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Núcleo Acadêmico de Orientação para Sustentabilidade no Ensino Interdisciplinar – NAOSEI

INTRODUÇÃO

De acordo com estudos estatísticos do MEC, o ensino médio apresenta a maior percentagem de
evasão escolar dentro do sistema de ensino brasileiro (1). Baseado nestes estudos detectou-se que o
principal motivo desta evasão, seria a saída de alunos desta faixa etária para o mercado de trabalho,
uma vez que os mesmos não viam muita significatividade na aquisição do conhecimento que era
ensinado pelos professores naquela fase escolar, para a sua vida futura.

A partir de então o MEC reformulou o ensino médio de sua constituição disciplinar, para uma visão
pedagógica mais integrada, onde as palavras chaves são notoriamente: contextualização (cotidiano)
e significatividade ( para que serve?), onde então o ensino passa a assumir forçosamente um viés
de caráter fortemente Interdisciplinar.

Com estas premissas, o MEC passou a dividir o ensino médio em quatro áreas de
conhecimento( Linguagens e Códigos e sua Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias ,
Ciências Humanas e suas Tecnologias, e Matemática suas Tecnologias), sendo que a avaliação
destas áreas, se dá pela análise de uma matriz de referências que contemplam a aquisição de
Habilidades e Competências, onde as estratégias de ensino-aprendizagem devem apresentar
coerentemente um caráter interdisciplinar, que foi denominado pelo MEC como Ensino Médio
Inovador – EMI (vide íntegra do documento em anexo – referência bibliográfica nº 1).

Vale neste momento, citar a repaginação do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, que foi
apelidado de Novo ENEM (2), com o objetivo de avaliar a qualidade deste novo Ensino Médio
Inovador.

O NAOSEI surge com a proposta de pragmatizar este novo ensino médio inovador, agregando uma
massa crítica de professores e educadores, que acreditam no conceito de Sustentabilidade ( o termo
"sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar);
segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as
necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas"),
como eixo norteador capaz de tornar o ensino mais envolvente e integrado, almejando a tão sonhada
interdisciplinaridade e contextualização dos saberes, conferindo uma maior significatividade dos
mesmos à vida cotidiana dos alunos.

Desta forma o NAOSEI tem o firme propósito de criar metodologias de ensino-aprendizagem que
possam ser aplicadas efetivamente em sala de aula, e consequentemente atendam as novas
premissas educativas do MEC, com ênfase na área de Ciências da Natureza, que no entendimento
do governo, é a mais carente no aspecto de interdisciplinaridade (3).
OBJETIVO AMPLO

- Criação de uma proposta pedagógica para o ensino médio, que contemple a interdisciplinaridade
dentro e entre as quatro áreas de conhecimento, utilizando como eixo norteador a Sustentabilidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1- Elaborar material de apoio didático para ser aplicado em sala de aula


2- Elaborar texto orientativo para auxiliar o professor a ministrar as aulas
3- Propor que este material pedagógico seja utilizado na rede de ensino público do Estado de
São Paulo
4- Propor para a Reitoria da USP que o conteúdo deste material pedagógico, seja relevante em
relação à elaboração do vestibular da FUVEST.

DESENVOLVIMENTO

O NAOSEI buscará cumprir os objetivos propostos, a partir de reuniões previamente agendadas


durante o ano, que seguirão uma metodologia seqüencial de atividades pré-programadas, descritas a
seguir:

1- Compatibilização Programática dos Conteúdos

Nestes encontros iniciais os professores de cada disciplina irão expor os conteúdos


programáticos de cada componente, buscando propor uma grade programática articulada
entre as disciplinas, que permita (o máximo possível) a interdisciplinaridade entre as
mesmas.

2- Workshop Acadêmico

Nesta segunda fase, baseado na grade programática compatibilizada definida anteriormente,


alguns professores irão expor para os demais participantes do grupo, como normalmente
ministram certo conteúdo acadêmico, apresentando estratégias e procedimentos
(experiências práticas de baixo custo e de simples execução em sala de aula, processos
mnemônicos interessantes, mapas conceituais, apresentações multimídia, vídeos, etc) que se
mostraram eficientes no tocante à aprendizagem do mesmo por parte dos alunos, dentro do
seu repertório de experiências didático-profissionais de sala de aula.

Como trata-se de um workshop, os demais professores, da mesma e/ou principalmente das


demais disciplinas, irão interativamente fornecer sugestões que (dentro do possível)
aumentem o caráter de interdisciplinaridade da aula, tendo como eixo norteador a
sustentabilidade.

É importante esclarecer neste momento, que mesmo professores menos experientes, poderão
se candidatar para apresentar suas contribuições didáticas, pois apesar de não possuírem o
tempo a seu favor, podem perfeitamente ter concebido novas abordagens e estratégias para
trabalhar certo conteúdo com criatividade e motivação ( sendo que é exatamente este
binômio que estamos almejando).
Vale lembrar que os professores que se candidatarem a apresentar suas propostas didáticas
de sala de aula, devem fazê-lo sem melindres, uma vez que não estarão sendo avaliados
pelos demais professores, mas sim, sendo admirados pelo fato de estarem solidariamente
compartilhando com todos o seu trabalho.

3- Elaboração de Aulas Interdisciplinares

Após consenso do grupo em relação a certo conteúdo acadêmico, um professor ( via de regra
um dos que participaram expositivamente do workshop), será incumbido de confeccionar
material descritivo passo a passo, que oriente o professor na aplicação daquela aula; assim
como, material de apoio didático para o aluno.

4- Elaboração de Material Didático

Após a elaboração das aulas interdisciplinares, o grupo irá se dividir em subgrupos


temáticos ( como por exemplo: Energia e suas Transformações, Meio Ambiente, Saúde
Pública, Vida em Sociedade, Ciência e Tecnologia, etc...), fazendo a compilação das aulas
interdisciplinares, agregando-as em um Material Temático Interdisciplinar com foco na
Sustentabilidade – MTIS .

CONCLUSÃO

A realidade é que apesar das novas propostas feitas nos gabinetes do MEC serem positivas
do ponto de vista da melhoria da qualidade do ensino brasileiro, as mesmas são também muito
teóricas, e pouco práticas, uma vez que o governo propõe mudanças, mas pouco faz no sentido de
orientar ou pelo menos apontar, o caminho para que estas mudanças efetivamente se cristalizem.

Neste aspecto, o Material Temático Interdisciplinar com foco na Sustentabilidade –


MTIS, criado pelo NAOSEI estará contribuindo no encurtamento entre a teoria e a prática do
Ensino Médio Inovador proposto pelo MEC.

Sendo assim, as possibilidades de sucesso deste projeto acadêmico são enormes, devido a
três fatores: 1- Tornará o ensino médio realmente interdisciplinar, 2- Será criado solidariamente
(sem interesses pessoais) entre professores das diferentes áreas do conhecimento, 3- Estará em
consonância com as determinações mais atualizadas preconizadas pelo MEC.

Desta forma, podemos concluir que a criação do NAOSEI será de grande relevância para
todos os elos da cadeia escolar do ensino médio, uma vez que os anseios e interesses educativo-
comunitários do mesmo, refletirão ganhos e benefícios para todos os envolvidos no processo de
ensino/aprendizagem; pois, ganharão os alunos com aulas mais significativas e contextualizadas ao
seu cotidiano, ganharão os professores que trabalharão com mais prazer e motivação, ganhará o
governo que terá enfim, um ensino médio interdisciplinar não apenas no papel, e que espera-se, terá
menores índices de evasão escolar, ganhará a USP, que cedendo espaço físico para nossos
encontros, estará fortalecendo seu papel de mediadora entre a escola e a sociedade, e ganhará a
sociedade que receberá seres humanos mais conscientes, participativos, e sensíveis ao futuro das
próximas gerações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Programa Ensino Médio Inovador – Documento Orientador , Ministério da Educação,


Setembro, 2009

2- Matriz de Referência para o ENEM 2009 – Ministério da Educação , Maio de 2009

3- Aprovação da Matriz de Referência para o ENEM 2009 , Instituto Nacional de Pesquisas


e Estudos Educacionais – INEP, Associação Nacional do Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior, Ministério da Educação, Maio de 2009

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