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v. 13, nº 4 (2012)
www.ugb.org.br
ISSN 2236-5664
Abstract
The aim of this paper was to calculate the area of the water surface, in the lower course of the Tibagi river, Paraná state,
Brazil, in different periods, encompassing atypical years with bigger-than-the-average discharges, and years with a nearly
normal, average discharge. The area of the water surface was 47.5mi2 (123.1Km2) in 20/02/2005 and 39.4 mi2 (102Km2) in
09/10/2007. It was calculated through arithmetic operations of bands, specifically through the technique called dark-pixel
subtraction. The area variation was 8.1m2 (21,1Km2), considered a small one due to the fact that the Paranapanema river´s
discharge in its medium course, which is a borderline between Paraná and São Paulo states, Brazil, is regularized by the
Capivara hydroelectric. It is important to point out that the building of Capivara hydroelectric changed the discharge at Tibagi
river´s mouth, transforming this local in a backwater area.The analysis of the orbital images did not show the occurrence of
backwater in Jataizinho town.
Materiais e métodos __ __
Xa - X / σ (2)
As bases cartográficas foram adquiridas, via download,
junto ao Instituto de Terras, Cartografia e Geociências – ITCG sendo:
(2009) e ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE __
(2010a). Xa = média anual;
Para a aplicação das técnicas de geoprocessamento, __
fez-se o uso dos seguintes softwares: SPRING 5.0.4 (INPE, X = média histórica;
2009), utilizado para o pré-processamento das imagens orbi-
tais, georreferenciamento e execução de operações aritméticas σ = desvio padrão.
de bandas e, o ArcView 9.3 (ESRI, 2008), utilizado para a
geração de MNT e para as etapas de pós-processamento.
A escolha das imagens orbitais baseou-se nos anos
Os dados de vazão e cota fluviométrica foram adqui- atípicos positivos e nos anos próximos à normalidade, pre-
ridos com o auxílio do software Hidro 1.0.8 – ANA (2002a), viamente selecionados, bem como nos períodos de cheia e
por meio do Banco de Dados do Sistema de Informação vazante, identificados no regime hidrológico.
Hidrológica – Hidroweb – ANA (2005) e junto ao Instituto
Para o cálculo da área do espelho d’água, fez-se o uso de
de Águas do Paraná.
imagens dos sensores CCD – CBERS 2B e TM – LANDSAT
No que diz respeito à escala temporal dos dados hidro- 5, pelo fato destas serem disponibilizadas gratuitamente por
lógicos, utilizou-se um período de 78 anos – 1932 a 2009. INPE (2010a). As imagens utilizadas apresentaram, no má-
Destaca-se que para os dados meteorológicos, a padronização ximo, 10 % de cobertura de nuvens em todos os quadrantes.
da Organização Mundial de Meteorologia – OMM – é no Com relação à resolução espacial, os canais utilizados dos
mínimo 30 anos (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007; sensores TM e CCD apresentam, respectivamente, valores
INMET, 2009). de 30m e 20m por pixel, ou 900m2 e 400m2.
Pelo fato da estação fluviométrica de Jataizinho – Para a discriminação do alvo de interesse, isto é, da
64507000 – ser a estação localizada mais a jusante do rio água, utilizou-se o canal correspondente à faixa do espectro
eletromagnético – EEM – do infravermelho próximo – IP,
Tibagi e a mais próxima da área de estudo, escolheu-se esta
com resolução espectral compreendido entre 0,76 μm e 0,90
para as análises estatístico-descritivas dos dados hidrológicos
μm. Nesse sentido, tanto para as imagens do sensor CCD,
e para a identificação do regime hidrológico. Sempre que os como para as imagens do sensor TM, fez-se o uso do canal
dados de vazão apresentaram falhas pontuais, estas foram 4M, ou seja, em modo monocromático.
preenchidas pelo método soma de vazões, apresentado em
Baseando-se em Santos (1986); Pinto et al. (1985);
ANA (2002b), descrito através da equação 1. Ressalta-se que, Maio (1980) e Novo; Santos (1982) a escolha do canal que
as falhas foram preenchidas diretamente no software Hidro opera na região do infravermelho próximo – IP – se deve ao
1.0.8 – ANA (2002a). fato desse comprimento de onda do espectro eletromagnético
ser absorvido pela água, o que permite melhor visualização de
N corpos hídricos, uma vez que a energia refletida para o sensor
é baixa. Devido a isso, o corpo hídrico apresenta-se escuro,
Qd = ∑ αiQid (1)
com valores de pixel igual ou próximo a zero. Ressalta-se
i=1 que, quando há interferência atmosférica, os valores de pixel
sendo: são alterados. Além de corpos hídricos, as áreas de várzea,
Qd = vazão da estação calculada para o dia d; devido à presença de solo úmido, ou áreas agrícolas em que
o solo encontra-se úmido pelo processo de irrigação, podem
Qid = vazão da estação i para o dia d;
ser identificadas com facilidade.
αi = coeficiente multiplicativo adimensional de ajuste
A área do espelho d’água, em anos atípicos positivos
das vazões (αi = R);
e em anos próximos à normalidade, foi determinada através
N = Número de estações somadas. de operações aritméticas de bandas, descrita pela equação
(3). De forma específica, utilizou-se a técnica denominada
Os anos atípicos positivos de vazão – acima da média subtração do pixel escuro, discutida por Chavez Jr (1988), a
– bem como os anos próximos à normalidade foram identi- qual é utilizada para correção atmosférica em análise histó-
ficados, por meio do índice de anomalia (NERY et al,1998). rica de áreas que apresentam corpos escuros, por exemplo,
áreas sombreadas.
Este método pode ser descrito através da equação 2.
Tabela 1 – Valores de cota fluviométrica, de vazão e de a drenagem mapeada, e acrescentando-se o fato da vazão,
área do espelho d’água. na foz do rio Tibagi, ser regularizada, pode-se afirmar que a
diferença é pequena, uma vez que representa 17 % da maior
Data H (m) Q (m3/s) Área (Km2) área calculada.
09/6/1998 2,05 352 115
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