Você está na página 1de 2

Sem esperança, não surge o inesperado.

Murilo Mendes, Texto Délfico, 1972

A CSD – CUT Socialista e Democrática/RS, corrente de militantes


sindicais, orgânica à Central Única dos Trabalhadores vem, através
deste manifesto, dialogar com a sua militância do ramo da
Educação.

No Brasil, o governo genocida e omisso de Bolsonaro, se caracteriza


pelo aumento do desemprego, agravamento da violência
institucional e policial, destruição do meio ambiente,
aprofundamento das desigualdades e exclusão e perda da
soberania nacional. Nosso país passa pelas maiores crises sanitária
e econômica da sua história e tem sua democracia constantemente
atacada. Essas marcas também estão presentes na área da
educação, com políticas privatistas e excludentes, inseridas numa
forte ação no sistema de conceitos e valores na sociedade que
remontam a períodos infelizes e violentos na história da
humanidade.

No Rio Grande do Sul estas políticas e concepções estendem seus


tentáculos. O Governo Eduardo Leite (PSDB) aprofunda o desmonte
da escola pública e ataca os servidores públicos, em especial
trabalhadoras e trabalhadores da educação, retirando direitos e
conquistas históricas da nossa categoria. Precisamos, também,
combater a utilização da crise provocada pela pandemia por
políticas que objetivam, de forma oportunista, a desconstituição do
papel do professor para instituir o trabalho flexível e precário,
comprometendo a qualidade da Escola Publica.

Sucessivos governos de direita agiram contra a escola pública e


suas trabalhadoras e trabalhadores. Nesses tempos, tivemos breves
experiências de Governos Populares onde conseguimos garantir o
plano de carreira, promoções e reajustes salariais, ainda que
insuficientes. Esses governos, com as lutas de nossa categoria,
implementaram políticas educacionais e um conjunto de ações com
o objetivo de avançar na formação humana, na consciência crítica e
na inclusão social.
Entretanto, a cada um desses avanços, sucederam-se governos
que, por períodos significativos, trabalharam para estancar e
retroceder conquistas obtidas pela luta social e sindical.
Portanto, é nosso dever como sindicato, rearticular e reacender
a confiança na luta por mais direitos e por reconhecimento da
importância do nosso trabalho e da escola pública como espaço
de emancipação humana.

Neste sentido, as lutas sociais e sindicais estão, cada vez mais,


desafiadas à mobilização permanente das suas bases a fim de
resistir e evitar maiores retrocessos. Essa tarefa é redobrada,
pois as sucessivas reformas que atacam os funcionários de
escola e o magistério público estadual afetam, essencialmente,
o motor da ação transformadora: a esperança e a confiança na
capacidade humana de superação. A nossa luta vai além do
material: é um ato de defesa dos valores civilizatórios básicos,
tão aviltados pela violência física e simbólica, renascidas e
praticadas no Brasil atualmente.

No âmbito político nunca foi tão necessário a constituição de


uma Frente de Esquerda para além das disputas eleitorais. Uma
Frente orgânica, capaz de construir consensos em torno do que
é essencial: avanço de direitos sociais, qualidade de vida para o
povo, aprofundamento dos processos civilizatórios por meio da
defesa e radicalização da democracia. Essa mesma unidade é
preciso ser, permanentemente, construída e reforçada no
CPERS-Sindicato. O momento histórico exige a unidade das
forças de esquerda. Se em outros tempos, pudemos reafirmar
divergências legítimas que compõem o nosso Sindicato, hoje
não podemos arriscar.

Manter o diálogo e a politização da categoria, o combate às


políticas de Leite, a recuperação da dignidade das
trabalhadoras e trabalhadores em educação, a garantia da
escola pública com conteúdo humanista, de valorização e luta
pelos direitos humanos e de caráter transformador exige uma
ação unificada com todos aquelas e aqueles que se associam a
essas pautas. O que está em jogo são a vida e o futuro e, para
isso, precisamos reunir grupos e pessoas que, apesar de
diferenças pontuais, não hesitem em assumir o enfrentamento
necessário para superarmos as grandes dificuldades que a
conjuntura nos apresenta.

Pela UNIDADE que constrói o CPERS.


Um sindicato que luta sempre e honra sua história!
CUT Socialista e Democrática/RS - Agosto de 2020

Crédito das Fotos: Cpers Sindicato

Você também pode gostar