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-18 de Setembro

Garantias dos contribuintes


1. Garantias não impugnatórias:
a. Princípios conformados da atividade tributária
2. Garantias impugnatórias:
o Processos
o Procedimentos

Os poderes que são atribuídos pela lei à administração pública por regra são de duas formas:
1. Poderes vinculativos
2. Poderes discricionários

A administração pública só pode atuar quando tem uma lei que atribui poderes para tal, e podem
ser poderes vinculados, sendo certo que neste caso a administração não tem margem de atuação, atua
quase de forma mecânica. E aqui os pp perdem a importância. Os princípios têm importância quando
estamos perante poderes discricionários, porque aqui há menos controlo da lei e deste modo, destacam-
se os princípios.
Há autores que ente que estes princípios só se aplicam nos poderes discricionários, mas isso
não tem que ser necessariamente radical, os princípios são sempre importantes.
Assim sendo há situações que mesmo estando na lei os pp podem contornar essa atuação da
administração, exemplo: sem prejuízo de ter o ato de cobrar pode fazer se uma penhora do vencimento,
os pp podem servir para atenuar a lei, aferindo assim a proporcionalidade. Pode usar a penhora sem que
seja um meio de tanto impacto social.

GARANTIAS NÃO IMPUGNATÓRIAS


Princípios conformadores da atividade tributária:
Os princípios conformadores da atividade tributaria n se confundem com os pp conformadores da
atividade do legislador (princípios da igualdade fiscal e legalidade fiscal), porque estes pp delimitam a
atividade do legislador e os pp que estamos a falar são pp que se dirigem à administração tributária, uma
vez que, delimitam a atividade da administração tributaria e nesse sentido acabam por ser garantia para
os contribuintes.

1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
A Administração Tributária deve atuar em obediência à lei, dentro dos limites dos poderes que
lhe estão atribuídos e em conformidade com os fins para que os mesmos lhe foram atribuídos.

1. Princípio da prevalência da lei, segundo o qual os atos da Administração devem


conformar-se com as leis, sob pena de ilegalidade;
2. Princípio da precedência da lei, segundo o qual a Administração só pode atuar com
base na lei ou mediante autorização da lei.

Artigo 266º da CRP:


 A Administração Pública visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos
direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.

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 Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à Constituição e à lei e devem
atuar, no exercício das suas funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade,
da justiça, da imparcialidade e da boa fé.

Artigo 55º da LGT- Princípios do procedimento tributário


A administração tributária exerce as suas atribuições na prossecução do interesse público, de
acordo com os princípios da legalidade, da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade
e da celeridade, no respeito pelas garantias dos contribuintes e demais obrigados tributários.

Artigo 3º do CPA- Princípio da legalidade


 Os órgãos da Administração Pública devem atuar em obediência à lei e ao direito,
dentro dos limites dos poderes que lhes estejam atribuídos e em conformidade com os fins par que os
mesmos poderes lhes foram conferidos.
 Os atos administrativos praticados em estado de necessidade, com preterição das
regras estabelecidas neste Código, são válidos, desde que os seus resultados não pudessem ter sido
alcançados de outro modo, mas os lesados terão o direito de ser indemnizados nos termos gerais da
responsabilidade da Administração.

1.1 PRINCIPIO DA LEGALIDADE FISCAL VS PRINCIPIO DA LEGALIDADE


O principio da legalidade não deve ser confundido com o principio da legalidade fiscal, porque o
segundo dirige-se ao legislador e o primeiro dirige-se à administração pública.
Este pp esta relacionado com atuação da administração tributaria que tem uma lei previa para que lhe
permite atuar. Exemplo: eu para aferir a conformidade da atuação da administração vou ver o que diz a lei
para ver se em concreto a administração pode fazer o que esta a fazer. Se diz que faz ao abrigo da
portaria nós vamos ver a portaria e verificar.

Atenção: o principio da legalidade não se restringe a lei no seu sentido mais respeito, lei aqui refere-se
ao ato. Se há uma violação do pp da proporcionalidade em bom rigor também há violação do pp da lei,
porque violar a proporcionalidade também é violara a lei, porque a proporcionalidade é direito.

2. PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Os contribuintes devem ser tratados de forma igualitária, não devendo ser privilegiados,
beneficiados ou prejudicados, privando-se de qualquer direito ou isentando de qualquer obrigação, de
acordo com o conceito de igualdade material.
Artigo 266º nº 2 da CRP
Artigo 55º da LGT
Artigo 6º do CPA
Aplica-se nos mesmos termos que noutros tipos de situações, mas em situações especiais do
direito fiscal.

3. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Os atos da Administração Tributária devem ser os mais adequados e proporcionais aos
objetivos a realizar.
Artigo 266º nº 2 da CRP

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Artigo 55º da LGT
Artigo 46º do CPPT
Artigo 7º do CPA
Artigo 63º nº 4 LGT
Artigo 7º do RCPIT

Exemplo: nas inspeções por regra o contribuinte no mesmo imposto e no mesmo ano só esta
sujeito a uma inspeção, por regra. Se houver nova inspeção eu posso me opor, a não ser que
administração justifique essa nova inspeção, caso contrário essa nova inspeção é ilegal, até porque esta
inspeção é um ato agressivo para o contribuinte.

4.PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
A Administração Tributária deve, no desenvolvimento da sua atividade, pautar-se por um
princípio de justiça, aplicando critérios justos e imparciais.
Artigo 266º nº 2 da CRP
Artigo 55º da LGT
Artigo 8º do CPA
O principio da proporcionalidade tem subjacente a ideia de justiça. Estes princípios aliados
aplicam-se em muito prejuízos fiscais e gastos fiscais. Sobretudo nas empresas que tem contabilidade
organizada isto tem muita importância relativamente aos prazos em que se pode corrigir.
Exemplo: imagine-se que administração estava a averiguar o ano 2014 de uma determinada
empresa e ele vem dizer assim este gasto fiscal que entrou em 2014 não é de 2014 é de 2013. Adquire-
se as ferias de 2018 em 2017. Ora o gasto apurar em 2014 é um gasto de 2013 típico da administração
fiscal o gasto de 5.000 por força do principio da justiça não é de 2014 é de 2013 e foi deduzido em 2014
quando devia ter sido deduzido em 2013. Mas o contribuinte não pode corrigir 2013, e assim seguindo a
lei a dm vai ter um enriquecimento em causa, se não pode corrigir um ano deve abster-se de corrigir o
ano em causa. Isto não está na lei, é assim com base nos pp. não nenhuma norma legal que o diga.

5. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
A Administração Tributária deve atuar de forma imparcial e isenta. Trata-se de um
princípio próximo do princípio da justiça.
De forma a preservar este princípio, a lei prevê incompatibilidades genéricas aplicáveis a todos
os funcionários públicos (Lei nº 64/93, de 26/08, Lei nº 2/2004, de 12/05, e DL nº 413/93, de 23/12). Bem
como incompatibilidades específicas aos funcionários da Administração Tributária, designadamente aos
funcionários da inspeção tributária (artigo 20º do RCPIT).
Artigo 266º nº 2 da CRP
Artigo 55º da LGT
Artigo 9º do CPA

6. PRINCÍPIO DA BOA FÉ
A Administração deve relacionar-se com os particulares de acordo com as regras da boa fé,
ponderando, entre o mais, a confiança suscitada pela sua atuação e o objetivo a alcançar.
Artigo 266º nº 2 da CRP
Artigo 59º nº 2 da LGT
Artigo 68º nº 18 da LGT

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Artigo 10º do CPA

7. PRINCÍPIO DA DECISÃO E DA CELERIDADE


A Administração Tributária está obrigada a pronunciar-se sobre todos os assuntos da sua
competência que lhe sejam apresentados pelas mais variadas formas previstas na lei (reclamação,
exposição, pedido, etc).
O dever de pronúncia (resposta) não se confunde com o dever de decisão, pois este exige
requisitos de ordem objetiva e subjetiva (competência do órgão, tempestividade do meio e legitimidade do
administrado).
Artigo 55º LGT:
Quando a administração pública exerce a sua atuação no âmbito do interesse publico, sendo
certo que o interesse publico é o estado arrecadar receitas destinadas a financiar as despesas publicas
que têm como objetivo a satisfação dos interesses coletivos. A administração fiscal cobra impostos com
este propósito. No entanto, o int público não justifica tudo, ou seja, se a prossecução do interesse público
violar os pp então a administração fiscal não pode prosseguir o interesse publico, sob pena de ocorrer em
violação dos princípios. Assim sendo, a administração fiscal pode seguir o interesse publico, desde que
este esteja de acordo com os princípios.

Artigo 56º da LGT: principio da decisão


 A administração tributária está obrigada a pronunciar-se sobre todos os assuntos da sua
competência que lhe sejam apresentados por meio de reclamações, recursos, representações,
exposições, queixas ou quaisquer outros meios previstos na lei pelos sujeitos passivos ou quem tiver
interesse legítimo.
 Não existe dever de decisão quando:
a) a administração tributária se tiver pronunciado há menos de dois anos sobre pedido
do mesmo autor com idênticos objeto e fundamentos;
b) tiver sido ultrapassado o prazo legal de revisão do ato tributário.
A maior parte dos autores não gosta muito do nome do principio porque não é rigoroso, na maior
parte dos casos não é um poder de decisão, existe sim uma obrigação de pronuncia. Se adi fiscal
entender que n esta obrigada a decidir ela tem que o dizer, tem que se pronunciar, não decide, mas
pronuncia-se. Mesmo que tenha sido feito um pedido repetido eles n se podem recusar a receber, podem
é recusar-se a decidir, mas tem que se pronunciar. Notifica o contribuinte que não decide e neste caso o
contribuinte ou reage ou n reage.
Artigo 13º do CPA

8. PRINCÍPIO DA CELERIDADE
O procedimento tributário deve estar concluído no prazo geral de 4 meses (artigo 57º da LGT),
findo o qual se presume o indeferimento tácito. Contudo, existem prazos especiais, como por exemplo, 60
dias para a decisão do recurso hierárquico (artigo 66º nº 5 do CPPT).
Artigo 57º- prazos:
 O procedimento tributário deve ser concluído no prazo de quatro meses, devendo a
administração tributária e os contribuintes abster-se da prática de atos inúteis ou dilatórios (Redação dada
pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro).
 Os atos do procedimento tributário devem ser praticados no prazo de oito dias, salvo
disposição legal em sentido contrário (Redação dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro).

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 No procedimento tributário, os prazos são contínuos e contam-se nos termos do Código
Civil.
 Os prazos referidos no presente artigo suspendem-se no caso de a dilação do
procedimento ser imputável ao sujeito passivo por incumprimento dos seus deveres de cooperação.
 Sem prejuízo do princípio da celeridade e diligência, o incumprimento do prazo referido
no n.º 1, contado a partir da entrada da petição do contribuinte no serviço competente da administração
tributária, faz presumir o seu indeferimento para efeitos de recurso hierárquico, recurso contencioso ou
impugnação judicial.
O prazo de 4 meses é muito importante e remete para o nº 5.

O ato tácito de indeferimento só tem o efeito de abrir uma janela de eu querendo passar para o
passo seguinte, não tem mais nenhum efeito, se eu não utilizar esta janela mantém se o nº anterior, ou
seja, mantem-se o direito á pronuncia.
Exemplo: eu apresento uma reclamação. Ao fim de 4 meses tenho decisão e eu ou continuo a
esperar pela decisão expressa sendo certo que o pp da decisão mantem-se, mas abre-se a possibilidade
de eu n querer aguardar pela decisão expressa (nº5), mas seu eu não aproveitar agora tenho que
aguardar pacientemente o tempo que demorar. Tenho dito á decisão expressa, mas já não o posso exigir
a pronuncia rapidamente.
Este é o prazo geral temos que ter em atenção os prazos especiais.

Os atos no procedimento tributário devem estar concluídos no prazo de 8 dias, salvo disposição
em contrário (artigo 57º nº2 do LGT). Isto são atos e nem sempre e fácil distinguir os atos do
procedimento. Há atos em que esta vinculado um prazo para a sua pratica e existem mecanismos por
força dos quais eu posso recorrer para o tribunal porque havia um procedimento e não foi cumprido e o
tribunal intima a administração a atuar. Isto não é assim no que respeita aos procedimentos.
Exemplo: eu peço uma certidão e não me é dada Não ma dão, não há um indeferimento, nestes
casos n opera indeferimento tácito. Um pedido de isenção, está aqui em causa um procedimento tácito,
porque há uma decisão mas, no entanto, há aqui um ato. Mas há partida, embora exista a prática de um
ato, quando eu pretendo uma decisão estamos perante um procedimento.
Os prazos no procedimento tributário são contínuos e contam-se nos termos do artigo 279o do

Código Civil (artigo 57º nº 3 da LGT e artigo 20º do CPPT ≠ regra diferente do artigo 87º do CPA). Estes
prazos nem sempre coincidem com o CPA. O artigo 279º é crucial e os feriados contam.

Artigo 279º Código Civil: à fixação do termo são aplicáveis, em caso de dúvida, as seguintes regras:
 Se o termo se referir ao princípio, meio ou fim do mês, entende-se como tal,
respetivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o último dia do mês; se for fixado no princípio, meio ou fim do
ano, entende-se, respetivamente, o primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e o dia 31 de Dezembro;
 Na contagem de qualquer prazo não se inclui o dia, nem a hora, se o prazo for de horas,
em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr;
 O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24
horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data; mas, se no último mês
não existir dia correspondente, o prazo finda no último dia desse mês;
 É havido, respetivamente, como prazo de uma ou duas semanas o designado por oito
ou quinze dias, sendo havido como prazo de um ou dois dias o designado por 24 ou 48 horas;

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 O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o primeiro dia útil; aos
domingos e dias feriados são equiparadas as férias judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de ser
praticado em juízo.

9. PRINCÍPIO DO INQUISITÓRIO
A Administração Tributária deve realizar todas as diligências necessárias à satisfação do
interesse público e à descoberta da verdade material, não estando subordinada à iniciativa do autor do
pedido.

Artigo 58º da LGT: a administração tributária deve, no procedimento, realizar todas as diligências
necessárias à satisfação do interesse público e à descoberta da verdade material, não estando
subordinada à iniciativa do autor do pedido.

Este principio diz nos que a administração tributária tem uma obrigação de investigação com o
propósito de obter uma verdade material, independentemente de esta verdade ser desfavorável á
arrecadação de impostos para satisfazer o interesse público. A administração fiscal tem que investigar,
caso não o faça estamos perante uma violação do principio do inquisitório.

Artigo 6º do RCPIT: o contribuinte à partida tem que provar, ou seja, se alega tem que provar. Contudo
muitas vezes o contribuinte não tem poderes para ter acesso aos meios de prova.
Exemplo: âmbito de faturas falsas
Temos duas etapas:
Numa 1 etapa é administração fiscal que tem que demonstrar que existem Indícios sérios de
faturas falsas e não se exige a prova concreta apenas indícios sérios.
Numa 2 etapa é o contribuinte que tem que demonstrar a substância das operações, ou seja que
as faturas têm substância e representam uma fatura económica efetiva, e não uma falsificação. Mas nesta
2 etapa é possível inverter o ónus da prova, porque a administração fiscal tem que solicitar as
informações, caso não o faça tem o ónus da prova e inverte-se o jogo e se administração não provar a
decisão vais ser contra a administração.
Exemplo: a administração mostra que o (A) não demonstra serviço efetuado, não tem
funcionários. (A) invoca coisas mas não tem poderes para la chegar. (A) administração querendo pode
questionar. Se não o fizer, se administração não investigar para a verdade material, então o ónus da
prova inverte-se.
Nota: há um principio semelhante no âmbito do tribunal, este principio é de muita utilização
pratica.

10. PRINCÍPIO DA COLABORAÇÃO (cooperação)


Entre a Administração Tributária e o contribuinte deve haver um dever de cooperação mútuo.
Este princípio implica, nomeadamente, um diálogo construtivo sobre os factos relevantes em
matéria tributária e um dever constante de informação sobre os direitos e deveres do contribuinte
Este principio tem duas vertentes, por um lado, o contribuinte tem um dever de colaborar com a
administração fiscal. Por outro lado, a administração fiscal tem um dever de colaborar com o contribuinte.
Esta é uma técnica muito utilizada, que se designa de informação cruzada

Artigo 5º nº 1 da LGT: deve haver uma colaboração mutua

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Artigo 48º do CPPT
Artigo 9º nº 1 do RCPIT
Artigo 11º do CPA
Por parte do contribuinte compreende o previsto no nº 4 do artigo 59º da LGT)- informarão
cruzada.

 Recusa legítima: (artigo 63º nº 5 e 6 da LGT e artigo 47º do RCPIT) Na habitação só


com ordem judicial é que a administração pode ter acesso. Não é possível a administração tributaria ter
acesso á habitação sem ordem judicial, nestes casos podemos recusar legitimamente a colaborar,
também nos acessos á vida privada do cidadão. Há alguns limites mas não há muitos, hoje em dia.
 Ónus da prova: (artigo 75º nº 1 e 2, al. b) da LGT) Este efeito jurídico é
importantíssimo, se eu ilegitimamente violar o pp da colaboração há uma inversão do ónus da prova. A
administração fiscal tem o ónus de prova de demostrar que as declarações do contribuinte n são de boa
fé, porque se presume que o contribuinte está de boa fé ao elaborar as suas declarações. Esta presunção
não se verifica em algumas situações, ou seja, se o contribuinte recusar prestar informações que não
sejam de recusa legitima então é o contribuinte que tem que fazer a prova de que as suas declarações
são verdadeiras (não esquecer o principio da execução prévia, quanto mais eu consiga identificar na
declaração melhor para o contribuinte, porque aqui é primeiro paga e depois reclama portanto, o ideal é
conseguir limitar os danos no momento da declaração).
Por parte da AT compreende o previsto no nº 3 artigo 59º da LGT:
 Informações, assistência, esclarecimentos sobre direitos e obrigações
(als. a), c), d), f), i) e m) e nº 5, 6 e 7): a administração tem sempre que informar, isso é uma obrigação.
Mas o problema é as vezes a forma como dão essa informação. O problema destas informações é que
por regra estão a perder qualidade, existe dificuldade de obter informações porque há serviços de
finanças a ter que atender 500 pessoas dia quando antes atendiam 10 e, portanto, não há tempo para
prestar informação.
 Orientações genéricas (artigos 68º-A LGT e 55o e ss. CPPT): Esta
orientação informa qual a atuação da administração fiscal.
 Informações vinculativas (artigos 68º e ss. LGT): São vinculativas para dm
tributaria, este é um procedimento especifico muito desenvolvido hoje em dia e tem um regime específico.
Estas informação vinculativa para administração fiscal eu tenho que estrategicamente saber quando
posso usar, porque a administração vai assumir por escrito que a posição que assume, e a sua posição
vai ser aquela e só uma decisão judicial pode alterar essa posição. Mas estas operações só se aplicam
em alguns casos, nem sempre da para perguntar isto. Exemplo: Posso saber tecnicamente fazer o pedido
de forma a n pegar custos nem juros. Muitas vezes estas repostas são publicadas e passam a decisões
genéricas, retirando a parte pessoal e passa a funcionar como orientação genérica.
 Acesso aos processos/ direito à informação (al. g)
 Identificação funcionários (al. j)
 Comunicação inicio inspeção (al. l) e artigos 49º e 50º RCPIT): Todo o
contribuinte tem o direito de ser informado sobre a investigação a n ser que seja uma investigação crime.
 Interpelação para regularização e redução coima (al. n): A administração
fiscal tem a obrigação de dizer o contribuinte que detetou isto e se o contribuinte regularizar a coima
diminui. O contribuinte tem a obrigação de comunicar todos os rendimentos obtidos pelos residentes, e no

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âmbito disto o contribuinte é informado dos rendimentos que se sabe que obter e dá-se a oportunidade ao
contribuinte para regularizar voluntariamente, ou então está sujeito a coima.

11. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO


 O contribuinte tem o direito de participar na formação das decisões desfavoráveis
que lhe dizem respeito, através do direito de audição prévia. Com este direito pretende-se que o
contribuinte se pronuncie, por escrito ou oralmente, sobre um projeto de decisão, carreando para o
procedimento elementos novos.
Todo o cidadão tem o direito de participar na decisão da administração que lhe foi emitida. Antes
da decisão definitiva o contribuinte é notificado com o proveito do relatório e é lhe dado o prazo para ele
se quiser exercer o direito de audição e anexando aspetos novos, ou contradizendo alguns aspetos
alegados pela administração.
Na maior parte dos casos não interessa exercer este direito, porque numa situação de sim ou
não eu não vou estar a discutir com alguém que já tomou a decisão. Normalmente usamos o direito de
audição quando eu tenho elementos novos que podem influenciar, ou quando há um erro, ou quando a
administração se esqueceu de um aspeto importante. Neste tipo de situações faz sentido exercer o direito
de audição, mas se um diz que é branco e outro diz que é preto não há necessidade de exercer o direito
de audição, isso seria perda de tempo. (porque já vamos discutir isso a seguir, não vale a pena estamos a
discutir algo com quem já decidiu).

 Os elementos novos fornecidos pelo contribuinte são obrigatoriamente tidos em


conta na fundamentação da decisão (artigo 60º nº 7 da LGT).
 Dispensa do direito de audição (artigo 60º nº 2 da LGT)– formalidade essencial ou
não essencial- se administração não informar o contribuinte do seu direito de audição (58)º. Quando
invoco o vicio da falta de comunicação do direito de audição eu tenho que mostrar que este faltou e tenho
que mostrar que ele era essencial se n demonstrar que ele é essencial a falta do direito de audição torna-
se inútil, e basta a suscetibilidade de este direito mudar a decisão que já é o suficientemente para este
direito ser essencial.
Artigo 267º nº 5 da CRP
Artigo 60º da LGT
Artigos 12º e 121º-125º do CPA
Artigo 60º do RCPIT
25 de Setembro
GARANTIAS NÃO IMPUGNARIAS
Decorrentes da atribuição de direitos subjetivos: o contribuinte a partir do momento em que é
parte da relação jurídica adquire estes direitos, e as garantias não impugnatórias são decorrentes deste
direito.
 Direito à Informação
 Direito à Fundamentação
 Direito à Notificação
 Direito a juros indemnizatórios
 Direito ao pagamento em prestações

1. DIREITO À INFORMAÇÃO

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Recorde-se do principio da colaboração que funciona em dois sentidos, a administração tem
obrigação de colaborar com o contribuinte e o contribuinte tem que colaborar com administração, ligado a
este principio está o direito à informação.
O contribuinte tem direito de obter informação sobre o andamento de processos que lhe digam
respeito, de conhecer as resoluções definitivas que sobre eles forem tomadas, bem como o acesso aos
arquivos e registos administrativos
O direito à informação é um direito muito amplo, e o direito á informação não se restringe ao pp
da colaboração é mais amplo. É um instrumento que apesar de não ser vinculativo para a administração,
é uma forma de pressão, em questões do tempo quanto ás decisões, perante o silêncio da administração.
Um dos instrumentos usados é a figura do ato tácito. Além disso, isto decorre de um ato constitucional e
esta regulado no artigo 67º CT.
Artigo 268º nº 1 e 2 da CRP
Artigos 82º e ss. do CPA
Artigo 67º da LGT: o principio da colaboração aplica-se no âmbito genérico e o direito á informação é
aplicado quo caso concreto, relativamente ao contribuinte, não há sigilo fiscal relativamente ao próprio
contribuinte.
Alínea a: mais importante, é um instrumento usado como forma de pressão tentando obter da
parte da administração fiscal uma declaração escrita que indique em que fase esta o processo e a
previsão de decisão. Há dois prazos fundamentais, de 4 meses para o termino do procedimento e o de 6
meses. Este é um prazo supletivo. O prazo do artigo 67º é dez dias, e não oito dias uma vez que isto se
tornou num prazo especial
Alínea b: importante em termos práticos, a partida todas as denuncias feitas ao fisco tem que
estar identificado o denunciante, não pode haver denuncias anónimas. Mas na pratica há na mesma. Mas
a administração fiscal n as identifica e levanta uma investigação. Se houver uma denuncia oficial e se
essa não se vier a confirmar o contribuinte tem o direito a saber quem foi o denunciante, pois existe a
possibilidade de ser indemnizado
Alínea c: concreta situação tributaria, é importante em muitas situações concretas. Se o
contribuinte não tiver a sua situação fiscal legalizada não pode ter acesso a concursos públicos e não
consegue praticar inúmeros atos essenciais. Há uma teia criada para impulsionar o contribuinte a manter
a sua situação fiscal regularizada (até para conseguir a certidão de não divida).
Artigos 104º e ss. CPTA

E se administração fiscal não responder? Aqui não se coloca uma questão de indeferimento tácito.
Exemplo: (A) apresenta uma reclamação e passa 4 meses e passa o prazo de indeferimento tácito mas
mantém-se o dever de pronuncia da administração, obrigação legal de praticar um ato, e responder a um
pedido, ao qual tem o prazo de 10 dias para responder.

Caso passe o prazo e não haja resposta existe um mecanismo previsto no artigo 104º CPTA: que
me da a possibilidade de ir ao tribunal e solicitar que o serviço em causa seja intimado pelo tribunal a
praticar o ato, se não praticar o ato já estamos a falar de uma desobediência judicial. A 1º coisa que o
tribunal faz é enviar a notificação para o serviço em causa que quase sempre imediatamente responde, e
há a desistência do pedido, por falta superveniente de objeto.
Nós temos um prazo de dez dias, mais o prazo de 20 dias para ir para tribunal. Neste caso é um
caso especial, mas se não for um prazo especial não será dez mas sim oito. Nem pode ser antes nem
pode ser depois é um prazo relativamente curto para estarmos a trabalhar.

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Normalmente a administração fiscal perante a notificação do tribunal, responde e notifica o tribunal da sua
resposta. Este geralmente é um processo rápido e eficiente.
O direito á informação não é um direito determinante no sentido de eu conseguir com isto obter a
decisão, mas permite-nos pressionar. Estes mecanismos, por regra, faz com que o contribuinte consiga
obter uma decisão mais rápida que aqueles contribuintes que não usam estes mecanismos

2. DIREITO À FUNDAMENTAÇÃO
A decisão do procedimento é sempre fundamentada de facto e de Direito.
Artigo 268º nº 3 da CRP: relativamente à fundamentação de direito estamos a falar de um
direito consagrado constitucionalmente e é tido como fundamental de estado de direito democrático. A
administração só pode atuar desde que tenha uma lei que o permite e nos termos da lei, e isto permite um
maior controle por parte dos cidadãos, porque podem consultar a lei ao abrigo da qual a administração
atua, uma vez que a lei tem que estar identificada. Ou seja, há portanto, do lado da administração, a
obrigação de identificar a lei ao abrigo da sua atuação. A lei é fundamental, porque permite a analise do
contribuinte. E, por isso, esta fundamentação legal é essencial.
Mas a fundamentação de facto também é importante, o contribuinte tem que perceber com
base no que lhe é dito, a decisão e porquê que as bases legais e de facto resultaram naquela decisão. Ao
ter a obrigação de fundamentar, o próprio autor do ato tem que estudar o ato, e isso obriga também a
uma ponderação do autor relativamente ao ato. Porque muitas vezes nós temos uma ideia, e ao analisar
ficamos com ideia diferente. E, portanto, esta fundamentação é essencial
Quanto à fundamentação acessível este direito fundamental é tão importante, que diz que esta
fundamentação além de ser obrigatória tem que ser acessível de modo a que o cidadão normal percebia.
Para além de preencher os requisitos todos o destinatário normal também tem que perceber o que está
fundamentado, porque nem todos são técnicos.

Artigo 77º da LGT: estabelece as regras relativas ao procedimento tributário. Este é um mecanismo de
decisão por parte da administração há um técnico que faz o pedido, análise e propõe uma decisão e vai a
despacho ao superior e de facto nem todas as decisões tem que ser fundamentadas, e normalmente
segue este mecanismo. A decisão que eu recorro é a decisão final, que é concordo e notifique-se o
contribuinte. Este artigo diz muito pouco sobre a fundamentação em si.

Artigo 63º do RCPIT


Artigos 152º e 153º do CPA– fundamentação expressa, clara, congruente e suficiente. Quando a
fundamentação é insuficientemente coloca-se uma questão, há muitos anos que adi escreve mal. Apesar
de quem decidiu não saber explicar o que decidiu mas sabemos porque decidiu daquela forma, mas não
soube verbalizar. Mas então somos invocados com um dilema terrível, é que se eu vou invocar a
insuficiência da fundamentação eu não posso dizer que percebi, porque se digo que percebi fica sanado o
vicio de fundamentação. Ou seja, se eu vou dizer que a fundamentação é insuficientemente, eu não
posso seguir atacar os pressupostos. Assim sendo, a maior parte não arrisca em dizer eu não percebi e
ataca os pressupostos e o vicio da insuficiência fica sanado. Até porque se eu me fico pela insuficiência
de fundamentação e o juiz decide que a fundamentação é suficiente eu perco a ação, porque ao alegar
esta insuficiência de fundamentação eu não posso me defender nem me prenunciar e atacar os
pressupostos. Diferente é quando não existe mesmo fundamentação, até aqui vimos uma situação em
que a fundamentação existe, ainda que insuficientemente existe, e é contemporânea do ato e foi
notificada ao contribuinte. Coisa diferente é quando na notificação não consta a fundamentação.

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Falta de notificação da fundamentação:
Artigo 36º nº2): requisitos da notificação
Artigo 37º do CPPT: mecanismo para requerer a falta de notificação da fundamentação. Se a notificação
for omissa quando á fundamentação, eu nesse momento não sei se o que esta em causa é a falta de
fundamentação ou a falta da notificação da fundamentação. Este artigo serve para suprir as faltas de
notificação, quanto aos requisitos do artigo 36º. Perante a falha de notificação eu tenho o mecanismo
deste artigo 37º, eu posso pedir a administração que me notifique do que está em falta, e para isso, por
regra tenho o prazo de 30 dias.
Apesar de ser um direito constitucional, se eu não usar este mecanismo, o vicio da falta de
notificação da fundamentação fica sanado. Se há fundamentação não é o artigo 37º, este artigo serve
apenas para suprir a falta de notificação da fundamentação e não para suprir a falta de fundamentação,
dois níveis a falta da fundamentação insuficiente. Se a fundamentação for feita para responder ao artigo
37º, se for á posteriori, já não é válida, porque esta fundamentação tem sempre que ser contemporânea
do ato.

O artigo 37º tem vários efeitos:


Nº 2: Suspende o prazo de impugnação, mas não a execução. Em termos de recurso é tudo a
mesma coisa. Os prazos só são suspensos se eu usei o artigo 37º devidamente (tem que estar reunidos
os pressupostos do artigo 37º e 36º), caso contrário eu corro risco de o prazo passar. Os prazos de
reclamação de impugnação começam a contar a partir da notificação, e fica suspenso o prazo de
reclamação, não fica suspenso o pagamento– principio da execução previa, primeiro paga e depois
reclama. O uso indevido deste mecanismo não pressupõe a suspensão do prazo de impugnação. Na falta
de tal requerimento, o vício do ato de notificação ficará sanado.

E se administração não responder? Há partida devemos adotar o procedimento de maior


cautela, isto significava que passado, trinta dias se não houver resposta, eu tenho o prazo supletivo de
oito dias e depois tenho vinte dias para recorrer ao mecanismo previsto no art.º 104 do CPTA, vamos para
a intimação

Meios e prazos de reação (artigo 36º + 37º nº 4): se não consta na notificação eu tenho direito a
requerer os prazos de reação se estes prazos estiverem indicados mas mal, eu tenho sempre a hipótese
de o corrigir.

3. DIREITO À NOTIFICAÇÃO (artigo 57º nº2 LGT)


Certidão (artigo 24º CPPT)- passagem de certidões

Nº1: temos um prazo de três dias se os pressupostos tiverem informatizados.


Nº2: 5 dias para os pressupostos não informalizados.
Nº3: prazo de 48 horas.
Oito dias se requer uma notificação. E findo este eu tenho um prazo de 20 dias.
Como se fica na duvida qual é o prazo e podendo nós escolher atempadamente eu tenho que
encontrar um prazo que dê para todos. Assim eu vou ter que conjugar com estes prazos, não posso
apresentar antes dos oitos dias, mas não posso entregar depois de decorridos os 20 dias. Porque até oito

11
dias a administração ainda pode responder e não posso correr esse risco. Eu tenho que descobrir o prazo
que está bom para todos.
Os 20 dias é o prazo para usar a intimação e eu neste prazo tenho 20 dias para ir para tribunal.
Assim tenho o prazo da decisão mais os 20 dias.
Assim sendo, eu tenho que trabalhar com o prazo de 20 dias que termina mais cedo, mas
sempre tendo em atenção ao prazo de oito dias e, portanto, eu não posso apresentar no dia 5 por
exemplo, porque me podem dizer que administração ainda estava dentro de tempo de resposta. Tenho
que jogar com isto, para evitar que se fundamente que foi antes ou depois do prazo.
2 de outubro

4. DIREITO AOS JUROS INDEMNIZATÓRIOS (artigos 43º LGT + artigo 61º CPPT)
5. DIREITO AO PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES (artigo 42º LGT + artigo 200º CPT)
A partir do momento em que estão previstos os pressupostos legais, a AT tem a obrigação de
deferir o pagamento.
Normalmente ou pago ou presto garantia, se estou a pagar a prestações tenho que prestar
garantia, artigo 199º CPT. Isto utiliza-se se eu não tiver dinheiro, se eu o tiver este mecanismo não é útil.
Outro mecanismo é se eu não tiver dinheiro nem possibilidade para prestar garantia.

PRINCIPAIS GARANTIAS IMPUGNATÓRIAS NO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO:


1. Reclamação graciosa – artigos 68º e ss. do CPPT
2. Recurso hierárquico – artigos 66º e 67º do CPPT: é uma consequência do
procedimento, é uma segunda fase, que pressupõe já haver uma decisão administração antes.
3. Revisão dos atos tributários – artigos 78º e ss. da LGT: instrumento de revisão, é um
mecanismo que é importante por causa sobretudo do prazo que nos dá, a importância é pedir ao autor do
ato o prazo. Aqui existe um ato, eu estou a pedir ao autor do ato para o rever.
4. Revisão da matéria tributável – artigos 91º e ss. da LGT: instrumento de revisão,
subjacente a este esta a avaliação indireta, o regime regra é através da avaliação direta em que se tenta
apurara matéria coletável real e apurar o imposto a partir dai a avaliação indireta e quando esta avaliação
real não é possível porque ou estamos perante uma n declaração ou uma falsa declaração e nestes
casos a avaliação é feita com base em pressupostos

Quando administração fiscal faz uma avaliação há três resultados possíveis:


5. Está tudo bem, o que raramente acontece porque geralmente a administração fiscal tem
objetivos de cobranças no âmbito das inspeções e ninguém diz nada.
6. Correções aritméticas: que não poem em causa as declarações dos contribuintes,
cortam o gasto que se entendem que não faz parte, que não é aceites.
7. Métodos indiretos: já não existe uma base e portante tem que se a fixar ou com base
em suposições ou através de outros critérios. Isto acontecer nas empresas cada vez é mais difícil, porque
as empresas estão sempre sob controlo. O que discute neste procedimento não é o imposto, mas a
matéria tributária com base em métodos indiretos.

 Procedimento de correção de erros da Administração Tributaria – artigo 95ºA e ss.


do CPPT: este é um mecanismo rápido que me permite não ter usar a reclamação, tribunal, ter que pagar
antes de reclamar.

12
9 de Outubro
1. RECLAMAÇÃO GRACIOSA:
Objetivo: a anulação total ou parcial dos atos tributários do contribuinte, incluindo, nos termos da
lei, os substitutos e responsáveis. Por regra, o que está em causa é um ato de liquidificação de imposto.
O ato tributário tem subjacente o ato de liquidificação. Anulação total ou parcial, o que muitas vezes
acontece é que um ato pode ter vários fundamentos, e eu posso aceitar um e não aceitar outro. Posso
pedir anulação parcial. Temos que entender aqui contribuinte num sentido amplo, contribuinte ou sujeito
passivo, porque o contribuinte pode não ser o sujeito passivo e pode n ser aquele que tem legitimidade
para reclamar. O mesmo acontece com os responsáveis, para perceber quem te legitimidade para
reclamar.

Fundamentos (artigos 70º nº 1 e 99º do CPPT):


 Errónea qualificação e quantificação dos rendimentos, lucros, valores patrimoniais e
outros factos tributários;
 Incompetência;
 Ausência ou vicio de fundamentação legalmente exigida (artigo 37º do CPPT);
 Preterição de outras formalidades legais (exemplo: direito de audição).
Os fundamentos não estão expressamente no artigo 70º porque são os meus para a impugnação
judicial.
Artigo 99º: aparência ilusória. Os fundamentos que estão aqui não são taxativas são meramente
exemplificativos, e de grosso modo os fundamentos são todas e qualquer ilegalidade.

Regras gerais:
1. Pretende-se que seja um mecanismo fácil para toda e qualquer pessoa;
2. Simplicidade de termos e brevidade das resoluções;
3. Dispensa de formalidades essenciais: as regras têm alguma lógica e, portanto, todas as
reclamações devem obedecer as regras da impugnação. Mas as reclamações são muitas vezes feitas em
folha A4 sem qualquer metodologia. É normal que qualquer contribuinte dispense as formalidades, mas o
professor não nos aconselha enquanto profissionais a não fazer isso, porque muitas vezes quem está do
lado de lá nem entende os pedidos. Isto tem que ser entendido de forma flexível.
4. Inexistência de caso decidido ou resolvido: existe sempre a possibilidade de recurso,
caso decidido ou resolvido porque não é caso julgado, caso decidido é uma decisão da administração que
já não admite recursos.
5. Isenção de custas (cf. artigo 77º do CPPT);
6. Limitação dos meios probatórios à forma documental e aos elementos oficiais de que os
serviços disponham, sem prejuízo do direito de o órgão instrutor ordenar outras diligências
complementares manifestamente indispensáveis à descoberta da verdade material (artigos 58º e 72º da
LGT e artigos 115º a 117º do CPA). Muitas vezes a administração fiscal baseia as suas correções em
elementos oficiais, ara demonstrar que aquilo não era possível. Esta questão já não é admissível, já não á
admissível a limitação dos meios de prova. A lógica que estava subjacente a isto é que isto era um
processo simples que corria no seio das finanças mas isto não é admissível, eu não posso ser limitado
nos meus meios de prova. normalmente é verdade que não se utiliza outro meio de prova para além da

13
documental, mas pode haver. Se necessário for pode apresentar outro meio de prova além da
documental.
7. Inexistência do efeito suspensivo, salvo quando for prestada garantia adequada nos
termos do presente Código, a requerimento do contribuinte a apresentar com a petição, no prazo de 10
dias após a notificação para o efeito pelo órgão periférico local competente (artigos 169º e 199º do
CPPT). Ou seja, a reclamação por si só não tem efeito suspensivo, não suspende o processo de
execução com vista á cobrança coerciva. Sentem efeitos suspensivo pressupõe-se que não houve o
pagamento, porque a partir do pagamento já não está em caus efeitos suspensivos. Enquanto eu não
tiver o processo de execução fiscal eu não posso prestar garantias. Para efeitos de reclamação e
impugnação o pagamento nunca significa confissão, eu posso pagar e reclamar.
Órgão periférico local: é o serviço de finanças. Isto já teve mais relevância porque os processos
de execução fiscal demoravam muito tempo a ser instaurados. E esta alineia era uma suspensão
provisória. Hoje em dia, ainda não terminou o prazo de reclamação e já estamos a ser citados, eu já tenho
que apresentar garantia e ainda não apresentei a reclamação. Eu garanto o pagamento, mas eu não
posso suspender o prazo de cobrança se eu não reclamar ou impugnar.

Fundamento Prazo Artigo


Termo do prazo para pagamento voluntário 120 dias Artigoº 70º nº 1, o prazo é de 120 a contar
das prestações tributarias (esta é a situação dos factos previstos no 102º nº 1, (prazo da
típica) impugnação) ambos do CPPT
Notificação de atos tributários que não
deem origem a liquidação (há notificações
que não dão imposto a pagar)1
Citação dos responsáveis subsidiários2
Autoliquidação (naqueles casos em que é o 2 anos a contar da Artigo 131º nº 1 do CPPT
próprio contribuinte a fazer a liquidação do apresentação da
imposto, no IRS; as empresas quando declaração
entregam já fazem o calculo do montante a
pagar e entrega já o imposto, o mesmo n
acontece no IRS, que o contribuinte entrega
a declaração do modelo 3 e depois a
administração calculo o imposto pagar.
Nunca posso ir para tribunal direto da
declaração 22
Retenção na fonte: as regras variam 2 anos a contar do termo Artigo 132º nº 3 do CPP
consoante o tipo de retenção na fonte, a do ano em que tiver sido
título definitivo e pagamento por conta efetuado o pagamento
indevido

Exemplo: em 9 do 10 sou notificado com uma notificação adicional cujo o termo do prazo para
pagamento voluntario termina em 15 do 11. No dia 16 do 11 é o primeiro dia do prazo para a reclamação.
Por isso é que o pagamento normalmente acontece antes. Impugnação: 3 meses
Reclamação: 120 dias. Na impugnação também se aplica o 279, não é um prazo judicial.

Exemplo1: em 2016 eu declarei 3 milhões de prejuízos. Como eu tive só prejuízos não tenho
imposto apagar. Mas mesmo este ano eu não tendo imposto a pagar, isto vai influenciar os anos
seguintes, os seis nos seguintes. E eu não temo imposto, não pode ser o prazo de pagamento voluntario

14
porque eu não tenho prazo para pagar porque não tenho nada a pagar. Mas eu poso querer reclamar e
aqui o prazo de 120 conta-se da notificação e não do prazo de pagamento voluntario
2
Regime da responsabilidade tributária: é matéria da responsabilidade tributaria em que pode ser
mandado um terceiro eu n era responsável originário, mediante os pressupostos previstos na lei. Tem que
dar a esses responsáveis a oportunidade de reclamar a esses impostos. Há uma reversão do processo
executivo, que estava a ir contra o devedor originário e passou a ir contra o responsável e neste caso ele
vai ser citado e é a partir da citação que começam a decorrer os prazos todos,

Fundamento Prazo Artigo

Pagamento por conta: são adiantamentos que os 30 dias a contar do pagamento indevido Artigo 133º nº 2 do
contribuintes fazem no âmbito do IRS. CPPT
O pagamento especial por conta é uma espécie de
coleta mínima, mas a CRP proíbe esta coleta, não se
paga impostos quem não teve coleta, quem só teve
prejuízos.
1 ano (findo os 2 anos) Artigos 22º nº 4 e 44º
Liquidação de IMT paga por ato ou facto translativo de do CIMT
bens que não chegou a verificar-se.
Um dos requisitos para se poder praticar o ato é o
imposto estar pago, mas podem ocorrer problemas e
há dois anos para usar aquela liquidação depois há
um prazo de um ano para a reclamação
120 dias a contar do facto que deu origem Artigo 45º do CIMT
Anulação proporcional do IMT (condição resolutiva ou à condição resolutiva, ao fim de 8 anos já
se der a resolução do contrato) não interessa que haja resolução já não é
possível pedir nenhuma parte do imposto

RECLAMAÇÃO GRACIOSA:
 Os prazos contam-se nos termos do artigo 279o do Código Civil (artigo 57o no 3 da LGT
e artigo 20o no 1 do CPPT), isto é, contado em dias seguidos, ressalvando-se apenas que se terminar em
dia de feriado ou de fim de semana transfere-se para o primeiro dia útil seguinte;
 No caso de remessa da reclamação graciosa por correio, sob registo, considera-se que
a mesma foi efetuada na data do respetivo registo (artigo 26o no 2 do CPPT);
 Local da apresentação: no serviço periférico local da área do domicílio ou sede do
contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação, ou, ainda, por via eletrónica (artigo 70o, nos 6 e 7).
Quando estamos a falar de um procedimento é que vem sempre por contacto, nos outros casos é através
de email. Por regra, é sempre o nosso serviço de finanças, que é aquele onde estamos afetos na nossa
residência, mandado por correio ou por via eletrónica.
 As reclamações à partida entram sempre no serviço de finanças;
 Caso o requerimento seja apresentado no órgão da Administração Tributaria
incompetente, deve ser enviado para o órgão competente no prazo de quarenta e oito horas, e avisar o
reclamante de que o fez, após a declaração de incompetência, considerando-se o requerimento
apresentado na data do primeiro registo do processo (artigo 61o no o 2 e 3 da LGT; artigos 36o e
seguintes do CPA). Não é quando chega ao serviço competente, a data da entrega é no serviço
incompetente.

15
Competência:
 A reclamação graciosa é dirigida e decidida pelo órgão periférico regional (direção de
finanças) da área do domicílio ou sede do contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação (artigo 75º
nº 1 do CPPT) (salvo os casos de delegação da competência);
 À partida é a direção de finanças que entra a reclamação e esta prepara o processo e
envia para a direção que decide;
 Quando o valor do processo não exceda a alçada do tribunal tributário (€ 5,000 €, o
órgão periférico local decidirá o pedido (artigo 73º nº 4 CPPT). Quando a reclamação é sobre uma
bagatela é o próprio serviço de finanças que decide.

Cumulação de pedidos e cumulação de reclamantes: depende da identidade do tributo, do


órgão competente para a decisão e dos fundamentos de facto e de Direito (artigos 71º e 7º do CPPT).
Exemplo: quando tenho um mesmo facto, mas temos um IRS e um IVA. À partida há uma
tendência para acabar com isto, porque estamos a reclamar situações em que estão em causa os mesmo
factos mas com impostos diferentes.

Do indeferimento: projeto de decisão: deve ser notificado ao contribuinte1 para o exercício do


direito de audição, no prazo de 15 dias (artigo 60º da LGT). Se falhar o direito de audiência este á partida
é uma legalidade essencial, eu tenho que o dizer e fundamentar, se eu nada dizer isso não gera a
nulidade do ato, se eu me defender logo e argumentar isto vem para trás e há uma nova decisão e
recomeça tudo outra vez. Aqui não se pede a anulação da liquidação, há um vicio de forma do ato
administração da decisão de indeferimento. Se o tribunal reconhecer que houve uma preterição de uma
formalidade essencial, manda repetir e retomamos onde estamos, a liquidação já não é posta em causa
por isso. Isto é um vicio da decisão da reclamação.

Decisão definitiva

Indeferimento expresso:
 Recurso hierárquico no prazo de 30 dias a contar da notificação;
 Impugnação judicial no prazo de 3 meses dias a contar da notificação, ou no prazo de
30 dias a contar da notificação do indeferimento expresso no caso da reclamação do pagamento por
conta (artigo 133º nº 3 do CPPT);
 (Solicitar os elementos em falta, nos termos do artigo 37º do CPPT).

1. Indeferimento tácito:
 Recurso hierárquico no prazo de 30 dias a contar do termo do prazo de quatro meses;
 Impugnação judicial no prazo de 3 meses a contar do termo do prazo de quatro meses.
Se eu não o utilizar eu posso ficar aguardar o expresso. Isto é uma janela que é dada eu posso ou não
utiliza-la;
 Prazos regra: ato de liquidação, findo o prazo de pagamento voluntario, quando do
mesmo resulta um pagamento ou da notificação quando da mesma n resulte imposto a pagar.

1
Não confundir a notificação com o ato de ser notificado, aqui está em causa o ato de ser notificado.

16
Daqui pode acontecer uma de duas coisas:
 120 de reclamação: Indeferimento tácito que opera passado quatro meses a
contar da apresentação da reclamação, quer dizer que ao fim de 4 meses n houve uma decisão e opção
do contribuinte que pode n querer esperar pela decisão expresso, e tem a possibilidade de em trinta dias
socorrer-se do recurso hierárquico ou em três meses da impugnação. Isto é uma janela que se abre para
o contribuinte, não tem que o fazer, pode esperar pela decisão expressa.
 3 meses impugnação: eu posso ir logo para tribunal, a n ser nos casos em
que tem que ser reclamação necessária, esta n tem natureza necessária logo só assim é usando esta
previsto expressamente. Aqui pode ser deferido ou indeferido, caso seja indeferido, o contribuinte tem 30
dias para usar do recurso hierárquico e 3 meses para a impugnação judicial.

Atenção: Eu não posso apresentar a reclamação e a impugnação simultaneamente, nestes casos


prevalece a impugnação.

 Para a suspensão do processo executivo, o contribuinte deve prestar garantia ou


solicitar a sua dispensa (artigo 52oºda LGT e artigos 169º e 199º do CPPT). Só há processo executivo se
eu não tiver pago, não houve pagamento total ou parcial, se houve pagamento não há processo
executivo. Dentro do pp de que ninguém pode ser impedido de ter acesso à justiça. REC: reclamação no
âmbito do órgão de execução
 Da decisão de recusa da garantia prestada ou de indeferimento da isenção, o
contribuinte pode reclamar nos termos do artigo 276º do CPPT. Todos os atos são apreciados no tribunal,
mas são entregues depois no serviço de finanças
 Nos termos do artigo 183º-A do CPPT, a garantia prestada para suspender o
processo executivo caduca se a reclamação graciosa não estiver decidida no prazo de um ano a contar
da data da sua interposição. Se prestar garantia e no prazo de um ano n houver decisão da reclamação
eu posso requerer a caducidade da garantia.
 O reclamante deve requerer ao órgão com competência para decidir a reclamação, que
no prazo de 30 dias deve proferir decisão.
 Não sendo a decisão proferida nesse prazo, considera-se que o requerimento foi
tacitamente deferido.
 Em caso de deferimento expresso ou tácito, deve o órgão de execução fiscal promover
o cancelamento da garantia, no prazo de 5 dias.
 Em caso de decisão favorável, o contribuinte tem o direito à “imediata e plena
reconstituição da situação que existira se não tivesse sido cometida a ilegalidade, compreendendo o
pagamento juros indemnizatórios, nos termos e condições previstos na lei” (artigo 100º da LGT).
 Em caso da administração Tributária não repor a legalidade o contribuinte pode lançar
mão da execução de julgados, nos termos do nº 3 do artigo 157º do CPTA. A execução os julgados é um
processo típico para requerer a execução do julgado mas também o pode utilizar quando eu obtive
vencimento numa reclamação ou recurso hierárquico.

17
16 de Outubro
2. RECURSO HIERÁRQUICO: pressupõe que já exista um ato da administração (artigo 66º e ss.
CPPT).

Objetivo: a anulação de atos tributários praticados pela Administração Tributária, por órgãos
sujeitos aos poderes hierárquicos de outros órgãos, desde que a lei não exclua tal possibilidade (artigo
193º do CPA), nomeadamente, de uma decisão desfavorável aos contribuintes proferida pela
Administração Tributária, em sede de reclamação graciosa.
É dirigido ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato (artigo 80º da LGT e artigo 66º nº
2 do CPPT), que será a autoridade com competência para reapreciar o ato – Ministro das Finanças. Mas
é apresentado perante o autor do ato recorrido (artigo 66º nº 2 do CPPT).
 O prazo é de 30 dias a contar da notificação do ato ao contribuinte.
 Os recursos hierárquicos devem ser decididos no prazo máximo de 60 dias
(indeferimento tácito para efeitos de impugnação judicial).
 À semelhança da reclamação graciosa, a decisão sobre o pedido do recurso hierárquico
deve ser precedida da notificação do projeto de decisão e respetivo direito de audição (artigo 60º nº 1 b)
da LGT). Muitas vezes acontece que a administração prescinde do direito de audição, quando ela
entende que os elementos utilizados na notificação são os da reclamação, logo não faz sentido que haja
um direito de audição. No direito fiscal, da decisão do recurso hierárquico haveria a abertura de um nova
prazo para a impugnação judicial.
 Em caso de indeferimento do recurso hierárquico:
 Ação administrativa (artigo 97º nº 1 alínea p) e nº 2 CPPT, e artigos 50º e ss. CPTA):
segue os tribunais do CPTA, o prazo é trinta dias. Quando o ato tributário em causa não tem subjacente
uma liquidação do imposto estamos perante uma ação administração. Se estivermos perante ato tributário
em que esteja subjacente a liquidação do imposto estamos perante uma impugnação judicial.
Exemplo: recorrer de um pedido de isenção, o diferimento deste pedido não quer dizer que tenha
subjacente um ato de liquidação do imposto.
Exemplo: pedido de isenção do IMI e ele é indeferido – ato relativo ao qual resulta um pedido
meu, pelo que não resulta numa reclamação graciosa. Na sequencia do pedido de indeferimento o que
administração vai fazer será uma liquidação do IMI. Os processos que podem gerar a suspensão não
aparecem a ação administração.
Dentro do mesmo tribunal temos as ações administrativas e as ações fiscais
 Impugnação judicial (artigo 97º nº 1 do CPPT). Segue os termos do CPPT. O prazo é
de 10 dias + 15 dias para alegações.

3. REVISÃO DE ATO TRIBUTÁRIO (artigo 78º LGT): a sua importância advém do prazo, quando
todos os outros prazos foram à vida. O pedido de revisão é sempre feito a quem praticou o ato.
O que é que significa reclamação administração quando o que há é reclamação graciosa? Ainda
não existe grandes certezas. A diferença que existe as reclamações é os prazos, mas que não tem
grande relevância. Esta discussão é inócua não interessa para nada, o que interessa é o prazo por
iniciativa da administração. Há muito tempo que a jurisprudência entendeu que o contribuinte pode
suscitar a iniciativa da administração.
 Por iniciativa do contribuinte/ por iniciativa da administração fiscal.

18
 Prazo de 4 anos após liquidação (esta pode ser á posteriori), com fundamento em erro
imputável aos serviços.
 Questão autoliquidação (quando se quer reclamar desse próprio ato que eu pratiquei,
isto é vulgar quando se está a falar de IRC).
 Prazo de 3 anos, com fundamento em injustiça grave ou notória.

PROCEDIMENTO DE CORREÇÃO DE ERROS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – (artigo


95º-A e ss. do CPPT). Por vezes à erros em determinadas situações. Quando há um erro notório, em que
se formos por mecanismos normais vai demorar anos para que seja resolvido, temos este mecanismo
rápido e simplificado em que é feita uma apreciação rápida e que é feito no prazo de dez dias e tem de
estar decidido em 15 dias. Se utilizarmos este procedimento indevidamente, podemos correr o risco de
deixar passar o prazo de reclamação. Assim, este procedimento só deve ser utilizado em casos muito
excecionais. Os prazos de reclamação são contínuos, não há suspensões.
 Objetivo: reparação por meios simplificados de erros materiais ou manifestos da
administração tributária.
 Prazo: 10 dias.
 Atenção: a utilização deste pedido não prejudica a necessidade de utilizar os outros
meios impugnatórios dentro dos prazos previstos.

23 de Outubro
A AVALIAÇÃO INDIRECTA DA MATÉRIA COLECTÁVEL (artigo 87º e ss. LGT)
 A avaliação direta corresponde ao regime regra que é aquela que é feita com base nas
declarações feitas pelos contribuintes

Regra geral- artigo 81º: a matéria tributável é avaliada diretamente segundo os critérios próprios
de cada tributo, só́ podendo a administração tributaria proceder à avaliação indireta nos casos
expressamente previstos na lei.
 método regra: avaliação direta
 método exceção: avaliação indireta

Fins (artigo 83º)

A avaliação direta é subsidiária da avaliação indireta, mesmo quando aplicamos as regras de


avaliação indireta sempre que possível devemos tentar aplicar a avaliação direta.
Avaliação direta: visa a determinação do valor real dos rendimentos ou bens + sujeitos a
tributação.
Avaliação indireta: visa a determinação dos rendimentos a partir de “indícios” “presunções” ou
outros elementos de que a a.f. disponha. Usa-se muito o rendimento fixado com base em presunções
porque antes n se falava em avaliação indireta, mas em presunções porque elas baseiam-se em
presunções

Casos (principais) em que é possível a avaliação indireta (artigo 87º)


 Alínea a) é uma situação á parte, porque todos os outros métodos têm em vista suprir
alguma situação anómala, este não é um método agressivo, este é um caso de simplificação de

19
determinação de rendimentos. Não deixa de ser uma avaliação direta, mas n está aqui em causa uma
situação litigiosa. Este não é um elemento para suprir falta de informação ou fraude e evasão fiscal e,
portanto, é diferente de todos os outros.
 Alínea b) impossibilidade de comprovação e quantificação direta e exata da matéria
coletável. Este é o regime mais antigo, mas hoje em dia é raramente aplicável, porque hoje em dia a
administração fiscal tem um conhecimento online de tudo e, portanto, não precisa deste instrumento,
todavia tem-no sempre como arma.
 Alínea c) isto é letra morta, estamos a falar de um regime excecional e, portanto, só é
aplicável quando estão preenchidos os pressupostos, isto neste artigo nunca foi aprovado e, portanto, não
se pode desviar 30%, porque vamos desviar 30% de quê se aquilo não foi aprovado.
 Alínea d) afastamento dos rendimentos declarados face ao rendimento padrão. Isto são
as famosas manifestações de fortuna.
 Alínea e) letra morta porque não tem desenvolvimento, não diz acontecendo isto aplica-
se os métodos indiretos, mas não se sabe o que faz. Todavia, este tem importância pratica, porque diz
que se aplica métodos indiretos, mas não diz o que acontece. Se eu tenho prejuízo três anos seguintes
que rendimento é que eu vou fixar? Não diz a frente, não tem desenvolvimento. Mas se tem prejuízo há
três anos seguintes isto dá lugar a uma inspeção que pode dar lugar a correções aritméticas e aqui tem
métodos diretos (não são baseados em presunções), ou através de métodos indiretos, (mas não com
base na alínea dos prejuízos). Este não é usado como método indireto em si diretamente, mas é um
indício de alarme e de inspeção e esta quando ocorre solta-se do que lhe deu origem e vai fazer uma
correção com métodos diretos ou indiretos. Não pode dizer que por ter três anos de prejuízo tem um
rendimento x.
 Alínea f) acréscimos de património ou despesa efetuada (incluindo liberalidades) de
valor superior a 100.000€. Qualquer coia que se faça com mais de 100.000€ tem que se justificar isso ou
tem-se um problema. Há pessoas que tem tudo o que fazem da vida toda tem fotocopias para ter prova,
isto é assustador, mas é isto que este regime pressupõe. E isto anda muito rápido, fica resolvido em dois
meses.
Estes três regimes aplicam-se a pessoas singulares e a tendência é ser cada vez mais aplicando
o da alínea f), às pessoas coletivas (IRS) só se aplica alínea b).

O artigo 87º enumera as situações onde é passível os métodos indiretos, agora vamos ver onde
é que se aplica, quando é que acontece a impossibilidade de comprovar diretamente a matéria coletável,
este previsto no artigo 88º (alínea a) remete para o 88º).

Impossibilidade de comprovação e quantificação direta ocorrerá quando se verifiquem uma das


seguintes anomalias que inviabilizem o apuramento da matéria coletável (artigo 88º):
1. Inexistência ou insuficiência de elementos da contabilidade (alínea a): o elemento tem
que estes evidenciados caso contrário não são contabilizados.
2. Recusa de exibição da contabilidade, bem como a ocultação, destruição, inutilização ou
viciação da contabilidade.
3. Existência de diversas contabilidades: a falta de controle levou a que a empresa tivesse
várias contabilidades, uma para fisco, outra para os bancos e outra própria.
4. Discrepância ente valores declarados e capacidade contributiva evidenciada: hoje em
dia não é muito utilizada, ate porque este regime da alínea a) do 87º já está um pouco em desuso. Quem
cumpre a partida é muita mais fácil apurar falhas. Mas imagine-se uma pessoa eu não tenho nada, dá

20
muito mais trabalho para apurar o imposto, normalmente as incidências das inspeções dá-se muito mais
ao cumpridor que ao não cumpridor. Este era o único método que existia que era aplicável as pessoas
singulares que não tinham contabilidade, que já não tem contabilidade organizada as três primeiras
alíneas não são aplicáveis, a única alínea aplicável era esta última.

Critérios (artigo 90º).

Assim sendo,
 Artigo 87º dá-nos o prossupostos
 Artigo 88º dá-nos o regime
 Artigo 90º critérios de aplicação do regime: critérios e métodos que adm pode
usar para definir o rendimento por via indireta, presumindo o rendimento através de critérios.

Manifestações de Fortuna (artigo 89º-A alínea b): perante este cenário tão subjetivo, sobretudo no que
respeita as pessoas singulares, há a necessidade da administração utilizar instrumentos. Este regime é
para pessoas singulares, decorrentes da alínea anteriormente analisada- alínea a)- que é altamente
subjetiva.

Bens considerados como “Fortuna” para efeitos fiscais (propriedade ou fruição):


 Imoveis de valor igual ou superior a € 250.000,00.
 Automóveis de passageiros de valor igual ou superior a € 50.000,00.
 Motociclos de valor igual ou superior a € 10.000,00.
 Barcos de recreio de valor igual ou superior a € 25.000,00.
 Aeronaves de turismo.
 Suprimentos2 ou empréstimos de valor igual ou superior a € 50.000,00.
 Transferências offshore

Estes rendimentos vão para a categoria de incrementos patrimoniais não justificados (artigo 9º
alínea d). Nós neste regime temos três coisas, os bens e os valores, e só se aplica a estes bens e estes
valores.

Como se calcula o Rendimento Padrão:


Há situações previstas na lei, e todas elas são sujeitas a registo, e, portanto, são operações de
apreciação e comunicação automática. Há sistemas que criam o alarme automático.
O rendimento padrão tem duas importâncias praticas, por um lado para saber aplicação do
regime e por outro qual é o valor do imóvel que eu vou considerar.

 Imoveis - 20% valor aquisição. Só pode comprar imoveis de 250.000€ quem ganha
esses valores nesse ano, isso não é assim. Por isso há o rendimento padrão.
 Automóveis, motociclos - 50% valor no ano de matrícula
 Barcos de recreio – 100% valor no ano de registo
 Aeronaves – 100% valor no ano de registo
2
são empréstimos de dinheiro à sociedade pelos sócios. Os suprimentos elevados podem evidenciar fuga ao imposto.

21
 Suprimentos/ Empréstimos – 50% valor mutuado
 Transferências offshore – 100% dos montantes transferidos

Relevância Fiscal do Rendimento Padrão: O contribuinte que evidenciar as manifestações de fortuna


será́ tributado pelo rendimento padrão se:
 Faltar a declaração de rendimentos- se eu tenho um imove e não declaro rendimentos
Ou
 Declarar rendimentos que mostrem uma desproporção superior a 30%, para menos, em
relação ao rendimento padrão – se eu declarar menos de 30% do valor já é aplicável o regime, quando eu
declaro um valor inferior a 30% do valor padrão. Ex: um automóvel que custe 100.000€ o rendimento
padrão são 50.000 e eu tenho que declarar pelo menos 50.000€, se eu tiver menos que isso é aplicável a
tabela. E
 Não demonstrar que os rendimentos declarados correspondem à realidade Ou
 É outra a fonte.  eu posso ter ganho o euro milhões, ou ter recebido uma herança.
Verificando-se esta previsão: Desproporção ou Ausência de justificação. Ao contribuinte será́
imputada a diferença não justificada entre o Rendimento Padrão e o Rendimento Declarado. Como?
Acréscimo Patrimonial Injustificado (categoria G, artigo 9º nº1 d) CIRS + artigo 89º-A nº 4)

30 de Outubro
Casos (principais) em que é possível a Avaliação Indireta (artigo 87º)
 Impossibilidade de comprovação e quantificação direta e exata da matéria coletável
(alínea b). Este regime é o único aplicável em sede de IRS, aplica-se a empresas e a pessoas singulares
pela dificuldade a aplicar a pessoas singulares foi criado o segundo e mais tarde o terceiro, não existe
manifestações de fortuna em empresas.
 Afastamento dos rendimentos declarados face ao rendimento padrão (alínea d).
 Acréscimos de património ou despesa efetuada (incluindo liberalidades) de valor
superior a 100.000€ (alínea f).

Impossibilidade de comprovação e quantificação direta ocorrerá quando se verifiquem uma das


seguintes anomalias que inviabilizem o apuramento da matéria coletável (artigo 88º):
Dentro destas regras evidentemente que se for uma pessoa singular que não tenha categoria B
obviamente que não em contabilidade ora isso não se poderia aplicar este regime porque ele não tem
contabilidade porque ele não tem que ter contabilidade, o único que se aplica é o ultimo ponto. Se a
pessoa singular não tem contabilidade e o requisito é que se aplique este regime quando não tem
contabilidade, mas a pessoa singular não esta obrigado a ter contabilidade então não tem que se aplicar
este regime por eu não ter contabilidade se eu não sou obrigado a ter.
Assim sendo este regime aplicável a pessoas singulares era extremamente difícil por ser
subjetivo e assim surge as manifestações de fortuna.
 Inexistência ou insuficiência de elementos da contabilidade.
 Recusa de exibição da contabilidade, bem como a ocultação, destruição, inutilização ou
viciação da contabilidade.
 Existência de diversas contabilidades.
 Discrepância ente valores declarados e capacidade contributiva evidenciada.

22
+ artigo 90º critérios
A administração tem que fazer esta prova, tem que demonstrar que não existe elementos de
contabilidade e que há recusa. Caso contrário, se não tiverem preenchidos estes pressupostos o
processo morre aí e todo o procedimento posterior não é apreciado. Na eventualidade do tribunal
considerar que administração fiscal consegui demostrar que os pressupostos se verificaram entramos
noutra fase. A administração fiscal demonstrou os métodos indiretos, que a empresa não tem
contabilidade, mas isto por si só não se prova nada. Qual é a consequência da aplicação do regime, não
interessa para nada dizer que se aplica sem saber o quê que se aplica e, portanto, a consequência de
aplicação do regime são os critérios do artigo 90º em que a administração fiscal vai presumir um
rendimento, parte de factos conhecidos para apurar factos conhecidos. Se a administração fiscal
conseguir fazer esta prova inverte-se o ónus da prova é o contribuinte que tem que provar a quantificação
excessiva.

Manifestações de Fortuna (artigo 89º-A):


Bens considerados como “Fortuna” para efeitos fiscais (propriedade ou fruição)
Isto que se segue é comunicado a administração para além de ele ter acesso público e ao ser
comunicado permite lhe criar alertas automáticos, é praticamente impossível hoje em dia estarem
preenchidos estes pressupostos e isto não ser aplicável.
 Imoveis de valor igual ou superior a €250.000,00.
 Automóveis de passageiros de valor igual ou superior a €50.000,00.
 Motociclos de valor igual ou superior a €10.000,00.
 Barcos de recreio de valor igual ou superior a €25.000,00.
 Aeronaves de turismo.
 Suprimentos ou empréstimos de valor igual ou superior a €50.000,00.
 Transferências offshore

Como se calcula o Rendimento Padrão:


Tem duas funções:
 Para verificar se estão verificados os pressupostos do regime
 Para determinar o montante do rendimento

 Imóveis - 20% valor aquisição


 Automóveis, motociclos - 50% valor no ano de matrícula
 Barcos de recreio – 100% valor no ano de registo
 Aeronaves – 100% valor no ano de registo
 Suprimentos/ Empréstimos – 50% valor mutuado
 Transferências offshore – 100% dos montantes transferidos

Relevância Fiscal do Rendimento Padrão


O contribuinte que evidenciar as manifestações de fortuna será́ tributado pelo rendimento padrão
se:

 Faltar a declaração de rendimentos: esta falta não é suficiente, o individuo pode justificar-
se. Ou

23
 Declarar rendimentos que mostrem uma desproporção superior a 30%, para menos, em
relação ao rendimento padrão: num 1º momento o rendimento padrão vai me servir como referência para
perceber se há um desvio, proporção para menos do rendimento padrão, é assim um elemento para eu
verificar se estão ou não verificados a aplicação do regime. E
 Não demonstrar que os rendimentos declarados correspondem à realidade OU
 É outra a fonte: a posteriori a administração fiscal pergunta ao contribuinte como justifica
esta falta.
A administração fiscal tem que demonstrar que foi adquirido um bem, depois tem que verificar se
para alem daqueles bens se preencha cumulativamente um requisito, não ter sido entregue a declaração
de rendimentos, e é dada oportunidade ao individuo para se justificar. Assim sendo, vai ser com base no
rendimento padrão que se vai ser classificado o rendimento presumido.
O que se pretende é fixar um rendimento ao contribuinte de forma indireta, porque o real não
corresponde. Portanto a finalidade é sempre esta.

Verificando-se esta previsão: Desproporção + Ausência de justificação. Ao contribuinte será́


imputada a diferença não justificada entre o Rendimento padrão e o Rendimento Declarado. Como?
Acréscimo Patrimonial Injustificado (categoria G Vide questão artigo 89º-A nº 4).

Exemplo: Eu compro um imóvel por 500.000. O rendimento Padrão: 500.000 + 0.2= 100.000 este
é o rendimento Padrão. Eu posso ter comprado este imóvel e não ter declarado e, portanto, preenche o
requisito ou há uma desproporção para menos de 30%, não pode ser inferior a 70.000. Se eu declarar
menos de 70.000 tenho uma desproporção de 30% e, portanto, estou suscetível que se me aplique o
regime.
Uma vez justificado isto, é dada a possibilidade ao contribuinte pra se justificar, por exemplo,
ganhou o euro milhões, vendeu um terreno e comprou outro. Se o contribuinte não conseguir, o fisco
entende que ele não fez prova para a justificar então o rendimento que vai lhe ser aplicado é a diferença
entre o rendimento padrão e o rendimento declarado. Assim, o rendimento padrão era: 100.000; ele
declarou: 30.000 então será imputada ao contribuinte a diferença, é o rendimento injustificado, 70.000.
Assim sendo o rendimento padrão serve para fixar rendimento presumido.

Fases do rendimento padrão:


 Serve para verificar se estão preenchidos os pressupostos de aplicação do regime.
 Verificados que estão os requisitos entra a segunda a fase em que o rendimento padrão
serve para fixar o rendimento presumido.

Polémicas- Artigo 89º-A nº4


Qual é aqui a referência o rendimento bruto ou liquido, é que se for o bruto será muito diferente,
se é o rendimento líquido o rendimento fixado já vai ser 75.000. Quando o sujeito passivo não faça a
prova da origem dos rendimentos, considera-se como rendimento tributável (se administração fiscal ainda
fizer prova ainda lhe pode aplicar um rendimento superior) a polemica aqui é nas alíneas a) e b) do nº2,
de acordo com este regime é fixado aqui e nos três anos seguintes. E, das duas uma, ou o contribuinte
começa a declarar mais rendimento ou a cada um este ano vai lhe ser aplicado aquilo e, portanto, ao fim
de quatro anos: 70.000+4= 280.000.

Artigo 87º nº1 alínea f)

24
Este regime é uma evolução, da aplicação da tabela das manifestações de fortuna. Não nos
podemos esquecer que os propósitos destes regimes é apanhar rendimentos não declarados.
Pressupostos de que depende a sua aplicação:
 Acréscimo de património (incluindo liberalidades) superiores a 100.000€ E
 Falta de declaração OU
 Divergência não justificada
Tudo o que faça de valor 100.000€ ou mais ao qual não se apresente declaração aplica-se este
regime de métodos indiretos.

Exemplo: Compro um imóvel de 150.000€ e declaro 30.000€. Não justifiquei? Rendimento


presumido de 120.000€- 60 % tributados (supostamente não pode haver sanção, mas
independentemente do regime aplica-se a taxa de 60% e, portanto, isto é uma sanção) e processo crime
(outra sanção) para saber de onde é que vieram os rendimentos, qual a origem dos rendimentos. Tudo o
que se fizer com rendimentos superiores a 100.000€, ou declara-se os 100.000€ ou justifica-se ou então
aplica-se a diferença.

Nota: se eu tenho um regime especial, que é as manifestações de fortuna, só para determinados


bens e nomeadamente imóvel, então eu deixo de aplicar este para aplicar aquele.
Estes regimes são particularmente agressivos pelo que tudo o que se fizer no valor superior a
100.000 deve guardar-se todos os papeis, porque existem apenas 15 dias para justificar.
15 dias direito de audição
10 dias para ir para a tribunal

 Simultaneidade com pressupostos do artigo 89º-A


 Natureza complementar deste mecanismo face ao regime da manifestação
de fortunas
 Critérios de determinação – artigo 89º-A nº5

Este regime não existe reclamações.


Nas manifestações de fortuna só tenho a via de impugnação judicial necessária.

O RECURSO À AVALIAÇÃO INDIRECTA IMPLICA:


1. DEVER ESPECIAL DE FUNDAMENTAÇÃO (artigo77º nº4)
Pressupõe um dever especial de fundamentação, artigo 87º da LGT, direito à fundamentação,
s
os nº subsequentes estabelecem regras especiais relativamente a fundamentação. Quanto mais
agressivo o regime para os contribuintes mais regras rigorosas relativamente á tributação.
Para além das regras relativas à fundamentação, há aqui um dever de ónus da prova por parte
da administração de demonstrar que estão preenchidos estes requisitos.

2. PROVA (artigo 74º nº3 e 100º nº2 CPPT)


No que respeita a prova temos este artigo cujo a epigrafe é precisamente ónus da prova, que é
um resumo quanto aos dois momentos técnicos a nível de ónus da prova
Artigo 100º nº 2 CPPT: duvidas sobre o facto tributário e utilização de meios indiretos, em
termos de regime geral de inspeção o ónus da prova é da administração fiscal e havendo duvida significa
que a administração não conseguiu fazer prova inequívoca, e o nº2 vem dizer que mesmo que

25
administração fiscal não consiga fazer a prova, situação de duvida de fundada, quando se trate de
inexistência e recusa aqui n se considera que haja duvida fundada, ou seja, se administração não
conseguir fazer prova que não existe contabilidade, mas não o fazendo não tendo sido a contabilidade
apresentada , então esta preenchido o requisito.

3. INVESTIGAÇÃO DAS CONTAS BANCÁRIAS (artigo 89º-A nº 11)


Obrigação que administração fiscal tem, obrigatoriamente a administração fiscal tem que
investigar as contas bancárias.

MECANISMOS DE REACÇÃO NO CASO DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTAVEL POR AVALIAÇÃO


INDIRECTA:

 Na hipótese prevista no artigo 87º nº1 alínea b) segue o mecanismo do procedimento de


revisão da matéria coletável – artigo 91º e ss. Aqui temos o procedimento de revisão da matéria coletável
que é diferente com a revisão do ato tributário, estas expressões não têm nada a ver uma coisa com
outra.
 Nas restantes hipóteses temos o recurso direto para o TAF, com efeito suspensivo: se
eu recorro dos meus indiretos e vai para o TAF é apurado o montante a pagar e a decisão transita em
julgado e deste imposto eu já não posso reclamar.

Existem três regimes de meios indiretos, o mais antigo tem um regime próprio, e os mais
recentes tem efeito suspensivo.
No que respeita ao regime normal nos vamos contestar é da liquidação, aqui nos vamos
contestar o valor presumido. Portanto, o efeito suspensivo, o que se suspende é o processo de
liquidação.
Eu tenho que aguardar que venha a liquidação de imposto e é desta que eu vou atacar- no
regime geral.
Nos métodos indiretos o que eu vou atacar é a fixação dos meios presuntivos e fica suspenso a
liquidação, ou seja, o apuramento de imposto e, portanto. eu aqui não presto garantia, porque eu ainda
não tenho nada para pagar, ainda não foi apurado o montante a pagar logo eu não podia pagar garantia
por um valor que nem sei qual é- regimes de meios indiretos.

Funcionamento do procedimento:
1. Pedido de revisão da matéria coletável (artigo 91º e ss. LGT):
 Objetivo: tentar obter acordo sobre o valor da matéria coletável fixada com
recurso a métodos indiretos.
 Prazo: 30 dias após a notificação do relatório definitivo que fixa a matéria coletável
(necessidade de indicar perito).
 Um relatório já fundamentado e tenho duas hipóteses ou nomeio um perito
independente, ou este é nomeado pela administração fiscal, ou tenho um perito de contribuinte
 Efeito suspensivo da liquidação.

26
 Possibilidade de nomear perito independente (tem custos, mas pode ser relevante para
evitar custos com garantia). Se por ventura não houver acordo, mas o perito independente tiver de acordo
com o perito contribuinte eu depois posso não pagar custos de garantia.
 Consiste num debate contraditório onde se tenta chegar acordo quanto ao montante da
matéria coletável. Normalmente quando chega a este debate, o acordo tem valores muito baixos.

2. Pedido de revisão da matéria coletável (artigo 91º e ss. LGT):


 Se houver acordo a decisão é insuscetível de impugnação. A decisão morre se houver
acordo, antes não era assim, ainda se ia discutir o resto
 Se não houver acordo: a decisão é suscetível de ser impugnada (artigo 86º nº 4).
 Atenção: este pedido tem a natureza de reclamação necessária, isto é, só é possível
impugnar a matéria coletável fixada por métodos indiretos se previamente tiver recorrido a este pedido
(artigo 86º nº 5). Ou seja, eu não posso ir para o tribunal sem antes ter ido para a comissão.
 O prazo da comissão são os prazos normais.

3. Restantes hipóteses de fixação matéria coletável por avaliação indirecta


 Não é aplicável o mecanismo da revisão da matéria coletável.
 Recurso direto para o TAF, a tramitar como processo urgente (artigo 89º-A nº 7 e 8 +
artigo 146º-B CPPT).
 Comunicação obrigatória ao Ministério Público para iniciar um processo crime.

Artigo 89º nº7: efeito suspensivo da liquidação, porque ainda estamos a discutir a matéria coletável.
Artigo 146º b) do CPPT: recurso ao acesso das informações bancarias. Um regime técnico como este e
permite-se que o contribuinte normal apresente no prazo de dez dias e vem dizer que não precisa de
advogado. A prova só pode ser documento, isto já foi considerado inconstitucional porque se limita os
meios de prova no entanto isto continua na lei, então se for o contribuinte não sabe isto tem dez dias
depois da decisão que pode arruinar uma pessoa que neste prazo pode não conseguir a prova, exemplo:
herança de há vinte anos, e o banco demora imenso tempo a dar resposta, e tem que tirar estes
documentos todos em 15 dias.
No processo crime há um levantamento do sigilo bancário obrigatório.
6 de Novembro
O processo tributário. O processo tributário compreende, nomeadamente:

 Impugnação judicial- é o processo por excelência do dto fiscal. Este segue as regras do
CPPT
 Ação administrativa- é igualmente importante no dto fiscal. Quando estamos perante um
ato tributário que não consista na liquidação do imposto o meio processual próprio é a ação administrativa
e não a impugnação judicial. Segue as regras do CPTA.
 Intimação para um comportamento- não confundir esta com a intimação para passagem
de certidão.
 Oposição à execução e a reclamação do ato do órgão de execução- estes processos
têm caráter de urgência. Daí a necessidade de criar tribunais de competência especializada

27
Para estudar 1º teste- Notificação por carta que registada que foi devolvida. Quando a notificação é por
carta registada com aviso de receção e se for devolvida ou njao for levantada é preciso repeti-la. Na carta
registada presume-se que ele foi notificada
Para que haja a presunção na carta registada a carta não pode ter vindo devolvida. Se a carta foi
devolvida não se presume notificado ao fim do 3 dia. Era preciso repeti-la. Só houve uma tentativa de
notificação e ela vem para trás considera-se que não estava notificado.
A administra fiscal tem primeiro o ónus da prova que respeitou a perfeição da notificação. Uma vez
demonstrado este ónus o contribuinte pode ilidir esta presunção fazendo a prova de que não foi
notificado, por ex invocar que já tinha alterado a sua morada.
Então se houve uma falha do procedimento, a adminstr pode retomar o procedimento fazendo nova
liquidação de imposto? É preciso ter em conta a questão da caducidade, porque há caducidade. A admins
tem 4 anos a contar do facto gerador para proceder à liquidação de imposto. No caso em concreto já
tinham passado 9 anos.
E será que já prescreveu? Não esta em causa num primeiro a prescrição mas sim a caducidade, o dto
deixa de ser exigível (a caducidade não extingue a obrigação só a torna inexigível). Havendo pagamento
nunca há prescrição.

Impugnação judicial:
A ligação umbilical entre a reclamação e a impugnação é fortíssima.
A impugnação pode surgir diretamente do ato da liquidação em que eu prescindo de ir para a reclamação
e vou logo para a via judicial.
O que queremos é obter a invalidade total ou imparcial. O ato tributário é divisível e por isso não torna
tudo ilegal- pode haver uma anulação parcial que o remanescente do ato continua válido.
Quanto aos fundamentos da impugnação são os mesmos da reclamação. Estes fundamentos que
constam do art.º 99º do CPPT são meramente indicativos.
A impugnação judicial deve ser apresentada no serviço de finanças ou no tribunal
Nos processos fiscais não existe audiência em julgamento. As alegações são por escrito e por isso
entrega-se a petição inicial, na sequência o juiz recebe e verifica se não há nada que obste ao
conhecimento e notifica a fazenda pública para apresentar a contestação.
A administração fiscal pode revogar a decisão. Vai na sequência da petição inicial e podem anular aqui a
liquidação. Vamos ao tribunal pedir que o juiz considere que houve inutilidade superveniente da lide.
Uma vez recebido isto pode haver aqui a produção de prova. Na maior parte das vezes não há
testemunhas. A produção de prova é documental. Terminando isto dão-se as alegações e o que acontece
na maior parte das vezes nas alegações não se vem acrescentar nada do que aquilo que já dizia na
petição inicial.
Nós temos o representante da fazenda pública e o MP para garantir a legalidade.
Ver art. 114º a 120º do CPPT
Se não houver lugar a produção de prova há lugar ao conhecimento imediato do pedido.
Finda a inquirição as partes são notificadas para apresentar alegações por escrito, não há alegações
orais.

20 de Novembro
 Artigo 97º CPPT- contém os vários tipos de processos tributários mas não é de forma
exaustiva

28
 Artigo 97ºA CPPT- importante sobretudo por causa da taxa de justiça e em termos de
alçada por causa do recurso
A matéria coletável é por regra superior ao imposto.
 Artigo 99º CPPT- é meramente exemplificativo
Só utilizamos a impugnação judicial quando há liquidação de imposto. Quando não há utilizamos
a ação administrativa.
 Artigo 101º CPPT- arguição subsidiária de vícios
 Artigo 102º- antigamente a regra é que se podia apresentar no serviço de finanças ou
no tribunal
 Artigo 104º cumulação de pedidos
 Artigo 102º nº1 b) do CPPT- Da liquidação não resulta imposto a pagar.
c)- a citação é o ato através do qual se dá conhecimento que foi instaurado processo de
execução. A situação mais vulgar onde a partir da citação se vai atacar o imposto acontece nas
reversões.
Situações especiais de impugnação: o primeiro é a impugnação no caso de autoliquidação. É quando é o
próprio contribuinte a fazer a liquidação do imposto. No caso do IRC, os contribuintes calculam o imposto
a pagar e junto com a declaração já entregam o imposto. Deste nº1 temos duas situações: tem natureza
de reclamação necessária e por isso não se pode ir para impugnação direta e tem um prazo de dois anos
da apresentação.

27 de Novembro
PROCESSO TRIBUTÁRIO:

O processo tributário compreende, nomeadamente:

 Impugnação judicial (artigo 99º e ss. CPPT); é o meio impugnatório por excelência no
ambito do processo, é o meio característico e clássico para impugnar as liquidações. O nº 2 do art.º 99
remete-nos para as normas de CPTA
 Ação administrativa (artigo 46º e ss. CPTA ex vi 97º, nº 2 CPPT);
 Intimação para um comportamento (artigo 146º CPPT e 104º e ss. CPTA;
 Oposição à execução (artigo. 203º e ss. CPPT);
 Reclamação do ato do órgão de execução (artigo. 276º e ss. CPPT).

Impugnação em caso de autoliquidação – artigo 131º CPPT


 Impugnação em caso de retenção na fonte – artigo 132º CPPT
 Impugnação em caso de pagamento por conta – artigo 133º CPPT
 Impugnação de ato de fixação dos valores patrimoniais- artigo 134º CPPT

Estamos aqui perante meios próprios e regimes próprios com normas próprias!
Atenção a retenção na fonte que também tem um regime próprio e tmb é autoliquidação, mas neste caso
dentro dos regimes especiais de autoliquidação um especialíssimo. E o mesmo procede em relação aos
pagamentos por conta em sede de IRC.

Art.º 134 CPPT: este atos são sobretudo relativos aos impostos sobre o património, em que há uma
fixação de valor patrimonial.
Ex.: no caso do IMI que é relevante porque é neste código que estão as regras para fixar o valor
patrimonial.
O legislador estabelece uma medida anti abuso:
Ex.: VPT – valor patrimonial tributário de 100.000, a fixação deste valor condiciona tudo, o valor declarado
ou o que for superior ao VPT, ou seja, ara calcular as mais valias ou é o valor declarado ou é o VPT

VPT

29
É uma avaliação
 temos aqui uma reclamação, e depois da primeira avaliação temos 30 dias para pedir a segunda
avaliação, sendo certo que esta segunda avaliação é necessária.
A segunda avaliação que eu posso pedir já tem subjacente o valor de mercado que tem efeitos a nível de
IMT.
O que sucede aqui é que vamos ter o valor do mercado para apurar o IMI e outro valor para apurar o IMI
através do valor dado pelo VPT, que mais não é que uma formula.
Para efeitos de IMT  valor real
Para efeitos de IMI  VPT, que é uma valor apurado através de uma formula

Só depois de passar isto tudo é que eu posso ir para a impugnação de ato de fixação dos valores
patrimoniais, art.º 134 CPPT

Ação para o reconhecimento de um dt ou interesse legetimo em matéria tributaria, art.º 145 CPPT; esta
ação é subsidiária porque só é aplicável nos termos do nº 3, ou seja, um dos pressupostos para aplicar
esta ação é e demonstrar que n existe uma outra ação que prossiga os interesses que eu quero
prosseguir com esta ação
Esta ação pode ter interesse quando por exemplo:
Ex.:
Em dto fiscal temos situações periódicas que se prolongam ao longo do tempo
Por vezes a adm vem corrigir
E eu sou confrontado com esta situação, eu já sei que eles n concordam com a situação e eu vou
contestar mas esta ação vai durar anos e durante esses anos eu vou conseguir a proceder dessa forma?
Vou ter que atacar o IMI para o resto da minha vida ?
 normalmente este tipo de ação é adequado para este tipo de situações de prestação continuada, para
evitar que se fique numa situação de litigio ad eterno.
Esta ação tem esses interesse, para que eu possa intentar ação de modo a que se reconheça naquela
ação o direito, de uma vez por todas e evitar ficar na situação de litigio ad eterno

Esta ação tem caracter suplementar


Não pode funcionar como segunda garantia do recurso art.º 145 nº2

Intimação para consulta de documentos e passagem de certidão não se confunde com a intimação para
um comportamento, porque este aplica-se naqueles casos em que eu já tenho um dto definido mas adm n
pratica o ato
Ex.:
A esta a espera do reembolso do IRS
Mas a adm ainda n definiu a situação
Enquanto n tiver definido o valor eu n posso ir para este mecanismo
Mas se adm já definiu o valor e portanto o dto esta definido e neste cado pode-se recorrer á intimação
para um comportamento, eu vou pedir ao tribunal em causa para intimar a adm a ter um comportamento.
Aqui tem que ter um dto definido e obrigatório por lei, isto significa que estamos perante um pressuposto
processual e só se pode requerer esta intimação temos que demonstrar que a situação esta definida. Se
eu n definir este pressuposto, se não instruir a peça o juiz pode abster-se de julgar ou pode convidar ao
aperfeiçoamento
Eu aqui n estou perante uma execução de julgado e portanto n tenho que ter uma ação a dizer.

Processo de execução fiscal

Art.º 148 CPPT:

Tem sofrido aqui varias alterações e é preciso antes de mais perceber a logica e natureza do processo
para perceber os instrumentos e a forma de agir

O processo de execução é de tutela judicial mas ao longo dos tempos tem se retirado isto dos tribunais.
O processo corre no serviço de finanças, o processo de execução fiscal, que só tem uma finalidade, a
cobrança e se n houver nada para cobrar o processo extingue-se. Assim os meios de defesa
apresentados, são apenso ao processo de execução fiscal e portanto se o processo foi extinto por
pagamento todos os meios de defesa também se extinguem
O processo de execução so tem em vista a cobrança n tem e vista a legalidade do ato.

Numa sequencia de uma liquidação adicional em que eu sou not para pagar 5.000
Isto da origem a muitas coisas
A mesma liquidação deu origem a notificação daqui vai dar. Origem aos meios de impugnação judicial ou
graciosa. Aqui esta em causa o ato.

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O processo de execução fiscal apesar de ter a mesmo origem é um processo autónomo, e obviamente
que se pagarmos dentro do prazo, o que não impede de reclamar mas impede o nascimento desta ação
executória

Depois ainda existem coimas ou crimes

Então temos três mundos que surgem do mesmo ato de notificação


1. Impugnação graciosa ou não graciosa
2. Processo de execução fiscal
3. Coimas ou crimes

Nota-se: a garantia serve para suspender o processo de execução e ao suspender este processo tem por
consequência que suspende todos os meios de cobrança coerciva.
E para suspender o processo é necessário que este já tenha começado. E esses atos de garantia tem
haver com o processo de execução, sendo certo que é aqui que eu a vou apresentar.
Claro que eu só posso apresentar garantia e suspender o processo de execução se atacar a divida, n se
apresenta garantia se eu não for reclamar a divida.

Nota: eu n tenho dinheiro para apagar o que é que eu vou fazer?  atacar divida mesmo que saiba que n
vou ganhar, mas aqui o objetivo é ganhar tempo.

O processo de execução fiscal tem uma característica que o torna dificílimo, art.º 103 nº1 LGT
Art.º 103 nº1: apesar deste processo correr nos erviço de finanças tem natureza judicial e se tem natureza
judicial toda a logica e distinta, porque já não é um procedimento, é um processo, porém é praticado pela
adm

O meio por excelência de impugnação judicial é a oposição á execução, que tem subjacente um pp base
que se traduz na não discussão da ilegalidade da divida, eu aqui, por regra, n ataco a ilegalidade da
divida em concreto, n ser que n tenha sido dada oportunidade de reclamar a ilegalidade da divida em
momento anterior, mas por regra em fiscal isso n acontece.

Na oposição á execução os fundamentos são taxativos :art.º 204, o artigo é muito claro, a oposição só
pode ter algum dos fundamentos previstos neste artigo, e portanto isto é um pressuposto, o adv tem
que demonstrar que cai numa destas alíneas, o pedido tem eu estar enquadrado numa desta alíneas, sob
pena de indeferimento liminar

4 de Dezembro
 Artigo 115º: competência dos tribunais
 Artigo 103º nº1: o processo de execução fiscal tem natureza judicial, processo que
decorre no serviço de finanças mas tem natureza judicial e por isso todas as regras do procedimento n se
aplicam, n se aplica o recurso hierárquico nem a reclamação graciosa.
Do mesmo órgão saem atos com natureza de procedimento e atos com natureza judicial, consoante a
natureza é que se sabe a lei que se aplica.
 Artigo 162º e ss: começa aqui o processo fiscal
É sempre o título que permite a instauração do processo fiscal, e como tal é o inicio do processo fiscal
Antes de mais temos que apreciar o título executivo e ver se preenche os requisitos art.º 163
Tem mts particularidades no âmbito da reversão
Medida de cobrança coerciva  aplicamos sempre subsidiariamente o CPC (regras relativas a penhor de
créditos)

Nota: n confundir penhora com penhor, a penhora é uma apreensão judicial, a penhor garantia, medida
cautelar, n sujeitos a registo.

O bem esta penhorado e serve como garantia para suspender o ato fiscal e o que suspende é o ato
seguinte, a venda em asta publica

O processo de execução fiscal é uma consequência de ter um titulo executivo, é com o titulo executivo
que começa

esta atualmente sujeito ao processo de execução fiscal:


 quotas de advogados
 as antigas “SCUTS”

Oposição à execução: meio impugnatório por excelência da na execução fiscal

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 Artigo 203º nº1: a citação é o meio pelo qual eu sou informado que foi interposta contra
mim um processo de execução fiscal

Eu n reajo contra. A penhora através da oposição, se eu n tiver sido citado o prazo de 30 dias começa a
contar a partir da penhora, mas n se usa a oposição para atacar a apenhora, para atacar a penhora eu
tenho meios próprios

 Artigo 190º: formalidades da citação, esta é um doc, essencial


Prazo de 30, 30 dias para tomar medidas no PEF sob pena de o processo prosseguir e começarem. A
partir daí eu perco o controlo do processo

Fundamentos da oposição são taxativos


Eu tenho sempre que concluir o meu pedido numa das alíneas do art.º 204 sob pena desta ser inepta
Por regra a oposição n é o meio próprio para atacar a ilegalidade concreta da divida, para isso eu tenho a
impugnação a reclamação, por regra ataco a ilegalidade em abstrato, ou a inexibilidade da divida e esta
inexibilidade n se confunde com a ilegalidade concreta da divida.
Desde logo o tribunal verifica se a oposição tem ou n como fundamento uma das alíneas do 204

a. Ilegalidade em abstrato, esta aqui em causa a ilegalidade da lei com base na qual se
tenta cobrar um imposto, n é ilegalidade da atuação mas a ilegalidade da lei
Ex.: taxas cobradas pelo municípios a a operadores em que se discute se as taxas em si são
legais, n se trata de discutir se foi na altura certa, o que estamos a discutir é a lei que suporta a liquidação
e n a própria liquidação
Se eu conseguir invocar que a taxa viola o dto da EU é esta alínea que eu vou invocar

b. Alínea tipicamente citada quando estamos no âmbito das reversões, e esta é


fundamento de oposição e n se impugnação. Se o processo se reverte contra mim o meio para eu me
defender é a oposição da execução, esta aqui em causa a legitimidade daquele para ser responsável pela
divida e não a legitimidade da divida
Ex.: empresa tem dividas para pagar
As dividas pelas coimas são possíveis de se reverter?
Esta no processo de execução fiscal uma divida mas temos que ver a origem da divida

c. N ocorre muito na pratica. Temos que ir ao titulo executivo, mas a falsidade deste n é
comum

d. Não exigibilidade, n estamos a falar da ilegalidade em concreto


Se eu quero invocar oposição eu nunca posso pagar
E se não quero pagar tenho eu dominar as garantias

e. Esta aqui em causa mais uma vez a exigibilidade


O tribunal aceita que eu tmb posso invocar a prescrição na impugnação mas esta nunca deve
ser apresentada com esse fundamento porque se o fizer mos corre mos o risco do tribunal dizer que a
impugnação n era o meio próprio
E impugnação são 3 meses e a oposição são trinta portanto corremos o risco de deixar passar
o prazo

f. Se a divida já tiver sido paga obviamente que isso é um motivo de oposição


Ex.: o fisco faz o penhor e este é o medida cautelar, e portanto n esta paga a divida, eles estão
la com o dinheiro eu n consigo pagar e continuam a correr juros de mora e podem me aplicar mais
medidas de coação

g. Duplicação de coleta, só ocorre quando estão preenchidos os requisitos do art.º 205m,


tem pressupostos mt apertados. N há sempre duplicação de coleta quando achamos que há, tem que
estar preenchidos os pressupostos
Para haver duplicação de coleta uma tem que estar paga, podem me vir cobrar duas vezes,
mas se ainda n tiver uma paga n há duplicação de coleta

h. Ilegalidade da liquidação da divida exequenda, exceção, porque se permite que se


tenha como fundamento da oposição a ilegalidade concreta se n tiver sido dada oportunidade de atacar a
divida. Isto aconteceu cm as SCUTS

i. N é comum na pratica, mas pode existir desde que se demostre que n é um fundamento
que se entrega nas outras alíneas, a prova tem que ser por documento

Art.º 206: a oposição segue de certo modo os requisitos da impugnação judicial


A oposição é sempre apresentada no serviço de finanças

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Todas as garantias dos meios executórios no âmbito fiscal são apresentados no serviço de finanças
O serviço de finanças é que depois de instruído o processo envia o processo para o tribunal

A adm fiscal centralizou o processo fiscal ao nível informático e isto permitiu o maior controlo das
cobranças. O PF esta controlado e fiscalizado

Os prazos de oposição são os prazos judicias, a impugnação segui o art.º 279 do CC, como o 20 nº 1 d
CPPT refere.
A oposição é nos termos do CPC, o prazo de oposição suspende-se durante as férias judiais, retoma
onde estava quando terminam aas férias

 Artigo 209º: se eu n alegar expressamente e demonstrar que se preenche um dos


fundamentos do 204 é logo indeferido a oposição. E portanto a oposição é o oposto da impugnação na
nulidade processual, porque na impugnação eu posso invocar toda e qq ilegalidade a oposição esta
sujeita aos fundamentos do 204

A oposição é sempre entregue no serviço de finanças.

Artigo 276º: Entramos aqui no outro meio impugnatório por excelência do processo de execução fiscal:
REC (reclamações dos atos dos órgãos de execução)
É tudo o que n seja oposição á execução, temos a posição á execução e tudo o resto são as REC

Prazo de dez dias, é o instrumento através do qual atacamos tudo de execução fiscal que n seja atacável
pela oposição, por exemplo as penhoras, REC
Penhoras em julho corre sempre o prazo, porque estamos perante um processo urgente e isto esta aliado
á notificação eletrónica, não há paragens

 Artigo 266º nº1: dez dias após a notificação da decisão


Mas a maior parte das penhoras n são notificadas, quem avisa é o banco de que houve uma penhora
Poderia haver depois mas não há, no entanto sem ela eu não posso reclamar, o que significa que temos
que requerer a notificação urgente

 Artigo 278º: elenco taxativo


Depois de fazer as vendas é que vai o processo para o tribunal
Nº3: pode se invocar o erro de prujuizo irreparável
Por regra as situações são urgentes, mas para procederem com urgência tem que ser invocada essa
urgência
A urgência é apreciada pelo tribunal e n pela adm fiscal
Nº7: as reclamações tem que ser apreciadas, e se a sua urgência n tiver fundamentos, estão sujeitos a
uma sanção compulsória
As decisões do tribunal d recurso em dez dias

Na impugnação o requerimento e depois do deferimento de recurso tem 15 dias para alegar


Aqui na reclamação tem 10 dias para requer e alegar

11 de Dezembro
18 de Dezembro

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