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Resumo – A Era dos Impérios de Eric Hobsbawn (capítulo 13 – Da Paz à Guerra)

O autor inicia a proposta do texto em enfatizar que a Guerra de 1914 e sua magnitude não
eram esperadas por nenhum de seus beligerantes, mesmo com inúmeros conflitos se
antecipando na região. A questão dos Balcãs era conhecida como o barril de pólvora europeu,
mas ainda assim, segundo ele “era um ponto conhecido da pauta da diplomacia internacional,
mas que nunca escapara totalmente ao controle”. Outro fator era a chamada tecnologia da
morte a qual já havia avançado notavelmente pela transformação no poder de fogo das
artilharias e dos navios de guerra por meio de motores-turbina. Essa corrida armamentista,
uma competição e comparação de forças entre os Estados, segundo Hobsbawn, ocorreu de
forma modesta na década de 1880 e se acelerou nos últimos anos antes da guerra.

“A simbiose entre guerra e produção da guerra transformou inevitavelmente as relações entre


governo e indústria, pois como observou Friedrich Engels, a guerra se tornou um setor da
grande indústria se tornou uma necessidade política. E, reciprocamente, o Estado se tornou
essencial para certos setores da indústria, pois quem, senão o governo, constitui a clientela
dos armamentos?”

O autor ressalta o fator guerra e a corrida armamentista como fomentador da indústria


nacional bélica-militar, posteriormente denominada como Industria de Guerra.

“No entanto, o desenvolvimento odo capitalismo empurrou o mundo inevitavelmente em


direção a uma rivalidade entre os Estados, a expansão imperialista, ao conflito e a guerra. A
passagem do monopólio à concorrência talvez tenha sido o fator isolado mais importante na
preparação da mentalidade propícia ao empreendimento industrial e comercial europeu.”

Inúmeras responsabilidades pela guerra: Alemanha agressiva e expansionista, Guerras


imperialistas (Guerra Hispano-Americana 1898 e Sul-africana 1899-1902) provocadas pelos
EUA e Grã-Bretanha. O assassinato do arquiduque austríaco por um estudante terrorista dos
Balcãs foi apenas um estopim.

PRINCIPAL QUESTAO: A origem da primeira guerra mundial pauta-se na deterioração


progressiva da situação internacional. Aos poucos observava a divisão da Europa em 2 blocos
opostos de grandes nações, que derivavam do Império Alemão unificado (1864-1871)
buscando proteger-se contra a França, por meio de alianças e contra alianças em tempos de
paz. Embora essas alianças de defesa existissem, Bismarck tentou a máximo manter a paz
entre as nações, mas o perigo ascendeu-se com a consolidação permanente dessas alianças.
Logo, o antagonismo anglo-germânico foi um forte responsável para a fomentação da guerra.

“Três problemas transformaram o sistema de aliança numa bomba-relógio: a situação do fluxo


internacional, desestabilizado por novos problemas e ambições mútuas entre as nações logica
do planejamento militar conjunto que congelou os blocos que se confrontavam, ornando-os
permanentes e a integração de uma quinta grande nação, a Grã-Bretanha, a um dos blocos
(ninguém se preocupou muito com as tergiversações da Itália, que só era uma “grande nação”
por cortesia internacional)”

Mesmo indo de encontro com a manutenção do equilíbrio de poder e todo o histórico de


desavenças entre as duas nações, a Grã-Bretanha e a França uniram-se em aliança pois
passaram a entender que o sistema internacional estava em mudança radical e imperial, com o
surgimento de potencias estra europeias, como a expansão imperial dos EUA pela Doutrina
Monroe. A Grã-Bretanha reparava sua eminente perda de posição e fim da Pax Britannica por
deixar de ser a única marinha de dimensões mundiais que controlava todos os oceanos e orlas
marítimos do Globo (pela atuação germânica).

“A economia mundial deixara totalmente de ser, como fora em meados doo século XIX, um
sistema solar girando em torno de uma estrela única, a Grã-Bretanha.”

Inúmeras revoluções a partir de 1905 inflamaram ainda mais a região: revolução Russa, que
impossibilitou o império czarista e encorajou a Alemanha a reivindicar Marrocos, Revolução
Turca que ignorou acordos que visavam equilíbrio internacional no Oriente próximo, a Áustria
anexou Bósnia Herzegovina, precipitando um conflito com a Rússia.

“Em suma, as crises internas e internacionais nos últimos anos anteriores a 1914 fundiram-se.
A Russa uma vez mais ameaçada pela revolução social, a Áustria desafiada pela desintegração
pelo imobilismo devido a suas divisões políticas – todos eles pendiam para o lado de seus
militares e suas soluções.”

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