Você está na página 1de 50

Vírus

Características
Os vírus:
 Partículas infecciosas
 Não são considerados seres vivos porque n têm uma membrana celular, não têm
citoplasma, etc.
 São parasitas obrigatórios, ou seja, precisam da maquinaria celular dos hospedeiros
para se replicarem.
 Um vírus replica-se e não se divide porque a divisão é uma característica dos seres
vivos e os vírus não são seres vivos, são material genético rodeado de proteínas.
 Partículas virais que provocam viroses.
 Grande especificidade entre os vírus e os hospedeiros (vírus só para plantas, só para
animais, só para humanos, etc.)
 Zoonoses - vírus que partilham o hospedeiro (começam em aves ou suínos, passam
para pessoas – gripe das aves, SIDA (macacos para humanos), vacas loucas, etc.) -
zooviroses
 Vírus variam o serótipo (estipes é para bactérias) (Formas variantes dentro de uma
mesma espécie ou subespécie de vírus ou bactérias.)
 são seres diminutos, visíveis apenas ao microscópio eletrónico,
 constituídos apenas por duas classes de substâncias químicas:
o ácido nucleico (DNA ou RNA)
o proteína.
 seres acelulares (que não possuem estrutura celular)
 precisam de células que os hospedem. Por isso, todos os vírus são parasitas
intracelulares obrigatórios.

Classificação:

Características primárias

1) Vírus são classificados de acordo com o tipo do seu genoma e a sua estrutura

DNA:
 cadeia simples, dupla ou mista
 linear ou circular
RNA:
 Cadeia Simples: polaridade negativa e polaridade positiva – ambisense (applied to
single-stranded RNA viral genomes; part of the nucleotide sequence is of positive-
sense, part is of negative-sense.)
 Cadeia Dupla

- Nº de cópias do genoma: monomérico, dimérico ou polimérico


- Dividido ou não por mais do que uma molécula: segmentado/multipartido ou unimolecular

2) Estrutura do virião* e composição química

 simetria (icosaédrica, helicoidal, complexa, mista)


 presença (envelope) e ausência (Nú ou naked) de invólucro lipídico
Presença de uma bicamada fosfolipídica em redor do vírus: organismo humano está em
sincronia membranar, isto é, com as células do organismo – células e vírus têm uma camada
com a mesma constituição (mas sem bombas de sódio-potássio) e é essa bicamada que
permite ao organismo a formação e recepção de vesiculas para trocas intracelulares e
extracelulares.
É vantajoso para o vírus ter um bicamada fosfolipídica porque pode ser confundido com uma
vesicula de endocitose e entrar nas nossas células mais facilmente – quando uma camada
fosfolipídica entra em contacto com outra fundem-se. Se o vírus tem uma bicamada
fosfolipídica tal como as células, ele é facilmente confundido com uma vesicula de endocitose
e entra na célula. Encontrando, assim um hospedeiro.

* É uma partícula viral completa que está fora da célula hospedeira. É constituída
por DNA ou RNA cercado por proteínas (capsídeo). Constitui a forma infectiva do vírus.

Estrutura e Composição:
1) Capsídio e envelope - o virião é composto de ácido nucleico, sede de sua infectividade,
circundado por uma capa proteica chamada capsídio responsável pela especificidade viral. A
partícula completa é conhecida pela denominação virião
2) Ácidos nucléicos - o vírus pode ter DNA ou RNA, mas nunca são encontrado os dois juntos
no mesmo virião, o que estabelece um contraste com todas as formas celulares de vida, as
quais, sem exceção, contém os dois tipos de ácidos nucleicos. A estrutura dos ácidos nucleicos
nas partículas virais pode ser linear ou circular
3. Em adição ao ácido nucleico e proteína, os viriões mais completos possuem lipídeos,
carboidratos, traços de metais e alguns deles substâncias semelhantes à vitaminas.
Características secundárias

3) Estratégia de replicação (lítico ou lisogénico)

Às vezes I, grupo de vírus que parece ser um grupo único de acôrdo com os critérios acima é
relatado como contendo um subgrupo de vírus que têm uma estratégia de replicação diferente
– nesse caso o grupo será dividido baseado no modo de replicação.

4) Tipo de hospedeiro

O termo vírus faz referência ao processo de instalação / infecção em organismos eucariontes


(que possuem material genético envolvido por membrana nuclear) enquanto o termo
bacteriófago, é designado aos vírus que se instalam em procariotas (organismos que não
possuem membrana nuclear envolvendo o material genético da célula: bactérias).

Propriedades comuns aos vírus de uma determinada espécie:

 Tipos de rearrajos genómicos (cadeia simples ou cadeia dupla)


 Homologia de sequência (garantir que são da mesma espécie, variam alguns
nucleotidos)
 Relação serológica (variação/alteração do serotipo do vírus)
 Transmissão por vector semelhante (vírus, que são transmitidos por outros animais,
como ratos, pulgas e carraças- animais que transmitem viroses/parasitas-vectores)
 Gama de hospedeiro (se é um vírus só de animais ou se nos afectam a nós)
 Mecanismos de patogenicidade (forma como é patogénico para nós)
 Tropismo tecidular (vírus que se alojam no cérebro, vírus como a hepetite que se aloja
no fígado, etc.)
 Distribuição geográfica (vírus característicos de alguns países – necessidade de
prevenção quando se viaja para alguns países)
Morfologia

 parte central de ácido nucleico


 capa protéica: capsídeo (unidades: capsômeros) - envolúcro do vírus, formado por
proteínas. Além de proteger o ácido nucléico, o capsídio tem a capacidade de
combinar-se quimicamente com substâncias presentes na superfície da célula. Alguns
vírus podem apresentar lipídio, proveniente da membrana da célula onde se
originaram.

-simetria helicoidal: TMV, sarampo, gripe

- simetria icosaédrica

 envelopados: nucleocapsídeo envolvido por uma membrana de lipoproteínas


Bacteriófago ou fago - é um tipo de vírus que infecta apenas bactérias (hospedeiras). Da
mesma forma que vírus que infectam eucariontes (específicos de cada bactéria), os fagos
consistem numa proteína exterior protetora e no material genético (dupla hélice em 95% dos
fagos conhecidos) dentro da cápsula de 5-650 Kbp (1 Kpb = 1.000 pares de bases).

1. Cabeça; 2. Cauda; 3. DNA viral; 4. Capsídeo; 5. Colar; 6. Bainha; 7. Fibras; 8. Espículas; 9. Placa
basal

6. espécie de pescoço que funciona como um êmbolo de seringa, ou seja, é uma proteína
contráctil, que quando ele adsorve ele contrai/comprime o pescoço, injecta o material
genético que está dentro da capsula para o citoplasma da bactéria (tem força suficiente para
que o material genético atravesse a parede celular, a membrana citoplasmática e chegue ao
citoplasma).
7. “patas” que servem para agarrar as células hospedeiras.
 Bacteriófagos (vírus de bactérias)

1) Ciclo lítico (fagos virulentos)


a) Adsorção: ligação a receptores específicos:

-reversível

-irreversível

b) penetração: entrada do NA viral na célula

c) síntese dos compontes virais:

-eventos iniciais:

 Enzimas-polimerases
 Síntese de mRNA

-eventos tardios:

 Proteínas estruturais (capsómeros)


 Ácido nucleico viral

d) montagem e maturação:

-síntese das enzimas de montagem

-agregação das proteínas estruturais

-condensação do NA viral

e) libertação de novos vírus:

-síntese das endolisinas

-lise da célula hospedeira

 Libertação rápida
 Libertação lenta (extrusão)
Replicação:

Vírus respiratórios:
RNV, CoV,
resfriado comum ParaInfV, InfV,
RSV, AdenoV

Altas faringite/laringite ParaInfV, InfV

laringite
ParaInfV, RSV
estridulosa

bronquite
Infecções
respiratórias
Baixas pneumonia ParaInfV, InfV,
RSV, AdenoV

bronquiolite

Gripe InfV

Legenda:

Infância

Fase adulta

Adolescência

Gripe vs. Herpes labial


Tipos de mecanismo de infecções virais característicos:

Sintomas :

 Gripe: imediatos (febre, vontade de espirrar, olhos lacrimejantes, dores de cabeça,


dores no corpo, etc.) – contrai-se o vírus e os sintomas manifestam-se…três/cinco dias
a virose passa.
 Herpes labial: vai e volta.
Dois tipos de infecção viral:

 Recorrentes (vai e vem)


 manifestam os sintomas imediatamente

Dois mecanismos de infecção viral:

 Lítica – provoca a lise das células do hospedeiro


- Hospedeiro entra em contacto com o vírus e num curto espaço de tempo
manifesta sintomas.
 Lisogénica – integram no genoma e cada vez que as células se dividem, divide-se
também o genoma viral (permanentes no organismo e manifestação recorrente dos
sintomas)
– só há manifestação recorrente dos sintomas quando:
1) defesas do hospedeiro diminuem muito
2) aumento dos factores de stress a que o hospedeiro está sujeito
(vírus entende que precisa de aumentar a sua probabilidade de
sobrevivência e completa a lise das células onde está alojado na
perspectiva de contaminar outros hospedeiros e, portanto
sobreviver)

Variação antigénica:
1) Deriva antigénica: resultado da acumulação de mutações em cada ciclo de replicação
viral – epidemias sazonais
2) Mudança antigénica: resultado da redistribuição de segmentos do genoma –
pandemias

Vírus Herpes simplex tipo 1 e 2:


 Reservatório – Homem; Água de piscinas sem cloro
 Portas de saída - Penetra por infecção das mucosas ou feridas da pele, nesse local a
multiplicação viral pode ser inaparente ou provoca lesões vesiculares
 Porta de entrada - pele e olhos
 Mecanismo de transmissão - Contacto directo ou indirecto com secreção de olhos
infectados; Através da saliva e secreções genitais
Vírus das hepatites de transmissão por via sanguínea: HBV,HDV E HCV:

Hepatite B – HBV:
 Material genético enrolado Virais infecciosas!

 Vírus esféricos com 42.45 nm de diâmetro com invólucro derivado do RE;

 São particularmente resistentes à temperatura (10h a 60ºC) mas sensíveis aos


solventes orgânicos;

 O invólucro contém os antigénios virais à superfície (HBsAg);

 Capsídeos virais constituídos por uma só proteína (HBcAg-core) e encerram o genoma


viral (DNA). Esta proteína é altamente imunogénica.

 Durante a replicação viral o antigénio HBs é produzido em excesso, sendo libertado


das células infectadas sob a forma de filamentos de tamanho variável e de esperas de
22 nm.

O vírus da hepatite B é um Hepadnavirus com genoma de DNA bicatenar (dupla hélice)


circular. Tem predilecção forte pela infecção dos hepatócitos do fígado. Ele multiplica-se
no núcleo da célula infectada, utilizando as enzimas de replicação de DNA da própria célula
humana. A sua replicação invulgar consiste na formação de RNA a partir do genoma de DNA,
que são usados na síntese das proteínas virais, e RNA especial que depois é convertido em
DNA pela enzima transcriptase reversa, uma enzima que será mais característica
dos retrovírus.
A partícula viral ou virião do HBV é denominada partícula de DNA e tem cerca de 40
nanómetros de diâmetro, podendo ser filamentosa ou esférica. Possui um envelope bilipídico,
onde existe a proteína membranar viral HBs (s de surface: superfície). O capsídeo interno ao
envelope, que protege o genoma e algumas cópias de enzima transcriptase reversa (necessária
já que as células humanas não a produzem), é formado pela proteína HBc (c de core:
capsídeo). A proteína HBe é uma proteína viral pouco importante mas também é lançada no
sangue e portanto importante para a resposta do sistema imunitário.

Para os vírus utiliza-se um antiviral, apesar de não se conseguir matar os vírus, porque estes
não são seres vivos. O antiviral apenas inibe a replicação do vírus.
Antigénio – Produz anticorpos.
A vacinação ou imunização consiste em se inocular, geralmente através de injeção, um
antígeno inofensívo (não patogênico) que contém epítopos semelhantes aos apresentados por
um patógeno --- que pode ser, por exemplo, um vírus ou bactéria. Assim, é induzida no
sistema uma reação dirigida contra aqueles epítopos, com produção de anticorpos específicos
ou imunoglobulinas; da próxima vez que este antígeno for apresentado, (por exemplo, durante
uma infecção pelo vírus ou bactéria alvo da imunização) os anticorpos já estarão prontos para
agir; além disso, terá havido a formação de uma memória imunológica, isto é, a capacidade do
sistema imunológico de reagir mais prontamente contra estes epitopos. Assim, a infecção será
mais prontamente debelada e a doença será mais branda, subclínica ou inexistente.

Bacteriófagos também são usados para obter plasmídeos híbridos.

Priões:
 é um agente infeccioso composto por proteínas com forma aberrante. Tais agentes
não possuem ácidos nucleicos (DNA e/ou RNA) ao contrário dos demais agentes
infecciosos conhecidos (vírus, bactérias, fungos e parasitos).
 são responsáveis pelas encefalopatias espongiformes transmissíveis numa variedade
de mamíferos, incluindo os humanos, isto é, doenças degenerativas crónicas do
sistema nervoso, caracterizadas pela acumulação de uma isoforma anormal da PrP (
PrPSc ). Todas as doenças priónicas conhecidas afectam as estruturas cerebrais ou
outros tecidos neurais, não possuem cura e são sempre fatais.
 Proteínas com um comportamento semelhante ao dos priões são também reportadas
em fungos, que tem sido úteis nas pesquisas para compreender os priões mamíferos.
Os priões fúngicos aparentemente não causam nenhuma patologia nos seus
hospedeiros.
 Nas células nervosas existe, normalmente, uma proteína do prião constitutiva ou PrPC
(NORMAL)

 A forma patogénica é a PrPSc, a isoforma patogénica do prião que difere


estruturalmente da PrPC
 os priões infecciosos são resistentes a temperaturas elevadas, irradiação e
tratamentos químicos vulgares que destroem outros agentes patogénicos.
Fungos
Os fungos dividem-se essencialmente em duas categorias:

• Fungos unicelulares
 são designados por leveduras
 o talo é constituído por uma única célula

• Fungos filamentosos ou pluricelulares


 constituem a maioria dos fungos
 assumem inúmeras formas e tamanhos
 o talo é constituído por filamentos ou hifas, do crescimento das quais resulta o micélio
Citoplasma
 Contínuo e multinucleado – hifas asseptadas ou cenocíticas
 Interrompido por invaginações interiores da parede, septos, que dividem as hifas,
constituindo as hifas septadas
Reprodução:
Reprodução Assexuada

 Fragmentação
A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é
por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios.
 Gemulação
Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os
brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem
permanecer grudados, formando cadeias de células.
 Esporulação
Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes,
leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como
conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar
sozinha um novo mofo, bolor etc.
Para a produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e,
repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanem unidos até serem
liberados. É o que acontece com o fungopenicillium, que assim foi chamado devido ao fato de
a estrutura produtora de esporos - o conídio - se assemelhar a um pincel.
1)Dentro de estruturas unicelulares, dando origem a endósporos.
2)Externamente, a partir do soma fúngico, dando origem a exósporos ou conídios
Candidíase:
A candidíase é uma doença causada pelo fungo Candida albicans e que ataca qualquer parte
da pele humana. Ela assume particular importância clínica em infecções da boca (candidíase
oral), sendo chamada popularmente de sapinho (nesse caso não trata-se de DST), em torno
dos olhos (candidíase ocular) e mucosa vaginal benignas (candidíase vaginal), e em infecções
sistêmicas malignas em doentes com SIDA/AIDS.

As candida albicans:

 São leveduras ovais com cerca de 5 micrômetros


 Multiplicam sexuadamente e assexuadamente por gemulação.
 Por vezes existem simultaneamente formas de micélios típicos com hifas, ou
pseudomicélios, que são formas coloniais sem hifas verdadeiras.
 90% das candidíases humanas
 Com capacidade de produzir: grandes clamidósporos (esporo assexual)
 Colónias brancas, lisas, convexas
 Existem os serotipos A e B
 A parede celular desta levedura é rica em manana e glucana, antigénios presentes em
formas graves de candidíase
 São resistentes à cicloheximida e assimilam fontes de C e N
 Fermentam glicose e maltose, enquanto não fermentam lactose.

Dermatofitoses:
As dermatofitoses, ou tinhas ou frieiras, são micoses superficiais ocorrentes em pêlos, unhas e
pele, provocadas por fungos queratinofílicos chamados dermatófitos, que englobam os
géneros Epidermophyton, Microsporum e Trycophyton, que formam hifas organizadas
em micélios. Alimentam-se da proteína humana queratina.
Infectam os tecidos superficiais constituídos por células mortas e queratinizadas, como as
da pele, pêlos (incluindo cabelo) e unhas, mas não afectam os tecidos vivos. Em cultura ou na
vida livre não parasitária, apresentam estruturas de reprodução sexual, mas no Homem
reproduzem-se assexuadamente.
É transmitida através do contacto directo com cabelos parasitados, escamas do epitélio, ou
objectos contaminados.

Há três géneros relacionados de dermatófitos:


1. Trichophyton: as espécies mais importantes são T. tonsurans, T. mentagrophytes, T.
rubrum e T. shoenleinii.
2. Microsporum: as espécies mais frequentes são M. audouinii, M. canis, M. gypseum.
3. Epidermophyton: E. floccosum.

 São fungos filamentosos septados


 Parasitam as estruturas ceratinizadas da epiderme, cabelo/pelo e unhas e causam
infecções nestas zonas
 Distinguem-se consoante as características dos seus macroconídios.
 Reservatório - Homem (antropofílico) , animais (zoofílico) e solo (geofílico)
DNA e RNA (Processos na Biologia Molecular)
Na replicação de DNA, parte-se de uma molécula de DNA que é replicada, passando por um
processo de transcrição /spicing ou maturação no núcleo (mRNA) que posteriormente dá
origem ao processo de tradução no citoplasma (tRNA). A partir destes processos há a formação
de uma proteína com base na informação contida no DNA. (formação de RNA’s – mRNA, tRNA
e rRNA - através de moléculas de DNA)

Intervêm neste processo a DNA polimerase e a RNA polimerase.


Transcrição reversa é a formação de DNA a partir de RNA.
É efectuado pelos retrovírus, e não é um processo seguro, pois muitas vezes cria DNA’s de
sequências diferentes, ocasionando a variabilidade genética viral, que pode ser boa ou má
para o vírus.
Eclipse: O vírus, através da enzima transcriptase reversa, sintetiza DNA a partir de seu RNA, e
liga esse DNA ao DNA da célula hospedeira.
Por exemplo, o HIV é um retrovírus (material genético é RNA + proteína transcriptase reversa),
que tal como todos os outros injeta o seu material genético na célula hospedeira através da
ajuda da enzima em questão utilizam os nucleótidos presentes no citoplasma da célula para
dar origem a uma cadeia de DNA, usando como base o seu material genético (a cadeia de
RNA). Deste modo, a maquinaria da célula hospedeira irá reconhecer a cadeia de DNA, que
acabara de ser produzida, como não sendo estranha e, consequentemente, não a destruirá.
Já a molécula de RNA do vírus será destruída pela enzima RNAse-H, por meio do processo de
hidrólise.
RNA de interferência (RNAi):
 Sistema que controla quais os genes que estão activos/transcritos, aumentando ou
diminuindo a efectividade do RNAm (eucariotas).
 Inibe a expressão génica na fase de tradução [silenciamento pós-tradução (defesa
contra genes estranhos)] ou dificulta a transcrição de genes específicos.

 miRNA (microRNA):
 produtos (pri-miRNA) da transcrição de genes que codificam para o RNA que no
núcleo são processados para ficarem com cerca de 70nt (pre-miRNA), que podem
emparelhar entre si, não são codificados e ajudam na regulação da expressão
génica, essencialmente durante o desenvolvimento.
 são pequenos RNAs, com cerca de 20 a 22 nucleotídeos, resultantes da
clivagem de um RNA maior não codificante que possui uma estrutura secundária
em gancho. Os miRNAs ligam-se ao complexo RISC (complexo de indução do
silenciamento de RNA) e direcionam a clivagem de mRNAs com os quais têm
complementaridade ou fazem repressão da tradução ficando ligados ao mRNA
impedindo a sua tradução pelo ribossoma.

 siRNA (small interfering RNA):


 derivados de longas moléculas de RNA em dupla cadeia, com cerca de 20nt, que
depois se convertem em cadeias simples e ligam-se a um complexo proteico
responsavel pela estabilização do RNAm.
 são pequenos fragmentos de RNA que medem aproximadamente 23 pares
de nucleotídeos. Os siRNA são produtos da clivagem de longas moléculas de RNA
dupla fita (dsRNA) pela ação da nuclease Dicer. Os siRNA são moléculas envolvidas
num mecanismo de controle da expressão gênica conhecido como RNA de
interferência (RNAi)
Mediante clivagem pela ação da enzima Dicer, estas pequenas moléculas de RNA dupla fita são
geradas e se associam a um complexo proteico, formando um complexo ribonucleoprotéico
conhecido como RISC (sigla do inglês: RNA-induced silencing complex). Após esta associação,
uma das fitas do RNA é eliminada e a outra serve de guia para que o complexo RISC encontre
fitas complementares de mRNA específicos, as quais serão alvo da ação de silenciamento
gênico.
Quando o pareamento entre a fita guia e o mRNA envolve diversas bases, gerando um
pareamento efetivo, este mRNA será degradado pela acção catalítica de uma das subunidades
de RISC: a enzima denominada Argonauta. Quando o pareamento entre a fita guia e o mRNA
alvo ocorre de maneira parcial, RISC não promove a clivagem do mRNA, mas atua inibindo o
processo de tradução deste. Nesta condição, o mRNA desestabilizado pode ser conduzido aos
chamados corpos de processamento (corpos-P), estruturas citosólicas responsáveis pela
degradação de mRNA.
A RNA de interferência tem um papel importante na defesa do património genético celular
contra genes parasíticos – vírus e transposões– mas também no desenvolvimento e expressão
genética em geral.
Modificação do DNA
1) Metilação
A metilação do DNA é um tipo de modificação química do DNA que pode ser herdada e
subsequentemente removida sem mudar a sequência original do ADN. Como tal, é parte
do código epigenético e é também o mais bem caracterizado mecanismo epigenético.
A metilação envolve a adição de um grupo metilo ao DNA; por exemplo, ao carbono número 5
do anel de pirimidina de citosina; neste caso com o específico efeito de reduzir a expressão
genética. A metilação do ADN na posição 5 da citosina foi encontrada em todos os vertebrados
examinados. Nos tecidos somáticos do adulto, a metilação do ADN tipicamente ocorre num
contexto de um dinucleótido CpG; a metilação não-CpG é prevalente em células-
tronco embrionárias.
Em plantas, as citosinas são metiladas simetricamente (CpG ou CpNpG) ou assimetricamente
(CpNpNp), onde N pode ser qualquer nucleótido sem ser guanina. Aguns organismos, como as
moscas da fruta, não exibem virtualmente qualquer metilação de DNA.

2) Principal dador de metilo: SAM (S-adenosil metionina)


A S-adenosilmetionina (SAM) é um cofactor* enzimático envolvido na transferência de
grupos metilo.
É formada a partir de adenosina tri-fosfato (ATP) e metionina pelo enzima metionina
adenosiltransferase EC 2.5.1.6
A transmetilação, a transulfuração e a aminopropilação, são as vias metabólicas que fazem uso
da SAM. Apesar de esta reacções anabólicas ocorrerem por todo o corpo, a maioria da SAM é
produzida e consumida no fígado
O grupo metilo que está ligado ao átomo de enxofre na SAM é quimicamente reactivo. Isto
permite a doação deste grupo para um substrato aceitador em reacção de transmetilação.
Mas de 40 reacções metabólicas envolvem a transferência de grupos metilo da SAM para
vários substratos, em ácidos nucleicos, proteínas e lípidos.

*molécula capaz de se ligar a uma enzima, tornando-a cataliticamente activa.


Restrição do DNA
As enzimas de restrição ou endonucleases de restrição como também são conhecidas,
são enzimas que cortam a molécula de DNA através do reconhecimento de sequências
nucleotídicas específicas.

As endonucleases de restrição são enzimas bacterianas que actuam como "tesouras


moleculares", reconhecendo sequências de pares de bases específicas em moléculas de DNA e
cortando-as nesses pontos. Elas são altamente específicas: cada tipo de enzima reconhece e
corta apenas uma determinada sequência de nucleótidos, em geral constituída por 4 ou 6
pares de bases nitrogenadas.
Estas enzimas funcionam nas células bacterianas como parte de um mecanismo de protecção
ao ataque de bacteriófagos chamado sistema de restrição modificação.
Uma molécula de DNA viral que continha sítios para uma endonuclease bacteriana, ao ser
injectada na bactéria, é prontamente cortada nesses pontos e deixa de funcionar. O DNA da
própria célula bacteriana é protegido por metilação
Além de evidenciar a existência de um novo sistema de defesa bacteriana e da complexa
interação entre bactéria e vírus parasitas, a descoberta das enzimas de restrição permitiu
grandes avanços na Genética Molecular.
Existem três tipos de enzimas de restrição: I, II ou III. A maioria das enzimas utilizadas hoje em
dia são do tipo II, que têm o modo de acção mais simples. Estas enzimas são nucleases, e como
cortam numa posição interna da cadeia de DNA, ao invés de iniciar a sua degradação a partir
de uma das pontas, são chamadas endonucleases. Assim, a designação mais correcta destas
enzimas é endonucleases de restrição do tipo II, embora muitas vezes sejam simplesmente
designadas como enzimas de restrição.

Palindrómica - ambos os filamentos têm a mesma sequência de nucleótidos mas com


polaridade inversa.
Amplificação de segmentos de DNA:
A reacção em cadeia da polimerase (PCR) é uma tecnologia bioquímica em biologia molecular
para amplificar um único ou algumas cópias de um segmento de DNA em várias ordens de
grandeza, da geração de milhares a milhões de cópias de uma sequência de DNA particular.

A PCR é agora uma técnica comum e muitas vezes indispensável utilizada em laboratórios de
investigação médica e biológica para uma variedade de aplicações. Que incluem a clonagem do
ADN por sequenciação de ADN- filogenia, ou análise funcional de genes, o diagnóstico de
doenças hereditárias, a identificação de impressões digitais genéticas (usado em ciências
forenses e testes de paternidade), e a detecção e diagnóstico de doenças infecciosas.

O método baseia-se em ciclos térmicos, que consiste em ciclos repetidos de aquecimento e de


arrefecimento da reacção para a fusão e a replicação do DNA enzimático. Os iniciadores
(Primers) (fragmentos de DNA curtos) contendo sequências complementares da região alvo,
juntamente com uma DNA polimerase são os principais componentes que permitem a
amplificação selectiva e repetida do DNA. Á medida que a PCR progride, o DNA gerado é
utilizado como um modelo para a replicação, pondo em movimento uma reacção em cadeia na
qual o molde de DNA é amplificado exponencialmente. A PCR pode ser modificada para
realizar uma grande variedade de manipulações genéticas.

Quase todas as aplicações de PCR precisam uma DNA polimerase estável ao calor, tal como a
Taq polimerase, uma enzima, originalmente isolada a partir da bactéria Thermus aquaticus.
Esta polimerase de ADN enzimaticamente monta uma nova cadeia de ADN a partir de blocos
de construção de DNA, os nucleótidos, utilizando ADN de cadeia simples como um molde e os
nucleótidos de ADN (também chamados iniciadores de ADN - primers), que são necessários
para a iniciação da síntese de ADN. A grande maioria dos métodos de utilização de ciclos
térmicos de PCR, isto é, alternadamente aquecimento e arrefecimento da amostra da PCR
através de uma série de passos de temperatura definido. No primeiro passo, as duas cadeias
do DNA de dupla hélice estão fisicamente separados, a uma temperatura elevada num
processo chamado de fusão de ADN. No segundo passo, a temperatura é reduzida e os dois
filamentos de DNA tornam-se modelos de ADN-polimerase para amplificar selectivamente o
ADN alvo. A selectividade dos resultados de PCR a partir da utilização de iniciadores que são
complementares à região de ADN alvo para amplificação sob condições específicas de ciclos
térmicos.
Passo de desnaturação: Este passo é o primeiro acontecimento regular e consiste em aquecer
a reacção a 94-98 °C durante 20-30 segundos. Ela provoca a fusão do ADN de molde do ADN,
interrompendo as ligações de hidrogénio entre bases complementares, produzindo moléculas
de ADN de cadeia simples.

Annealing: A temperatura da reacção é diminuída para 30-65°C durante 20-40 segundos,


permitindo a introdução dos iniciadores para o molde de ADN de cadeia simples. Tipicamente,
a temperatura de introdução dos primers é de cerca de 3-5oC abaixo da Tm dos iniciadores
utilizados. Laços estáveis de hidrogênio DNA-DNA são formados somente quando a sequência
de primer corresponde muito de perto a sequência de modelo. A polimerase liga-se o híbrido
iniciador-molde e começa a formação de ADN.

Extensão/alongamento: A temperatura neste passo depende da DNA polimerase utilizada;


polimerase Taq tem a sua temperatura óptima de actividade a 75-80 ° C e normalmente a uma
temperatura de 72°C é usada esta enzima . Neste passo, a DNA polimerase sintetiza uma nova
cadeia de ADN complementar da cadeia molde de ADN pela adição de dNTP que são
complementares ao molde em 5 'para 3', a condensação do grupo 5'-fosfato dos dNTP com o
3'-hidroxilo grupo no final da nascente (estendendo) cadeia de ADN. O tempo de extensão
depende quer da polimerase de ADN utilizada quer do comprimento do fragmento de DNA a
ser amplificado. A DNA polimerase vai polimerizar mil bases por minuto. Sob condições ideais,
isto é, se não houver limitações devido aos substratos ou reagentes limitantes, em cada passo
de extensão, a quantidade de ADN alvo é duplicada, levando à amplificação exponencial do
fragmento de ADN específico.
Alongamento final: Este passo é ocasionalmente realizado a uma temperatura de 70-74 ° C
durante 5-15 minutos, após o último ciclo de PCR para assegurar que todo o ADN de cadeia
simples restante esteja totalmente estendida.
Gene responsável pela doença, todos os afectados têm a risca no mesmo local do genoma –
Sequência do genoma compatível –
Conjugação: Transferência de DNA de um doador para um recipiente por contato físico direto
entre as células. Em bactérias existem dois tipos de conjugantes: um doador (macho) e um
recipiente (fêmea) e a direção da transferência do material genético é única (unidirecional). O
DNA é transferido de um doador para um recipiente.

Transformação: é a transferência génica resultante da captação por uma célula recipiente de


DNA íntegro de uma célula doadora. Certas bactérias (ex. Bacillus, Haemophilus, Neisseria,
Pneumococcus) podem captar DNA do ambiente e o DNA é capturado e pode ser incorporado
no cromossoma da célula recipiente.

Transdução: é a transferência de informação genética de um doador a um recipiente pela via


de um bacteriófago. A capa do fago protege o DNA no ambiente de modo que a transdução,
diferentemente da transformação, não é afetada por nucleases no ambiente. Nem todos os
fagos podem mediar transdução. Na maioria dos casos a transferência de genes é entre
membros de uma mesma espécie bacteriana. Entretanto, se um fago específico tiver um maior
espectro de hospedeiros então pode ocorrer transferência entre espécies. A habilidade de um
fago de mediar a transdução está relacionada com o ciclo de vida do fago.
1- Isola-se uma molecula mRNA funcional das células.
2- Adiciona-se transcriptase reversa e nucleótidos livres. A transcriptase reversa cataliza
a síntese de uma cadeia simples de DNA a partir de um molde de mRNA.
3- Junta-se uma enzima que degrada o mRNA que serviu de molde e DNA polimerase que
cataliza a formação da cadeia completar do DNA.
O cDNA pode ser inserido através de um vector contendo o promotor e sequência
reguladoras.
O método tradicional de sequenciamento de consiste na adição de nucleótidos modificados,
chamados didesoxirribonucleotídeos, que impedem o crescimento de um fragmento de DNA
em replicação pela DNA polimerase após a sua adição. Esse método tem sido largamente
utilizado por centros de pesquisa em todo o mundo.
O método de pirosequenciamento consiste numa nova abordagem molecular do
sequenciamento e beneficia de uma técnica capaz de captar a emissão de luz causada pela
adição de uma luciferase, acoplada à polimerização do DNA previamente fragmentado e
aderido a microesferas, com o uso de sequências adaptadoras.
Método de Sanger
Pelo método de Sanger, uma fita simples de DNA que será sequenciada, é hibridizada com
um Primário (tinta) de desoxinucleotídeos marcado na ponta 5´ (cinco linha). Quatro misturas
de reacção são preparadas onde os Primário (tintas) utilizados serão elongados por uma DNA
polimerase. Cada mistura contém os quatro desoxinucleosídeos trifosfato normais mais um
dos quatro didesoxinucleosídeos trifosfato numa razão de aproximadamente 1/100. Uma vez
que um didesoxinucleotídeo não tem ponta 3´-OH, não é possível haver elongação a partir do
nucleotídeo adicionado, o que faz parar a reacção. Desta forma, cada mistura de reacção
produzirá cadeias prematuramente terminadas de acordo com toda ocorrência de um
didesoxinucleotídeo adicionado. Cada mistura é então separada em um gel de
sequenciamento por eletroforese para se detectar cada um dos nucleótidos presentes na
sequência de DNA lida.
RNAm antisense ou micRNA - RNA de cadeia simples que é complementar a um RNA
mensageiro (RNAm) transcrito dentro de uma célula. O RNA antisense pode ser
introduzido numa célula para inibir a tradução de um mRNA complementar por
emparelhamento de bases e a ele obstruir fisicamente a maquinaria de tradução. Os
efeitos da RNA antisense têm sido muitas vezes confundido com os efeitos da interferência
de RNA (RNAi), um processo relacionado no qual fragmentos de RNA de fita dupla
chamados pequenos RNAs de interferência desencadear cataliticamente silenciamento
génico mediado, mais tipicamente, visando o silenciamento de RNA induzido complexo
(RISC), para se ligarem e degradar o RNAm. As tentativas para modificar geneticamente as
plantas transgénicas para expressar RNA antisense, em vez de activar a via de RNAi,
resultam no mesmo sentido, ou seja, no silenciamento do gene.

Você também pode gostar