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DELIRIUM
INTRODUÇÃO
Delirium: é uma alteração cognitiva com início agudo, com curso flutuante, caracterizada pela
alteração global das funções psíquicas e se manifesta através de distúrbios da consciência, atenção,
memória, pensamento, comportamento psicomotor, das emoções e do Delirium: é uma síndrome
ciclo sono-vigília. mental orgânica.
Delírio: é um sintoma,
É uma condição secundária a uma patologia clínica percepção falsa da realidade
(alteração da consciência).
o Tem uma melhora rápida quando o fator causal é
identificado e eliminado
É considerado uma emergência geriátrica
o É grave, potencialmente fatal e evitável (30-40%)
Pode ser pensado como um indicador de qualidade de cuidados de saúde para os idoso;
Com frequência leva a uma cascata de eventos que culmina com a perda da independência,
aumento do risco de mobi-mortalidade e aumento dos custos com saúde
É um fator de pior prognóstico durante a internação e após a alta hospitalar
Leva a um maior tempo de internação e eleva os custos
Epidemiologia
É uma síndrome clínica comum no idoso Afeta até 50% dos idosos
Alta prevalência em idosos hospitalizados: causa de 14-24% das admissões hospitalares
Incidência de 6-56% em hospitais gerais
o 15-53% dos pacientes cirúrgicos
o 70-87% dos pacientes geriátricos em UTI
o 60% dos idosos institucionalizados
o 83% dos pacientes em fase terminal
FISIOPATOLOGIA
É tipicamente multifatorial
A sua ocorrência envolve uma complexa interrelação entre o paciente vulnerável e a
exposição a fatores precipitantes ou nocivos
Fatores predisponentes é o que o paciente tem
Características: ≥ 65 anos; sexo masculino
Status cognitivo: demência; CCL; histórico de delirium; depressão
Status funcional: dependência funcional; imobilidade; baixo nível de atividade; história de
quedas
Déficit sensorial: déficit visual; déficit auditivo
Redução da ingestão oral: desidratação; desnutrição
Drogas: polifarmácia; uso de vários psicoativos; abuso de álcool
Condições clínicas: doenças graves; comorbidades/multimorbidades; doença renal crônica ou
hepática; doença neurológica/AVC; distúrbios metabólicos; fratura ou trauma; doença
terminal; HIV
Fatores precipitantes É o que vai desencadear a desenvolver o delirium
Drogas: hipnóticos sedativos; anticolinérgicos; polifarmácia; álcool ou abstinência de drogas
Doença neurológica primária: AVE, principalmente de hemisfério não dominante;
sangramento intracraniano; meningite ou encefalite
Intercorrências clínicas: infecção; iatrogenia; doença aguda severa; hipóxia; trauma; febre ou
hipotermia; anemia; desidratação; desnutrição; baixo nível de albumina sérica; distúrbios
metabólicos Sempre tentar conter
Cirurgias: ortopédicas; cardíacas e não cardíacas com medicamento, e
evitar a contensão
Causas ambientais: admissão em UTI; uso de contensão física; uso física.
de sonda vesical; múltiplos procedimentos; dor e estrese emocional Faz parte do exame
Privação do sono físico o toque retal,
pois o fecaloma pode
Medicamentos: em especial aqueles com efeitos anticolinérgicos e estar desenvolvendo
o delirium.
que atravessam a BHE
o Pode usar quinolona para idosos, mas evitar naqueles com predisposição para
delirium.
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Quanto maior for a predisposição para o delirium, com menos intensidade poderá ser o fator
predisponente. Do mesmo modo, quanto menor for a predisposição para o delirium, maio deverá ser a
intensidade do fator predisponente.
QUADRO CLÍNICO
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DIAGNÓSTICO
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D) Evidência na história, exame físico ou achados laboratoriais de que a alteração seja causada por
alguma condição orgânica
Confusion Assessment Methd (CAM) É o instrumento mais utilizado para identificação
Critério 1: início agudo; existe evidência de uma alteração aguda do estado mental do
paciente em relação ao nível de base
Critério 2: déficit de atenção; dificuldade para focar a atenção. Característica flutuante
Critério 3: pensamento desorganizado
Critério 4: alteração do nível de consciência; hiperativo, letárgico, estupor
Achados associados: desorientação temporal ou espacial; alteração da memória; alteração da
percepção (alucinações); agitação psicomotora ou retardo psicomotor; alteração do ciclo
sono-vigília
Diagnóstico: critérios 1, 2 e 3 ou 4
Investigação e exames complementares Diagnóstico etiológico
Todos os pacientes
o Sinais vitais
o Glicemia capilar
o Estabilização clínica
A avaliação laboratorial deve ser guiada pela avaliação clínica, levando em conta dados da
história clínica do paciente
o Hemograma, glicemia, função renal e hepática, função tireoidiana, eletrólitos,
gasometria arterial, ECG, RX de tórax e procurar por infecção oculta
Exames adicionais (em casos específicos): função da tireoide, dosagem de B12, nível de
cortisol, níveis de drogas ou de toxicologia, sorologia da sífilis, e o nível de amônia
EEG: particularmente útil na diferenciação e causas orgânicas de distúrbios funcionais ou
psiquiátricos em pacientes de difícil avaliação da deterioração do estado mental em pacientes
com demência, e de identificação de crises convulsivas ocultas
TC e RNM
Punção lombar: delirium persistente, ou nenhuma causa foi identificada
Neuro imagem APENAS: Em pacientes com etiologia
o Presença de sinais localizatórios clínica ou com quadro
prévio de demência, a
o Quando há história de TCE neuroimagem é norma em
98% dos casos.
o Quando a história clínica não pode ser realizada
Diagnóstico diferencial Diferenciar de outras causas que cursam com prejuízo cognitivo global
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TRATAMENTO
PROGNÓSTICO
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