Você está na página 1de 11

AULA 11.

ADMINISTRATIVO – MARINELA

11.05.2012

VI- Atos Administrativos

9 Extinção de Atos Administrativos (muito cobrado)

Hipóteses:

I - Desaparecimento do sujeito ou do objeto:

O desaparecimento ocorre, por exemplo, com o falecimento do servidor. Já o


desaparecimento do objeto ocorre com o desabamento do patrimônio tombado, por
exemplo.

II – Cumprimento dos Efeitos

Se o ato cumpre todos os seus efeitos desaparece. Ex.: servidor tira férias por 30 dias.
Passados os 30 dias o ato cumpriu seus efeitos extinguindo-se.

Ex.: contrato de obra – concluída a obra o contrato será extinto.

III – Renúncia do Titular

Ocorre, por exemplo, quando o titular abre mão do gozo de férias.

IV – Retirada pelo Poder Público (é a hipótese mais cobrada)

É a decisão unilateral do Poder Público. Pode ser por anulação, revogação, cassação,
caducidade e contraposição. A anulação e revogação são as mais cobradas!

• Cassação: é a retirada de um ato administrativo pelo descumprimento das


condições inicialmente impostas.

Ex.: numa cidade é proibido instalar motel. Você pede licença para construir um hotel.
Passados três anos do funcionamento do hotel você muda a atividade para motel.
Aqui, há descumprimento das condições inicialmente impostas então a Administração
pode impedir meu funcionamento cassando minha licença.

• Caducidade: é a retirada de um ato administrativo pela superveniência de


norma jurídica que é com ele incompatível.

Ex.: numa cidade de interior sempre que chegava o circo ou parque ele ficava no
mesmo terreno. A prefeitura concedia permissão de uso de bem público ao
circo/parque. Aí vem o PDDU e diz que aquele lugar deve virar uma rua. Então, o ato de
permissão de uso deixa de existir porque o PDDU, ao organizar a cidade, impõe novo
destino ao local (lei nova incompatível com ato anterior que deixa de existir).

• Contraposição (menos cobrada): há dois atos administrativos sendo que o


segundo elimina os efeitos do primeiro.

Ex.: servidor que é nomeado para um cargo de confiança (livre nomeação). Depois de
um tempo vem um segundo ato que é a exoneração e que elimina os efeitos do ato
anterior.

• Anulação (muito cobrada): há retirada de ato administrativo por ser ele ilegal.
Se o ato é ilegal será retirado via anulação – faz controle de legalidade. Esse ato
pode ser retirado pela Administração e Poder Judiciário.

Quanto à Administração, ela pode rever seus próprios atos = princípio da


autotutela (Súmulas 346 e 473, STF). Qual o prazo tem a Administração para
rever seus próprios atos? São cinco anos quando eles produzirem efeitos
favoráveis para alguém (art. 54, lei 9784/99). Em regra, a anulação produz
efeitos ex tunc, ou seja, retroage/atinge ato ilegal desde sua origem. Mas veja:
Celso Antonio (minoria) diz que em algumas circunstâncias a anulação do ato
pode produz efeitos ex nunc. Diz que se a anulação for benéfica para alguém ela
retroage, mas se for prejudicial ao interessado/alguém, não retroage.

Ex.: você servidor público começa a ganhar uma gratificação concedida pelo ato 1. Se,
tempos depois descobre-se que o ato que concedeu a gratificação é ilegal deve ser
anulado pelo ato 2. Como a anulação é desfavorável ao servidor, é pior a ele, deve ser
restritiva, ou seja, tem efeitos ex nunc. Se não fosse assim, se retroagisse, além de você
deixar de receber porque a concessão foi anulada, teria que reembolsar tudo que
recebeu.

Ex.: a Administração edita ato 1 que nega concessão de gratificação. Passado um


tempo descobre-se que a negativa é ilegal. Logo, o ato é anulado e essa anulação será
ampliativa. Ou seja, seu efeito é ex nunc, retroage desde a edição do ato e o servidor
recebe o retroativo e da anulação em diante.

Em provas, prestar atenção com o uso da palavra restritiva e ampliativa. Se a


Administração anula restringindo essa anulação é ex tunc; já se ampliativa terá efeitos
ex nunc. Dica: sempre se coloque no lugar e veja se a anulação é benéfica ou
prejudicial. Se benéfica sempre retroage ao passo que se prejudicial não retroage (ver a
situação e não se apegar aos termos restritiva e ampliativa).

• Revogação: é a retirada do ato administrativo porque ele é inconveniente. Só a


Administração pode revogar ato administrativo. O Poder Judiciário pode até
revogar seus atos administrativos, mas não pode revogar em sede de controle
judicial (rever atos dos outros, só pode revogar seus atos). A revogação produz
efeitos ex nunc – não retroage.

Quanto tempo tem a Administração para revogar seus atos? Quando rever seus
atos faz com base na autotutela. A revogação não tem prazo; não tem limite
temporal. Pode ser revogada a qualquer tempo, desde que o ato se torne
indesejado. Mas cuidado: a revogação tem limite material, isto é, limite de
conteúdo.

Ex.: não há revogação de ato que produziu direito adquirido; ato vinculado; ato
que já exauriu/esgotou os efeitos; atos que a lei declare irrevogáveis; atos
enunciativos (são atos que não tem conteúdo decisório – é o que certifica,
atesta, emite opinião).

Se o ato administrativo preenche todos os requisitos será válido. Mas, se o ato tem um
vício, um defeito ver que espécie é essa. O ato pode ter dois tipos de vício: sanável e
insanável.

Se o vício é sanável o ato é anulável, ou seja, ele pode ser corrigido, consertado, tem
solução. Então é feito a convalidação do ato. Cuidado: a convalidação de ato
administrativo é o conserto/correção de defeito do ato administrativo. Se o ato tem
vício sanável ele é corrigido – é dever do administrador convalidar. Mas, o vício sanável
e a convalidação nos defeitos dos elementos da forma e competência.

A convalidação é diferente da conversão ou sanatória. Aqui, há um ato administrativo


o qual não preenche os requisitos/não cumpre as exigências. Nesse caso, tenta
convertê-lo em um ato mais simples para aproveitá-lo.

A concessão de serviço público é mais rigoroso, é solene, depende de autorização


legislativa. Já a permissão é mais simples, menos solene, não precisa de autorização
legislativa. Então, em um caso que há concessão de serviço público, mas que não
cumpre a solenidade necessária/não preenche os requisitos, converte-o em um ato
mais simples para o qual os requisitos foram preenchidos (ex.: permissão de serviço
público).

Logo, a conversão ou sanatória é a transformação de um ato mais solene que não


atendeu os requisitos em um ato menos solene no qual os requisitos já estão
preenchidos.

Já se o vício é insanável o ato é nulo e não tem solução, ou seja, ele deve ser anulado.

A anulação nada mais é do que o dever de legalidade (cumpre o princípio da


legalidade). Esse princípio não é absoluto. Existem outros princípios tão importantes
quanto que precisam ser observados. Nesse caso, quando a anulação causar mais
prejuízos do que a manutenção do ato, porque viola outros princípios do ordenamento
jurídico, o ato deve ser mantido. Tem que ser observado a segurança jurídica e a boa-fé
das partes. A manutenção do ato é chamada de estabilização dos efeitos do ato
administrativo.

Hoje, a jurisprudência do STJ diz que se passados cinco anos retirar o ato ilegal viola a
segurança jurídica. Passados cinco anos o ato se estabiliza (utiliza o prazo do art. 54 da
lei). Cinco anos é o parâmetro objetivo de manutenção do ato.

Logo, o ato ilegal deve ser retirado. Mas, se o ato é ilegal e a sua retirada viola outros
princípios deve deixar ele do jeito que estar; não vai corrigi-lo/convalidá-lo e sim deixar
como está.

LER: estabilização dos efeitos do ato de Jacinto Arruda.

VII - Licitação

Assunto muito cobrado em todos os concursos.

Leis 8666/93 e 10520/02.

1 Conceito

A licitação é um procedimento administrativo através do qual a Administração escolhe


a proposta mais vantajosa para o interesse público.

2 Objetivos

Serve para escolher a proposta mais vantajosa. Lembre que nem sempre a melhor
proposta é a mais barata. Pode ser melhor técnica, melhor preço ou melhor técnica e
preço.

Também tem como finalidade o exercício do princípio da impessoalidade, ou seja, dá-


se a todos o direito de participar. Ademias, assegura o princípio da isonomia.

Tem como outro objetivo o desenvolvimento nacional sustentável. Essa hipótese foi
inserida pela lei 12.349 que diz que a licitação deve ser usada como poder de compra
pelo Estado para o desenvolvimento da nação.

Todos esses quatro objetivos estão previstos no art. 3º da Lei 8666.


3 Competência Legislativa

De quem é a competência legislativa para tratar de licitação?

O art. 22, XXVII, CF diz que compete privativamente à União legislar sobre normas
gerais de licitações e contratos. Há polêmica nesse ponto.

A União legisla sobre normas gerais e essas normas gerais são aplicadas em âmbito
nacional. Essas normas estão na lei 8666/93, 19520/02 (pregão), 8987/95 (concessão e
permissão de serviço público) e 11079/04 (PPP).

Cabe aos Estados, DF, Municípios e a própria União criarem normas específicas. Nesse
caso, a norma específica só serve para o ente que criou. Ex.: se a União legisla em
norma específica, a lei será de âmbito federal; se é do Estado o âmbito é estadual; se
DF, M a lei é distrital ou municipal, respectivamente.

Âmbito nacional = se aplica a todos os entes; âmbito federal = se aplica apenas à


União.

Será que a lei 8666/93 em todos os seus dispositivos é uma lei nacional; só tem norma
geral? NÃO. Em alguns dispositivos o legislador vai além da norma geral e traz normas
específicas. Isso foi discutido na ADI 927. A discussão atingiu especificamente o art. 17
da lei 8666/93. Esse artigo fala de alienação de bens públicos.

O STF, no julgamento da ADI, reconheceu a constitucionalidade do art. 17. É


constitucional sofrendo interpretação conforme a CF. logo, ele foi entendido em alguns
de seus incisos como norma específica.

Se União legisla em norma específica essa lei só se aplica a ela, então, como o art. 17
foi considerado norma específica, seu âmbito é o federal = só serve para a União.

CUIDADO: o art. 17 não é inconstitucional. Ele foi tido como constitucional desde que
interpretado como norma específica, só serve para a União.

4 Sujeitos à Licitação

O art. 1º, parágrafo único define quem está sujeito a fazer licitação:

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da


administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
São eles:

- PJ da Administração direta = entes políticos (U, E, M, DF);

- PJ da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e


sociedades de economia mista); OBS: as empresas públicas e sociedade de economia
mista pode ser prestadoras de serviço público e, nesse caso, estão sujeitas à licitação,
ou exercer atividade econômica e, aqui, podem ter estatuto próprio para licitações e
contratos estabelecidos por lei própria (art. 173, § 1º, II, CF). Como até hoje esse
estatuto não foi aprovado, elas seguem a norma geral.

- fundos especiais: o legislador cometeu impropriedade ao citar o fundo porque ele


pode ter natureza de órgão e, como tal, já estava incluído na Administração Direta, ou
pode ter natureza de fundação e já estava previsto na Administração Indireta. Então, o
legislador não precisava vir em apartado;

- entes controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público: todo ente que recebe
dinheiro público será controlado. Considera-se ente controlado os entes de cooperação
(ex.: serviços sociais autônomos; OS; OSCIP). No que diz respeito ao serviço social
autônomo, o TCU entende que esses entes estão sujeitos a um procedimento
simplificado de licitação. A OS tem dispensa de licitação prevista no art. 24, XXIV, da lei
8666: é para os contratos decorrentes do contrato de gestão;

Todos esses sujeitos são obrigados a licitar.

5 Princípios da Licitação

Veja: aplica-se todos os princípios que já estudamos no início do curso mais princípios
próprios da licitação. Estudaremos apenas os específicos.

São eles:

5.1 Princípio da Vinculação ao Instrumento convocatório

O instrumento convocatório é o edital. O edital é a lei da licitação. Então, tudo que for
importante para a licitação tem que estar previsto no edital.

O administrador não pode exigir nem mais nem menos do que está previsto no edital.

CESPE: A Administração Pública no momento da verificação dos documentos, quando


da entrega do objeto, percebe que tem um requisito previsto no edital nenhuma
empresa preenche. Nesse caso, a Administração dispensa essa exigência e habilita as
empresas para contratar logo, em nome da supremacia do interesse público. Ela pode
fazer isso (dispensar requisito do edital)?

NÃO. Isso porque outras empresas podem ter deixado de se habilitar porque percebeu
que não tinha a mesma exigência. A Administração não pode tirar exigência do edital
no meio do processo licitatório. Mesmo que fundamente no interesse público, urgência
de contratação não pode! Não pode exigir nem mais nem menos do que está no edital.

5.2 Princípio do Julgamento Objetivo

O edital tem que definir de forma clara e precisa qual o critério de julgamento. O
licitante, quando entra na licitação, tem que ter condições de saber o que precisa fazer
para ganhar o procedimento.

Tipo de licitação: menor preço; melhor técnica; melhor técnica e preço. O tipo de
licitação é critério/forma de julgamento (art. 45 da lei).

OBS: não confundir tipo de licitação com modalidades de licitação (concorrência, leilão,
pregão, convite, tomada de preço)

O administrador, quando selecionar a melhor proposta, não pode levar em


consideração circunstâncias estranhas àquelas previstas no edital.

Ex: licitação do tipo melhor preço. A licitação é para compra de copos. O edital diz que
ganha a licitação quem oferecer o menor preço. Se o licitante X oferece o copo por
cinco reais e o Y oferece o copo por 6 reais mas o copo é banhado a ouro e o
pagamento pode ser parcelado em 10x, quem ganha a licitação? O licitante X porque o
que importa é a proposta mais barata. Ademais, o licitante X só não ofereceu um copo
mais rebuscado e dividiu o pagamento porque não sabia que isso era importante já
que não estava no edital.

5.3 Princípio do Procedimento formal

A licitação é um procedimento formal que tem que obedecer as formalidades previstas


em lei. O administrador não pode inventar nova modalidade, procedimento, misturar
modalidades, etc. tem que fazer tudo que está na lei.

Ex.: a administração exige que as propostas sejam guardadas em envelope de cor


amarela. Se o licitante não encontrar envelope nessa cor pode participar? SIM. As
formalidades são necessárias e devem ser obedecidas, mas não pode ter exagero. A
formalidade exigida que se não for cumprida não causa prejuízo para os envolvidos é
uma formalidade desnecessária.
5.4 Princípio do Sigilo de Propostas

As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Nem os
outros licitantes nem a comissão deve conhecer o conteúdo do envelope no momento
de sua abertura.

Todos vão conhecer na hora e local certo.

Fraudar sigilo de proposta significa crime na licitação e improbidade administrativa. Um


licitante não pode, em conluio com o Presidente da licitação, fraudar o sigilo, trocar as
propostas.

Há uma modalidade de licitação que é exceção ao sigilo de propostas: LEILÃO. No leilão


as propostas (lances) são verbais; é exceção ao sigilo de propostas.

O pregão não é exceção: ele tem as duas etapas – proposta sigilosa na primeira etapa e
lance verbal na segunda.

6 Modalidades de Licitação

Previstas no art. 22 da lei 8666/93.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

Para escolher a modalidade o legislador escolheu duas formas: valor ou qualidade do


objeto. Ou é uma ou outra – são parâmetros diferentes.

O intervalo mínimo é o prazo que fica entre a publicação do edital até a entrega dos
envelopes. Está previsto no art. 21 da lei:

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de
preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de


licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou
do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de


circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,
fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto
da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e


obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada


integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída
pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela
Lei nº 8.883, de 1994)

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
(Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última


publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva
disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que
ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o
texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

OBS: ver tabela no material da aula de valor das modalidades!!!


6.1 Concorrência

É uma modalidade de licitação que tem dois parâmetros: pode ser escolhida em razão
do valor ou das condições do objeto.

A concorrência em razão do valor tem como parâmetro valores altos, isto é, acima de
um milhão e quinhentos para obras de engenharia e acima de 650.000 para outros
bens e serviços que não de engenharia (art. 23).

Obras e serviços de engenharia Acima de 1.500.000,00

bens e serviços Acima de 650.000,00

Em razão do objeto, a concorrência é selecionada como modalidade de licitação


quando for caso de aquisição ou alienação de imóvel. Há exceção: se o imóvel for
decorrente de decisão judicial ou dação em pagamento a lei diz que pode ser
concorrência ou leilão (art. 19):

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato
da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou


leilão.

Dação em pagamento é o pagamento feito de outra forma que não a estipulada


previamente (forma de extinção da obrigação).

A concorrência em razão do objeto é também usada em caso de concessão. A


concessão pode ser em direito real de uso de bem público e concessão de serviço. Há
exceção: a partir de 1995 foi instituída a política das privatizações no Brasil (FHC). O
nome certo era política de desestatização = concessão de serviços. Esses serviços
foram concedidos por concessão então a modalidade certa era a concorrência, mas a
modalidade usada foi o leilão.

Isso aconteceu com a telefonia na época e recentemente aconteceu com os aeroportos


para a copa. Então, se o serviço está no programa nacional de desestatização a
modalidade obrigatória é o leilão.

A terceira situação em que a concorrência é obrigatória pelo objeto é a licitação


internacional. Porém, excepcionalmente, na licitação internacional pode-se utilizar
tomada de preço quando o valor do contrato for correspondente ao valor da tomada e
a Administração tiver cadastro de empresas estrangeiras. Veja que há dois requisitos
cumulativos: valor da licitação estiver na tomada e cadastro de empresas estrangeiras
(requisitos cumulativos).
Também pode ser usado excepcionalmente a modalidade convite quando o valor da
licitação for da modalidade convite e não haja fornecedores no país (requisitos
cumulativos).

Na concorrência deve-se observar o prazo de intervalo mínimo = entre a publicação do


edital até a entrega de envelopes (art. 21):

- se a licitação for do tipo técnica ou técnica e preço o prazo mínimo é de 45 dias.

- se a licitação for somente do tipo preço o prazo é de 30 dias.

Veja: os dias são corridos porque a lei nada disse. Apenas será dias úteis quando a lei
assim dizer expressamente.

Você também pode gostar