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Nascimento 29 de outubro de
1941 (76 anos)
Benguela, Angola
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela
(Benguela, 29 de Outubro de 1941), é um escritor angolano.
Índice
[esconder]
1 Vida
2 Experiência na guerra e primeiras obras
o 2.1 Obras publicadas nos anos 80 e a saída do governo
3 Novas direções literárias e o Prêmio Camões
4 Sátira e horizontes estrangeiros no milénio novo
5 Obras
o 5.1 Livros de Romances
o 5.2 Peças
o 5.3 Crónicas
6 Prémios
7 Outros galardões
8 Ver também
9 Referências
10 Ligações externas
A situação política piorou em Angola ao longo dos 1990s, Pepetela passou mais e mais
tempo em Lisboa e no Brasil. Porém, ele virou muito mais reconhecido no mundo
lusófono. Em 1997, foi galardoado com o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra.
Pepetela foi o primeiro autor angolano e segundo autor africano que ganhou este prêmio
prestigioso. Foi o autor mais jovem a receber este prémio. Quando abandonou a vida
política, Pepetela optou pela carreira de docente na Faculdade de Arquitectura, em
Luanda, dando aulas de sociologia. Nunca abandona o ensino, embora se mantenha
como escritor a tempo inteiro.
Pepetela também publicou outros tipos de livro durante a década. O seu primeiro livro
publicado nos 2000 foi A Montanha de Água Lilás, de 2000, um livro para crianças que
comenta sobre as raízes de injustiça social. Em 2005, depois do sucesso dos livros Jaime
Bunda, publicou Predadores, a sua crítica mais mordaz sobre as classes poderosas de
Angola. O romance acontece em Angola pós-independência, e segue a vida de
Valdimiro Caposso, um funcionário público que se torna homem de negócios. Igor
Cusack descreve o protagonista como um mafioso assassino que "mora num mar de
tubarões semelhantes."[20] Portanto que começou a sua crítica dos novos ricos em
Angola com A Geração da Utopia, é evidente na série Jaime Bunda e no Predadores
que a temática tem virado dominante na obra do autor.
Os últimos anos da década dos 2000 exibem uma continuação da carreira prolífica do
autor, com romances estreando em 2007, 2008, e 2009. O romance de 2007, O
Terrorista de Berkeley, Califórnia, tem lugar nos Estados Unidos, e tem pouca ligação
com Angola. O livro se trata das atitudes atuais sobre terrorismo e também de aspectos
da tecnologia presente na sociedade moderna. Como vários outros romances dele,
Pepetela disse numa entrevista recente que ele nunca pretendeu publicar o romance.[21]
O seu próximo romance, O Quase Fim do Mundo, também foi escrito como um
exercício pessoal. É uma obra que atinge o gênero de science fiction, retratando os
desafios que os sobreviventes de um desastre confrontam. Os personagens sobrevivem
num pequeno pedaço da África que Pepetela enfatize que é perto do suposto berço da
humanidade. Eles precisam de criar um novo tipo de mundo. O livro segue a tendência
iniciada nO Terrorista...porque não tem lugar em Angola, nem lida explícitamente com
a realidade angolana. O seu último romance da década, O Planalto e a Estepe, embora
lide com Angola, continua refletir a internacionalização da temática do autor na última
década. O livro conta o namoro entre um angolano branco e uma mongol que se
conheceram enquanto estudavam em Moscou. O romance volta à temática presente nas
obras antigas de Pepetela, em particular, o descobrimento de Angola através da sua
natureza. Este descobrimento é mostrado na narração da infância do Júlio, um dos
protagonistas, na província de Huíla.
1978 - A Corda
1980 - A Revolta da Casa dos Ídolos
Referências
1. Ir para cima ↑ «Pepetela anuncia lançamento de crónicas - Lazer e Cultura».
Angola Press - ANGOP. 20 de março de 2011. Consultado em 13 de junho de
2016.
2. Ir para cima ↑ Laban, Michel. Angola: Encontro com escritores. Lisbon: Fund.
Eng. António de Almeida, 1991. p. 778-782.
3. Ir para cima ↑ Laban, Encontro p. 774.
4. Ir para cima ↑ Laban, Encontro pp.789-790
5. Ir para cima ↑ Laban, Encontros p.773.
6. Ir para cima ↑ Laban, Encontros p. 789
7. Ir para cima ↑ Leite, Ana Mafalda. "Angola" The Post-Colonial Literature of
Lusophone Africa. Patrick Chabal ed. Evanston, IL: Northwestern University
Press, 1996. p. 117
8. Ir para cima ↑ Leite. "Angola" p. 141
9. Ir para cima ↑ Leite, "Angola" p. 118-119
10. Ir para cima ↑ Leite. "Angola" p. 116.
11. Ir para cima ↑ Martins, Renata. "Pepetela: O cão e os caluandas." Agosto de
2006. Nova Cultura. 21 de Novembro de
2009.<http://www.novacultura.de/0608calus.html>
12. Ir para cima ↑ Leite, "Angola" p. 112.
13. Ir para cima ↑ Leite, "Angola" pp. 119-120.
14. Ir para cima ↑ Cusack, Igor. "Pepetela." Historical Companion to Postcolonial
Literatures: Continental Europe and Its Empires. Eds. Prem Poddar, Rajeev S.
Patke and Lars Jensen. Edinburgh: Edinburgh UP, 2008. p. 486.
15. Ir para cima ↑ Rothwell, Phillip. "Rereading Pepetela's O Desejo de Kianda
After 11 September 2001: Signs and Distractions." Portuguese Studies. 20
(2004), pp. 195-207. p. 196
16. Ir para cima ↑ Henighan, Stephen. "'Um James Bond Subdesenvolvido': The
Ideological Work of the Angolan Detective in Pepetela's Jaime Bunda Novels."
Portuguese Studies. 22:1 (2006), pp.135-152. p. 137
17. Ir para cima ↑ Henighan. "Jaime Bunda" p. 141.
18. Ir para cima ↑ Bartlett, Richard. "Arse of a Detective, " 2009. African Review of
Books. novembro de 21, 2009.
<http://www.africanreviewofbooks.com/Review.asp?book_id=141>
19. Ir para cima ↑ Henighan. "Jaime Bunda" p. 144
20. Ir para cima ↑ Cusack, "Pepetela." p. 486.
21. Ir para cima ↑ Diário de Notícias. "O quase fim do mundo do Pepetela." 11 de
março de 2008. Angola Digital: Arte e Cultura. 21 novembro de 2009.
<http://www.angoladigital.net/artecultura/index.php?
option=com_content&task=view&id=878&Itemid=39>
22. Ir para cima ↑ «Prêmio Camões de Literatura». Brasil: Fundação Biblioteca
Nacional. Cópia arquivada em 16 de Março de 2016
23. Ir para cima ↑ Cf. [1].
Pepetela – Biografia
Conheça a vida e obra do escritor angolano, autor de
Mayombe, obrigatório no vestibular da Fuvest
Por Paulo Montoia
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O angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela) nasceu em Benguela, a
29 de Outubro de 1941. Fez os seus estudos primários e secundários em Benguela e em
Lubango. Em 1958, mudou-se para Lisboa para fazer faculdade. Frequentou o Instituto
Superior Técnico, tendo à essa altura participado de atividades políticas e literárias. Por
razões políticas, em 1962 saiu de Portugal para Paris, França, onde passou seis meses.
Depois, seguiu para a Argélia, onde se licenciou em Sociologia e trabalhou na
representação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e no centro de
Estudos Angolanos, que ajudou a criar.
De volta a Angola, ele participou diretamente na luta armada como guerrilheiro e como
responsável pelo setor da educação, em diferentes áreas de combate, de 1969 a 1974.
Adotou o nome de guerra de Pepetela, que significa “pestana” na língua Umbundo, e
que mais tarde passou a utilizar como pseudônimo literário. Integrou a primeira
delegação do MPLA que chegou à capital, Luanda, em Novembro de 1974.
Obra
Grande parte da sua obra literária foi publicada após a independência de Angola. Além
de edições no Brasil e em Portugal, sua obra tem sido traduzida e publicada em 15
línguas e recebeu diferentes prêmios internacionais. Entre suas premiações está o
Prêmio Especial dos Críticos de São Paulo, em 1993, pela obra A Geração da Utopia, e
o Prêmio Camões – considerado o mais elevado em língua portuguesa, em 1997, pelo
conjunto da sua obra.
Suas obras já publicadas são: As aventuras de Ngunga (1973), Muana Puó (1978), A
revolta da casa dos Ídolos (1979), Mayombe (1980), Yaka (1985), O cão e os calús
(1985), Lueji (1989), Luandando (1990), A geração da utopia (1992), O desejo da
Kianda (1995), Parábola do cágado velho (1996); A gloriosa família (1997); A
montanha da água lilás (2000) e Jaime Bunda, agente secreto (2001).
Para a professora e crítica literária Inocência Mata, Pepetela tem se revelado um escritor
singular, capaz de desconstruir o discurso nacionalista, articular a sua ficção com as
transformações da história e da sociedade angolana, e com as exigências de um
pensamento novo diante da realidade de seu país, que hoje pouco tem a ver aquele
idealizado no processo de independência.
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