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Há portanto, que se observar que a noção de fonte está ligada a uma ideia de
elemento gerador de algo. Tratando-se de direito das obrigações, refere-se aos
fatos jurídicos que podem dar origem ao vínculo obrigacional. E nesse sentido,
portanto, tem-se como fontes das obrigações: a Lei, os contratos, os atos ilícitos e
o abuso de direito, os atos unilaterais e os títulos de crédito.
Antes de analisar, no entanto, a fonte das obrigações no âmbito do Direito
atual, há que se analisar a origem no Direito Romano:
• Lei;
• Contratos;
• atos ilícitos e o abuso de direito;
• atos unilaterais;
• títulos de crédito.
A Lei:
Boa parte da doutrina civilista coloca a Lei como a fonte primeira da obrigações,
sendo certo que consideram que a obrigação surge em decorrência da existência
da lei que a determina. É fonte imediata. Álvaro Villaça Azevedo entende que a Lei
enquanto fonte primária (causa eficiente e suficiente da obrigação):
Há, entretanto, autores como Fernando Noronha que defende a posição de que a
lei sozinha não é fonte obrigacional, sendo necessária a presença da autonomia
privada
Outros autores, como Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona que não negam a lei
enquanto fonte primária, fazem algumas considerações em razão do fato de que
para eles, muito embora a lei seja fonte primária, ela decorre dos efeitos
obrigacionais deflagrados de uma determinada situação de fato.
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono
ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se
não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
• O negócio jurídico também pode ser visto como fonte mediata, uma vez que
trata-se do exercício de autonomia privada (Ex: contrato, os atos ilícitos e o
abuso de direito, os atos unilaterais, etc.).
Contratos:
Os contratos embasam as diversas figuras tratadas pelo Código Civil. É uma das
principais fontes do direito das obrigações, até mesmo porque, a própria noção de
contrato parte de ato jurídico bilateral por meio do qual se materializa a declaração
de vontade de ao menos duas pessoas, em regular exercício da autonomia
privada destas para a criação, modificação e extinção de direitos e deveres, com
conteúdo patrimonial.
Os atos ilícitos e o abuso de direito – Por ato ilícito entende-se a manifestação
da vontade humana que ofende ou viola a norma jurídica. Portanto, é ilícito o ato
de agente que dolosa ou culposamente causou dano a outrem. Assim, aquele que
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violou direito e
causar dano a outrem, seja patrimonial, físico ou moral, comete ato ilícito,
devendo, portanto, indenizar o ofendido. Na mesma esteira, tem-se a figura do
abuso de direito. Nesse sentido, comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O ato ilícito está previsto nos arts. 186
e 187 do Código Civil, sendo que o primeiro trata especificamente do ato ilícito,
enquanto o segundo cuida melhor da figura do abuso de direito.
Ao contrário do que se tem nos contratos, que partem de atos bilaterais (vontade
de duas pessoas ao menos), nos atos unilaterais a obrigação nasce da simples
declaração de uma única parte, formando-se no instante em que o agente se
manifesta, com a intenção de assumir um dever obrigacional. Sendo emitida a
declaração de vontade, esta se torna plenamente exigível ao chegar ao
conhecimento a quem foi direcionada. Ex:
Na gestão de negócios há uma atuação sem poderes, uma hipótese em que a parte
atua sem ter recebido expressamente a incumbência. O gestor, que age sem mandato,
ficando diretamente responsável perante o dono do negócio e terceiros com quem
contratou. A gestão, pela ausência de orientação dada pelo dono, não tem natureza
contratual, pois está ausente o prévio acordo de vontades - gestão pode ser provada de
qualquer modo, eis que se trata de negócio jurídico informal. A posição do gestor é
delicada, pois, além de não ter direito a qualquer remuneração pela atuação (negócio
jurídico benévolo), deve agir conforme a vontade presumível do dono do negócio, sob
pena de responsabilização civil. (TARTUCE, 2020).
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio
alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando
responsável a este e às pessoas com que tratar.
Pagamento Indevido (arts. 876 a 883, CC):
De acordo com o art. 876 do CC, “todo aquele que recebeu o que não lhe era devido
fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida
condicional antes de cumprida a condição”. O Código Civil de 2002, acertadamente,
trata o pagamento indevido como fonte obrigacional.
Utilizando os ensinamentos de Silvio Rodrigues, pode-se afirmar que o
enriquecimento sem causa é gênero, do qual o pagamento indevido é espécie:
Havendo o pagamento indevido, agirá a pessoa com intuito de enriquecimento sem
causa, visando ao locupletamento sem razão. Duas são as modalidades básicas de
pagamento indevido: