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Rio de Janeiro
Junho, 2018
FLAVIA MARIA DE MORAES
Rio de Janeiro
Junho, 2018
Flavia Maria de Moraes
Banca Examinadora:
_______________________________
Prof.ª Letícia Silva de Oliveira Freitas
Professora Orientadora
_______________________________
Professor (a) 2º membro da banca
_______________________________
Professor (a) 3º membro da banca
Rio de Janeiro
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por permitir qυе tudo isso acontecesse, е não
somente nestes anos como universitária, mas também еm todos оs momentos de
conquistas em minha vida.
Em especial aos meus familiares, por terem me fornecido condições e apoio para a
realização deste trabalho, por todo amor a mim destinado em todos esses anos e
por estarem sempre presente em minha vida.
Aos meus colegas de faculdade, que sempre estiveram comigo nesses quatro anos
e participaram de todas as dificuldades dessa jornada longe ou perto e aos
professores que contribuíram para que eu chegasse onde estou.
A minha orientadora Prof.ª Letícia Silva de Oliveira Freitas pelo suporte no pouco
tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. Á minha supervisora de
campo de estágio Dinah Ibraim Guanabara da Silva por toda ajuda ao longo de todo
meu período de estágio.
RESUMO
CF.............................................................................................Constituição Federal
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................
09
2 PERFIL DA FORÇA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO NA
ATUALIDADE................................................................................................. 12
2.1 NOVA CONCEPÇÃO SOBRE A INCLUSÃO DAS MULHERES NO
SISTEMA CAPITALISTA................................................................................. 13
2.2 DADOS GERAIS E PERFIL DA FORÇA DE TRABALHO FEMININA.............17
2.3 HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO:
INDICADORES DE PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA........................................19
2.4 ÁREAS E OCUPAÇÕES COM MAIOR PROGRESSO DAS MULHERES
(OCUPAÇÕES E PROFISSÕES DE PRESTÍGIO)..........................................21
3 MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL: ENFOQUE NO GÊNERO..............
23
3.1 DIFERENCIAIS DE GÊNERO NA OCUPAÇÃO DA MÃO DE OBRA
BRASILEIRA................................................................................................. 25
3.2 POLITICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL
DE GARANTIA DE DIREITOS DAS MULHERES NO MERCADO DE
TRABALHO......................................................................................................31
4 CONCLUSÃO.............................................................................................. 35
REFERÊNCIAS............................................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO
1
Simultaneamente a essas transformações no plano da economia e da política, duas importantes
mudanças sociodemográficas atuaram fortemente sobre a estrutura e a dinâmica do mercado de
trabalho no Brasil na presente década. Uma delas, a transição demográfica, em estágio já bastante
avançado, vem alterando rapidamente a composição do lado da oferta nesse mercado - isto é, dos
trabalhadores -, com a mudança do peso relativo dos grupos etários que compõem a população em
idade de trabalhar: redução do segmento mais jovem e aumento, em ritmos variados, das parcelas
formadas por trabalhadores adultos e velhos. Por outro lado, mudanças sociodemográficas vêm
repercutindo ainda, de outra forma, sobre o mercado de trabalho: a rápida redução no número médio
de filhos por mulher e o tamanho médio das famílias contribuem para acelerar o processo de entrada
das mulheres no mercado de trabalho e alterar o seu padrão de participação.
http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792010000300012
última década praticamente dobrou. Mas, mesmo com esse cenário favorável, uma
das maiores dificuldades das mulheres no mercado de trabalho está em superar as
desigualdades salariais.
A mulher moderna tem diversos papéis e a cada dia se reinventa. As que
optam por seguir e crescer numa carreira, no mercado profissional devem ter
confiança de seu papel, da força que tem e buscar o seu espaço. De acordo com
estudo divulgado pela Serasa Experian, o Brasil possui quase sete milhões de
mulheres empreendedoras. Outro estudo, feito pela OIT (Organização Mundial do
Trabalho) mostra que entre 5% a 10% dos cargos de chefia das empresas já são
ocupados por mulheres. E esses números só tendem a crescer. (OIT, online)
É comum vermos mulheres no mesmo cargo que um homem, com a mesma
qualificação profissional recebendo menos. O que a sociedade aos poucos está
compreendendo é que a força feminina no meio profissional hoje em dia é
indispensável. Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do
século.
Além de trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade assim como os
homens, ela aglutina as tarefas tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente das mulheres. Ganhar
seu próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é
motivo de orgulho para todas.
2
Termo usado com conotação de preponderância do homem na organização social.
https://www.infoescola.com/sociedade/patriarcalismo/
formas de exploração perduraram durante muito tempo. Jornadas entre 14 e 18
horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns.
A justificativa, desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e
sustentar a mulher. Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um
salário equivalente ou superior ao do homem. Pesquisas recentes comprovam um
fenômeno que não obedece a fronteiras. Cresce exponencialmente o número de
mulheres em postos diretivos nas empresas. (PORTAL BRASIL, 2013).
Essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se
houvesse um silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da
inclusão qualificada no mundo do trabalho. Segundo alguns analistas, esse processo
tem origem na falência dos modelos masculinos de processo civilizatório. Talvez
seja verdade.
O balanço anual da Revista Valor Econômico revela que a parcela de
mulheres nos cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de
13% na última década. Os estudos mostram que no universo do trabalho as
mulheres são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas
afetadas pelas lesões por esforço repetitivo - LER, oito são mulheres. (VALOR
ECONÔMICO, 2012)
Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham currículos
menos robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em
futuro próximo.
As estatísticas comprovam que há mais mulheres que homens no Brasil.
Mostram também que elas vêm conseguindo emprego com mais facilidade que seus
concorrentes do sexo masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais
acelerado que o dos homens. As mulheres sofrem mais do que os homens com o
estresse de uma carreira, pois as pressões do trabalho fora de casa se duplicaram.
(IBGE, 2016)
As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o homem e, quando voltam
para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao trabalho
doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da
energia que a mulher tende a dar.
Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional.
O fenômeno ainda é lento, mas constante e progressivo. Em 1973, apenas
30,9% da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era do sexo feminino.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), em
1999, elas já representavam 41,4% do total da força de trabalho. Um exército de
aproximadamente 33 milhões. Em Santa Catarina, elas ocupavam 36,7% das vagas
existentes em 1997. Quatro anos depois, em 2000, mais 62 mil mulheres
ingressaram pela primeira vez no mercado, aumentando a participação em 1,1 ponto
percentual.
Analisando este fenômeno, temos que levar em conta um universo muito maior,
pois há uma mudança de valores sociais nesse caso. A mulher deixou de ser
apenas uma parte da família para se tornar o comandante dela em algumas
situações. Por isso, esse ingresso no mercado é uma vitória. O processo é lento,
mas sólido.
Outra peculiaridade que acompanha a mulher é a sua “terceira jornada”.
Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa cuidar dos
afazeres domésticos. Isso acontece em quase 90% dos casos.
Em uma década, o número de mulheres responsáveis pelos domicílios
brasileiros aumentou de 18,1% para 24,9%, segundo os dados da pesquisa “Perfil
das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios no Brasil”, desenvolvida pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para as mulheres a década de 90 foi marcada pelo fortalecimento de sua
participação no mercado de trabalho e o aumento da responsabilidade no comando
das famílias. A mulher, que representa a maior parcela da população, viu aumentar
seu poder aquisitivo, o nível de escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem
salarial que ainda existe em relação aos homens.
Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de
fecundidade iniciada em meados da década de 60. As mulheres têm hoje 2,3 filhos,
há 40 anos, eram 6,3 filhos.
A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita com
base, fundamentalmente, em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o
aumento no nível de instrução da população feminina. Estes fatores vêm
acompanhando, passo a passo, a crescente inserção da mulher no mercado e a
elevação de sua renda.
A necessidade de combater a ideologia que naturaliza a opressão das
mulheres, dando poder aos homens deve ser permanente e aliada às lutas gerais da
classe trabalhadora na ruptura com o capitalismo.
2.2 DADOS GERAIS E PERFIL DA FORÇA DE TRABALHO FEMININA
3
Conduzidas pelo IBGE, nos anos 1980 e 1990, exceto em 1991 e 1994. A amostra média anual é de
160.000 indivíduos e é representativa nacionalmente. As variáveis de raça e faixa etária por condição
passaram a ser investigadas sistematicamente a partir de 1987.
www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/viewFile/1307/1271
Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo – Tendências para Mulheres 2017, da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Se a participação feminina crescesse 5,5 pontos percentuais, o mercado de
trabalho brasileiro ganharia uma mão de obra de 5,1 milhões de mulheres. Ainda
segundo os dados da OIT, a taxa de participação na força de trabalho global para as
mulheres em 2017 é de pouco mais de 49%, 27 pontos percentuais menores do que
a taxa para os homens (76%).
As mulheres passaram de geradoras de vida para ocuparem toda a
sociedade com um papel de desenvolvimento na economia norteando cada um dos
pilares do desenvolvimento social a partir de ocupação de postos de trabalho
(ROUSSEFF, 2013).
Madalozzo (2011) ressalta que o papel da mulher na sociedade nas últimas
décadas foi marcante devido ao aumento constante do trabalho da mulher no
mercado.
De acordo com Kon (2016) entre alguns dos fatores determinantes dessa
maior participação feminina estão causas originadas tanto pela demanda quanto da
oferta de trabalho. Dentre os fatores de demanda por trabalho, salientam-se três
aspectos principais. a) O aumento da demanda por Mão de obra crescente a cada
período nos setores de bens e serviços, embora esteja mais sujeita as flutuações
dos ciclos econômicos. b) O aumento setorial na demanda por trabalho, devido à
evolução das economias, que levou a necessidade de nova especialização e tipos
de ocupação nos diferentes setores de trabalho. c) A elevação da escolaridade
feminina, que transformou grande parte de mão de obra não qualificada em
qualificada, assim permitindo uma maior absorção das mulheres nos processos
industriais mais complexos. Ainda conforme Kon (2016) os fatores que influenciam a
oferta de trabalhadores, são considerados determinantes que resultam em variações
na curva de oferta. a) A mudança tecnológica, que apresenta dois aspectos: a maior
disponibilidade de substitutos de produtos não mercantilizados ou domésticos por
produtos de mercado a preços baixos; b) As mudanças na composição da família,
que podem afetar a decisão de oferecer trabalho no mercado.
Segundo Oliveira (2015) a mulher está assumindo liderança no mercado de
trabalho, “a diferença a mais da média salarial nos homens do Brasil, em relação à
das mulheres, tem diminuído cada vez mais rapidamente nas últimas décadas” A
vantagem masculina no País era de 50% nos anos 1990, mas em março de 2006,
esta diferença se tinha reduzido para 30%. Segundo o autor, os dados são do Fundo
de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, que lançou o relatório “O
Progresso das Mulheres no Brasil”.
Vieira (2014), diz que o trabalho feminino na atualidade como necessário
para o aumento significativo na última década, “em um cenário marcado pela
reestruturação produtiva, decorrente da globalização competitiva e paralelo a avanço
tecnológico que ocasionou sérios problemas na oferta de empregos”, gerando
redução nos postos de trabalho em setores formais e na flexibilização das relações
de trabalho.
No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente
24% dos cargos de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a
parcela de mulheres nos cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras
subiu de 8%, em 1990, para 13%, em 2000. No geral, entretanto, as mulheres
brasileiras recebem, em média, o correspondente a 71% do salário dos homens.
Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas. No topo, elas quase
alcançam os homens.
4
O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que
encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. https://www.sohistoria.com.br/ef2/versalhes/
As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o homem e, quando voltam
para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao trabalho
doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da
energia que a mulher tende a dar.
Lentamente as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional.
O fenômeno ainda é lento, mas constante e progressivo.
ALMEIDA, Cássia. Mulheres estão em apenas 37% dos cargos de chefia nas
empresas. 2017.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-estao-em-apenas-37-
dos-cargos-de-chefia-nas-empresas-21013908#ixzz5IV5tMNGj >.
Acesso em: 15 Jul.2018.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. Trad.: Roneide Venâncio Majer. 10ª ed. São
Paulo: Paz e Terra. 2016
CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 2ª. Ed. São
Paulo: Outras Expressões, 2015. p. 42.
CONNOLLY, Michael. Discrimination Law. 2nd ed. London: Sweet & Maxwell,
2011.
Disponível em:
http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/publicacoes/2012/politicas_publicas_mulhe
res Acesso em: 16 Mai 2018.
RESCHKE, C. et al. Elas vão fazer a nova revolução do trabalho?. Você S/A. 179
ed. Abr. 2013.