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ETAPA 1
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso de Redação
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autora
Iara de Oliveira
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Jóice Gadotti Consatti
APRESENTAÇÃO
O homem é um ser social. Ele não vive isoladamente no mundo, relaciona-se com
outros e interage com os ambientes em que se insere. Tais relações se efetivam por meio
de textos, os quais se valem quer da linguagem verbal, quer da linguagem não verbal,
ou seja, constantemente somos intimados a produzir, analisar e interpretar os mais
variados gêneros de textos, com os quais efetivamos nossos discursos e nos inserimos
nos contextos sociais e comunicativos de que fazemos parte.
A Unidade 4, por sua vez, focaliza a leitura e a interpretação de textos, tanto verbais
quanto não verbais. Além disso, apresentará as habilidades e competências necessárias
2 REDAÇÃO
para uma compreensão adequada dos textos que lemos, principalmente aqueles que
dizem respeito ao nosso ambiente de estudo e ao nosso ambiente profissional. Assim,
questões como a observação, análise, identificação, inferência, dedução, contextualização
e interpretação serão trabalhadas, contribuindo para a construção de conhecimentos
que aprimorem nosso ato de ler e interpretar.
Por fim, desejamos que este curso seja um instrumento valioso para sua produção
textual, trazendo-lhe informações e conhecimentos necessários para auxiliá-lo nos atos
de escrever, ler e interpretar, os quais são frequentes em nossas práticas sociais diárias.
Bom trabalho e bom proveito!!
Tópico 1: O texto
Tópico 2: O texto e o discurso
Tópico 3: O texto escrito
INTRODUÇÃO
1.1 O TEXTO
Na situação que acabamos de retratar, temos: Pedro, produtor da fala, por isso
chamado de enunciador; Paulo, aquele que está ouvindo e, portanto, considerado
o enunciatário; e o que foi dito, chamado de texto. Observe que a fala de Pedro está
inserida em um contexto de comunicação: uma conversa entre amigos, a lembrança de
um amigo que não é visto com frequência, a solicitação de um meio para reestabelecer o
contato. No entanto, se lermos novamente o texto de Pedro com atenção, perceberemos
- Nossa! Faz tempo que não vejo o Antônio. Quero que, por favor, você me forneça o
número de telefone dele. Quem sabe ligo ou mando uma mensagem para ele.
Como fica evidente no que vimos anteriormente, de que um texto não pode ser
entendido apenas como um conjunto de palavras, temos que o texto (escrito ou oral) se
concretiza como parte de um processo maior que é a própria comunicação. Ele precisa
de um enunciador, um enunciatário, uma intenção, um contexto (elemento primordial
para sua significação) etc., para ganhar sentido, ter significação.
Tudo o que vimos até agora deixa clara a perspectiva de que o texto é um ato
comunicativo, não uma produção descontextualizada. Entendendo esta primeira
dimensão, podemos aprofundar um pouquinho mais o seu conceito. Sigamos em frente!
ÇÃO!
ATEN
Para entender melhor a ideia de que os textos são parte integrante de nosso
cotidiano, observe os elementos a seguir:
[...] uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que
é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma
situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido
e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida,
independentemente de sua extensão (KOCH; TRAVAGLIA, 1992, p. 8-9).
IMPO
RTAN
TE!
Neste curso, por questões didáticas e em virtude de sua finalidade (auxiliar
acadêmicos em suas produções textuais escritas), nos concentraremos nos
textos escritos.
IMPO
RTAN
TE!
Para aprofundar seus conhecimentos sobre texto, recomendamos o livro:
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo:
Parábola, 2010. (Série estratégias de ensino, 21).
Você certamente já ouviu ou leu a frase “O ser humano não é uma ilha”. Ela
serve para mostrar que o sujeito não vive isolado, ele vive em sociedade e nas relações
que estabelece com os demais sujeitos. Cada sociedade, por sua vez, apresenta ideais,
ideologias, aspectos culturais, normas, princípios que são seus, que a marcam como
tal. Assim, as sociedades são diferentes, mas inter-relacionam-se. Elas representam o
contexto em que a comunicação se estabelece, afinal, como você já sabe, a comunicação
é um ato social. Ninguém vive em sociedade sem estabelecer comunicação, por isso
utilizamos os textos, como vimos no tópico anterior.
Toda vez que nos comunicamos, ou seja, que produzimos um texto, nele se
inserem todos os elementos que marcam uma determinada sociedade (formas de pensar,
aspectos culturais, ideologias, marcas etnográficas, históricas, espaciais etc.). Para que
o enunciatário possa compreender o texto e concretizar a situação comunicativa, fará
uso dos conhecimentos que construiu nessa sociedade em que se insere, conhecimentos
prévios e de mundo.
1. Tenha o jantar sempre pronto. Planeje com antecedência. Esta é uma maneira de
deixá-lo saber que se importa com ele e com suas necessidades.
2. A maioria dos homens estão com fome quando chegam em casa, e esperam por
uma boa refeição (especialmente se for seu prato favorito), faz parte da recepção
calorosa.
3. Separe 15 minutos para descansar, assim você estará revigorada quando ele chegar.
Retoque a maquiagem, ponha uma fita no cabelo e pareça animada.
4. Seja amável e interessante para ele. Seu dia foi chato e pode precisar que o anime
e é uma das suas funções fazer isso.
5. Coloque tudo em ordem. Dê uma volta pela parte principal da casa antes do seu
marido chegar. Junte os livros escolares, brinquedos, papel, e em seguida, passe
um pano sobre as mesas.
6. Durante os meses mais frios você deve preparar e acender uma fogueira para ele
relaxar. Seu marido vai sentir que chegou a um lugar de descanso e refúgio. Afinal,
providenciando seu conforto, você terá satisfação pessoal.
7. Dedique alguns minutos para lavar as mãos e os rostos das crianças (se eles forem
pequenos), pentear os cabelos e, se necessário, trocar de roupa. As crianças são
pequenos tesouros e ele gostaria de vê-los assim.
8. Minimize os ruídos. Quando ele chegar desligue a máquina de lavar, secadora ou
vácuo. Incentive as crianças a ficarem quietas.
9. Seja feliz em vê-lo. O receba com um sorriso caloroso, mostre sinceridade e desejo
em agradá-lo. Ouça-o.
10. Você pode ter uma dúzia de coisas a dizer para ele, mas sua chegada não é o
momento. Deixe-o falar primeiro, lembre-se, os temas de conversa dele são mais
importantes que os seus.
11. Nunca reclame se ele chegar tarde, sair para jantar ou outros locais de entretenimento
sem você. Em vez disso, tente compreender o seu mundo de tensão e pressão, e a
necessidade de estar em casa e relaxar.
12. Seu objetivo: certificar-se de que sua casa é um lugar de paz, ordem e tranquilidade,
onde seu marido pode se renovar em corpo e espírito.
13. Não o cumprimente com queixas e problemas.
15. Deixe-o confortável. Faça com que ele se incline para trás numa cadeira agradável
ou deitar-se no quarto. Dê uma bebida fria ou quente pronta para ele.
16. Arrume o travesseiro e se ofereça para tirar os sapatos dele. Fale em voz baixa,
suave e agradável.
17. Não faça-lhe perguntas sobre suas ações ou que questionem sua integridade.
Lembre-se, ele é o dono da casa e, como tal, irá sempre exercer sua vontade com
imparcialidade e veracidade. Você não tem o direito de questioná-lo.
18. Uma boa esposa sabe o seu lugar.
FONTE: GUIA da boa esposa. Housekeeping Monthly, 1955. Disponível em: <http://awebic.com/
cultura/guia-boa-esposa-1950/>. Acesso em: 2 abr. 2016
O texto, como você pode notar durante a leitura, reflete a forma de pensar de uma
sociedade (Estados Unidos, década de 50, do século XX, mas aplicável às sociedades
ocidentais da época) sobre a mulher. Fica evidente que a proposta deste escrito é mostrar
às mulheres que elas devem ocupar-se da casa, dos filhos e do marido, não se envolvendo
com qualquer outra atividade ou pensamento que as afastem disso, ou seja, os redatores
da revista defendem a visão de que o lugar da mulher é em casa, submissa ao marido
e a transmitem em seu “guia”. Não se esqueça de que na década de 50 do século XX, já
havia movimentos buscando igualdade entre homens e mulheres, equidade de direitos
e deveres, uma maior atuação da mulher nos postos de trabalho e nas questões sociais.
O texto, então, traz o discurso de uma parcela da sociedade (ainda maioria naquele
momento) que, contrária às mudanças, segue vendo a mulher como uma espécie de
“organizadora” da casa, responsável pela harmonia doméstica e totalmente alheia ao
que ocorre além dos portões de seu quintal. Uma verdadeira “Rainha do Lar” como foi
“carinhosamente” denominada por tanto tempo.
Se fossemos adiante nesta ilustração, poderíamos verificar como essa visão foi
se modificando nos textos das décadas seguintes, chegando às perspectivas que hoje
circulam em nossas sociedades. No entanto, nosso foco aqui não é discutir a visão da
mulher e sua emancipação (embora este seja um tema tão relevante quanto tantos outros
em nossa esfera social), mas mostrar como os discursos se materializam nos textos que
Resumindo o que vimos neste item, trazemos as afirmações de Abreu (2008, p. 11):
Como neste curso nos preocupamos um pouco mais com a escrita, passaremos,
a seguir, a estudar o texto escrito e seus componentes.
Os textos podem ser produzidos tanto de forma oral quanto de forma escrita.
No entanto, cada um deles possui dimensões que lhes são próprias e as distinguem uns
dos outros. Ao dizer isso, não estamos de modo algum afirmando que os textos escritos
são melhores que os orais ou vice-versa, estamos única e exclusivamente expondo que
são duas modalidades diferentes de produção textual. Em virtude dessa perspectiva,
comecemos por estudar as diferenças entre eles.
Já vimos que nos comunicamos por meio de textos. Esses textos podem ser falados
ou escritos, dependendo das situações comunicativas das quais participamos. Se, por
exemplo, estamos caminhando em um lugar desconhecido, estamos um pouco perdidos
Vale destacar que textos orais e textos escritos não são opostos, como já
mencionamos anteriormente, não estão em polos diferentes. Lembre-se de que existem
níveis de linguagem e gêneros discursivos para cada situação comunicativa, questões
que veremos mais adiante neste curso. Há os textos orais, produzidos “face a face”,
que ocorrem em uma interação entre enunciador e enunciatário, os quais trazem
repetições, fragmentações etc., mas há textos orais, como os que ocorrem em palestras,
conferências, em que o texto oral se aproxima da escrita. Igualmente, há textos escritos
que se aproximam da oralidade, como os que vemos em alguns blogs ou em seções
específicas de jornais e revistas, ou seja, em conformidade com o contexto, os textos,
quer orais, quer escritos, sofrem adequações.
Veja como Marcuschi aborda a questão dos textos orais e escritos na figura a
seguir:
Koch e Elias (2009) afirmam que durante bastante tempo esteve vigente a ideia
de que linguagem oral e linguagem escrita (estendendo a perspectiva para textos orais
e escritos) eram opostas, surgindo, inclusive, uma espécie de quadro de diferenças que
as autoras reproduziram em seu livro e que mostraremos a seguir:
Fala Escrita
Contextualizada Descontextualizada
Implícita Explícita
Redundante Condensada
Não planejada Planejada
Predominância do modus pragmático Predominância do modus sintático
Fragmentada Não fragmentada
Incompleta Completa
Pouco elaborada Elaborada
Pouca densidade informacional Densidade informacional
Predominância de frases curtas, simples e Predominância de frases complexas, com
coordenadas subordinação abundante
Pequena frequência de passivas Emprego frequente de passivas
Note que o texto citado traz repetições, lacunas, marcadores de oralidade como
“se bem que”, “a gente”, “saltam...aos olhos”, os quais são adequados ao texto oral,
porque, como vimos, esta modalidade apresenta uma estrutura que permite tais recursos.
O que não ocorre na modalidade escrita, como veremos a seguir.
S!
DICA
Para saber mais sobre a diferença entre a escrita e a fala, assista ao vídeo
do professor Marcuschi. Disponível em: <https://www.youtube.com/watc
h?v=XOzoVHyiDew&nohtml5=False>.
[...] a escrita é vista como produção textual, cuja realização exige do produtor a
Desse modo, a escrita é entendida como não apenas o domínio das regras
gramaticais e vocabulário, ou dos pensamentos do escritor, mas fruto da interação entre
enunciador-contexto-enunciatário-intenção comunicativa.
Como fica evidente nas palavras de Santos (2010), o texto escrito também se insere
em um contexto específico, articula-se com um propósito e dirige-se a um público, o
qual, por sua vez, faz um esforço de interpretação. Sobre este último elemento (público/
leitor), destacamos que há uma dinâmica diferenciada da escrita em relação à fala:
“escrever quer prever o outro, isto é, prever um leitor. O texto está sendo produzido
para alguém lê-lo, seu amigo, seu professor ou o cliente da empresa para a qual você
trabalha” (TAFNER, 2009, p. 12). Nosso enunciatário não está presente no momento
em que escrevemos, ele não interage no exato momento da produção. É apenas uma
imagem, uma projeção de quem imaginamos que lerá o que escrevemos. Sob certos
aspectos, construímos, idealizamos o leitor de nosso texto, definimos que conhecimentos
ele deve ter para compreender o que tentamos transmitir.
Dito isso, podemos mencionar uma outra dimensão importante do texto escrito:
a autonomia. Um texto escrito pode chegar onde a fala não alcança e ultrapassar as
barreiras de tempo e espaço. Portanto, nele deverá existir uma amplitude de marcas e
pistas que permitam ao enunciatário reestabelecer o contexto comunicacional e, desse
modo, depreender a mensagem nele contida. O texto escrito, uma vez enviado a seu
destino não pode mais ser “corrigido”, não haverá a possibilidade do “o que eu quis
dizer...”. Ele deve ser claro e estruturado de tal forma que diga o que deve dizer e chegue
a quem se destina.
arrepiados, King finalmente preenche uma lacuna em sua extensa galeria de tipos.
Para quem já criou cachorros e outros animais possuídos pelo demônio, máquinas
com desejos assassinos, bonecos vingativos e outras entidades bizarras, faltava a ele
o personagem mais comum e reverenciado da literatura de suspense e mistério: o
detetive. Bill Hodges é tratado com muito carinho por seu criador.
"Mr. Mercedes" foi anunciado como o primeiro livro de uma trilogia de
aventuras com o ex-policial. E King já manifestou o desejo de produzir uma série de
TV para ele.
O escritor é venerado por muitos fãs por sua criatividade. Com justiça, embora
sua produção prolixa e irregular dos últimos anos às vezes comprometa a percepção
de sua obra extraordinária na literatura de terror e suspense do século passado.
Por isso, muitos fãs devem estar esperando para ver quais as características
que vão marcar o detetive de King. E aí vem a surpresa.
No lugar do recurso habitual de criar alguma bossa para um herói detetive –
traumas familiares, alcoolismo, sede de vingança, hobbies esquisitos, coisas assim –,
King rascunhou Hodges como um tipo bem comum. Bebe, sim, mas pouco, apenas
para atenuar o tédio da aposentadoria. Tem lá seus probleminhas com o passado, mas
nada que interfira na ação.
Hodges é apenas um veterano de investigações, um cara que conhece bem as
ruas de sua cidadezinha no meio-oeste americano. Quando o sr. Mercedes envia ao
ex-policial uma carta na qual assume a autoria dos atropelamentos e promete matar
novamente, Hodges vai atrás dele porque é só isso que sabe fazer na vida: caçar e
prender os caras maus.
"Mr. Mercedes" não é uma história de mistério. Sabemos quem é o assassino,
o que ele fez e como fez logo no primeiro terço da narrativa. O que vale mesmo é a
maneira tensa como King vai estabelecendo o confronto entre mocinho e bandido. O
mestre do terror ainda sabe contar muito bem uma história.
FONTE: Thales de Menezes, Folha Ilustrada, Folha de São Paulo, 2 abr. 2016. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/04/1756627-stephen-king-volta-a-velha-boa-
forma-com-mr-mercedes.shtml>. Acesso em: 2 abr. 2016.
Além das questões levantadas até o momento, também é importante destacar que
para cumprir os propósitos do texto, seu escritor precisará de um bom conhecimento da
ortografia, da gramática e do léxico de sua língua. Dominar esses recursos permite uma
escolha de vocabulários adequados à finalidade do texto, a dar transparência ao texto.
a) Clareza: apresentação das informações de modo fácil, simples, em uma ordem que
facilite a compreensão. Muitas vezes, a clareza do texto se perde porque o autor
tem muita familiaridade com o tema e, em virtude disso, deixa de mencionar dados
importantes para a reconstrução de sentido, realizada por um leitor que não tem o
mesmo domínio do assunto. Há, ainda, situações em que o escritor não tem dados
suficientes sobre o tema, deixando em sua escrita lacunas que dificultam a compreensão
da mensagem. Também o uso excessivo de termos técnicos pode comprometer sua
clareza, bem como alguns termos que podem gerar ambiguidade.
Gold (2002 apud TAFNER, 2009) destaca que para a obtenção da clareza em
nossos escritos, faz-se necessário: a) organizar a forma como o assunto será apresentado,
estabelecendo uma lógica em sua sequencialização; b) empregar parágrafos de extensão
curta, na qual se perceba a ideia central e as ideias secundárias; c) utilizar as frases
em sua ordem direta; d) empregar uma linguagem simples, respeitando, entretanto, a
formalidade e as normas gramaticais aplicáveis àquela produção específica; e) observar
a relação que se estabelece entre as informações, evitando ambiguidades ou mal-
entendidos.
Por tudo o que restou até aqui exposto, considerada a legislação tributária de
regência, e tendo em vista o atual panorama da jurisprudência aplicável à hipótese
em foco, fica claro que a embargante realmente merece ver inteiramente cancelada,
nesses autos de embargos contra execução fiscal, a insustentável e inaceitável exigência
de ICMS objeto da malsinada CDA aqui guerreada pela empresa.
FONTE: FONSECA, Pedro Leal. Fim do juridiquês: Falta de clareza em textos faz juiz pular
parágrafos. Consultor Jurídico. 2010. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2010-
mar-31/falta-clareza-textos-juridicos-faz-juiz-estafado-pular-paragrafos>. Acesso em: 2 abr.
2016.
Como você notou durante sua leitura, o fragmento não apresenta clareza. A
utilização de termos técnicos, a extensão excessiva das frases, bem como a distribuição
das informações dificultam a compreensão. Agora, leia o fragmento reescrito:
FONTE: FONSECA, Pedro Leal. Fim do juridiquês: Falta de clareza em textos faz juiz pular
parágrafos. Consultor Jurídico. 2010. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2010-
mar-31/falta-clareza-textos-juridicos-faz-juiz-estafado-pular-paragrafos>. Acesso em: 2 abr.
2016.
S!
DICA
Note que não houve perda de informação, apenas uma escolha vocabular que
permitiu dizer tudo que era necessário em poucos termos.
Ç ÃO!
ATEN
Vejamos na prática:
Prezados Senhores,
Atenciosamente,
Na correria de nosso dia a dia também os textos precisam ser de fácil depreensão.
Não cabem mais textos escritos como o que lemos acima. Sua falta de objetividade faz
com que tenhamos a tendência de fazer saltos na leitura, procurando identificar a ideias
mais importantes. Observemos, agora, como é possível com objetividade, transformar
o texto:
Prezados Senhores,
Informamos que sua empresa recebeu o Prêmio TOP10 pela qualidade nos
serviços e no atendimento.
Assim que a data e local do evento de premiação sejam definidos, entraremos
em contato.
Atenciosamente,
Temos, no exemplo, um texto objetivo, direto, elegante, sem supérfluos. Ele não
apenas é objetivo, mas também claro e conciso.
Por fim, não nos esqueçamos de que a correção gramatical também é importante
para garantir que o texto escrito esteja adequado à situação comunicativa da qual é
representante. Questão que já mencionamos antes. Escrever corretamente as palavras,
fazer uso adequado das estruturas sintáticas e lexicais garante as relações necessárias
para a constituição e a recepção do texto.
Como vimos ao longo de todo este capítulo, nos comunicamos por meio de textos,
orais ou escritos, verbais ou não verbais. Eles concretizam os discursos e apresentam
características que os tornam modalidades diferentes, mas com um mesmo propósito:
estabelecer comunicação nas mais variadas situações. No próximo capítulo, nos
dedicaremos a estudar a textualidade, elemento fundamental para a constituição do
texto.
IDADE
ATIV
AUTO
a) ( ) F, F, V, F.
b) ( ) V, F, V, F.
c) ( ) V, V, F, V.
d) ( ) F, V, V, F.
e) ( ) F, F, V, V.
Texto 2
“BF: E o que deu o start para colocar o livro em andamento? Houve um
episódio, um fato curioso?
R
Q: Na época, eu trabalhava numa revista feminina e pintou uma
reportagem sobre o tema. Sou apaixonada por música, toco piano e adoro
cantar MPB, Bossa Nova etc. A pauta caiu para mim e eu pirei... fiquei um
mês atrás das histórias, e me encantei muito especialmente com a Lígia
do Tom. Tom Jobim é um ícone para mim. Desde a publicação dessa
matéria, já imaginei que daria um livro, e nunca mais abandonei o assunto.
Só que, nesse meio tempo, o mundo roda, a vida também, trabalho pela
sobrevivência, então não podia parar para fazer um projeto independente.
Nos últimos três anos, contudo, coloquei como prioridade, me virei nos
30 e fiz, de maneira independente, mas já com uma editora interessada na
publicação”. (Entrevista com a jornalista Rosane Queiroz sobre seu livro
Musas e música – a mulher por trás da canção para a revista Bons Fluídos).
1C
2 A (F, F, V, F)
3B
4C
5C
REFERÊNCIAS
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2008.
KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz C. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1992.
______; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São
Paulo: Contexto, 2009.
SANTOS, Gerson Tenório dos. Texto e textualidade. São Paulo: Unicastelo, 2010.
SANTOS, Flávia Andreia dos; CABRERA, Lúcia Gandarillas; GÓES, Vera Lúcia.
Retextualização do texto oral. Revista Anagrama, São Paulo, ano 1, ed. 4, p. 1-14,
junho/agosto 2008. Disponível em: <http://www.revistas.univerciencia.org/index.
php/anagrama/article/viewFile/6278/5696>. Acesso em: 7 abr. 2016.