METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)

Setembro 01−05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

AUTOMAÇÃO DE CÁLCULOS DE INCERTEZAS

EM ANÁLISES AMBIENTAIS

Georgio Raphaelli do Nascimento 1 , Fabiane Figueiredo Severo 2

1
Cali, Canoas, Brasil
1
Cali, Canoas, Brasil

Resumo: Com a crescente preocupação dos laboratórios 1. INTRODUÇÃO

perante a certificação na ISO/IEC 17025, é cada vez maior a
procura por sistemas de gerenciamento de informações
laboratoriais informatizados a fim de tornar o trabalho dos
analistas e a divulgação dos resultados mais dinâmicos e
confiáveis, bem como diminuir o trabalho administrativo no
atendimento dos requisitos desta norma.
Esta tendência é muito grande também nos laboratórios
de análises ambientais, que têm seu papel muito bem
definido no que diz respeito a constante vigilância
ambiental. Isto garante o controle rigoroso da emissão de
efluentes industriais dentro dos limites da legislação
aplicável.
A norma ISO/IEC 17025 exige que se avalie a incerteza
de medição referente a um ensaio. Para tanto é necessário o
levantamento das fontes de incertezas em tal processo de
ensaio a fim de estimar a possível variação no resultado
expressado.
Tendo em vista o grande número de cálculos gerados a
partir disto, cálculos estes relativamente demorados e
complexos, passou-se a perceber a inviabilidade de um
sistema de gerenciamento que não fosse informatizado,
devido ao grande tempo dispensado em todo este processo
de geração de resultados.
Percebendo isto, o Centro Tecnológico do Couro –
SENAI, referência nacional na área de análises voltadas ao
couro e aos efluentes de seu processo, apostou no sistema
Cali LIMS como solução para garantir a produtividade,
confiabilidade e qualidade de seus resultados.
A partir da automação deste laboratório, foi possível a
integração destes cálculos de incerteza com todo
gerenciamento dos dados laboratoriais através do sistema.
Estes cálculos são realizados de forma automática,
permitindo a otimização do tempo dos profissionais
envolvidos.
Portanto, fica evidenciada a eficiência da implantação de
um sistema LIMS flexível como forma de integração de
todos os cálculos realizados no processo analítico de um
laboratório ambiental como forma de diminuir custos,
aumentar a produtividade, evitar erros e ainda facilitar o
trabalho de adequação às normas.
Palavras chave : software, incerteza, automação.
Com a crescente preocupação dos laboratórios perante a
certificação na ISO/IEC 17025, é cada vez maior a procura
por sistemas de gerenciamento de informações laboratoriais
informatizados, a fim de tornar o trabalho dos analistas e a
divulgação dos resultados mais dinâmicos e confiáveis, bem
como diminuir o trabalho administrativo no atendimento aos
requisitos desta norma.
Esta norma exige que se avalie a incerteza da medição de
um ensaio. Para tanto, é necessário o levantamento das
fontes de incertezas em tal processo de ensaio a fim de
estimar a possível variação no resultado expressado. Estes
processos de cálculos são relativamente demorados e
complexos. Por isso, passou-se a perceber a inviabilidade de
realizar tais cálculos de forma manual e manter a viabilidade
econômica de um sistema de gerenciamento que não fosse
informatizado, devido ao grande tempo dispensado em todo
este processo de geração de resultados e aos riscos de erros
de cálculo.
Percebendo isto, o Centro Tecnológico do Couro –
SENAI, referência nacional na área de análises voltadas ao
couro e aos efluentes de seu processo, apostou no sistema
Cali LIMS como solução para garantir a produtividade,
confiabilidade e qualidade de seus resultados.
2. METODOLOGIA
O Centro investiu na criação de planilhas de Excel para o
tratamento das fontes de incerteza de cada ensaio
credenciado. Nestas planilhas, foram descritas as fontes de
incerteza e inseridas suas respectivas influências, tratando-as
de acordo com as orientações do ISO GUM e EURACHEM.
A partir da automação deste laboratório com um sistema
LIMS flexível, foi possível integrar as planilhas de cálculos
de incerteza com os métodos do sistema. Assim, além do
resultado ser calculado pelo sistema, a incerteza da medição
também é avaliada de forma automática, permitindo a
otimização do tempo dos profissionais envolvidos.
2.1. Definição dos Métodos de Ensaio
Como o sistema LIMS utilizado pelo centro é flexível, foi
simples configurar os métodos para cálculo do resultado de
determinado parâmetro e da incerteza de medição. A Assim, tanto o método de cálculo do teor de sólidos
configuração do método consistiu basicamente em criar um suspensos totais quanto a planilha de avaliação de incerteza
identificador para o método (código do método) no cadastro de medição ficam vinculadas ao cadastro de métodos de
de métodos, criar no banco de dados as variáveis de entrada análise, o que permite avaliação automática, liberando o
(ex.: volumes de titulante, volume da amostra, etc.), atribuir analista de utilizar calculadora para obter o resultado do
a planilha de cálculo previamente construída e as variáveis ensaio e a incerteza da medição.
de saída (ex.: Sólidos suspensos totais, cromo total, ferro,
cádmio, etc.).
3. CONCLUSÃO
Em função da complexidade da avaliação da incerteza da
Variáveis de Planilha de Variável de medição em ensaios, torna-se indispensável a utilização de
Entrada Avaliação do Saída recursos computacionais para o tratamento e avaliação de
Método e da tais valores a fim de aumentar a produtividade e tornar os
Incerteza da processos mais confiáveis, mantendo assim a
Medição competitividade do laboratório.
Recursos computacionais utilizados com bom senso são
sempre muito produtivos e agregam muito valor ao negócio
Figura 01 – Estrutura do Método no Sistema Automatizado
do laboratório, porém, faz-se sempre necessária a avaliação
de especialistas de metrologia para o correto levantamento
das fontes de incerteza para cada ensaio e seu tratamento.
Exemplo:

AGRADECIMENTOS
mg/L SST = (A)x1000x1000
Agradecemos o consultor especialista em incerteza de
VA medição, Eng. Luiz Alberto Pereira Galvagni -
Metroquality, pelo apoio que viabilizou o entendimento dos
princípios e a realização deste trabalho.
Onde:
A = massa do resíduo (em g) e VA = Volume da Amostra REFERÊNCIAS
em mL, são as variáveis de entrada. [1] Guia para a Expressão da Incerteza de Medição. Segunda
mg/L SST = Teor de Sólidos Suspensos Totais é a variável edição brasileira em língua portuguesa – Rio de Janeiro: ABNT,
INMETRO, SBM, 1998.
de saída.
[2] EURACHEM / CITAC Guide, Quantifying Uncertainty in
Como principais fontes de incerteza para este método Analytical Measurement. Laboratory of the Government Chemist,
podemos citar: London 2000.
- Incerteza herdada da calibração da proveta usada para
medir o volume de amostra;
Autores:
- Incerteza herdada da balança usada para medir a massa do
resíduo; Georgio Raphaelli do Nascimento, Cali - Action Automação Ltda,
Rua Muck, 344 Sala 504, CEP 92010-250, Canoas, RS, Brasil, 55
- Entre outras. 51 476-7715, georgio@cali.com.br.
No software, pode-se vincular quais são os equipamentos Fabiane Figueiredo Severo, Cali - Action Automação Ltda, Rua
utilizados por cada método, a fim de permitir que o sistema Muck, 344 Sala 504, CEP 92010-250, Canoas, RS, Brasil, 55 51
herde as incertezas e erros destes equipamentos e os leve em 476-7715, fabiane@cali.com.br.
conta automaticamente na avaliação da incerteza. Além
disso, pode-se definir quais foram os insumos utilizados na
análise de uma determinada amostra e desta forma herdar as
características deste insumo e utilizá-las na avaliação da
incerteza do ensaio.
Para cada método de ensaio pode-se ter diferentes fontes de
incerteza da medição, dependendo do próprio método,
equipamentos e instalações utilizadas. Neste caso, a planilha
de levantamento das fontes de incertezas e seu tratamento
fora elaborado pelos especialistas do centro e integrado ao
sistema LIMS, juntamente com o método de cálculo do teor
de sólidos suspensos totais.