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ARTIGOS
Tarcísio Augusto - RCC
Breve Introdução:
1
Os movimentos eclesiais, dádiva do Espírito
Premissa
A descrição dos movimentos eclesiais como “dádiva do Espírito no nosso
tempo” é de João Paulo II1.
Ele sublinha assim entre outros, que estão em sintonia única com o
evento do Concílio Vaticano II cujo ensinamento são suas palavras – “ é
essencialmente pneumatológico” e “contém o que o Espírito diz as
Igrejas” (cf.Ap.;2,29) na disposição para a presente fase da “história da
salvação” (Dv26, ef.Tma 23).
Se, por esta razão, é um fato histórico que a Igreja saiu do cenáculo no
dia de Pentecostes pode-se dizer - observa João Paulo II - que nunca o
deixou (...):O evento de Pentecostes não pertence somente ao passado
a Igreja está sempre no cenáculo, que leva no coração” (Dv.66).
1
cf. "L'Osservatore Romano", 27-28 maio 1996, n.7
2
"Effuso Spiritu est manifestata", LG2.
2
corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai!” (Gal.4, 6 cf.
Rom.8,15-16,26). A tal dom estão subordinados todos os outros.
7
V. Maraldi, op.cit.,342.
8
Cf. discorso del Santo Padre in I movimenti nella Chiesa, Atti del Il Colloquio internazionale,
Coop.Ed. Nuovo Mondo, Milano 1987, 24-25.
9
H.U. Von Balthasar, Teodrammatica, III, 313; cf. anche I movimenti nella Chiesa oggi, Editoriale,
in “La Civiltà Cattolica”,CXXXI (1981), n.3155, 417-428.
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nova ilustração de como deve ser vivido o Evangelho (...) uma nova
interpretação da revelação”10.
10
H.U. Von Balthasar, Schwestern im Geist, Einsiede In 1970.tr,it., Sorelle nello Spirito. Teresa di
Lisieux e Elisabetta di Digione, Milano 1973.
11
A Dei Verbum sublinha que “ cresce a compreensão tanto das coisas quanto das palavras
transmitidas, seja com a reflexão e o estudo dos crentes, os quais meditam em seu coração
(cf.Lc2,19-51), seja com a experiência dada de uma inteligência mais profunda das coisas
espirituais, seja pela prédica de cor as quais com a sucessão episcopal receberam um carisma
seguro de verdade. A Igreja, isto é, no curso dos séculos tende incessantemente à plenitude da
verdade divina (ad plenitudinem divinae veritatis), até que aí sejam o cumpridas das palavras de
Deus” (n.8). Deve-se salientar a expressão precisa usada pela Dei Verbum a propósito da
penetração da Verdade revelada, não se fala de uma simples compreensão e interpretação
sempre mais plena da Verdade revelada, mas de uma tendência à plenitude da verdade, enquanto
a Verdade em si é um evento que se cumpre. G.Philips, ilustrando o significado deste texto
durante o Concílio afirmava que “não se pode admitir posse plena de uma coisa por parte da Igreja
sem a plena consciência da mesma” (cf.U.Betti, La rivelazione divina nella chiesa, Cittá Nuova,
Roma 1970, 166). A propósito então dos primeiros dois elementos mencionados pela Dei Verbum
como aqueles que favorecem a interpretação atualizante da verdade, cristã (estudo e experiência
espiritual) a Comissão Teológica Internacional sublinha que tal interpretação “é inspirada,
sustentada e guiada pela ação do Espírito Santo na Igreja e no coração de cada cristão. Se
cumpre na luz da fé; recebe o próprio impulso pelos carismas e pelo testemunho dos santos que o
Espírito de Deus doa à sua Igreja numa determinada época. Igualmente em tal contexto se situa o
testemunho profético dos movimentos espirituais e a sabedoria interior derivada da experiência
espiritual dos leigos plenos do Espírito de Deus”. (Interpretação dos dogmas, C.III.2).
5
Para tentar delinear um esboço de resposta parece-me ter que levar em
consideração três elementos.
13
Cf. Dominum et vivifiantem, I.
7
Um segundo aspecto da redescoberta da Igreja mistério, refere-se a sua
compreensão esponsal. Essa não é somente (no já/mas não ainda da
escatologia cristã) uma coisa só com Cristo, mas também perante a Ele
como a Esposa que é chamada a revestir-se no espírito das vestes
nupciais da santidade. Neste momento, os movimentos eclesiais traçam
um caminho de santidade não elitista, mas aberta a todos como observa
Von Balthasar, mesmo para eles parece que a Providência tenha
confiado concretamente, mas também se evidentemente de modo não
conclusivo, a animação e a colocação em prática do programa conciliar
da chamada universal para santidade (cap.5 da Lumen Gentium), e da
presença decisiva dos leigos na Igreja e em seu apostolado no mundo
(Lumen Gentium, cap.4, e decreto Apostolicam Actuositatem) 14.
14
Cf.J. Castellano, Movimenti ecclesiali contemporanei. AttualitÀ, caratteristiche, discernimento,
Teresianum, Roma 1997, 29, che cita H.U. von Balthasar (“30 Giorni”, marzo 1986,56).
15
Como observa P. Rodriguez, “ateologia pós conciliar começou a recolher a importância
estruturante do carisma”, apesar de faltar ainda sólida teologia (Para uma consideração
cristológica e pneumatológica do Povo de Deus, na Eclesiologia trinta anos depois da LG, a cura di
P. Rodriguez, Armando Ed., Roma 1995, 175).
16
J.Beyer, I movimenti ecclesiali, in “Vita consacrata”, n.2 (1987), 156.
8
espiritualidade comunhal que é exigida de fato pela figura da Igreja
comunhão.
17
San Bernardo, Apologia a Guglielmo di Saint-Tierry, IV,8:PL 182, 903-904, cf. Vita consecrata.
9
alguns entre eles dos cristãos de outras Igrejas e por vezes também de
cristãos de outras religiões ou de pessoas de "boa vontade". O fato se
reveste de uma importância também eclesiológica revelada por
Chirstifidelis laici (nr.33).
21
H.U. von Balthasar, Maria ind der Geist, in “Geist und Leben”, 56(1983), 173-177.
22
H.U. von Balthasar, Maria nelladttrina e nel culto della Chiesa, in J. Ratzinger – H.U. von
Balthasar, Maria, Chiesa nascente, Roma 1981, 72.
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