Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ADMINISTRATIVO – MARINELA
11.05.2012
Hipóteses:
Se o ato cumpre todos os seus efeitos desaparece. Ex.: servidor tira férias por 30 dias.
Passados os 30 dias o ato cumpriu seus efeitos extinguindo-se.
É a decisão unilateral do Poder Público. Pode ser por anulação, revogação, cassação,
caducidade e contraposição. A anulação e revogação são as mais cobradas!
Ex.: numa cidade é proibido instalar motel. Você pede licença para construir um hotel.
Passados três anos do funcionamento do hotel você muda a atividade para motel.
Aqui, há descumprimento das condições inicialmente impostas então a Administração
pode impedir meu funcionamento cassando minha licença.
Ex.: numa cidade de interior sempre que chegava o circo ou parque ele ficava no
mesmo terreno. A prefeitura concedia permissão de uso de bem público ao
circo/parque. Aí vem o PDDU e diz que aquele lugar deve virar uma rua. Então, o ato de
permissão de uso deixa de existir porque o PDDU, ao organizar a cidade, impõe novo
destino ao local (lei nova incompatível com ato anterior que deixa de existir).
Ex.: servidor que é nomeado para um cargo de confiança (livre nomeação). Depois de
um tempo vem um segundo ato que é a exoneração e que elimina os efeitos do ato
anterior.
• Anulação (muito cobrada): há retirada de ato administrativo por ser ele ilegal.
Se o ato é ilegal será retirado via anulação – faz controle de legalidade. Esse ato
pode ser retirado pela Administração e Poder Judiciário.
Ex.: você servidor público começa a ganhar uma gratificação concedida pelo ato 1. Se,
tempos depois descobre-se que o ato que concedeu a gratificação é ilegal deve ser
anulado pelo ato 2. Como a anulação é desfavorável ao servidor, é pior a ele, deve ser
restritiva, ou seja, tem efeitos ex nunc. Se não fosse assim, se retroagisse, além de você
deixar de receber porque a concessão foi anulada, teria que reembolsar tudo que
recebeu.
Quanto tempo tem a Administração para revogar seus atos? Quando rever seus
atos faz com base na autotutela. A revogação não tem prazo; não tem limite
temporal. Pode ser revogada a qualquer tempo, desde que o ato se torne
indesejado. Mas cuidado: a revogação tem limite material, isto é, limite de
conteúdo.
Ex.: não há revogação de ato que produziu direito adquirido; ato vinculado; ato
que já exauriu/esgotou os efeitos; atos que a lei declare irrevogáveis; atos
enunciativos (são atos que não tem conteúdo decisório – é o que certifica,
atesta, emite opinião).
Se o ato administrativo preenche todos os requisitos será válido. Mas, se o ato tem um
vício, um defeito ver que espécie é essa. O ato pode ter dois tipos de vício: sanável e
insanável.
Se o vício é sanável o ato é anulável, ou seja, ele pode ser corrigido, consertado, tem
solução. Então é feito a convalidação do ato. Cuidado: a convalidação de ato
administrativo é o conserto/correção de defeito do ato administrativo. Se o ato tem
vício sanável ele é corrigido – é dever do administrador convalidar. Mas, o vício sanável
e a convalidação nos defeitos dos elementos da forma e competência.
Já se o vício é insanável o ato é nulo e não tem solução, ou seja, ele deve ser anulado.
Hoje, a jurisprudência do STJ diz que se passados cinco anos retirar o ato ilegal viola a
segurança jurídica. Passados cinco anos o ato se estabiliza (utiliza o prazo do art. 54 da
lei). Cinco anos é o parâmetro objetivo de manutenção do ato.
Logo, o ato ilegal deve ser retirado. Mas, se o ato é ilegal e a sua retirada viola outros
princípios deve deixar ele do jeito que estar; não vai corrigi-lo/convalidá-lo e sim deixar
como está.
VII - Licitação
1 Conceito
2 Objetivos
Serve para escolher a proposta mais vantajosa. Lembre que nem sempre a melhor
proposta é a mais barata. Pode ser melhor técnica, melhor preço ou melhor técnica e
preço.
Tem como outro objetivo o desenvolvimento nacional sustentável. Essa hipótese foi
inserida pela lei 12.349 que diz que a licitação deve ser usada como poder de compra
pelo Estado para o desenvolvimento da nação.
O art. 22, XXVII, CF diz que compete privativamente à União legislar sobre normas
gerais de licitações e contratos. Há polêmica nesse ponto.
A União legisla sobre normas gerais e essas normas gerais são aplicadas em âmbito
nacional. Essas normas estão na lei 8666/93, 19520/02 (pregão), 8987/95 (concessão e
permissão de serviço público) e 11079/04 (PPP).
Cabe aos Estados, DF, Municípios e a própria União criarem normas específicas. Nesse
caso, a norma específica só serve para o ente que criou. Ex.: se a União legisla em
norma específica, a lei será de âmbito federal; se é do Estado o âmbito é estadual; se
DF, M a lei é distrital ou municipal, respectivamente.
Será que a lei 8666/93 em todos os seus dispositivos é uma lei nacional; só tem norma
geral? NÃO. Em alguns dispositivos o legislador vai além da norma geral e traz normas
específicas. Isso foi discutido na ADI 927. A discussão atingiu especificamente o art. 17
da lei 8666/93. Esse artigo fala de alienação de bens públicos.
Se União legisla em norma específica essa lei só se aplica a ela, então, como o art. 17
foi considerado norma específica, seu âmbito é o federal = só serve para a União.
CUIDADO: o art. 17 não é inconstitucional. Ele foi tido como constitucional desde que
interpretado como norma específica, só serve para a União.
4 Sujeitos à Licitação
O art. 1º, parágrafo único define quem está sujeito a fazer licitação:
- entes controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público: todo ente que recebe
dinheiro público será controlado. Considera-se ente controlado os entes de cooperação
(ex.: serviços sociais autônomos; OS; OSCIP). No que diz respeito ao serviço social
autônomo, o TCU entende que esses entes estão sujeitos a um procedimento
simplificado de licitação. A OS tem dispensa de licitação prevista no art. 24, XXIV, da lei
8666: é para os contratos decorrentes do contrato de gestão;
5 Princípios da Licitação
Veja: aplica-se todos os princípios que já estudamos no início do curso mais princípios
próprios da licitação. Estudaremos apenas os específicos.
São eles:
O instrumento convocatório é o edital. O edital é a lei da licitação. Então, tudo que for
importante para a licitação tem que estar previsto no edital.
O administrador não pode exigir nem mais nem menos do que está previsto no edital.
NÃO. Isso porque outras empresas podem ter deixado de se habilitar porque percebeu
que não tinha a mesma exigência. A Administração não pode tirar exigência do edital
no meio do processo licitatório. Mesmo que fundamente no interesse público, urgência
de contratação não pode! Não pode exigir nem mais nem menos do que está no edital.
O edital tem que definir de forma clara e precisa qual o critério de julgamento. O
licitante, quando entra na licitação, tem que ter condições de saber o que precisa fazer
para ganhar o procedimento.
Tipo de licitação: menor preço; melhor técnica; melhor técnica e preço. O tipo de
licitação é critério/forma de julgamento (art. 45 da lei).
OBS: não confundir tipo de licitação com modalidades de licitação (concorrência, leilão,
pregão, convite, tomada de preço)
Ex: licitação do tipo melhor preço. A licitação é para compra de copos. O edital diz que
ganha a licitação quem oferecer o menor preço. Se o licitante X oferece o copo por
cinco reais e o Y oferece o copo por 6 reais mas o copo é banhado a ouro e o
pagamento pode ser parcelado em 10x, quem ganha a licitação? O licitante X porque o
que importa é a proposta mais barata. Ademais, o licitante X só não ofereceu um copo
mais rebuscado e dividiu o pagamento porque não sabia que isso era importante já
que não estava no edital.
As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Nem os
outros licitantes nem a comissão deve conhecer o conteúdo do envelope no momento
de sua abertura.
O pregão não é exceção: ele tem as duas etapas – proposta sigilosa na primeira etapa e
lance verbal na segunda.
6 Modalidades de Licitação
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
O intervalo mínimo é o prazo que fica entre a publicação do edital até a entrega dos
envelopes. Está previsto no art. 21 da lei:
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de
preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela
Lei nº 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
(Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o
texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
É uma modalidade de licitação que tem dois parâmetros: pode ser escolhida em razão
do valor ou das condições do objeto.
A concorrência em razão do valor tem como parâmetro valores altos, isto é, acima de
um milhão e quinhentos para obras de engenharia e acima de 650.000 para outros
bens e serviços que não de engenharia (art. 23).
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato
da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
Veja: os dias são corridos porque a lei nada disse. Apenas será dias úteis quando a lei
assim dizer expressamente.