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18/02/2020 Universidade de Brasília puniu assessor de Bolsonaro por frases racistas

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Universidade de Brasília puniu


assessor de Bolsonaro por frases
racistas
SEPTEMBER 17, 2018

paulo kramer

Colaborador da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o cientista


político Paulo Roberto da Costa Kramer foi punido em  pela
Universidade de Brasília (UnB) por conta de declarações consideradas
racistas. Em uma aula sobre políticas sociais adotadas nos Estados Unidos,
Kramer, de acordo com alunos, disse a frase “Não adianta dar dinheiro para
essa crioulada”. Na aula seguinte, ao ser questionado por um aluno, o então
professor-adjunto afirmou que continuaria a falar “crioulada” e acusou o
jovem de ser “racista negro” e da “Ku Klux Klan negra”, numa referência à
organização racista norte-americana. Na época, Kramer declarou que
utilizara a palavra “crioulada” como tradução da expressão “black under
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18/02/2020 Universidade de Brasília puniu assessor de Bolsonaro por frases racistas

class”, utilizada nos Estados Unidos para caracterizar populações negras


muito pobres.

O caso, ocorrido em julho de , foi levado por alunos à reitoria da UnB,
que determinou uma investigação sobre a conduta do professor. Quase um
ano depois, a comissão processante formada pela universidade concluiu que
ele violara normais internas e infringira a Lei Caó, que trata de crimes
relacionados ao racismo. O reitor Timothy Mulholland determinou então a
suspensão de Kramer por  dias, punição que acabou convertida em multa
de metade de seu salário.

O professor recorreu à Justiça contra a decisão da UnB, alegou que havia


falhas no processo administrativo. Mas, no último dia  de junho, a
Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da ª Região negou sua
apelação. Aposentado desde  da universidade, Kramer disse a VEJA
nesta segunda-feira que apenas seu advogado, Marco Antônio Meneghetti,
falaria sobre o caso. À reportagem, o defensor revelou que seu cliente
decidira não recorrer da decisão.

Em , o cientista político anunciou que iria processar os alunos


responsáveis pela acusação, mas seu advogado afirmou que ele não tomou
esta atitude. Segundo Meneghetti, Kramer, no processo administrativo, não
foi acusado de racismo, mas de injúria racial. O professor aposentado disse a
VEJA que sua contribuição à campanha de Bolsonaro é voluntária. Em
reportagem publicada pelo jornal O Globo, ele definiu suas funções na
campanha: “Eu dou pitaco, sugestões para desenvolver melhor a mensagem.
No grupo do WhatsApp as pessoas veiculam as ideias, vídeos, outros
materiais, aí eu sempre falo uma coisa ou outra para orientar.“

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