado o grau de permeabilização do material especificado pelo fabricante do mesmo. O seu cálculo é obtido somando-se a área
total projetada (ATP) e área impermeável (AIMP) e subtraindo-se esse valor da área total do terreno (ATT). Ou seja, AP = ATT – (ATP + AIMP).

P8) Gabarito (GA) – corresponde à altura de uma edificação, ou seja, à distância entre o piso do pavimento térreo e o ponto mais alto da cobertura excluídos
o ático e a caixa d’água.

P9) Potencial Construtivo (PC) – é o produto resultante da multiplicação da área total do terreno (ATT) pelo respectivo coeficiente de aproveitamento (CA).
Em São Paulo, pode ser calculado para as faixas mínimo (PC Mín), básico (PC Básico) e máximo (PC máx). Este parâmetro é utilizado para o estudo de
viabilidade técnica do terreno.

Quanto aos índices, no curso serão utilizados os seguintes:

I1) Coeficiente de Aproveitamento (CA) – índice (não possui unidade de medida) que expressa a relação entre a Área Construída de uma edificação e a Área
Total do Terreno (ATT). Mas, atenção, há de se considerar uma questão distinta aqui:

Quando estamos trabalhando na etapa de Estudo de Viabilidade (EV) as informações de áreas disponíveis são genéricas, baseadas em simples
volumetrias, portanto, não há ainda como definir áreas computáveis e não computáveis. Por isso, neste caso, o CA será calculado com base na Área
TOTAL Construída que está sendo estimada e, portanto, seu resultado corresponde ao estimado uso e aproveitamento do terreno. Logo, para o EV:
CA = ATC/ATT.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 11


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Para as demais etapas, o CA considera a Área Construída Computável (ACC). Logo, CA = ACC/ATT. O resultado corresponde ao efetivo uso e aproveitamento
que se fez do terreno.

Em São Paulo determinou-se uma faixa entre o mínimo, básico e máximo. Caso o CA obtido esteja entre o básico e o máximo, deve-se pagar uma taxa sobre
o excedente de área construída, chamada de outorga onerosa. O CA também é utilizado para a avaliação do Potencial Construtivo de um lote, conforme
visto acima.

I2) Gabarito Máx (GA Máx) – corresponde à altura máxima que uma edificação poderá atingir.

I3) Taxa de Ocupação (TO) – é o índice que expressa a relação entre a Área Total Projetada (ATP) da edificação ou edificações e a Área Total do Terreno (ATT).
Ou seja: TO = ATP/ATT.

I4) Taxa de Permeabilidade (TP) – é o valor percentual obtido através da relação entre a Área Permeável (AP) e a Área Total do Terreno (ATT). Ou seja: TP(%)
= (AP/ATT) * 100.

I5) Recuos – são os afastamentos horizontais (frontal, laterais e de fundos) de uma edificação em relação à edificação vizinha e logradouros. Estes parâmetros
são definidos tanto na LPUOS do município quanto nos regulamentos condominiais.

3.2. Viabilidade Técnica do Terreno


Para a avaliação da viabilidade técnica do terreno, de acordo com o escopo do curso (sempre bom frisar isso), serão necessárias as seguintes informações:

1) Área Total do Terreno (ATT);


2) Zona urbana onde o mesmo se localiza para a obtenção dos seguintes índices urbanísticos:
2.1) Coeficiente de Aproveitamento Mínimo (CA Mín);
2.2) Coeficiente de Aproveitamento Básico (CA Básico);
2.3) Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CA Máx).

Com base nestes, poderão ser calculados os valores de Potencial Construtivo (PC Mín, PC Básico e PC Máx) referentes ao terreno: PC = ATT * CA.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 12


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

3.3. Viabilidade Técnica do Empreendimento


Para a avaliação da viabilidade técnica do empreendimento, serão necessários a modelagem e o posicionamento de cada uma das edificações sobre o
terreno, assim como a definição das áreas impermeáveis, de estacionamentos, jardins e etc. para a obtenção dos seguintes parâmetros:

1) Área Total Projetada (ATP); 3) Área Construída Computável (ACC, a partir de EP); 5) Gabarito (GA).
2) Área Total Construída (ATC, para EV); 4) Área Impermeável (AIMP), e

Uma vez obtidos os valores desses parâmetros, serão calculados os índices referentes ao empreendimento, a saber:

1) Coeficiente de Aproveitamento: CA = ATC/ATT (em EV) e CA = ACC/ATT (a partir de EP)


2) Taxa de Ocupação: TO = ATP/ATT
3) Taxa de Permeabilidade: TP(%) = (AP/ATT) * 100

Na sequência, comparam-se os índices do empreendimento aos respectivos índices urbanísticos municipais para saber se os mesmos atendem às exigências
legislativas ou se serão necessárias alterações no projeto proposto para a conclusão da etapa de Estudo de Viabilidade (EV).

Resolvida a etapa de Estudo de Viabilidade (EV), inicia-se a etapa de Estudo Preliminar (EP) através do aprimoramento das características físicas e espaciais
dos edifícios que compõe o empreendimento modelado.

4. Desenvolvimento das Etapas de Projetos de Arquitetura pelos Conceitos BIM

4.1. Visão Geral sobre BIM

A tradução do significado da sigla BIM - Building Information Modeling – Modelagem da Informação da Construção – já indica a revolução e a evolução que o
mesmo provocou no setor da construção civil desde o seu surgimento, no início do ano 2000. Credita-se ao professor da Georgia Tech School of Architecture
e diretor do Digital Building Laboratory, Charles Eastman, a conceituação do termo BIM como sendo “um modelo digital que representa um produto, que, por
sua vez, seria o resultado do fluxo de informações do desenvolvimento do seu projeto”. Desde então, várias são as definições difundidas, e dentre estas, uma

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 13


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

das que melhor resume o conceito em si é o do AIA – American Institute of Achitects: “Uma tecnologia baseada em um modelo que está associado a um banco
de dados de informações sobre um projeto”.

E é exatamente por essa característica de operar sobre informações armazenadas e que consequentemente podem ser manipuladas, que o BIM se aplica a
todo o ciclo de vida de uma edificação ou empreendimento, desde sua concepção e idealização, projeto, construção, comissionamento, as built, reforma e
descomissionamento.

Por mais que diversos outros softwares tenham surgido no decorrer destes
anos com “cara” de solução BIM, aqueles que realmente o são apresentam
funcionalidades bastante específicas quanto aos produtos que são capazes
de gerar. Dentre essas distinções, como exemplos pode-se citar:

1) modelagem tridimensional;
2) extração de quantidades;
3) atualização automática do modelo como um todo no caso de
alterações em qualquer de suas partes;
4) realização de simulações e análises (energéticas, de conforto,
estruturais, dentre outras);
5) utilização de objetos paramétricos e inteligentes;
6) identificação automática de interferências;
7) gestão de bancos de dados integrados;
8) geração de documentos mais íntegros e consistentes;
9) complementação de uso através de outras tecnologias;
10) realização de trabalho integrado e colaborativo.

Tais características trouxeram então à tona a máxima de que “nem tudo o


que é 3D é BIM. Mas, se for BIM, será 3D”.

A premissa do trabalho colaborativo permite a troca de informações entre os Fig.2 – Esquema da troca de informações entre disciplinas estabelecido por um modelo
diversos agentes de equipes distintas, tornando possível que os modelos BIM compartilhado. Fonte: Coletânea BIM – Vol.1 – CBIC – pg. 58.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 14


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

sejam desenvolvidos para cada disciplina (arquitetura, estrutura, instalações elétricas, hidráulicas, etc.) e posteriormente compatibilizados e ajustados. Tal
prática define o chamado “modelo compartilhado” ou “modelo federado” (Fig.2).

Naturalmente, o conjunto desses fundamentos que permeiam o conceito BIM promovem mudanças significativas nas relações de trabalho, pois implicam
diretamente em mudanças culturais e organizacionais das empresas e demais agentes que atuam no setor da construção civil.

O processo de implantação de sistemas BIM é complexo e exige planejamento, investimentos em infraestrutura tecnológica e capacitação técnica de seus
profissionais e colaboradores, devendo estes serem considerados o foco principal nas estratégias de implantação.

Outra importante questão a ser colocada diz respeito à normalização BIM. Atualmente, o mercado brasileiro baseia-se em normas e padrões internacionais
para orientar a produção BIM no país.

Em 2009, a ABNT formou a comissão CEE 134 – Comissão Especial de Estudos relacionados ao BIM – para estabelecer as NBRs que comporão o Sistema de
Classificação da Informação da Construção. O conjunto de NBRs BIM será publicada em sete partes, das quais quatro já estão prontas.

Outra vertente necessária e que começa a tomar força no Brasil é o empenho de instituições públicas e privadas para a produção de manuais e guias sobre o
assunto no intuito de estimular o crescimento do uso e aplicação desta tecnologia e também de estabelecer padrões e boas práticas de trabalho.

Encerrando esta breve explanação, para maiores informações sobre BIM, recomendamos os materiais produzidos pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da
Construção), ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e pela Secretaria de Estado
do Planejamento do Governo de Santa Catarina como boas e elucidativas leituras.

4.2. Níveis de Desenvolvimento (LOD/ND) e de Detalhamento (LOI)


Devido ao fato de que modelos BIM operam sobre bancos de dados de informações, um dos requisitos primordiais e característicos para este tipo de processo
é a definição do Nível de Desenvolvimento (ND) do modelo (LOD, em inglês), ao qual se atrela o Nível de Detalhamento das informações contidas nos
elementos construtivos (LOI).

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 15


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Por definição do AIA, LOD (Level of Development) identifica o conteúdo específico mínimo requerido e seus usos autorizados para cada elemento do modelo,
o qual é dividido em cinco níveis progressivos de detalhamento e complementação (de 100 a 500). Já o LOI (Level of Information), refere-se ao conteúdo não
gráfico dos modelos em cada estágio de seu desenvolvimento.

Para a extração de documentos, o aspecto principal a ser considerado é a qualidade da representação gráfica dos elementos, ou seja, o ND/LOD; enquanto
que, para a extração de quantitativos e análises é primordial que os elementos sejam dotados das informações necessárias e compatíveis com as especificações
do projeto (LOI).

É recomendado que tanto o ND/LOD quanto o LOI sejam definidos por componente em cada fase do projeto, uma vez que os níveis de detalhamento
necessários variam de acordo com o tipo de contrato, características do empreendimento e uso que será dado ao modelo. (ASBEA, Boas Práticas em BIM –
Parte 2 – pg. 4).

4.3. Correlacionando Etapas de Projeto e Níveis de Desenvolvimento (ND)


Considerando-se a cultura atual de desenvolvimento de projetos em etapas sucessivas e as novidades da modelagem BIM quanto às características que
definem os elementos em cada ND, tem-se buscado correlacionar-se ambos os fatores, etapas e NDs, visando uma organização projetual mais condizente com
as práticas baseadas em marcos de desenvolvimento do projeto para fins de contrato e entrega. Mas, é importante frisar que esta correlação nem sempre será
rígida, uma vez que dependerá da natureza do projeto a definição do que se precisa obter em uma determinada etapa. Ou seja, pode ocorrer de componentes
com ND diferentes ocasionalmente apresentarem-se em uma mesma etapa de desenvolvimento do projeto. O ideal é a definição de um Plano de Execução
BIM, documento este que, além de outras diretrizes, deve estabelecer quando cada elemento será representado e em que ND. Para maiores informações
sobre o referido documento, consulte as leituras sugeridas no final do item 4.1.

Em função do exposto acima, vale ressaltar também, que levar esta prática ao pé da letra implicará na necessidade de criação de bibliotecas de componentes
diferenciadas para cada ND. Esta decisão, portanto, no caso de projetos autorais, caberá ao profissional projetista (seja este arquiteto ou engenheiro), e no
caso de escritórios e empresas, às políticas da mesma quanto ao setor de desenvolvimento de projetos no qual atue.

Visando a questão didática para o aprendizado do uso da ferramenta Revit em concordância com os conceitos BIM expostos, o quadro abaixo ilustra a
correlação entre Etapas de Projeto e Níveis de Desenvolvimento, com base nas definições do AIA para cada ND, que serão adotadas no decorrer deste e de
outros cursos Revit do portal Construir. Nota: As imagens utilizadas no quadro foram extraídas dos guias BIM ABDI e ASBEA.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 16


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Quadro de Correlações entre Etapas e Níveis de Desenvolvimento (ND)


Fase Concepção Definição Interfaces Detalhamento Pós-Entrega
Estudo de Viabilidade Estudo Preliminar Anteprojeto Projeto Projeto Básico Projeto Executivo As Built
Etapas
(EV) (EP) (AP) Legal (PL) (PB) (PE) (AB)
Nível de
ND 100 ND 200 ND 300 ND 350 ND 400 ND 500
Desenv.
Representação Representação Representação gráfica Representação Representação gráfica Modelo
gráfica por um gráfica como um como um sistema, gráfica como um como um sistema, verificado em
símbolo ou outro sistema, objeto ou objeto ou montagem sistema, objeto ou objeto ou montagem campo em
elemento genérico montagem específico com montagem específico com termos de
(Massas). Permitem genérico com tamanhos, formas, específico com tamanhos, formas, tamanho,
cálculos estimativos tamanhos, formas, quantidades e tamanhos, formas, quantidades, formas,
de áreas de quantidades e orientações específicas. quantidades, orientações com localização,
Descrição
construção e análises orientações Contém informações orientações e informações quantidades e
gerais de absorção aproximadas. LOI interfaces com detalhadas sobre orientações.
solar, sombreamento Também podem outros sistemas fabricação, montagem
e acessos. conter informações também e instalação. Contém
LOI específicos. informações LOI
Contém
informações LOI

Exemplo

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 17


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

5. Template Revit Construir_EV_EP: uma nova metodologia de modelagem

O curso Revit 2018 – Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura, traz uma novidade. Um novo template configurado especialmente
para a aplicação dos conceitos BIM no ensino da utilização da poderosa ferramenta Revit.

Desenvolvido, até o momento, especificamente para contemplar as etapas de Estudo de Viabilidade e Estudo Preliminar, busca introduzir um novo conceito
de modelagem 3D que visa proporcionar uma experiência inédita no processo de elaboração de projetos arquitetônicos.

A equipe da Cursos Construir, sempre comprometida com a excelência na concepção e preparação de seus cursos, busca inovar mais uma vez para motivar
ainda mais o aprimoramento de seus alunos.

Maiores detalhes e informações serão transmitidas no decorrer das videoaulas!

Considerações Finais
Encerramos este e-book na expectativa de que o mesmo tenha acrescentado conhecimentos valiosos a você.

Lembre-se de que este conteúdo servirá como importante fonte de consulta tanto no decorrer do curso quanto em outros momentos de seus estudos.

Assim sendo, prepare-se para começar e conhecer a nossa nova metodologia.

Bons estudos pra você, e sucesso!

Até mais,

Profa. Claudia Vasques e equipe Construir.

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 18


Revit 2018
Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura

Referências consultadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13531 Elaboração de projetos de edificações – Atividades técnicas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13532 Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA – ASBEA. Guia AsBEA Boas Práticas em BIM – vols. 1 e 2. São Paulo, 2015.
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL – ABDI. Projeto Guias Técnicos BIM – EDIFICAÇÕES – Guia 1 – Texto Preliminar. Brasília, 2017
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – CBIC. Coletânea Implementação BIM para Construtoras e Incorporadoras – vols. 1 a 5. Brasília: CBIC,
2016
COMITÊ DE OBRAS E SERVIÇOS DO GOVERNO DE SANTA CATARINA. Caderno BIM de Apresentação de Projetos de Edificações em BIM. Santa Catarina: 2016

Cursos Construir – www.construir.arq.br PROFA. CLAUDIA VASQUES 19

Você também pode gostar