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A ALFABETIZAÇÃO NOS DIFERENTES

MOMENTOS HISTÓRICOS

COLETÂNEA
ALFABETIZAÇÃO NOS DIFERENTES MOMENTOS HISTÓRICOS

• Invenção da escrita:
• CAGLIARI:
• (...) quem inventou a escrita foi a leitura: um dia, numa caverna, o homem começou a desenhar e encheu as
paredes com figuras, representando, animais, pessoas, objetos e cenas do cotidiano. Certo dia recebeu a visita
de alguns amigos que moravam próximo e foi interrogado a respeito dos desenhos. Queriam saber o que
representavam aquelas figuras e por que ele as tinha pintado nas paredes. Naquele momento, o artista
começou a explicar os nomes das figuras e a relatar os fatos que os desenhos representavam. Depois, à noite,
ficou pensando no que tinha acontecido e acabou descobrindo que podia "ler" os desenhos que tinha feito. Ou
seja, os desenhos, além de representar objetos da vida real, podiam servir também para representar palavras
que, por sua vez, se referiam a esses mesmos objetos e fatos na linguagem oral. A humanidade descobria assim
que, quando uma forma gráfica representa o mundo, é apenas um desenho; mas, quando representa uma
palavra, passa a ser uma forma de escrita (...).

• Com a aparição de novos e diferentes povos, cada um foi fazendo suas representações de acordo com os
interesses políticos, financeiros, religiosos e culturais.

• RIZZO: A escrita que temos hoje, o alfabeto com o qual (re) construímos graficamente nosso olhar, com o qual
podemos dizer das coisas e dos outros, é resultante “de longos anos de história da escrita e decorrente de sua
necessidade de registrar fatos, ideias e pensamentos”.
• Práticas comportamentalistas:

• Cartilhas (Ex. Caminho Suave; Caminho da infância) – composição: letras, sílabas, palavras e frases
curtas.
• Método presente nas primeiras cartilhas: sintético!
• ensino da leitura e da escrita com a apresentação das letras e seus nomes;
• ensino das famílias silábicas e a ler palavras formadas com essas sílabas; ensino de frases isoladas.
• escrita: enfatizavam-se a caligrafia, a cópia, os ditados e a formação de frases, a ortografia e o
desenho correto das letras.

• Ferreiro: as cartilhas oferecem um universo artificial e desinteressante. As palavras isoladas,


aparentemente simples e sonoras encontradas nas cartilhas, do ponto de vista da assimilação das
crianças, simplesmente não se ligam a nada.
• Método sintético

• Alfabético (ou de soletração): caracteriza-se pela aplicação através de uma sequência fixa baseada nos estímulos
auditivos e visuais, sendo a memorização o único recurso didático utilizado.

• Fônico: a atenção está direcionada à dimensão sonora da língua; inicia-se o processo ensinando a forma e o som das
vogais, depois das consoantes, em seguida, cada letra é aprendida como um fonema que, unindo a outro, formam-
se as sílabas e depois as palavras.

• Silábico: a criança aprende a fazer a análise das sílabas, para formar as palavras. São propostas palavras-chave em
cartilhas com a finalidade de apresentar as sílabas e consequentemente formar as frases.
• Método analítico

• Tem como ponto de partida unidades linguísticas maiores como palavras, frases ou pequenos textos para depois
conduzir a análise das partes menores que as constituem, como as letras e as sílabas.

• A leitura se divide em 3 processos:

• Palavração: palavras significativas são apresentadas em agrupamento retiradas de um texto ou de uma história
e os alunos aprendem a partir da visualização e pela configuração gráfica. A criança é colocada diante de uma
lista de palavras ditas e compreendidas num processo oral, usando, assim, a técnica da memorização, para o
reconhecimento global de certa quantidade de palavras da lista em combinações diferentes, para construírem
sentenças significativas e, na sequência, trabalhar as sílabas/letras até a criança se tornar capaz de fazer, de
forma automática, as conversões letras/sons.

• Sentenciação: o alfabetizador utiliza a comparação das palavras, no entanto, ele isola os elementos conhecidos
dela ampliando, assim, o vocabulário. Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois
dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas.

• Processo global: ele parte de pequenas histórias, em seguidas decompõem-se do texto frases, as frases em
palavras, as palavras em sílabas, para no final, a formação de novas palavras com as sílabas estudadas.
• Teoria da aprendizagem construtivista

• Concepção piagetiana.
• Caminho: é importante permitir que a criança desenvolva suas próprias teorias e hipóteses sobre o que está sendo
investigado.
• Métodos: não oferecem mais do que sugestões ou conjunto de proibições.
• Preocupação central: explicar “como as crianças aprendem” – elas passam por etapas, até se apossarem do código
linguístico e desta maneira dominá-lo.
• Postura das crianças: desempenham um papel ativo no processo de aprendizagem, ou seja, elas constroem o
próprio conhecimento, e o professor serve com um provocador para que isso ocorra.
QUESTÃO 01

(FUNDEP) De acordo com Isabel Frade, autora de Métodos e didáticas de alfabetização: história, características
e modos de fazer de professores: caderno do professor, os métodos de alfabetização, considerados
historicamente, agrupam-se em métodos sintéticos e métodos analíticos.

Sobre os métodos de alfabetização, é incorreto afirmar

a) Os métodos sintéticos se baseiam no pressuposto de que a compreensão do sistema de escrita se faz


sintetizando / juntando unidades menores, que são analisadas para estabelecer a relação entre a fala e sua
representação escrita, ou seja, a análise fonológica.
b) O método fônico, um método sintético, tem como princípio que é preciso ensinar as relações entre sons e
letras para que se relacione a palavra falada com a escrita. Dessa forma, a unidade mínima de análise é o
som.
c) Comênio é apontado como o introdutor do método da palavração. Nesse método, as palavras são
apresentadas em agrupamentos e os alunos aprendem a reconhecê-las pela visualização e configuração
gráfica. O método da palavração é analítico.
d) O aparecimento e a utilização do método global de contos, um método sintético, são mais tardios, do
ponto de vista histórico. Nesse método, a unidade tomada como ponto de partida é a sílaba.
QUESTÃO 02

(IBADE) Os métodos de alfabetização, considerados historicamente, agrupam-se em:

a) políticos e sociais.
b) cognitivos e metacognitivos.
c) sintéticos e analíticos.
d) fonológicos e abstratos.
e) relacionais e concretos.
QUESTÃO 03

(FUNCAB) Sobre os métodos de alfabetização, marque a alternativa correta

a) O método analítico é aquele que parte de elementos menores que a palavra.


b) O método sintético insiste, fundamentalmente, na correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e
grafia.
c) O método alfabético funcional preocupa-se em ensinar as letras, estabelecendo as regras de sonorização
da escrita.
d) O método sintético é aquele que parte da palavra ou de unidades maiores.
e) Para os defensores do método sintético a leitura é um ato “global” e “ideovisual”.
QUESTÃO 04

(INSTITUTO EXCELÊNCIA) Os métodos sintético de alfabetização foram os primeiros métodos de alfabetização a


surgir e, são caracterizados como o ensino que inicia de partes menores como letras e sílabas, para
posteriormente aprender as partes maiores, como palavras e frases. Entre os métodos sintéticos de
alfabetização destaca-se três, que são eles

a) Método alfabético, fônico e silábico.


b) Método fonêmico, silábico e dialético.
c) Método alfabético, fônico e sistêmico.
d) Método alfabético, silábico e sistêmico.
e) Nda.
QUESTÃO 05
(EDUCA) Os métodos de alfabetização, considerados historicamente, agrupam-se em métodos sintéticos e
métodos analíticos.

Assinale a alternativa que FAZ referência ao método alfabético ou soletração.

a) Um dos riscos é que, na nossa língua, as relações entre letras e sons variam muito. Uma mesma letra pode
representar diferentes sons e vice-versa. O sistema de escrita é uma representação complexa, e a
abordagem fônica, sozinha, pode não dar conta dela.
b) Considera a sílaba a unidade linguística fundamental, já que, na prática, só se pode pronunciar a consoante
juntamente com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às
mais complexas.
c) Apresenta-se um grupo de palavras que os alunos tentam reconhecer pelas características gráficas. São
propostas atividades de memorização de palavras, às vezes associadas a imagens, exercícios de movimento
de escrita e outros.
d) Desenvolvido na França e na Alemanha, parte da relação direta entre o fonema e o grafema. Começa
sempre dos sons mais simples para os mais complexos, das vogais para as consoantes. Por fim, formam-se
as sílabas e as palavras.
e) É considerado o mais antigo dos métodos. A proposta é que o indivíduo aprenda os nomes das letras,
reconheça-as fora da ordem alfabética e, por fim, tente redescobri-las em palavras ou textos.
QUESTÃO 06

(AMEOSC) A alfabetização é um tema central e essencial nos anos iniciais do ensino fundamental, e deve ser o
foco nos dois primeiros anos desta etapa. Dentre os métodos de alfabetização podemos citar como exemplo o
chamado método fônico, que consiste:

a) Em ensinar o som das letras ao invés do seu nome, ou seja, a aprendizagem da leitura começa pelo
fonema, que é relacionado ao sinal gráfico (letra), por meio da instrução de correspondência grafema-
fonema.
b) Em ensinar a correspondência grafema-fonema, ou seja, a aprendizagem da leitura começa pelo fonema,
que é relacionado ao sinal gráfico (letra), por meio da instrução do alfabeto.
c) Em ensinar a criança a fazer a relação som-pronúncia, prioritariamente é um sistema auditivo, a partir do
qual os sons da linguagem falada são orientados a aprender a utilizar essa relação na leitura.
d) Em ensinar a criança a fazer a relação letra-som ao ler, o principal objetivo é ensinar como as letras estão
relacionadas com os sons da linguagem falada e orienta-los a aprender a utilizar essa relação na leitura.
GABARITO

1. D
2. C
3. B
4. A
5. E
6. D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu.


São Paulo: Editora Scipione, 1999.

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. Trad.


Horacio Gonzáles. 24. ed. Sao Paulo: Cortez, 2001.

MORTATTI, Maria Rosário Longo. História dos métodos de


alfabetização no brasil. Portal MEC, 2006. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ensfund/alf_mort
attihisttextalfbbr.pdf. Acesso em: 10 de maio 2017.

RIZZO, Gilda. Alfabetização Natural. 3. ed. Rio de Janeiro:


Editora Bertrand Brasil, 2005.

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