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Material Teórico
Elaborando o Planejamento Tributário - II
Revisão Textual:
Prof.a Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Elaborando o Planejamento Tributário - II
Até aqui, nas Unidades anteriores, você estudou: o sistema tributário brasileiro; seus
princípios; formas de tributação; alguns tributos, como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS; as
sistemáticas cumulativa e não cumulativa.
Hoje, para finalizar nossa disciplina, vamos ter mais informações sobre uma boa gestão
tributária, sobre o que podemos fazer para reduzir o pagamento de tributos.
Vamos iniciar nossa unidade? Então comece efetuando a leitura do material disponibilizado
e, em caso de dúvida, escreva-me, que responderei o mais breve possível.
Não se esqueça de efetuar os exercícios propostos; somente assim você vai praticar o que
aprendeu nesta unidade. Não se esqueça de acessar, também, a pasta Contextualização;
esse item lhe trará mais conhecimento.
Ligue-se nos prazos, ok? Evite problemas e siga corretamente as datas limites das atividades.
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
Contextualização
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Acesse o link a seguir e leia o artigo sobre Planejamento Tributário com Ênfase em Empresas
Optantes pelo Lucro Real, de Adiléia Ribeiro Santos e Rúbia Carla Mendes de Oliveira, publicado
no Congresso do Conselho Federal de Contabilidade – CFC.
• http://www.congressocfc.org.br/hotsite/trabalhos_1/361.pdf
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Elaborando o Planejamento Tributário - II
Em continuidade a nossa disciplina, vamos ver algumas indicações e regras que auxiliam
uma gestão tributária mais eficiente. Nesta unidade, nosso foco serão as empresas do Lucro
Presumido e, principalmente, do Lucro Real, que é a sistemática que permite uma maior
aplicação do planejamento tributário.
Inicialmente, vamos ver como funciona a distribuição de lucros para o Lucro Presumido
e para o Arbitrado:
Por outro lado, vamos imaginar o mesmo exemplo alterando apenas o resultado contábil
para R$ 50.000,00. Dessa maneira, o lucro total poderá ser distribuído sem problema algum.
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
O maior benefício, na utilização do JCP, é que ele é considerado uma despesa financeira,
logo é dedutível, reduzindo, assim, a base de cálculo tributável do IRPJ e da CSLL.
O pagamento dos juros sobre capital próprio é facultativo e tem como legislação a Lei nº
9.249/1995, que conceitua JCP como uma forma de remuneração aos sócios com pagamento
de juros sobre o capital social.
Além de reduzir a base de cálculo dos tributos federais ( IR E CSLL), o pagamento do JCP
pode substituir o pró-labore.
Você Sabia ?
Que o pró-labore é a remuneração dos sócios que trabalham na empresa e corresponde
ao salário de um administrador contratado para isso. Assim, o valor do pró-labore deve ser
definido com base nos salários de mercado para esse tipo de atividade. O pró-labore tem a
incidência de:
=== INSS de 11% descontado do beneficiário (sócio) conforme tabela
===INSS patronal – 20%
===IRRF descontado do beneficiário (sócio) conforme tabela
Nesse contexto, a empresa terá como despesa os 20% de INSS (patronal). Quanto à
contribuição previdenciária e ao IRRF descontado do beneficiário, estes serão descontados
e a empresa será apenas o responsável tributário pela retenção e pelo recolhimento desses
valores aos cofres públicos.
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Vamos imaginar um pró-labore de R$ 5.000,00. Os tributos incidentes serão:
CÁLCULO DO PRÓLABORE
PRÓ - LABORE R$ 5.000,00
(-) INSS 11% - R$ 550,00
(-) IRRF - R$ 365,12
LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.084,88
Além disso, a empresa terá um custo de INSS a recolher. Vejamos: além do valor retido do
sócio, a empresa deve recolher mais 20% sobre o valor do Pró-labore, ou seja, nesse caso, vai
recolher R$ 1.500,00.
Conforme discutimos, podemos substituir o pró-labore pelo JCP, que, além de reduzir os tributos
incidentes, conforme demonstrado acima, reduz também a base de cálculo do Lucro Real.
Vale ressaltar que existem regras para aplicação do JCP. Em primeiro lugar, a empresa deve apurar
seus tributos pelo Lucro Real e, no exercício que está sendo calculado o JCP, deve apurar LUCRO.
Já as regras de dedutibilidade são:
a) 50% do lucro líquido correspondente ao período-base do pagamento ou crédito dos
juros, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução dos referidos juros, ou
b) 50% dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros.
A base de cálculo para calcular o JCP é o Patrimônio Líquido da empresa do ano anterior,
excluindo a conta Reserva de Reavaliação:
√ Capital social,
√ Reserva de capital,
√ Reservas de lucros,
√ Lucros ou prejuízos acumulados.
Capital 2.500.000,00
Reserva de Capital 30.000,00
Reserva de Reavaliação 25.000,00
Reserva de Lucros 410.000,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados 250.000,00
Total do Patrimônio Líquido 3.215.000,00
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
c) Cálculo do JCP
Total do Patrimônio Líquido 3.215.000,00
(-) Reserva de Reavaliação -25.000,00
Base JCP 3.190.000,00
TJLP - 6% ano 191.400,00
O Conselho Monetário Nacional divulga, a cada trimestre, a taxa referencial para cálculo do
JCP. No ano de 2011, essa taxa ficou fixa em 0,5%, e pode ser verificada no site da Receita
Federal do Brasil.
d) Limite de dedutibilidade
Ou 50% do lucro do período 177.900,00
R$ 355.800,00 / 2 = R$ 77.900,00
e) Cálculo do JCP
Juros sobre Capital Próprio 191.400,00
(-) 15% IRRF -28.710,00
Valor líquido a distribuir 162.690,00
Perceba que o valor a ser distribuído aos sócios é de R$ 162.690,00. Vamos imaginar que
sejam dois sócios, logo teremos para cada um R$ 81.345,00. Se a empresa destinar esse valor
mensal, cada sócio receberá por mês R$ 6.778,75 de Juros sobre Capital Próprio, um valor
superior ao calculado pelo pró-labore e sem o pagamento dos demais tributos, incidindo apenas
15% de IRRF. Vale ressaltar, ainda, que esse valor, na pessoa física, é isenta de IR.
Como dito anteriormente, o JCP figura como uma despesa financeira; assim, a empresa
também se beneficia. Vamos ver:
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O beneficio real para a empresa, descontando o IRRF, será de:
créditos sem garantia, de valor até R$ 15.000,00, por operação, vencidos há mais
de 6 meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
créditos sem garantia, de valor superior a R$ 15.000,00 até R$ 100.000,00, por operação,
vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos
judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança administrativa;
créditos com garantia, de valor superior a R$ 100.000,00, vencidos há mais de 1 ano,
desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
créditos com garantia, vencidos há mais de 2 anos, de valor : até R$ 50.000,00,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou
o arresto das garantias e
superior a R$ 50.000,00, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias;
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
As empresas do Lucro Real também podem reduzir sua base tributável efetuando doações,
porém existem regras bem rígidas para tal procedimento.
Informação
Somente são dedutíveis as doações efetuadas a:
Instituições de ensino e pesquisa, limitada a 1,5% do lucro operacional e
Entidades civis sem fins lucrativos, limitada a 2% do lucro operacional (art. 365 do RIR/99)
E em favor de projetos culturais e artísticos, na forma da regulamentação do PRO-
NAC (art. 371 do RIR/99).
As empresas também devem ter cuidado ao vender seus bens do ativo imobilizado. Isso
porque podem apurar, com a venda, ganho de capital e, sobre esse valor agregado, a empresa
sofrerá tributação de IRPJ e CSLL.
Existem empresas que, após as adições e exclusões, apresentam prejuízo fiscal, ou seja, não
devem nenhum tributo aos entes públicos que recaem sobre o lucro.
Esse prejuízo será reconhecido na Parte B do Lalur, conforme já estudamos em unidades
anteriores. No período em que a empresa apresentar lucro tributável, ela diminui 30% dessa
base e desconta do valor reconhecido como prejuízo fiscal. Vamos visualizar os cálculos:
Suponha que a empresa tenha registrado, no Lalur, um prejuízo de R$ 200.000,00 de
períodos passados. Em um determinado mês, tem-se a seguinte apuração:
Lucro Líquido do período base 500.000,00
Adições 200.000,00
Exclusões (100.000,00)
Lucro real antes da compensação dos prejuízos fiscais 600.000,00
Conforme explicado, vamos nos beneficiar de 30% sobre os R$ 600.000,00, logo vamos
reduzir a base tributável em R$ 180.000,00. Lembrando que o saldo de prejuízo fiscal é de R$
200.000,00, restando um saldo ainda para ser utilizado de R$ 20.000,00.
Veja a utilização do prejuízo:
Lucro real antes da compensação dos prejuízos fiscais 600.000,00
(-) 30% prejuízo fiscal (180.000,00)
Lucro real 420.000,00
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Outra situação que deve ser analisada e que pode apresentar benefícios financeiros e
tributários diz respeito à decisão de adquirir ou alugar um bem. Veja: se a empresa é tributada
pelo Lucro Real e compra um bem, este será reconhecido no ativo imobilizado da entidade e
terá direito a crédito sobre a depreciação, correto?
Por outro lado, se a empresa em vez de comprar, alugar o mesmo bem, pode também se
beneficiar do crédito sobre a despesa de aluguel. Todavia, a tomada de crédito pela depreciação
ocorrerá uma única vez e a despesa de aluguel ocorrerá mensalmente, reduzindo assim o PIS/
COFINS a pagar.
É importante esclarecer que sempre devemos analisar, nos estudos entre Lucro Real e
Presumido, o resultado do PIS/COFINS cumulativo e não cumulativo; o ideal é que ambos os
tributos apresentem benefícios financeiros.
Assim, é imprescindível analisar sob uma ótica completa, examinando os reflexos em todos
os tributos. Lembre-se: tudo o que aprendemos até agora são premissas que, na maioria das
vezes, podemos utilizar em todas as empresas, mas, como exaustivamente declarado, não existe
uma receita pronta para benefícios tributários.
Como sugestão, para que você seja um bom gestor tributário, é necessário que você se
mantenha informado; leia sobre as novidades tributárias que são editadas diariamente. Quando
for analisar uma empresa, veja suas particularidades, entenda sua operação, pois, somente
assim, você conseguirá aplicar um planejamento tributário correto e eficiente.
Vamos praticar o que aprendemos? Então, após a leitura do material didático, faça os
exercícios propostos, pois, praticando, aprendemos mais.
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
Material Complementar
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Atualmente, os empresários estão mais próximos dos seus contadores, uma vez que para
planejar, controlar e avaliar as informações necessitam de valores corretos e estes encontram-se
analisados e centralizados na contabilidade. A realização da tão sonhada reforma tributária por
parte do Governo de forma ampla, com redução do número de tributos, ampliação da base
contributiva, redução da carga tributária e a simplificação da metodologia da arrecadação, trará
uma grande contribuição para a sociedade em geral e de modo especial para a classe contábil.
Livre de uma burocracia sufocante, o contador poderá permanecer melhor atualizado e ser mais
eficiente, diante de uma estabilidade nas regras tributárias, fornecendo aos usuários informações
contábeis melhores e mais seguras, de forma a possibilitar aos executivos e empresários, decisões
mais acertadas. [sic]
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Unidade: Elaborando o Planejamento Tributário - II
Referências
BRASIL. Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002(a). Dispõe sobre a não cumulatividade
na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10637.htm> Acesso em: 20 outubro 2012.
FERNANDES, Edison Carlos. MARTINS, Ives Gandra da Silva. Não cumulatividade do PIS
e da COFINS - implicações contábil, societária e fiscal. São Paulo: Quartier Latin, 2007.
REZENDE, Amaury José. PEREIRA; Carlos Alberto; ALENCAR, Roberta Carvalho de.
Contabilidade Tributária: Entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os
resultados das empresas. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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Anotações
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