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Matéria: Direito Penal


Professor: Dicler Forestieri Ferreira
Direito Penal
Teoria e Questões comentadas
Prof. Dicler Forestieri Ferreira

Aula 1 – Aplicação da Lei Penal

Sumário

1- Normas Penais ................................................................................ 3

2- Interpretação da Lei Penal .............................................................. 4


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3- Aplicação da Lei Penal ..................................................................... 6

4- Lista de exercícios ......................................................................... 23

5- Gabarito ........................................................................................ 32

6- Questões Comentadas ................................................................... 33

7- Referencial Bibliográfico................................................................ 49
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1- Normas Penais

Sabemos que o Estado é o órgão encarregado pela elaboração da norma


penal (art. 22, I da CF).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
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marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;


As normas penais possuem uma técnica diferenciada, pois elas
descrevem uma conduta típica e estabelecem uma pena para aqueles que a
realizam. Entretanto, há algumas normas penais com descrição e finalidade
diversas. Por isso, podemos dizer que os dispositivos penais se classificam da
seguinte forma:

- normas penais incriminadoras: sãs as que definem as infrações e fixam as


respectivas penas.
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Ex: o art. 121 do CP que tipifica o crime de homicídio.


Art. 121. Matar alguem: Preceito Primário
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Preceito Secundário
As normas penais incriminadoras estão previstas na parte especial do
Código Penal (arts. 121 ao 359-H) e na nas diversas leis especiais, como as que
serão abordadas pelo prof. Breno.

- normas penais permissivas: são as que preveem a licitude ou a impunidade


de determinados comportamentos, apesar de estes se enquadrarem na
descrição típica.
Ex: o art. 23 do CP enumera algumas causas excludentes de ilicitude.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular
de direito.

- normas penais complementares ou explicativas: esclarecem o significado


de outras normas ou limitam o significado de sua aplicação.
Ex: o art. 327 do CP que define o conceito de funcionário público para fins
penais.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.

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definem as infrações e
Incriminadoras fixam as respectivas
penas.

que preveem a licitude


NORMAS ou a impunidade de
Permissivas
PENAIS determinados
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comportamentos

esclarecem o
Complementares significado de outras
ou explicativas normas ou limitam o
significado

Para finalizarmos esse tópico, cabe analisarmos a norma penal em


branco. Tratam-se de normas que exigem uma complementação, a ser dada
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por outras normas, de nível igual ou diverso.


Como exemplo, temos o art. 1º, § único da Lei 11.343/2006 que trata do
tráfico de drogas.
Art. 1o Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar
dependência, assim especificados em lei ou relacionados em
listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
União.
Perceba que os produtos considerados como drogas devem ser
especificados em lei ou em listas atualizadas pelo Executivo da União. Na
verdade, tais produtos são definidos na Portaria 344/98 da ANVISA.
Ou seja, o art. 1º, § único da Lei 11.343/2006 é complementado por uma
Portaria do Poder Executivo.
Observe que se trata de uma norma hierarquicamente inferior por se
tratar de uma portaria.

NORMA PENAL exige uma complementação a ser dada por


EM BRANCO outras normas, de nível igual ou diverso

2- Interpretação da Lei Penal

A interpretação consiste em extrair o significado e a extensão da norma


em relação à realidade.
Da mesma forma que nos demais ramos do direito, a interpretação da Lei
Penal pode ser:

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QUANTO À FONTE OU
SIGNIFICADO
ORIGEM OU SUJEITO
Emana do próprio legislador que reconhece a
Autêntica ambiguidade da norma e elabora uma nova lei
destinada a esclarecer a intenção da primeira.
Tem como origem as reiteradas decisões judiciais
Jurisprudencial
proferidas pelos diversos Tribunais.
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Emana dos estudiosos da matéria do direito e das


Doutrinal
obras científicas.
QUANTO AO MEIO OU
SIGNIFICADO
ELEMENTO UTILIZADO
Busca auxílio nas regras de gramática para a
solução da dúvida, tal como a análise da pontuação,
Gramatical ou Literal
da colocação da palavra na frase, a sua origem
etimológica, etc.
Baseia-se na investigação dos antecedentes da
norma, ou seja, consiste na pesquisa das
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circunstâncias que nortearam a sua elaboração, de


Histórica
ordem econômica, política e social, bem como do
pensamento dominante ao tempo da formação da
norma.
Atende ao espírito da lei procurando-se apurar o
sentido e a finalidade da norma, a intenção do
Lógica ou Racional
legislador, através de raciocínios lógicos, com
abandono dos elementos puramente verbais.
Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas
Teleológica ou Sociológica
exigências sociais.
Entende-se que a lei não existe isoladamente e o
Direito deve ser visto como um todo, como um
Sistemática
sistema, comparando a norma com outras espécies
legais.
QUANTO AOS
SIGNIFICADO
RESULTADOS
Quando a letra da lei corresponde exatamente ao
Declarativa
que o legislador pensa.
Quando o legislador expõe na lei menos do que
Extensiva pretendia dizer, sendo necessário ampliar a
aplicação da lei.
Restritiva Quando o legislador expõe na lei mais do que
pretendia dizer, sendo necessário restringir a
aplicação da lei.
A analogia não se confunde com a interpretação analógica. A
analogia é uma forma de auto integração da lei consistente na aplicação a
uma hipótese não regulada por lei de uma disposição relativa a um caso
semelhante. A interpretação analógica é empregada quando o legislador
utiliza uma cláusula genérica após ter descrito uma fórmula específica.
A analogia em relação às leis penais incriminadoras é vedada em
virtude do princípio da legalidade que estabelece não ser possível criar

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crimes ou impor penas pelo emprego da analogia. Em relação às leis penais não
incriminadoras, a analogia só poderá ser empregada para beneficiar o réu diante
das lacunas legais involuntárias (analogia in bonan partem). A interpretação
analógica, por outro lado, não encontra restrição quanto ao seu emprego.
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1 – Analogia in malan partem: o emprego de analogia que possa vir a prejudicar


o acusado não deve ser aceito;
2 – Analogia in bonam partem: nada impede o emprego de analogia que não
acarrete prejuízo ao acusado ou que lhe traga benefício direto.

3- Aplicação da Lei Penal


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O assunto aplicação da lei penal é tratado nos arts. 1º ao 12 do Código


Penal. Basicamente o assunto se divide em três pontos:
 aplicação da lei penal no tempo;
 aplicação da lei penal no espaço; e
 conflito aparente de normas.
Nesta aula iremos abordar os dispositivos legais citados acima, separados
por assunto, de modo a facilitar o seu estudo e permitir a aplicação dos conceitos
na resolução das questões propostas ao final da aula.

1. Princípio da Legalidade
Este princípio já foi estudado na aula demonstrativa, bastando lembrar que ele
está previsto no art. 1º do CP e se subdivide em outros três subprincípios.
Art. 1º do CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal.

Princípio da
legalidade

Anterioridade Reserva legal Taxatividade

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Consequências da reserva legal:


1 – Não se admite o emprego da analogia no tocante às normas penais quando
possa prejudicar o réu. Ao contrário, nada impede o emprego da analogia que
traga benefícios ao acusado;
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2 – Não se admite a incriminação vaga e indeterminada para fins de


configuração de crimes;
3 – Não se admite a aplicação de crimes ou penas de meros costumes sem a
previsão anterior e escrita tanto de um como de outro;
4 – Embora a norma constitucional utilize-se apenas da expressão crime,
devemos ampliar o entendimento deste dispositivo também para as
contravenções penais.
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2. Princípio da Irretroatividade da Lei Penal


Da mesma forma que o princípio anterior, este também foi estudado na
aula demonstrativa, cabendo recordar o art. 2º do CP e os seus principais
conceitos NO TEMPO
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Veja a tabela resumo:

Abolitio criminis
possuem efeitos retroativos
Novatio legis in mellius
Novatio legis in pejus
não possuem efeitos retroativos
Novatio legis incriminadora

Perceba que, se for para beneficiar o réu, a lei penal retroage mesmo que
já exista uma sentença penal transitada em julgado.

3. Lei Penal Excepcional ou Temporária


Na hipótese de uma lei penal excepcional ou temporária, devemos
observar o art. 3o do CP.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

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Para dar início a nossa conversa, temos que conceituar o que uma lei
temporária e uma lei excepcional:
 Leis temporárias são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do
fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo.
 Leis excepcionais são as que vinculam o prazo de vigência a
determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc.
Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica.
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Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei penal, após


ser revogada, continuar regulando fatos ocorridos durante a sua
vigência. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei
excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor, ela
deverá ser utilizada no julgamento.

LEI EXCEPCIONAL
ULTRATIVIDADE
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LEI TEMPORÁRIA

O esquema gráfico a seguir permite uma melhor visualização do que vem a


ser a ultratividade:

Ultra-atividade
julgamento

CRIME

Vigência da lei temporária ou


excepcional

A ultratividade e a retroatividade são espécies de extra-atividade.


Denomina-se extra-atividade a capacidade que tem a lei penal de se
movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante sua vigência,
mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, para regular
situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéficas ao
agente.

Possibilidade de a lei penal


regular situações anteriores à
Retroatividade sua vigência, desde que ela seja
mais benéfica
EXTRA-
ATIVIDADE
Quando a lei, mesmo já
revogada, continua
Ultratividade regulando os fatos que
ocorreram durante a sua
vigência.

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Em relação à revogação da lei penal em branco e aos atos que a
complementam, algumas situações merecem ser consideradas:
1) se o complemento exigido for lei, a sua revogação retroagirá em
benefício do agente (o fato torna-se atípico);
2) se o complemento for um ato normativo infralegal editado em
situação de anormalidade (exemplo: tabelamento de preços em crise
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econômica), a sua revogação não poderá retroagir para beneficiar o


agente (o fato continua sendo típico em relação aos que infringiram a lei
durante aquela situação de anormalidade);
3) se o complemento for um ato normativo infralegal editado em
situação de normalidade, a sua revogação retroagirá para beneficiar o
agente (exemplo: portaria do Ministério da Saúde que arrola quais são as
substâncias que devem ser consideradas como entorpecentes, para fins de
repressão ao tráfico – a exclusão de uma determinada substância desse rol
torna o fato atípico, nessa parte).
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No escopo do assunto se faz interessante a análise da súmula 711 do


STF.
Súmula 711 do STF: “Aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente a lei penal mais grave, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou permanência”.
Antes de começar a explicação da súmula, devo mostrar a definição de
crime continuado encontrada no art. 71 do CP e de crime permanente:
Crime continuado
Art. 71 do CP - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
sexto a dois terços.
Ex: quando o empregado de uma loja que furta, diariamente, durante 2 meses,
pequenas quantias de dinheiro para não despertar suspeitas, ele está
cometendo um crime de furto continuado e responderá pela pena do crime de
furto aumentada de 1/6 a 2/3.
Já o crime permanente é aquele em que a consumação se prolonga no
tempo. O exemplo clássico é o sequestro cuja consumação ocorre durante todo
o período que a vítima tem a sua liberdade individual privada.

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Crimes

Permanentes Continuados

Agente pratica diversas infrações


Consumação se estende no penais da mesma espécie
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tempo circunstancias parecidas de tempo,


lugar e modo.
Ex. sequestro em andamento com a
vítima colocada em cativeiro Ex. funcionário que furta pequenas
quantidades de dinheiro do caixa da empresa
todos os dias

aplica-se a lei em vigor ao final da aplica-se a lei em vigor à época do


permanência último crime praticado

Vejamos o exemplo a seguir, cujo período marcado corresponde à


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execução de um crime permanente ou continuado:

Lei A Lei B Lei C

Início do Fim do
crime crime

Imagine um sequestro que durou cerca de 10 meses. Quando o crime


começou estava em vigor a Lei A, posteriormente entrou em vigor a Lei B e,
antes do fim, a Lei C.
Qual lei deve ser aplicada ao caso em questão?
Em se tratando de um crime permanente ou continuado, entende-se que
deve ser utilizada a lei vigente no momento em que houve o fim do crime (Lei
C), ainda que ela seja mais grave.

1 – Crimes praticados durante a vigência de lei temporária ou excepcional não


podem ser beneficiados pela retroatividade de lei mais benéfica. Estes serão
julgados pelo texto da lei em vigor quando eles foram cometidos;
2 – As normas penais começam a vigorar no Brasil 45 dias depois de publicadas,
salvo disposição em contrário; se nesse prazo ocorrer publicação de novo texto
destinado à correção, o prazo começa novamente a correr a partir da nova
publicação. As correções da lei em vigor são consideradas lei nova;
3 – Permanece em vigor a lei até que outra a modifique ou revogue, salvo em
caso de lei temporária ou excepcional (leis autorrevogáveis); a revogação da lei
anterior pode ser por ab-rogação – quando a lei nova revoga a lei anterior
completamente – ou derrogação – quando a lei nova revoga a lei anterior
parcialmente.

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4. Momento do Crime x Local do Crime
O art. 4o do CP define o momento em que se considera cometido o delito.
Tempo do crime
Art. 4º do CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Já o art. 6o do CP define o local em que o crime for cometido.
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Lugar do crime
Art. 6º do CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Para a análise desses dois dispositivos, temos que conhecer três teorias:
a) Teoria da atividade: relaciona o local e/ou momento do crime ao ato
de ação ou omissão (conduta) do agente;
b) Teoria do resultado: relaciona o local e/ou momento do crime à
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produção do resultado; e
c) Teoria da ubiquidade: relaciona o local e/ou momento do crime tanto
à conduta do agente, quanto à produção do resultado.

Teoria

da Ubiquidade ou
da Atividade do Resultado
Mista

no momento da no momento da
no momento da
conduta conduta e no
produção do
momento do
(ação ou omissão) resultado.
resultado.

Adotada no Brasil Adotada no brasil


Aplica-se em matéria
para o tempo do para o local do
de prescição penal
crime crime

Dessa forma, percebemos que, por ocasião do tempo do crime, o CP em


seu art. 4o, adotou a teoria da atividade. Entretanto, por ocasião do lugar do
crime, o CP, em seu art. 6o, adotou a teoria da ubiquidade.
Vale destacar, porém, que em matéria de prescrição o Código Penal
adotou a Teoria do Resultado, conforme afirma em seu art. 110.
Art. 110 do CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a
sentença final, começa a correr (...)
I - do dia em que o crime se consumou.
A justificativa pela escolha da teoria da ubiquidade para o local do crime
tem está relacionada à ideia de evitar conflitos internacionais.

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Imagine que a Argentina adotasse, para definir o local do crime, a teoria
da atividade (local da conduta) e o Brasil adotasse a teoria do resultado. Diante
dessa hipótese, caso um brasileiro (em solo brasileiro) atirasse em um argentino
(do outro lado da fronteira) teríamos um problema internacional.
O que aconteceria basicamente?
O Brasil iria falar para a Argentina julgar o caso, pois o resultado morte
ocorreu em solo argentino; por outro lado, a Argentina iria falar para o Brasil
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julgar o caso, pois conduta foi praticada em solo brasileiro.


Conclusão, ninguém iria condenar o criminoso.
Para evitar isso, o Brasil adotou a teoria da ubiquidade quanto ao local do
crime e a situação narrada, para o ordenamento jurídico brasileiro, configura
crime nos dois países (Brasil e Argentina).

Tempo do Crime Lugar do Crime


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Teoria da Teoria da
Atividade Ubiquidade

Lembre-se do mnemônico “LUTA”.


(lugar = ubiquidade / tempo = atividade).
O concurseiro está sempre na “LUTA”.

5. Princípio da Territorialidade
O princípio da territorialidade, consagrado no art. 5o do CP, é aquele
segundo o qual a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a
determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do
titular do bem jurídico lesado. Veja a seguir o dispositivo legal em questão:
Territorialidade
Art. 5º do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
Entretanto, através da análise do caput do artigo em questão,
percebemos que as convenções e os tratados e regras de direito internacional
prevalecem sobre a legislação brasileira. Desse modo, concluímos que o
princípio da territorialidade não é absoluto, ou seja, comporta exceções, e, por
isso, é chamado de princípio da territorialidade temperada.
As exceções existentes decorrem das regras de imunidade diplomática
contidas em documentos internacionais ratificados pelo Brasil.
Os §§ 1o e 2o tratam de situações em que um crime é cometido a bordo
de uma aeronave ou embarcação.

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Qual lei devemos aplicar nesse caso? A lei do local onde está a aeronave
ou a embarcação? Ou a lei do país de origem da aeronave ou embarcação?
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
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§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a


bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
Perceba que uma aeronave ou embarcação pode ser considerada como
extensão do território nacional e, consequentemente, ocorrer a aplicação da lei
brasileira em crimes nela cometidos.
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As bancas de concursos costumam apresentar uma situação onde houve


um crime abordo de uma embarcação ou aeronave e perguntam qual a lei deve
ser aplicada ao caso.
Vejamos a tabela a seguir para sintetizar o assunto e posteriormente
apresentarei um caso prático como as bancas fazem para que você saiba aplicar
o conceito ora estudado.

Localizada no espaço Localizada no espaço


Aeronave ou
aéreo, porto, aéreo, porto,
embarcação
aeroporto ou mar aeroporto ou mar
brasileira
territorial brasileiro territorial estrangeiro

Pública ou a serviço
Utiliza-se a lei brasileira
do governo

Mercante ou de Utiliza-se a lei


Utiliza-se a lei brasileira
propriedade privada estrangeira

Caso prático: Imagine um avião da GOL saindo de São Paulo (BRA) e indo para
Buenos Aires (ARG). Durante a viagem, quando o avião estava prestes a pousar
na Argentina, faltando apenas 5 minutos, Jorge agrediu fisicamente Pedro. Qual
lei deve ser aplicada ao crime em questão?
Resposta: Tendo em vista que o avião estava prestes a pousar na Argentina,
conclui-se que estava sobrevoando o espaço aéreo argentino. Além disso, por
se tratar de uma aeronave particular, então devemos utilizar a lei da Argentina,
conforme marcado em vermelho e negrito na tabela acima.

Quando a aeronave ou embarcação for brasileira, basta decorar a


situação em que se utiliza a lei estrangeira, pois, os outros casos são sempre
de aplicação da lei penal brasileira. Caso esteja navegando ou sobrevoando
em alto-mar utiliza-se a lei do país de origem.

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O território de embaixadas estrangeiras, bem como de edifícios


consulares, no Brasil, faz parte de nosso território; portanto, os crimes lá
cometidos são regidos pela lei penal brasileira, salvo se os agentes
possuírem imunidade diplomática.
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Resumindo de outra forma, temos:

Públicos
Onde quer que se
ou a serviço encontrem
Território do governo
Brasileiro Navios e
por aeronaves
EXTENSÃO Quando em alto mar
Particulares
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Quando no espaço
aéreo

6. Princípio da Extraterritorialidade
A extraterritorialidade é o fenômeno pelo qual a lei brasileira se aplica a
fatos ocorridos fora do território nacional, ou seja, em locais submetidos à
soberania externa. A regra é a territorialidade, entretanto, aplica-se a
extraterritorialidade de forma excepcional.

Princípio da
Regra
Territorialidade

Condicionada
Exceção:
Extraterritorialidade
Incondicionada

Podemos destacar duas espécies de extraterritorialidade:


1) Extraterritorialidade incondicionada: é aplicada aos casos mais
graves que são aqueles previstos no art. 7º, I do CP. Nesses casos
independentemente de qualquer condição deverá ser aplicada a lei
brasileira.
Extraterritorialidade
Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:

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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Trata-se do princípio da defesa real ou proteção que protege um bem
jurídico nacional, de origem pública, contra ofensas no exterior.
Como exemplo, se alguém tentar assassinar a Presidente da República no
Japão, esta pessoa ficará sujeita às leis brasileiras.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
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Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,


sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
Também se trata do princípio da defesa real ou proteção.
Como exemplo, se alguém falsificar a moeda brasileira (Real) na França,
esta pessoa ficará sujeita às leis brasileiras.
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Também se trata do princípio da defesa real ou proteção.
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Como exemplo, se um cônsul brasileiro na Itália praticar o crime de


corrupção passiva, ele ficará sujeito às leis brasileiras.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
Trata-se do princípio da justiça universal ou cosmopolita que reflete
as hipóteses em que a gravidade do crime ou a importância do bem jurídico
violado são tão grandes que justificam a punição do fato, independentemente
do local em que foi praticado o delito e da nacionalidade do agente.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Nessas quatro situações de extraterritorialidade incondicionada é possível
que o agente responda a dois processos pelo mesmo fato: um no exterior e
outro no Brasil. Se o sujeito sofrer duas condenações, então devemos aplicar o
art. 8º do CP que será estudado mais adiante.
2) Extraterritorialidade condicionada: fica caracterizada quando a
aplicação da lei penal brasileira ao caso em questão depende do concurso
de diversas condições. É aplicada aos casos do art. 7º, II e § 3º do CP.
Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Também se refere ao princípio da justiça universal ou cosmopolita.
b) praticados por brasileiro;
Trata-se do princípio da personalidade ou nacionalidade ativa onde
cada país tem interesse em punir os seus nacionais.

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c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados.
Refere-se ao princípio da representação ou da bandeira que leva em
conta a bandeira da embarcação ou aeronave no interior da qual o fato foi
praticado.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
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estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições


previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
No § 3º também é tratado o princípio da personalidade ou
nacionalidade ativa.
Como já foi falado, os casos do inciso II e do § 3º são situações que
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dependem de determinadas condições. Tais condições estão listadas no § 2º


representado a seguir:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí
cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Ou seja, utilizando o inciso II, “b” como exemplo, se um brasileiro praticar
um crime na Espanha ele poderá ser punido no Brasil se houver o concurso de
todas as condições acima.
Sei que esse ponto da matéria é um pouco complicado, mas fique
tranquilo pois, ao final da aula, você vai ver como o assunto costuma ser
cobrado.
Segue um resumo gráfico:

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Princípio da defesa
real ou proteção
Incondicionada
Princípio da justiça
universal
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Extraterritorialidade
Princípio da justiça
universal

Princípio da
Condicionada personalidade ou
nacionalidade ativa

Princípio da
representação ou
bandeira
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7. Pena Cumprida no Estrangeiro


Através da regra contida no art. 8º, evita-se que o agente seja punido
duplamente pelo mesmo fato. Trata-se da aplicação do princípio do non bis in
idem.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º do CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas.
Imagine duas hipóteses em que uma pessoa seja condenada no Brasil e
na Argentina pelo mesmo crime e veja a consequência de cada uma.

- hipótese 1: As penas são diferentes, dessa forma, se a detenção


Argentina: Multa era de 1 ano, então o juiz deverá atenuar a pena pelo
Brasil: Detenção fato de já ter sido paga a multa na Argentina

- hipótese 2: As penas são iguais, dessa forma, o


sujeito só deverá cumprir mais um ano de
Argentina: 2 anos de reclusão
reclusão no Brasil se já cumpriu 2 anos na
Brasil: 3 anos de reclusão Argentina.

Perceba que para as penas serem iguais deve ser observada a parte
qualitativa (reclusão) e não a parte quantitativa (2 anos ou 3 anos).

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PENAS = CÔMPUTO

PENAS ≠ ATENUAÇÃO
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8. Eficácia da Sentença Estrangeira


A sentença judicial é um ato de soberania do Estado (fica restrita aos
limites territoriais), entretanto, de forma excepcional, o art. 9º do CP estabelece
regras que possibilitam a homologação de uma sentença proferida no
estrangeiro acarretando a produção de efeitos jurídicos no Brasil.
Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira
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produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada


no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a
outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo Único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com
o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta
de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Perceba que a produção de efeitos da homologação fica restrita à esfera
civil e à aplicação de medidas de segurança (medida aplicável aos semi-
imputáveis e inimputáveis).
Ressalta-se também a aplicação da Súmula 420 do STF:
STF 420: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem
prova do trânsito em julgado.

9. Contagem do Prazo Penal

Sobre a contagem do prazo penal temos o seguinte:


Contagem de prazo

Art. 10 do CC - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.


Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Percebemos que, diferentemente do prazo processual penal (art. 798, §


1 do CPP), o prazo penal inclui em sua contagem o dia do começo. Além
o

disso, os dias, os meses e os anos são contados de acordo com o calendário


comum (365 ou 366 dias), também chamado de gregoriano.

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Art. 798, § 1o do CPP – Não se computará no prazo o dia do começo,
incluindo-se, porém, o do vencimento.

Os seguintes assuntos, dentre outros, tratam de prazos penais:


- prazo prescricional;
- prazo decadencial;
livramento condicional;
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-
- sursis; etc.
Dessa forma, se um desses prazos começar às 23 horas e 32 minutos do dia
27 de novembro, o dia 27 de novembro (dia do começo) deve ser inserido na
contagem.

Penal Inclui o dia do começo


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PRAZO

Processual Exclui o dia do começo

10. Frações não computáveis da pena


Nos termos do art. 11 do CP, ninguém pode ser condenado a uma pena
que tenha duração de um mês e seis horas, ou a pagar uma multa de R$
67.098,34.
Frações não computáveis da pena
Art. 11 do CP - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as
frações de cruzeiro.
A tabela a seguir resume o assunto:

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Desprezam-se as


PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO frações de dia.

Desprezam-se as
MULTA
frações de real.

11. Conflito aparente de normas


Um determinado fato concreto não pode ser enquadrado em vários tipos
penais, sob pena de afronta ao princípio do non bis in idem. Portanto, se,
aparentemente, um mesmo fato puder ser enquadrado em mais de uma norma,
estaremos diante de um conflito aparente de normas.
Dessa forma, caberá ao intérprete solucionar tal conflito com base em um
dos princípios listados a seguir:

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- S UBSIDIARIEDADE
- E SPECIALIDADE
Para decorar, utilize o mnemônico SECA.
- C ONSUNÇÃO
- A LTERNATIVIDADE

1) Subsidiariedade (lex primaria derogat subsidiariae): haverá relação de


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primariedade e subsidiariedade entre normas quando descreverem graus de


violação de um mesmo bem, de forma que a subsidiária terá menor gravidade
que a principal.
Temos como exemplo o art. 132 do CP:
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e
iminente:
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Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui


crime mais grave.
A expressão marcada em negrito vermelho indica que o delito em questão
representa um crime subsidiário.

2) Especialidade (lex specialis derogat generali): a norma especial terá


preferência sobre a geral, conforme determina o art. 12 do CP.
Legislação especial
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Vejamos o exemplo do infanticídio em relação ao homicídio.
A espécie (art. 123 do CP) excluirá o gênero (art. 121 do CP) em face dos
elementos especializantes (parentesco, influência do estado puerperal e o
elemento temporal: durante ou logo após o parto);
Homicídio simples
Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Conclui-se que o infanticídio é um crime especial em relação ao homicídio.

3) Consunção ou absorção: ocorre quando uma conduta tipificada é fase


normal de preparação ou execução de outra. Ou seja, se uma pessoa ingressa

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sem autorização na residência de outra para cometer um homicídio, então ela
responderá apenas pelo homicídio, pois o crime-fim (homicídio) absorve o
crime-meio (violação de domicílio – art. 150 do CP).
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa
alheia ou em suas dependências:
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Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


Segundo esse princípio um crime mais grave absorve um outro menos
grave quando este integrar a descrição típica daquele. A consunção verifica-
se nas seguintes situações:
a) crime progressivo: ocorre quando o agente, pretendendo desde o
início produzir o resultado mais grave, pratica sucessivas violações ao bem
jurídico (exemplo: não há homicídio sem a precedente lesão corporal). Nessa
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situação o resultado mais grave (morte) absorve o anterior (lesões corporais);


b) crime complexo: ocorre quando houver a fusão de dois ou mais
crimes autônomos para formar um único crime (exemplo: roubo = furto +
emprego de violência ou grave ameaça). Nessa situação o fato complexo
(roubo) absorve os fatos autônomos que o integram (furto e violência);
c) progressão criminosa: ocorre quando o agente pretende e consegue
produzir um resultado menos grave e depois resolve produzir outro mais grave
(exemplo: primeiro o agente quis e conseguiu produzir uma lesão corporal; em
seguida decide matar a vítima). Nessa situação o resultado final (e mais grave)
absorve o menos grave.

4) Alternatividade: se volta à solução de conflitos surgidos em face de crimes


de ação múltipla, que são aqueles em que o tipo penal expõe vários núcleos,
correspondendo cada um desses núcleos a uma conduta.
É exemplo de crime de ação múltipla o delito de receptação, relacionado
no art. 180 do CP:
Receptação
Art. 180 do CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
A despeito das várias modalidades de condutas praticadas no crime acima
transcrito, é imprescindível que exista nexo de causalidade entre elas e que
sejam praticadas no mesmo contexto fático. Nesse caso, o agente será punido
apenas por uma das modalidades descritas no tipo.
Imagine que o agente adquira, transporte e oculte produto de crime.
Nesse caso ele estará praticando 3 crimes?
Se as condutas foram praticadas em relação ao mesmo objeto, então
considera-se praticado apenas um crime.

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A parte teórica da aula de hoje termina por aqui.
No próximo tópico vamos ver como o assunto costuma ser cobrado pelas
diversas bancas de concursos em questões de provas anteriores !!!
Bons estudos !!!
Dicler
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4- Lista de exercícios

1- (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2015) Com relação às fontes e aos princípios


de direito penal, bem como à aplicação e interpretação da lei penal no tempo e
no espaço, assinale a opção correta.
a) No Código Penal brasileiro, adota-se, com relação ao tempo do crime, a teoria
da ubiquidade.
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b) A lei penal brasileira aplica-se ao crime perpetrado no interior de navio de


guerra de pavilhão pátrio, ainda que em mar territorial estrangeiro, dado o
princípio da territorialidade.
c) Segundo a doutrina majoritária, os costumes e os princípios gerais do direito
são fontes formais imediatas do direito penal.
d) Dado o princípio da legalidade estrita, é proibido o uso de analogia em direito
penal.
e) Dada a ampla margem de escolha atribuída ao legislador no que se refere à
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tipificação dos crimes e cominações de pena, é-lhe permitido tipificar crimes de


perigo abstrato e criminalizar atitudes internas das pessoas, como orientações
sexuais.

2- (CESPE/TJ-CE/Juiz Substituto/2012) Em relação à analogia, assinale


a opção correta.
a) A analogia só ocorre na hipótese de aplicação de lei, sendo vedada a utilização
de entendimento firmado em súmula de tribunal superior analogicamente a
outra situação semelhante.
b) A analogia em direito penal, em regra, só pode ser utilizada em razão da
ausência de norma regulamentadora, da presença de lacuna na lei ou da
existência de lei desproporcional.
c) A analogia, forma de autointegração da lei, não constitui fonte mediata do
direito, podendo ser utilizada em relação a normas permissivas e
incriminadoras.
d) A jurisprudência do STJ admite, no âmbito do direito penal, a aplicação de
analogia de normas de direito civil ou processual civil, ainda que resulte na
condenação do réu.
e) O uso do instituto da analogia pressupõe, necessariamente, uma lacuna
involuntária da norma em vigor.

3- (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013) Não há crime sem lei


anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Trata-se do
postulado constitucional que se consagrou com a denominação de
a) presunção de inocência.
b) devido processo legal.
c) in dubio pro reo.
d) estrita legalidade.
e) princípio da culpabilidade.

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4- (FCC/TJ-AP/TJAA/2014) Com relação à aplicação da lei penal, é
INCORRETO afirmar:
a) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
b) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vigência.
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c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar crime, se já
houver sentença penal definitiva.
d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento de seu resultado.

5- (FCC/SEFAZ-PE/Julgador Tributário/2015) Acusado em processo


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que apurou o crime de lavagem de dinheiro em concurso com o crime de


organização criminosa teve uma pena altíssima. Quando lhe restava um terço
para o cumprimento da pena, as modalidades criminosas praticadas tiveram
suas penas reduzidas na metade. Nesse caso, o agente
a) não será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista
que a lei posterior que favoreça o agente será aplicada somente com os fatos
ocorridos posteriormente, acompanhando as normas do processo penal.
b) será favorecido com o reconhecimento da extinção de metade da pena
restante para o cumprimento, haja vista que a lei posterior que favoreça o
agente será aplicada neste patamar proporcionalmente, diante dos fatos
praticados anteriormente.
c) será favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indenização pelo
Estado, diante da lei posterior, devendo cumprir integralmente sua pena em
face do trânsito em julgado.
d) será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista que a
lei posterior que favoreça o agente será aplicada mesmo com os fatos praticados
anteriormente.
e) não será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista
que a lei posterior que favoreça o agente será aplicada no caso de prever
expressamente o efeito retroativo.

6- (FGV/TJ-AM/AJAJ/2013) No tocante à aplicação da lei penal, assinale


a afirmativa incorreta.
a) Lei penal extrativa é aquela que produz efeitos fora de seu período de
vigência, podendo ser ultrativa ou retroativa.
b) A abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade
c) A novativo legis in mellius é retroativa, salvo quando já houve o trânsito em
julgado da decisão condenatória respectiva.

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d) Em se tratado de crime permanente, aplica-se a lei vigente no momento em
que cessou a permanência, ainda que se trate de lei penal mais gravosa.
e) No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do fato praticado,
persistindo os civis.

7- (FCC/TCE-SP/Auditor Substituto de Conselheiro/2013) José foi


processado e condenado por crime previsto em lei vigente à época do fato
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delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a


pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à
condenação imposta a José, se a sentença já tiver transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas não retroagem.
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e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a


aplicação a casos pretéritos.

8- (FCC/MPE-CE/Analista Ministerial/2013) Sobre a aplicação da lei


penal excepcional ou temporária, de acordo com o Código Penal brasileiro, é
correto afirmar:
a) Fere o princípio constitucional da irretroatividade da lei e deve ser declarada
inconstitucional.
b) Embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram, aplica- se ao fato praticado durante sua vigência.
c) Está restrita ao direito penal militar em tempo de guerra.
d) Aplica-se ao fato praticado anteriormente à sua vigência desde que não tenha
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram.
e) Não está prevista no direito brasileiro que adota o princípio da estrita
legalidade.

9- (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2014) Sobre o tempo e o lugar do


crime, o Código Penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para
estabelecer o lugar do crime, a teoria da ação.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ação.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer
o lugar do crime, a teoria da ubiquidade.

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10- (FGV/TJ-RO/Técnico Judiciário/2015) No dia 25 de fevereiro de
2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996,
encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de
fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os
fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por
transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de
março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos
disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a
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situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar


do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, Felipe será
considerado:
a) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o
tempo do crime, enquanto que o lugar do crime é definido pela Teoria da
Ubiquidade;
b) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o
tempo do crime, enquanto que o lugar é definido pela Teoria do Resultado;
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c) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir tanto
o tempo quanto o lugar do crime;
d) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o
momento do crime, enquanto que a Teoria da Atividade determina o lugar;
e) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir
tanto o tempo quanto o local do crime.

11- (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013) A lei penal brasileira


tem vigência espacial precipuamente regida pelo postulado denominado
a) competência universal.
b) subsidiariedade.
c) nacionalidade.
d) proteção.
e) territorialidade.

12- (FCC/TCM-GO/Procurador/2015) A respeito da aplicação da lei


penal, considere:
I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarcações
brasileiras a serviço do governo brasileiro que se encontrem ancorados em
portos estrangeiros.
II. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o
condenado a reparar o dano independentemente de homologação.
III Consideram-se extensões do território brasileiro as embarcações brasileiras
de propriedade privada em alto mar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II

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c) I e III
d) I e II
e) II e III.

13- (FCC/TJ-AP/TJAA/2014) Embora cometidos no estrangeiro, NÃO


ficam sujeitos à lei brasileira os crimes
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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.


b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, de sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público.
c) contra a Administração pública, por quem está a seu serviço.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e ainda que aí não sejam
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julgados.

14- (FGV/TJ-AM/AJAJ/2013) Com relação à lei penal no espaço, assinale


a afirmativa incorreta.
a) A legislação penal brasileira adota o princípio da territorialidade absoluta.
b) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados em aeronave pública
brasileira ainda que esteja em território estrangeiro.
c) As embaixadas estrangeiras não são consideradas território estrangeiro,
aplicando-se a lei brasileira nos crimes praticados no seu interior, salvo quando
o autor for agente diplomático ou possua imunidade diplomática.
d) São princípios empregados para solucionar a regra da extraterritorialidade:
personalidade ou nacionalidade, domicílio, defesa, justiça universal,
representação ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de território não se restringe à área
limitada pelas fronteiras brasileiras.

15- (FCC/TCM-RJ/Procurador/2015) No que concerne à aplicação da lei


penal no espaço, o princípio pelo qual se aplica a lei do país ao fato que atinge
bem jurídico nacional, sem nenhuma consideração a respeito do local onde o
crime foi praticado ou da nacionalidade do agente, denomina-se princípio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de proteção.
d) da competência universal.
e) de representação.

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16- (FGV/CODEBA/Advogado/2016) Em uma embarcação pública
estrangeira, em mar localizado no território do Uruguai, o presidente do Brasil
sofre um atentado contra sua vida pela conduta de João, argentino residente no
Brasil, que conseguiu se infiltrar no navio passando-se por funcionário da
cozinha, já planejando o cometimento do delito. O presidente do Brasil, porém,
é socorrido e se recupera, enquanto João é identificado e preso na Bahia, um
mês após os fatos.
Considerando a situação narrada, sobre a aplicação da lei penal no espaço, é
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correto afirmar que a João


a) não pode ser aplicada a lei brasileira, já que o crime foi cometido no
estrangeiro.
b) poderá ser aplicada a lei brasileira, com base no princípio da territorialidade.
c) poderá ser aplicada a lei brasileira, ainda que o autor do crime tenha sido
absolvido ou condenado no estrangeiro.
d) poderá ser aplicada a lei brasileira, desde que o autor do crime não seja
julgado no estrangeiro.
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e) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.

17- (FCC/TJ-SE/Juiz Substituto/2015) João, brasileiro, é vítima de um


furto na cidade de Paris, na França. O autor do delito foi identificado na ocasião,
José, um colega brasileiro que residia no mesmo edifício que João. A Justiça
francesa realizou o processo e ao final José foi definitivamente condenado a uma
pena de 2 anos de prisão. Ambos retornaram ao país e José o fez antes mesmo
de cumprir a sua condenação. Neste caso, conforme o Código Penal brasileiro,
a) não se aplica a lei penal brasileira, pois José já foi condenado pela justiça
francesa.
b) aplica-se a lei penal brasileira por ser o furto um delito submetido à
extraterritorialidade incondicionada.
c) aplica-se a lei penal brasileira, desde que haja requisição do Ministro da
Justiça.
d) aplica-se a lei penal brasileira, se não estiver extinta a punibilidade segundo
a lei mais favorável.
e) não se aplica a lei penal brasileira por ter sido o crime cometido em outro
país.

18- (FCC/TCM-GO/Auditor de Controle Externo/2015) Rodrigo praticou


no exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1 ano de reclusão no
exterior e a 2 anos de reclusão no Brasil. Cumpriu a pena no exterior e voltou
ao Brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão expedido pela justiça
brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção
pecuniária.
b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será
objeto de nova dosimetria.

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c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito
ao cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir
mais 1 ano de reclusão.
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os
2 anos de reclusão impostos pela justiça brasileira.
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19- (FCC/TRT 6ª Região/Juiz do Trabalho/2013) No tocante à aplicação


da lei penal, correto afirmar que :
a) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
b) a lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante
a sua vigência, se decorido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.
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d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, ainda que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

20- (FCC/TJ-PE/Juiz Substituto/2015) Constituem princípios que se


destinam a solucionar o conflito aparente de normas:
a) proporcionalidade e especialidade.
b) excepcionalidade e proporcionalidade.
c) especialidade e fragmentariedade.
d) subsidiariedade e especialidade.
e) excepcionalidade e subsidiariedade.

21- (CESPE/TJ-DFT/Juiz Substituto/2016) Com relação à aplicação da


lei penal, assinale a opção correta.
a) As frações de dia são computadas como um dia integral de pena nas penas
privativas de liberdade e nas restritivas de direitos.
b) O direito penal, quanto ao tempo do crime, considera praticado o crime no
momento do seu resultado.
c) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz as
mesmas consequências, poderá ser homologada no Brasil para todos os efeitos,
exceto para obrigar o condenado à reparação do dano.
d) Ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra o patrimônio ou a fé pública
do DF, de estado, de município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público, embora cometidos
no estrangeiro, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido no estrangeiro.

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e) Não é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, ainda que achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

22- (CESPE/TJ-PB/Juiz Substituto/2013) A respeito dos princípios do


direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção
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correta.
a) É permitida a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
b) A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos ocorridos
durante a sua vigência ou retroagir para alcançar os que tenham ocorrido
anteriormente à sua entrada em vigor.
c) No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual tanto
o momento da ação quanto o do resultado são relevantes para a definição do
momento do crime.
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d) Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será aplicada


a lei penal mais benéfica caso surja lei penal mais grave antes da cessação da
continuidade ou permanência da conduta criminosa.
e) O princípio da reserva legal impõe a existência de lei anterior ao fato cometido
pelo agente, com definição precisa no preceito primário incriminador, vedada a
criação de tipos vagos ou imprecisos.

23- (CONSULPLAN/TRF 2ª Região/AJOJ/2017) Sobre a aplicação da lei


penal, analise as afirmativas a seguir.
I. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
II. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
III. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

24- (VUNESP/TJM-SP/Escrevente Judiciário/2017) Nos termos


previstos no Código Penal, é correto afirmar que
a) se considera praticado o crime no momento do resultado.
b) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

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c) o dia do começo deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias,
os meses e os anos pelo calendário comum.
d) o funcionário público que se apropria, por negligência, de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou o desvia, em proveito próprio, comete o crime de peculato-culposo.
e) exigir, para outrem, indiretamente, fora da função mas em razão dela,
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vantagem indevida caracteriza o crime de concussão.


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5- Gabarito

1 B 7 A 13 Anulada 19 A
2 E 8 B 14 A 20 D
3 D 9 E 15 C 21 D
4 C 10 A 16 C 22 E
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5 D 11 E 17 D 23 A
6 C 12 C 18 D 24 E
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6- Questões Comentadas

1- (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2015) Com relação às fontes e aos princípios


de direito penal, bem como à aplicação e interpretação da lei penal no tempo e
no espaço, assinale a opção correta.
a) No Código Penal brasileiro, adota-se, com relação ao tempo do crime, a teoria
da ubiquidade.
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b) A lei penal brasileira aplica-se ao crime perpetrado no interior de navio de


guerra de pavilhão pátrio, ainda que em mar territorial estrangeiro, dado o
princípio da territorialidade.
c) Segundo a doutrina majoritária, os costumes e os princípios gerais do direito
são fontes formais imediatas do direito penal.
d) Dado o princípio da legalidade estrita, é proibido o uso de analogia em direito
penal.
e) Dada a ampla margem de escolha atribuída ao legislador no que se refere à
tipificação dos crimes e cominações de pena, é-lhe permitido tipificar crimes de
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perigo abstrato e criminalizar atitudes internas das pessoas, como orientações


sexuais.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. Lembre-se do mnemônico “LUTA” (lugar=ubiquidade /
tempo=atividade). O concurseiro está sempre na “LUTA”.
(B) CERTA. A assertiva é resolvida pelo art. 5º, § 1º do CP.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Vejamos o resumo novamente:

Localizada no espaço Localizada no espaço


Aeronave ou
aéreo, porto, aéreo, porto,
embarcação
aeroporto ou mar aeroporto ou mar
brasileira
territorial brasileiro territorial estrangeiro

Pública ou a serviço Utiliza-se a lei


Utiliza-se a lei brasileira
do governo brasileira

Mercante ou de Utiliza-se a lei


Utiliza-se a lei brasileira
propriedade privada estrangeira

Como o navio de guerra está a serviço do governo brasileiro, onde quer que ele
se encontre será aplicada lei brasileira.
(C) ERRADA. As fontes formais mediatas do Direito Penal são os costumes e
os princípios gerais do direito. A fonte imediata é a lei.

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(D) ERRADA. O Direito Penal proíbe o uso da analogia in mallam partem, ou
seja, para prejudicar o réu. A analogia in bonam partem, para beneficiar o réu,
é permitida.
(E) ERRADA. Estudaremos na próxima aula que não é possível punirmos
atitudes internas. Ou seja, uma pessoa não pode ser punida por pensar em
matar alguém.
A possibilidade de sanção inicia a partir da exteriorização de vontade.
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Gabarito: B

2- (CESPE/TJ-CE/Juiz Substituto/2012) Em relação à analogia, assinale


a opção correta.
a) A analogia só ocorre na hipótese de aplicação de lei, sendo vedada a utilização
de entendimento firmado em súmula de tribunal superior analogicamente a
outra situação semelhante.
b) A analogia em direito penal, em regra, só pode ser utilizada em razão da
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ausência de norma regulamentadora, da presença de lacuna na lei ou da


existência de lei desproporcional.
c) A analogia, forma de autointegração da lei, não constitui fonte mediata do
direito, podendo ser utilizada em relação a normas permissivas e
incriminadoras.
d) A jurisprudência do STJ admite, no âmbito do direito penal, a aplicação de
analogia de normas de direito civil ou processual civil, ainda que resulte na
condenação do réu.
e) O uso do instituto da analogia pressupõe, necessariamente, uma lacuna
involuntária da norma em vigor.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. A analogia é uma regra de integração no ordenamento
jurídico que é utilizada quando não existe norma para o caso concreto (há
uma lacuna jurídica), emprestando-se, em regra, uma lei a um dado fato, ou
seja, a um caso similar. É perfeitamente possível a aplicação da analogia em
hipótese que não seja somente a aplicação da lei, como no caso da utilização
de Súmulas editadas por Tribunais Superiores, ou a Súmula Vinculante do STF
para casos análogos.

(B) ERRADA. Conforme comentários da alternativa anterior, a analogia é uma


regra de integração no ordenamento jurídico que é utilizada quando não
existe norma para o caso concreto (há uma lacuna jurídica).
(C) ERRADA. O único erro da assertiva é afirmar que a analogia pode ser
utilizada em normas incriminadoras.
(D) ERRADA. A analogia que busque a condenação do réu é considerada in
mallam partem e, por isso, proibida no ordenamento jurídico.
(E) CERTA. Conforme comentários da alternativa (A). Gabarito: E

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3- (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013) Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Trata-se do
postulado constitucional que se consagrou com a denominação de
a) presunção de inocência.
b) devido processo legal.
c) in dubio pro reo.
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d) estrita legalidade.
e) princípio da culpabilidade.
Resolução:
No art. 1º do CP a doutrina consagra o princípio da legalidade.
Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal.
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Gabarito: D

4- (FCC/TJ-AP/TJAA/2014) Com relação à aplicação da lei penal, é


INCORRETO afirmar:
a) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
b) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vigência.
c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar crime, se já
houver sentença penal definitiva.
d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento de seu resultado.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) CERTA. Conforme o art. 1º do CP.
(B) CERTA. Conforme o art. 3º do CP.
(C) ERRADA. O erro da questão é condicionar a retroatividade da lei ao fato de
haver ou não transito em julgado.
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.

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(D) CERTA. Conforme o art. 8º do CP.
(E) CERTA. Conforme o art. 4º do CP.
Gabarito: C

5- (FCC/SEFAZ-PE/Julgador Tributário/2015) Acusado em processo


que apurou o crime de lavagem de dinheiro em concurso com o crime de
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organização criminosa teve uma pena altíssima. Quando lhe restava um terço
para o cumprimento da pena, as modalidades criminosas praticadas tiveram
suas penas reduzidas na metade. Nesse caso, o agente
a) não será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista
que a lei posterior que favoreça o agente será aplicada somente com os fatos
ocorridos posteriormente, acompanhando as normas do processo penal.
b) será favorecido com o reconhecimento da extinção de metade da pena
restante para o cumprimento, haja vista que a lei posterior que favoreça o
agente será aplicada neste patamar proporcionalmente, diante dos fatos
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praticados anteriormente.
c) será favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indenização pelo
Estado, diante da lei posterior, devendo cumprir integralmente sua pena em
face do trânsito em julgado.
d) será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista que a
lei posterior que favoreça o agente será aplicada mesmo com os fatos praticados
anteriormente.
e) não será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista
que a lei posterior que favoreça o agente será aplicada no caso de prever
expressamente o efeito retroativo.
Resolução:
A base legal da questão é o art. 2º, § único do CC.
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Gabarito: D

6- (FGV/TJ-AM/AJAJ/2013) No tocante à aplicação da lei penal, assinale


a afirmativa incorreta.
a) Lei penal extrativa é aquela que produz efeitos fora de seu período de
vigência, podendo ser ultrativa ou retroativa.
b) A abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade
c) A novativo legis in mellius é retroativa, salvo quando já houve o trânsito em
julgado da decisão condenatória respectiva.

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d) Em se tratado de crime permanente, aplica-se a lei vigente no momento em
que cessou a permanência, ainda que se trate de lei penal mais gravosa.
e) No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do fato praticado,
persistindo os civis.
Resolução:
Análise das alternativas:
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(A) CERTA. A extratividade (aplicação da lei fora do seu período de vigência)


divide-se em retroatividade (aplicação a fatos ocorridos antes de sua entrada
em vigor) e ultra-atividade (aplicação de uma lei depois de sua revogação).
(B) CERTA. Conforme o art. 107, III do CP.
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
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(C) ERRADA. A novativo legis in mellius é retroativa, ainda quando já houver


o trânsito em julgado da decisão condenatória respectiva.
(D) CERTA. Conforme a Súmula 711 do STF.
(E) CERTA. Conforme explanação teórica.
Gabarito: C

7- (FCC/TCE-SP/Auditor Substituto de Conselheiro/2013) José foi


processado e condenado por crime previsto em lei vigente à época do fato
delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a
pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à
condenação imposta a José, se a sentença já tiver transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas não retroagem.
e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a
aplicação a casos pretéritos.
Resolução:
Na situação apresentada temos três leis:
- Lei vigente à época do fato: inicialmente deve ser aplicada;
- Lei que reduz a pena: por ser benéfica em relação à lei vigente à época
do fato, deve retroagir e ser aplicada;
- Lei que aboliu o crime: por ser benéfica em relação à lei que reduz a
pena, também deve retroagir e ser aplicada.
Sendo assim, as duas leis novas irão produzir efeitos retroativos.
Gabarito: A

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8- (FCC/MPE-CE/Analista Ministerial/2013) Sobre a aplicação da lei


penal excepcional ou temporária, de acordo com o Código Penal brasileiro, é
correto afirmar:
a) Fere o princípio constitucional da irretroatividade da lei e deve ser declarada
inconstitucional.
b) Embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
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que a determinaram, aplica- se ao fato praticado durante sua vigência.


c) Está restrita ao direito penal militar em tempo de guerra.
d) Aplica-se ao fato praticado anteriormente à sua vigência desde que não tenha
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram.
e) Não está prevista no direito brasileiro que adota o princípio da estrita
legalidade.
Resolução:
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Questão com base no art. 3º do CP.


Lei excepcional ou temporária
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.
Gabarito: B

9- (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2014) Sobre o tempo e o lugar do


crime, o Código Penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para
estabelecer o lugar do crime, a teoria da ação.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ação.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer
o lugar do crime, a teoria da ubiquidade.
Resolução:
Lembre-se do mnemônico “LUTA” (lugar=ubiquidade / tempo=atividade ou
ação). O concurseiro está sempre na “LUTA”.
Gabarito: E

10- (FGV/TJ-RO/Técnico Judiciário/2015) No dia 25 de fevereiro de


2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996,
encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de
fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os
fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por

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transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de
março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos
disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a
situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar
do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, Felipe será
considerado:
a) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o
tempo do crime, enquanto que o lugar do crime é definido pela Teoria da
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Ubiquidade;
b) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o
tempo do crime, enquanto que o lugar é definido pela Teoria do Resultado;
c) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir tanto
o tempo quanto o lugar do crime;
d) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o
momento do crime, enquanto que a Teoria da Atividade determina o lugar;
e) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir
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tanto o tempo quanto o local do crime.


Resolução:
Mais uma vez, lembre-se do mnemônico “LUTA” (lugar=ubiquidade /
tempo=atividade ou ação). O concurseiro está sempre na “LUTA”.
Gabarito: A

11- (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013) A lei penal brasileira


tem vigência espacial precipuamente regida pelo postulado denominado
a) competência universal.
b) subsidiariedade.
c) nacionalidade.
d) proteção.
e) territorialidade.
Resolução:
O princípio da territorialidade, consagrado no art. 5o do CP, é aquele segundo o
qual a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a determinou, sem
atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico
lesado.
Territorialidade
Art. 5º do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
Gabarito: E

12- (FCC/TCM-GO/Procurador/2015) A respeito da aplicação da lei


penal, considere:

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I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarcações
brasileiras a serviço do governo brasileiro que se encontrem ancorados em
portos estrangeiros.
II. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o
condenado a reparar o dano independentemente de homologação.
III Consideram-se extensões do território brasileiro as embarcações brasileiras
de propriedade privada em alto mar.
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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.
Resolução:
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Análise das alternativas:


I. CERTA. Conforme o art. 5º, § 1o do CP.
II. ERRADA. O art. 9º do CP determina a necessidade de homologação.
III. CERTA. Conforme o art. 5º, § 2o do CP.
Gabarito: C

13- (FCC/TJ-AP/TJAA/2014) Embora cometidos no estrangeiro, NÃO


ficam sujeitos à lei brasileira os crimes
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, de sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público.
c) contra a Administração pública, por quem está a seu serviço.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e ainda que aí não sejam
julgados.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. A lei brasileira é aplicável, conforme o art. 7º, I, a do CP. É uma
hipótese de extraterritorialidade incondicionada (princípio da defesa real ou
proteção).
(B) ERRADA. A lei brasileira é aplicável, conforme o art. 7º, I, b do CP. Também
é uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada (princípio da defesa real
ou proteção).

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(C) ERRADA. A lei brasileira é aplicável, conforme o art. 7º, I, c do CP. Também
é uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada (princípio da defesa real
ou proteção).
(D) ERRADA. A lei brasileira é aplicável, conforme o art. 7º, I, d do CP. Também
é uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada (princípio da justiça
universal ou cosmopolita).
(E) ERRADA. Aqui a lei brasileira também é aplicável, conforme o art. 7º, II, c
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do CP. Entretanto, é uma hipótese de extraterritorialidade condicionada


(princípio da representação ou da bandeira).
Gabarito: Anulada

14- (FGV/TJ-AM/AJAJ/2013) Com relação à lei penal no espaço, assinale


a afirmativa incorreta.
a) A legislação penal brasileira adota o princípio da territorialidade absoluta.
b) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados em aeronave pública
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brasileira ainda que esteja em território estrangeiro.


c) As embaixadas estrangeiras não são consideradas território estrangeiro,
aplicando-se a lei brasileira nos crimes praticados no seu interior, salvo quando
o autor for agente diplomático ou possua imunidade diplomática.
d) São princípios empregados para solucionar a regra da extraterritorialidade:
personalidade ou nacionalidade, domicílio, defesa, justiça universal,
representação ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de território não se restringe à área
limitada pelas fronteiras brasileiras.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. A legislação penal brasileira adota o princípio da territorialidade
moderada.
(B) CERTA. Conforme o art. 5º, § 1o do CP.
(C) CERTA. Conforme explanação teórica.
(D) CERTA. Conforme explanação teórica.
(E) CERTA. Conforme prevê o art. 5º, §§ 1º e 2º do CP.
Gabarito: A

15- (FCC/TCM-RJ/Procurador/2015) No que concerne à aplicação da lei


penal no espaço, o princípio pelo qual se aplica a lei do país ao fato que atinge
bem jurídico nacional, sem nenhuma consideração a respeito do local onde o
crime foi praticado ou da nacionalidade do agente, denomina-se princípio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de proteção.

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d) da competência universal.
e) de representação.
Resolução:
A questão tem como base o art. 5º, I, a, b e c do CP que trata do princípio da
defesa real ou proteção.
Extraterritorialidade
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Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no


estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;


O princípio da defesa real ou proteção protege um bem jurídico nacional,
de origem pública, contra ofensas no exterior.
Gabarito: C

16- (FGV/CODEBA/Advogado/2016) Em uma embarcação pública


estrangeira, em mar localizado no território do Uruguai, o presidente do Brasil
sofre um atentado contra sua vida pela conduta de João, argentino residente no
Brasil, que conseguiu se infiltrar no navio passando-se por funcionário da
cozinha, já planejando o cometimento do delito. O presidente do Brasil, porém,
é socorrido e se recupera, enquanto João é identificado e preso na Bahia, um
mês após os fatos.
Considerando a situação narrada, sobre a aplicação da lei penal no espaço, é
correto afirmar que a João
a) não pode ser aplicada a lei brasileira, já que o crime foi cometido no
estrangeiro.
b) poderá ser aplicada a lei brasileira, com base no princípio da territorialidade.
c) poderá ser aplicada a lei brasileira, ainda que o autor do crime tenha sido
absolvido ou condenado no estrangeiro.
d) poderá ser aplicada a lei brasileira, desde que o autor do crime não seja
julgado no estrangeiro.
e) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.
Resolução:
Nesse casos independentemente de qualquer condição deverá ser aplicada a lei
brasileira.
Extraterritorialidade
Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:

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I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Trata-se do princípio da defesa real ou proteção que protege um bem
jurídico nacional, de origem pública, contra ofensas no exterior.
Gabarito: C
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17- (FCC/TJ-SE/Juiz Substituto/2015) João, brasileiro, é vítima de um


furto na cidade de Paris, na França. O autor do delito foi identificado na ocasião,
José, um colega brasileiro que residia no mesmo edifício que João. A Justiça
francesa realizou o processo e ao final José foi definitivamente condenado a uma
pena de 2 anos de prisão. Ambos retornaram ao país e José o fez antes mesmo
de cumprir a sua condenação. Neste caso, conforme o Código Penal brasileiro,
a) não se aplica a lei penal brasileira, pois José já foi condenado pela justiça
francesa.
b) aplica-se a lei penal brasileira por ser o furto um delito submetido à
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extraterritorialidade incondicionada.
c) aplica-se a lei penal brasileira, desde que haja requisição do Ministro da
Justiça.
d) aplica-se a lei penal brasileira, se não estiver extinta a punibilidade segundo
a lei mais favorável.
e) não se aplica a lei penal brasileira por ter sido o crime cometido em outro
país.
Resolução:
Esta questão merece uma crítica, pois a alternativa apontada como gabarito não
está completa.
A situação narrada representa um caso de extraterritorialidade condicionada
prevista no art. 7º, II b do CP.
Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
II - os crimes:
b) praticados por brasileiro;
Entretanto, por ser uma situação de extraterritorialidade condicionada, todas as
condições previstas no art. 7º, § 2º do CP deve estar configuradas.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí
cumprido a pena;

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e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável.
A crítica recai sobre o fato de ter sido apontada apenas a condição da alínea “e”,
sendo omitidas as demais.
Gabarito: D (há controversas)
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18- (FCC/TCM-GO/Auditor de Controle Externo/2015) Rodrigo praticou


no exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1 ano de reclusão no
exterior e a 2 anos de reclusão no Brasil. Cumpriu a pena no exterior e voltou
ao Brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão expedido pela justiça
brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção
pecuniária.
b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será
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objeto de nova dosimetria.


c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito
ao cumprimento da pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir
mais 1 ano de reclusão.
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os
2 anos de reclusão impostos pela justiça brasileira.
Resolução:
Vamos analisar a questão:
- Pena no exterior: 1 ano de reclusão;
- Pena no Brasil: 2 anos de reclusão.
Como as penas são iguais (reclusão), deverá haver o cômputo da pena cumprida
no estrangeiro, por ocasião do cumprimento da pena no Brasil.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º do CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas.
Gabarito: D

19- (FCC/TRT 6ª Região/Juiz do Trabalho/2013) No tocante à aplicação


da lei penal, correto afirmar que :
a) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
b) a lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante
a sua vigência, se decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.

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d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, ainda que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
Resolução:
Análise das alternativas:
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(A) CERTA. Conforme o art. 10 do CP.


(B) ERRADA. Em desacordo com o art. 3º do CP.
(C) ERRADA. Considera-se praticado o crime no momento da ação.
(D) ERRADA. Em desacordo com o art. 12 do CP.
Legislação especial
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
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diverso.
(E) ERRADA. A retroatividade da lei penal mais benéfica independe de haver o
transito em julgado da sentença condenatória.
Gabarito: A

20- (FCC/TJ-PE/Juiz Substituto/2015) Constituem princípios que se


destinam a solucionar o conflito aparente de normas:
a) proporcionalidade e especialidade.
b) excepcionalidade e proporcionalidade.
c) especialidade e fragmentariedade.
d) subsidiariedade e especialidade.
e) excepcionalidade e subsidiariedade.
Resolução:
Lembre-se dos princípios:
- S UBSIDIARIEDADE
- E SPECIALIDADE
Para decorar, utilize o mnemônico SECA.
- C ONSUNÇÃO
- A LTERNATIVIDADE

Gabarito: D

21- (CESPE/TJ-DFT/Juiz Substituto/2016) Com relação à aplicação da


lei penal, assinale a opção correta.
a) As frações de dia são computadas como um dia integral de pena nas penas
privativas de liberdade e nas restritivas de direitos.

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b) O direito penal, quanto ao tempo do crime, considera praticado o crime no
momento do seu resultado.
c) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz as
mesmas consequências, poderá ser homologada no Brasil para todos os efeitos,
exceto para obrigar o condenado à reparação do dano.
d) Ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra o patrimônio ou a fé pública
do DF, de estado, de município, de empresa pública, sociedade de economia
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mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público, embora cometidos


no estrangeiro, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido no estrangeiro.
e) Não é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, ainda que achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Resolução:
Análise das alternativas:
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(A) ERRADA. Em desacordo com o art. 11 do CP. Pois as frações de dia são
desprezadas.
(B) ERRADA. Lembre-se do mnemônico “LUTA” (lugar=ubiquidade /
tempo=atividade). O concurseiro está sempre na “LUTA”.
(C) ERRADA. Segundo o art. 9º do CP, a sentença estrangeira poderá ser
homologada no Brasil para obrigar o condenado à reparação do dano.
(D) CERTA. No art. 7º, I, b do CP encontramos o princípio da defesa real ou
proteção.
Extraterritorialidade
Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
Trata-se de uma situação de aplicação da extraterritorialidade incondicionada.
(E) ERRADA. A questão trata do princípio da territorialidade temperada
insculpido no art. 5º, §2º do CP.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
Gabarito: D

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22- (CESPE/TJ-PB/Juiz Substituto/2013) A respeito dos princípios do
direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção
correta.
a) É permitida a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
b) A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos ocorridos
durante a sua vigência ou retroagir para alcançar os que tenham ocorrido
anteriormente à sua entrada em vigor.
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c) No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual tanto


o momento da ação quanto o do resultado são relevantes para a definição do
momento do crime.
d) Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será aplicada
a lei penal mais benéfica caso surja lei penal mais grave antes da cessação da
continuidade ou permanência da conduta criminosa.
e) O princípio da reserva legal impõe a existência de lei anterior ao fato cometido
pelo agente, com definição precisa no preceito primário incriminador, vedada a
criação de tipos vagos ou imprecisos.
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Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. Apenas uma lei em sentido formal (lei ordinária federal ou lei
complementar federal) pode descrever condutas criminosas, ou seja, é proibido
o uso de resoluções, decretos e medidas provisórias (art. 62, § 1º, b da CF)
para que ocorra a tipificação de condutas criminosas.
“nullum crimen, nulla poena sine lege stricta”
Art. 62, § 1º da CF - É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria:
I - relativa a:
b) direito penal [...].
(B) ERRADA. A lei penal revogada pode continuar regulando fatos que
ocorreram durante a sua vigência em decorrência da ultra atividade.
(C) ERRADA. Mais uma vez, lembre-se do mnemônico “LUTA”
(lugar=ubiquidade / tempo=atividade). O concurseiro está sempre na “LUTA”.
(D) ERRADA. A assertiva trata de crimes continuados ou permanentes, sendo
necessária a invocação da Súmula 711 do STF.
Súmula 711 do STF: “Aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente a lei penal mais grave, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou permanência”.
(E) CERTA. Lembre-se do quadro a seguir:

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Consequências da reserva legal:


1 – Não se admite o emprego da analogia no tocante às normas penais quando
possa prejudicar o réu. Ao contrário, nada impede o emprego da analogia que
traga benefícios ao acusado;
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2 – Não se admite a incriminação vaga e indeterminada para fins de


configuração de crimes;
3 – Não se admite a aplicação de crimes ou penas de meros costumes sem a
previsão anterior e escrita tanto de um como de outro;
4 – Embora a norma constitucional utilize-se apenas da expressão crime,
devemos ampliar o entendimento deste dispositivo também para as
contravenções penais.
Gabarito: E
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23- (CONSULPLAN/TRF 2ª Região/AJOJ/2017) Sobre a aplicação da lei


penal, analise as afirmativas a seguir.
I. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
II. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
III. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
Resolução:
Todas as assertivas são cópias da letra da lei.
Análise das afirmativas:
I. CERTA. Vide art. 4º do CP.
II. CERTA. Vide art. 6º do CP.
III. CERTA. Vide art. 10 do CP.
Gabarito: A

24- (VUNESP/TJM-SP/Escrevente Judiciário/2017) Nos termos


previstos no Código Penal, é correto afirmar que

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a) se considera praticado o crime no momento do resultado.
b) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
c) o dia do começo deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias,
os meses e os anos pelo calendário comum.
d) o funcionário público que se apropria, por negligência, de dinheiro, valor ou
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qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou o desvia, em proveito próprio, comete o crime de peculato-culposo.
e) exigir, para outrem, indiretamente, fora da função mas em razão dela,
vantagem indevida caracteriza o crime de concussão.
Resolução:
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. Segundo a teoria da atividade, considera-se praticado o crime no
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momento da ação ou omissão.


(B) ERRADA. A lei benéfica para o réu retroage ainda que haja sentença
condenatória transitada em julgado.
(C) ERRADA. O dia do começo deve ser incluído na contagem do prazo penal.
(D) ERRADA. Apesar da alternativa não ter sido estudada na aula de hoje, vale
mencionar que o peculato culposo está previsto no art. 312, § 2º do CP e não
condiz com o que foi descrito na questão.
(E) CERTA. Apesar da alternativa não ter sido estudada na aula de hoje, vale
mencionar que o crime de concussão se encontra no art. 316 do CP.
Gabarito: E

7- Referencial Bibliográfico

Constituição Federal de 1988.


Código Penal.
MIRABETE, Julio Fabbrini; FABBRINI, Renato N.. Manual de Direito
Penal: Parte Geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.

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