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Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia
Curso de Engenharia Civil

Disciplina: Análise dinâmica das estruturas

RELATÓRIO - ANÁLISE DE UMA VIGA BI-


APOIADA

Aline Alves de Souza Silva

Niterói, 2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................3
CONCLUSÃO..............................................................................................................4
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................5
INTRODUÇÃO
O objetivo do presente relatório é analisar o comportamento de uma viga bi-apoiada
considerando o primeiro modo de flexão vertical. As propriedades geométricas dessa
viga devem ser definidas de modo que a frequência natural da estrutura no primeiro
modo de flexão vertical fique na faixa 1 a 2 Hertz.
Para isso utilizou-se o conhecimento teórico discutido em sala de aula, programa SAP
2000 e o Excel. As contas foram obtidas no Excel, de forma a serem confirmadas pelo
programa, validando assim a análise estrutural.

DESENVOLVIMENTO
Análise de uma viga bi-apoiada
Definindo a frequência natural em 1,5 Hz:
w
f= = 1,5 Hz

Onde:
w = frequência angular
f = frequência natural da estrutura

Isolando a frequência angular, obtêm-se:


w = 1,5 * 2 π
w = 9,424
Essa é a frequência angular que a viga precisa obter.

Para encontrar as propriedades geométricas e mecânicas de uma viga bi-apoiada com


frequência natural de 1,5 Hz utilizou-se um processo iterativo. A seção da viga foi
definida por uma seção 0,15x0,20m e por um vão inicial de 15 metros, como mostra a
figura abaixo:

Onde:
L = 15 metros
b = 0,15 metros
h = 0,20 metros
Momento de inércia em relação a z:
b∗h3
Iz =
12
Iz = 1x10−4 m4

Momento de inércia em relação a y:

h∗b3
Iy =
12
Iy = 5x62−5 m4

Definindo o material da viga como concreto:


Módulo de elasticidade E = 25 GPa (25000000000 Pa)
Peso específico ρ = 2,5 ton/m3 (2500 kg/m3)

Rigidez modal (k)


48 EI
k=
L3
k = 35555,55 N/m

Massa modal (m)


m = 0,5 *ρ*A*L
m = 0,5*2500*0,15*0,20*15
m = 562,5 kg

Frequência angular

k
w=
√ m
w = 7,95
A frequência angular ainda está muito longe de 9,424

O processo acima descrito foi repetido três vezes, mudando sempre o valor do vão (L).
Isso foi feito até que a viga obtive-se uma frequência angular w = 9,42 ou próxima a
isso. Abaixo segue os resultados:
1ª iteração

L= 14 metros
b 0.15 metros
h 0.2 metros
     
Iz= 0.0001 m4
Iy= 5.6E-05 m4
     
k= 54619,9 N/m
m= 487,5 kg 
     
w= 9,12  

2ª iteração

L= 13,9 metros
b 0.15 metros
h 0.2 metros
     
Iz= 0.0001 m4
Iy= 5.6E-05 m4
     
k= 44682,4 N/m
m= 521,25 kg 
     
w= 9,26  

3ª iteração

L= 13,8 metros
b 0.15 metros
h 0.2 metros
     
Iz= 0.0001 m4
Iy= 5.6E-05 m4
     
k= 45660,8 N/m
m= 517,5  kg
     
w= 9,39  
A frequência angular 9,39 está muito próxima da frequência angular de 9,424,
alcançando uma precisão de 99,63%. Sendo assim a viga ficou definida com as
propriedades 0,15x0,2m com um vão de 13,8 metros de concreto, como mostra a
figura abaixo:

Viga de concreto.

Modelo viga SAP


Modelando a viga descrita acima no SAP, obtêm-se um período T = 0,656 no primeiro
modo de flexão vertical. Esse período está de acordo com o período teórico descrito
abaixo:
T = 1/f
T = 1/1,5
T = 0,667

Apresentando uma frequência natural da estrutura de 1,52 Hz

Taxa de amortecimento
A análise agora se fará sob o gráfico dos fatores de amplificação dinâmica.
Onde:

δ din = deslocamento dinâmico


δ est = deslocamento estático
Wn = frequência da estrutura
W = frequência do carregamento
ε = taxa de amortecimento
FAD = fator de amplificação dinâmica

β = Wn/W
Os valores adotados para β foram:

ε= 0,2% ε= 1% ε= 2% ε= 5% ε= 8%
β FAD β FAD β FAD β FAD β FAD
0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
0,2 1,041 0,2 1,040764 0,2 1,038068 0,2 1,019771 0,2 0,988212
0,4 1,19 0,4 1,185114 0,4 1,169451 0,4 1,074834 0,4 0,946943
0,6 1,562 0,6 1,535738 0,6 1,463014 0,6 1,139902 0,6 0,866719
0,8 2,778 0,8 2,538365 0,8 2,076137 0,8 1,139902 0,8 0,752071
0,9 5,262 0,9 3,820804 0,9 2,456624 0,9 1,087149 0,9 0,688477
0,95 10,249 0,95 4,682608 0,95 2,549012 0,95 1,047131 0,95 0,656545
1 250 1 5 1 2,5 1 1 1 0,625
1,05 9,747918 1,05 4,27936 1,05 2,313066 1,05 0,947875 1,05 0,594133
1,1 4,76086 1,1 3,28798 1,1 2,051093 1,1 0,892964 1,1 0,56418
1,15 3,10046 1,15 2,524526 1,15 1,78003 1,15 0,837265 1,15 0,535318
1,2 2,272592 1,2 1,995217 1,2 1,535738 1,2 0,782397 1,2 0,507673
1,25 1,777708 1,25 1,624554 1,25 1,328728 1,25 0,729537 1,25 0,481325
1,3 1,449234 1,3 1,356189 1,3 1,157404 1,3 0,679455 1,3 0,456317
1,35 1,215779 1,35 1,155158 1,35 1,016339 1,35 0,632581 1,35 0,432657
1,4 1,041649 1,4 1 1,4 0,89977 1,4 0,589092 1,4 0,410333
B x FAD
60

50

40
0,2%
1%
FAD

30 2%
5%
8%
20

10

0
-0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

B = w/wn

Gráfico 1: β x fator de amplificação dinâmica

Análise de vibrações livres


A análise de vibrações livres não amortecidas é a primeira análise que precisa ser feita
quando está se estudando um comportamento dinâmico. É através dessa análise, por
exemplo, que o engenheiro obtém as propriedades dinâmicas da estrutura. Ela
consiste em igualar a equação de equilíbrio dinâmcio a 0, ou seja, vibrações livres e
desconsiderar a parcela do amortecimento.

Mÿ + cy + ky = F(t) (equação de equilíbrio dinâmico)

Resolvendo a equação acima e aplicando o conceito de análise de vibrações livres,


obtêm-se:

Mÿ + ky = 0 (vibração livre não amortecida)

k
Wn =
√ Mr
Onde: Wn é a frequência angular
K é a rigidez modal
Mr é a massa modal. É a parcela de massa que oscila quando a estrutura completa um
período.
Como pode se observar, a frequência natural da estrutura está diretamente ligada a
sua rigidez e é inversamente proporcional a sua massa modal.

A frequência natural (f) da estrutura é:

Wn
f=
√ 2π
Como a frequência é o inverso do período, ou seja:
1
f=
T
Pode-se relacionar:
2π k
T
=
√ Mr

Como o período é o inverso da frequência, ele também depende da rigidez da estrutura


e de sua massa modal. Numa análise dinâmica a rigidez da estrutura e a sua massa
modal são parâmetros de extrema importância.
Nota-se no vídeo que o período que cada estrutura completa ao responder a
perturbação que o engenheiro provoca, depende da massa presa a ponta de sua
estrutura e de sua rigidez. Esse período depende também de onde a massa está
localizada na estrutura. Se está na ponta dela ou no meio dela, por exemplo. Isso
acontece porque o ângulo de fase muda. Toda vez que você mudar qualquer um
desses parâmetros, não importa o quão parecidas sejam as estruturas, os seus
períodos serão diferentes em termos comparativos.

Deslocamento de base
O deslocamento de base de uma estrutura, consiste numa perturbação na sua base,
causando um deslocamento da mesma. É a locomoção do ponto de fixação seja qual
for o sentido.
No vídeo o engenheiro faz dois experimentos: ele faz um deslocamento de base longo,
com um tempo maior e ele faz um deslocamento de base curto, utilizando um
movimento mais rápido e um tempo menor. Observa-se que quando a perturbação
acontece num tempo longo, as estruturas mais afetadas são as estruturas maiores,
que possuem um período mais alto. E quando o deslocamento de base é mais curto,
ou seja, acontece num curto período de tempo, isso afeta mais as estruturas menores,
com períodos menores.
Isso acontece porque numa análise dinâmica, toda vez que a frequência do
carregamento se aproxima da frequência natural da estrutura as vibrações são
amplificadas. De modo que, se essas frequências se igualarem ocorre o fenômeno da
ressonância, onde pode ocorrer uma falha prematura do sistema estrutural.
Matematicamente, pode-se analisar da seguinte forma:
1
f=
T
f = frequência
T = período
Na expressão acima, nota-se que a frequência é o inverso do período, ou seja, quanto
maior o período menor é a frequência. Na análise feita, as estruturas maiores tem um
período mais alto que as estruturas menores.
No vídeo, quando o engenheiro faz um deslocamento de base longo, a frequência do
carregamento é curta. Esse tipo de carregamento reflete mais nas estruturas maiores
1
pois essas possuem uma frequência menor (f = ). De modo análogo, quando a
T
frequência do carregamento é alta, reflete mais nas estruturas menores, pois essas
1
possuem uma frequência maior (f = ).
T

CONCLUSÃO
Conclui-se então que a rigidez e a massa modal são os dois parâmetros que
influenciam na análise de vibrações livres de uma estrutura. Análise de extrema
importância porque é através dela e da frequência do carregamento que determina-se
se uma estrutura precisará ou não de amortecimento para as suas vibrações.
Nota-se também que quanto mais longo for o deslocamento de base mais ele afetará
as estruturas que possuírem um período maior (estruturas mais altas). Pois esse
carregamento possui uma baixa frequência se aproximando assim da frequência da
estrutura. O inverso também é válido, ou seja, se o deslocamento de base de uma
estrutura tiver um tempo curto, ele afetará as estruturas que tiverem períodos menores
(estruturas mais curtas). Pois o carregamento possui uma alta frequência se
aproximando assim da frequência da estrutura.

BIBLIOGRAFIA
Vídeo analisado: Ingeniero explica cómo se mueven los edificios en un sismo en la
Ciudad de México
Aulas ministradas pela professora Eliane no curso de Análise dinâmica de estruturas

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