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Fingimento Artístico
I. Avesso ao sentimentalismo;
II. As suas emoções são pensadas/intelectualizadas ou simplesmente vivências
de estados imaginários.
III. A imaginação sobrepõe-se ao coração
Esta constatação leva-o a formular um desejo impossível, dirigido à ceifeira, para que
continue a cantar, mesmo "sem razão", e que derrame dentro dele o seu canto. Por
outro lado, deseja transformar-se nela e possuir a sua inconsciência, mantendo a sua
própria consciência, paradoxo que revela a impossibilidade de concretização desse
desejo.
» O sujeito poético é infeliz porque pensa, porque racionaliza em excesso: "O que em
mim sente 'stá pensando"; daí que ele inveje, admire e deseje a serena e alegre
inconsciência da ceifeira;
» Esta, por sua vez, julga-se feliz, porque apenas sente, não racionaliza, não
intelectualiza a sua realidade, as suas emoções, o que leva o sujeito poético a
exclamar "Ah, canta, canta sem razão!" e a desejar "Ter a tua alegre inconsciência".
Deste modo, a ceifeira e o seu canto constituem a metáfora da felicidade inatingível.
Além disso, a sua figura simboliza:
» A simplicidade da vida;
» A identificação com a terra;
» A possibilidade de o sujeito poético ser feliz, caso possuísse a alegre
inconsciência dela.